As relações entre as famílias e a equipe do CRAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5516

Palavras-chave:

assistência social, pesquisa intervenção, proteção social básica, família, intervenção social

Resumo

Esse texto trata da perspectiva das famílias acerca dos trabalhos desenvolvidos em um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de Belo Horizonte, enfatizando as relações estabelecidas com a equipe. Essa discussão se fundamenta nos resultados parciais da pesquisa financiada pelo CNPq/FAPEMIG que tem como objetivo analisar as relações no território de um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) em Belo Horizonte, enfocando o modo de gestão do trabalho social entre a equipe e com as famílias. Esse estudo tem a pesquisa-intervenção como metodologia e as ideias de Deleuze e Guattari como marco teórico. A partir das assembleias, das entrevistas semiestruturadas individuais e coletivas realizadas com a equipe e com as famílias, concluímos que a relação da equipe com a família ainda é um desafio no espaço cotidiano do CRAS, bem como a sustentação da promoção social. Esses desafios emergem em pontos como favor, julgamento e responsabilização das mulheres.

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Biografia do Autor

Roberta Carvalho Romagnoli, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986), mestrado em Psicologia (Psicologia Social)pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003) e pós-doutorado em Análise Institucional pela Université Cergy-Pontoise, França (2011). Atualmente é Professor Adjunto III da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tem experiência na área de Psicologia Clínica, com ênfase em Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: Famílias, Intervenção Psicossocial, Políticas públicas, Clínica Ampliada, Análise Institucional e Esquizoanálise. Aborda a Psicologia como uma prática teórico-política que aponta para processos de subjetivação que ora são disciplinadores, reprodutores, ora são inventivos. É professora do Programa de Pós-Graduação da PUC-Minas do qual foi coordenadora no período de (2014-2016). É também bolsista produtividade PQ 2 do CNPq e foi pesquisador Mineiro da FAPEMIG (2014-2016) e é novamente a partir de 2017 Atuou como professora convidada na Université de Limoges França, dando no mestrado a disciplina Famílias e Políticas Públicas no Brasil, no período de 15/11/2017 a 15/12/2107. É membro participante e membro do comitê científico da rede de pesquisa internacional Recherche Avec.

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

ROMAGNOLI, R. C. As relações entre as famílias e a equipe do CRAS. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 214-222, 19 jul. 2018.