Criança cidadã?: os manuais de redação e as orientações sobre infância e adolescência

Autores

  • Thaís Helena Furtado UFRGS
  • Juliana Doretto FAM - Centro Universitário das Américas

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38436

Palavras-chave:

infância, cidadania, ECA, jornalismo, manuais de redação

Resumo

Tendo como base as legislações que envolvem a cobertura das questões da infância e da adolescência pela imprensa, este artigo objetiva verificar se os manuais de redação dos jornais de maior tiragem no Brasil trazem orientações para seus colaboradores – e divulgadas também ao público – sobre a abordagem de temas que envolvem as crianças. Levando em conta que vários autores consideram que uma das finalidades do jornalismo é prezar pela cidadania, busca-se perceber se essas orientações incluem tanto o direito das crianças de serem protegidas quanto o de participarem da vida em sociedade. Conclui-se que os manuais de O Globo, Folha de S.Paulo e Zero Hora tratam meninos e meninas como seres submetidos à guarda da lei, mas isso ocorre pelo receio em descumprir a legislação, e não pela preocupação com a criança como cidadã.

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Biografia do Autor

Thaís Helena Furtado, UFRGS

Jornalista. Doutora em Comunicação e Informação (UFRGS), mestre em Letras/Análise do Discurso (UFRGS), professora do curso de Jornalismo, Departamento de Comunicação, UFRGS. Membro do Núcleo de Pesquisa em Jornalismo

Juliana Doretto, FAM - Centro Universitário das Américas

Jornalista. Doutora em Ciências da Comunicação (Universidade Nova de Lisboa), mestre na mesma área (USP) e professora do Centro Universitário das Américas. Membro do Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas Midiáticas

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Publicado

2020-02-19

Como Citar

Furtado, T. H., & Doretto, J. (2020). Criança cidadã?: os manuais de redação e as orientações sobre infância e adolescência. Mídia E Cotidiano, 14(1), 32-54. https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38436