Avaliação da Expansão Urbana e seu Impacto na Dinâmica de Escoamento Superficial da Bacia Hidrográfica do Arroio Itaquarinchim de Santo Ângelo – RS

Autores

  • Ângelo Rohr Anschau Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo)
  • Tatiana Reckziegel Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo)
  • Franco da Silveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Filipe Molinar Machado Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo)
  • Fernando Gonçalves Amaral Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22409/engevista.v20i5.18025

Resumo

O crescimento acelerado e desorganizado dos centros urbanos proporciona impactos negativos nos recursos hidrológicos, tanto a nível local como global. Os resultados da urbanização incluem aumento das áreas impermeáveis e da redução das áreas verdes, que em conjunto são responsáveis por acarretarem no escoamento superficial e em vazões máximas de enchentes, tornando-se um problema, principalmente, para pequenas bacias hidrográficas. Nesse contexto, o objetivo do artigo consiste em realizar uma análise multitemporal da mudança no escoamento superficial e da vazão máxima ocasionada pela variação do uso e ocupação da Bacia Hidrográfica do Arroio Itaquarinchim (BHAI), localizada no município de Santo Ângelo – RS, entre os anos de 1990 e 2015. Para obter as estimativas de precipitação efetiva e das vazões máximas utilizaram-se as metodologias desenvolvidas por Soil Conservation Service (SCS) e por Ven Te Chow. Para o processamento de imagens e aquisição de informações, utilizou-se o software de Sistema de Informação Geográfica Quantum GIS (QGIS). Como resultado, foi possível verificar a grande variação do crescimento urbano por meio da classe de áreas impermeáveis, representando um aumento de 80,5% entre 1990 e 2015. Além disso, destaca-se que na BHAI, a agricultura e o solo exposto demostraram crescimento de 50% em 1990 para 60% da área total da bacia em 2015. Dessa forma, a Curve Number da bacia obteve ascensão de 73,50 para 77,92 e a precipitação efetiva com tempo de retorno de 5 e 10 anos apresentou um crescimento de 20,85 mm para 26,51 mm e de 27,78 mm para 34,07 mm respectivamente.

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Biografia do Autor

Ângelo Rohr Anschau, Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo)

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo). Participou do Grupo de Estudos e Pesquisas em Materiais e Sistemas, na linha de pesquisa de Gestão e Tecnologia de Recursos Hídricos, sendo bolsista de iniciação científica pelo programa SIIC da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Também realizou monitoria voluntária na disciplina de Instalações Hidrossanitárias aplicadas ao software Hydros, desenvolvido pela AutoQI. Tem interesse de pesquisa nas áreas de geoprocessamento e recursos hídricos.

Tatiana Reckziegel, Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo)

Doutoranda em Engenharia Civil e Saneamento Ambiental (UFSM). Mestra em Engenharia Civil e Ambiental (UFSM). Engenheira Civil (UFSM).

Franco da Silveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando em Engenharia de Produção (UFRGS). Mestre em Engenharia de Produção (UFSM). Membro do grupo de pesquisas do Núcleo de Inovação e Competitividade (NIC). Bacharel em Engenharia Mecânica (URI).

Filipe Molinar Machado, Universidade Integrada do Alto do Uruguai e das Missões (URI- Santo Ângelo)

Doutorando em Engenharia Agrícola (UFSM). Mestre em Engenharia de Produção (UFSM). Engenheiro Mecânico (URI).

Fernando Gonçalves Amaral, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Engenheiro Civil (UFRGS). Especialista em ergonomia pela Université Catholique de Louvain (UCL - Bélgica). Mestre em Ergonomia pela (UCL). Mestre em ergonomia pela École Pratique de Hautes Études Sorbonne (França). Doutor em ergonomia pela Université Catholique de Louvain (UCL).

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Publicado

2018-12-19

Edição

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Artigos