Deu Zika na Rede: uma análise sobre a produção de sentidos sobre a Epidemia de Zika e Microcefalia no Facebook

Autores

  • Marcelo Pereira Garcia Jornalista, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/Fiocruz)
  • Janine Miranda Cardoso Docente do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)

DOI:

https://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i1.28138

Palavras-chave:

zika, microcefalia, Facebook, boato, produção de sentidos

Resumo

A circulação de boatos virtuais marcou a epidemia de zika e microcefalia de 2015/2016. A partir da análise dos comentários de posts das páginas do Diário de Pernambuco e da Folha de S. Paulo no Facebook, visamos compreender melhor o fenômeno, identificando discursos mobilizados nesses espaços intertextuais e polifônicos. Os resultados evidenciam um ambiente de incerteza associado ao desconhecimento científico, à crise política e à reflexividade em relação aos riscos da ciência. Também apontam questões não respondidas que estimularam a circulação dos boatos: Por que a epidemia se concentrou em Pernambuco? Por que nunca ocorreu na África? Por que não aconteceu antes? Concluímos que o enfraquecimento do estatuto de verdade da ciência e da própria verdade, mais fluida, participa do protaganismo do boato na atualidade midiatizada.

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Publicado

2019-04-26

Como Citar

Garcia, M. P., & Cardoso, J. M. (2019). Deu Zika na Rede: uma análise sobre a produção de sentidos sobre a Epidemia de Zika e Microcefalia no Facebook. Mídia E Cotidiano, 13(1), 187-211. https://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i1.28138