“VIVER É MUITO PERIGOSO”: LATIFÚNDIO E VIOLÊNCIA EM ‘GRANDE SERTÃO: VEREDAS’

Autores

  • Gustavo Arnt Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v20i39.33358

Palavras-chave:

Literatura brasileira, Narração, Violência, Latifúndio.

Resumo

Em Grande Sertão: Veredas, a forma de narrar é contaminada pela experiência de vida (sempre em contato com a morte) do jagunço Riobaldo no sertão assolado pela violência e dominado pelo latifúndio e pelo coronelismo, mas também é contaminada pela travessia de classe por que passa o protagonista, que vai de “raso jagunço atirador” a narrador-latifundiário. Nesse sentido, este estudo desenvolve o argumento de Jaime Ginzburg, para quem a experiência cotidiana de Riobaldo sob a iminência da morte, em função da sua condição de jagunço, afeta decisivamente sua subjetividade, impedindo um olhar estável e/ou neutro em relação à matéria narrada. Ao risco de morte conjuga-se o caráter diabólico da experiência de Riobaldo, marcado pelo erro e pela desordem. Ainda em relação à organização narrativa do romance, apresento o argumento de que o aspecto que garante o poder de narração a Riobaldo não é sua condição jagunça, de “homem provisório”, é, sobretudo, sua condição de proprietário, “senhor de terras definitivo”.

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Biografia do Autor

Gustavo Arnt, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília

Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília. Professor de Teoria Literária, Literatura e Língua Portuguesa do Instituto Federal de Educação, Ciêncie e Tecnologia de Brasília.

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Publicado

2015-12-29

Como Citar

Arnt, G. (2015). “VIVER É MUITO PERIGOSO”: LATIFÚNDIO E VIOLÊNCIA EM ‘GRANDE SERTÃO: VEREDAS’. Gragoatá, 20(39). https://doi.org/10.22409/gragoata.v20i39.33358

Edição

Seção

Artigos de Literatura