A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO LEVANTE DAS ESTÁTUAS, EM ANTIOQUIA (387 D. C.)

Autores

  • Gilvan Ventura da Silva Universidade Federal do Espírito Santo
  • Érica Cristhyane Morais da Silva Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.22409/rh.v4i1.13277

Palavras-chave:

Antiguidade Tardia, Antioquia, Levante das Estátuas, Mulheres, Imperatriz Flacila

Resumo

O Levante das Estátuas foi um violento conflito ocorrido em 387, na cidade de Antioquia, a metrópole da província da Síria. A documentação escrita sobre o acontecimento é abundante e, por isso, somos capazes de conhecê-lo segundo diferentes perspectivas. Os principais testemunhos sobre a sedição são as XXI Homilias sobre as estátuas para o povo de Antioquia, de João Crisóstomo, e as Orações sobre o Levante das Estátuas, de Libânio. Neste artigo, pretendemos refletir sobre a presença feminina e seu signifcado dentro de tais narrativas, assunto que tem recebido pouca atenção dos historiadores. João Crisóstomo, por exemplo, invoca a imagem de uma suplicante ao falar em defesa de sua comunidade. Libânio também menciona mulheres agindo de tal maneira, como suplicantes. Uma referência feminina emblemática, no contexto do Levante, é a imperatriz Flacila, primeira esposa de Teodósio, cuja estátua foi alvo da fúria dos rebeldes. Com base nos testemunhos de João Crisóstomo e de Libânio pretendemos investigar o papel desempenhado pelas mulheres na revolta. Também buscaremos compreender o signifcado da destruição da estátua da imperatriz, uma vez que, em Roma, as imagens eram tidas como representações tangíveis dos próprios imperadores e dos membros de sua família, motivo pelo qual aqueles que contra elas atentassem poderiam se tornar réus de crime de maiestas.

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Biografia do Autor

Gilvan Ventura da Silva, Universidade Federal do Espírito Santo

Professor Titular de História Antiga do Departamento de História e do Programa de PósGraduação em História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Coordenador do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano – Seção Espírito Santo (Leir/ES) e Bolsista Produtividade I-C do CNPq. No momento, executa o projeto de pesquisa intitulado Protesto, trabalho e festa na cidade pós-clássica: a ocupação da rua pela população de Antioquia (séc. IV e V d.C.).

Érica Cristhyane Morais da Silva, Universidade Federal do Espírito Santo

Professora de História Antiga do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Vice coordenadora do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano – Seção Espírito Santo (Leir/ES). No momento, executa o projeto de pesquisa intitulado Espaços do sagrado e do Direito no mundo antigo: topografa urbana, texto e cultura material

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Publicado

2018-08-02