O cuidado de si em Michel Foucault: um dispositivo de problematização do político no contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5540

Palavras-chave:

cuidado de si, política, ética

Resumo

O presente artigo tem por objetivo discutir a noção do cuidado de si apresentada por Michel Foucault em seus estudos acerca da civilização greco-romana, analisando como as práticas do cuidado para consigo e para com os outros – quando articuladas à dimensão ética e às práticas de liberdade – conduzem a uma problematização do político, naquilo que incide sobre o governo dos outros. Por outro lado, os escritos foucaultianos também relacionam o cuidado de si a uma postura ativa (ético-política) do sujeito, caracterizando, assim, uma possibilidade de resistência ao biopoder – comumente atrelado às tecnologias de controle e vigilância dos corpos. Como referencial bibliográfico este artigo utiliza tomos da História da sexualidade, interligando-os aos cursos A hermenêutica do sujeito e O governo de si e dos outros, ministrados por Foucault no Collège de France, bem como a algumas de suas relevantes entrevistas e análises de comentadores.

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Biografia do Autor

Marcel Maia Gomes, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE

Possui Mestrado em Psicologia Social pela Universidade Federal de Sergipe (2013), Graduação em Formação e Habilitação em Psicologia pela Universidade Federal de Sergipe (2010). Atuou como professor substituto na Universidade Federal de Sergipe, de Abril de 2014 a Maio de 2016, ministrando disciplinas de Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia da Aprendizagem, Psicologia Geral, Fundamentos da Metodologia Científica, bem como Orientação de Trabalho Conclusivo de Curso. Desde Junho de 2011 atua como Psicólogo na Secretaria Municipal da Família e Assistência Social (SEMFAS), no Município de Aracaju-SE. Compõe o corpo docente do curso de Psicologia na Faculdade Pio Décimo, Campus III (Aracaju-SE). Possui experiência de pesquisas e estudos nas seguintes temáticas: políticas públicas, história da psicologia, assistência infanto-juvenil, produção de subjetividade, ética, liberdade, biopolíticas.

Marcelo Ferreri, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula (1992), mestrado em Psicossociologia de Comunidade e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2007). Atualmente é professor associado do Departamento de Psicologia e professor permanente do Núcleo de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência atuando principalmente nos seguintes temas: história da psicologia, práticas psicológicas, assistência infanto-juvenil, direitos da infância e juventude.

Flávia Lemos, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE

Possui graduação em Psicologia/UNESP (1999). Licenciada em Pedagogia/CESB-GO (2017). Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional/UNEB (2017). Mestre em Psicologia e Sociedade/UNESP (2003). Doutora em História Cultural/UNESP (2007).Realizou pós-doutorado em Psicologia e Subjetividade, na UFF, sob supervisão da Profa. Dra. Maria Lívia Nascimento. Foi bolsista FAPESP no Doutorado. É professora associada I, na graduação e no Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA. Foi professora colaboradora no Programa de Pós-graduação em Educação/UFPA. Membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (2017-2019). Integrante do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Foi Conselheira Titular no Conselho Federal de Psicologia (gestão 2011-2013). Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA (gestão 2011-2013). Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA (gestão 2010-2011). É Bolsista de Produtividade do CNPQ-PQ-2. Integra o GT ANPEPP Subjetividade, conhecimento e práticas sociais, desde 2009. Integra o GT Deleuze da ANPOF. Foi membro da Diretoria Nacional da ABRAPSO (2016-2017). É membro da Diretoria Nacional da ABEP (2017-2019). É associada à: ABRAPSO, ABRAPEE e ABEP. Participa do Grupo Produção de subjetividade e estratégias de poder no campo da infância e juventude. Coordena o Grupo: Transversalizando. Realiza estudos sobre: Modos de subjetivação contemporâneos, práticas de medicalização e judicialização da vida; Psicologia, justiça e políticas públicas; Recepção sócio-histórica de Michel Foucault no Brasil; Subjetividade e filosofia da diferença; Psicologia, formação, epistemologia e história; Cidade, cultura e subjetividade; Dispositivo clínico, saúde mental e direitos.

Referências

FOUCAULT, M. Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. Coleção Ditos & Escritos, v. 5.

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FOUCAULT, M. História da Sexualidade: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 2009b. v. 2.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade: o cuidado de si. Rio de Janeiro: Graal, 2009c. v. 3.

FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010a.

FOUCAULT, M. O governo de si e dos outros. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010b.

GOMES, M. M. O. O cuidado de si na redução de danos: uma análise histórica, política e ética, a partir de Michel Foucault. 2013. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2013.

GROS, F. A coragem da verdade. São Paulo: Parábola, 2004.

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

GOMES, M. M.; FERRERI, M.; LEMOS, F. O cuidado de si em Michel Foucault: um dispositivo de problematização do político no contemporâneo. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 189-195, 19 jul. 2018.