Os objetos e o tratamento da criança autista

Autores

  • Ariana Lucero Universidade Federal de Minas Gerais
  • Angela Vorcaro Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

autismo, constituição subjetiva, tratamento, objeto, psicanálise

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre o uso dos objetos no tratamento psicanalítico da criança autista. Primeiramente, teceremos algumas considerações a respeito da importância do objeto na constituição subjetiva, a partir da oposição freudiana entre os princípios de prazer e de realidade. A seguir, retomaremos as considerações de Tustin sobre o objeto autístico e o caso Joey, de Betelheim, para, finalmente, discutir com autores contemporâneos a pertinência de nossa proposta.

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Biografia do Autor

Ariana Lucero, Universidade Federal de Minas Gerais

Psicóloga; psicanalista. Mestre e Doutora em Psicologia pela UFMG (área de concentração: estudos psicanalíticos). Bolsista de pós-doutorado da FAPES/CAPES.

Angela Vorcaro, Universidade Federal de Minas Gerais

Psicanalista; membro da Association Lacanienne Internationale; Doutora em Psicologia Clínica; Professora do Departamento de Psicologia da FAFICH/UFMG. Membro de GT da ANPEPP e do Grupo de Pesquisa Outrarte/IEL/UNICAMP. Bolsista de produtividade do CNPq.

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Publicado

2015-11-25

Como Citar

LUCERO, A.; VORCARO, A. Os objetos e o tratamento da criança autista. Fractal: Revista de Psicologia, v. 27, n. 3, p. 310-317, 25 nov. 2015.