A literatura de autoajuda e a produção de subjetividade feminina

Autores

  • Gisele Mocci (Haya Del Bel) Universidade Federal do Mato Grosso
  • Guilherme Augusto Souza Prado Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

literatura de autoajuda, identidade feminina, subjetividade

Resumo

Neste artigo visamos uma análise crítica das condições de subjetivação oferecidas a partir da literatura de autoajuda da virada do século. Propomos seis categorias a fim de evidenciar o ideal identitário propagado nos textos alocando-os segundo o que é sua suposta essência, papéis sociais e valores. Apoiados nos estudos de Lasch e Giddens, percebemos que esta identidade feminina essencial, reitera o lugar de subjugação da mulher na sociedade ocidental. Seguindo pistas de Guattari e Rolnik, propomos uma concepção de subjetividade aquém da identidade e da essência individual ou de gênero, como atualização de forças de afetação e desejo.

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Biografia do Autor

Gisele Mocci (Haya Del Bel), Universidade Federal do Mato Grosso

Socióloga, Mestre em Sociologia da Cultura pela UFPR, Doutoranda em Saúde Coletiva pelo IESC da UFRJ, bolsista da  CAPES. Professora Assistente do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT.

Guilherme Augusto Souza Prado, Universidade Federal Fluminense

Psicólogo, Mestre e Doutorando em Psicologia Clínica e Subjetividade pela Universidade Federal Fluminense, bolsista da CAPES.

Referências

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Publicado

2014-10-10

Como Citar

MOCCI (HAYA DEL BEL), G.; PRADO, G. A. S. A literatura de autoajuda e a produção de subjetividade feminina. Fractal: Revista de Psicologia, v. 26, n. 4, p. 607-628, 10 out. 2014.

Edição

Seção

Dossiê Arte, Narrativas e Subjetividade - artigos