Passos em falso? Investigação sobre a relação entre o Banco Mundial e o currículo do Ensino Médio.

Autores

  • Anderson De Souza Alves Universidade Federal Fluminense

Resumo

Há cerca de três décadas os governos brasileiros têm adotado políticas públicas para a educação de acordo com as exigências de organizações internacionais, que financiam projetos para a educação. É o caso dos acordos realizados com o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), órgão pertencente ao Banco Mundial. Por decorrência desses acordos, têm ocorrido ao longo dessas décadas, diferentes reformas na educação brasileira em todos os níveis de ensino. Recentemente foi aprovada a reforma do ensino médio, através da Lei 13415/17. A reforma tem chamado grande atenção da mídia, e logicamente dos agentes envolvidos com a educação. É de grande importância para os agentes envolvidos com a educação discutir o desenvolvimento curricular do ensino médio nesse contexto. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é demonstrar o resultado da pesquisa feita com o visando compreender, em qual medida os discursos do Banco Mundial, que justificam reformas que adéquam a educação brasileira às exigências do mercado, têm influenciado na seleção de conhecimentos do currículo para o ensino médio. A partir do estudo teórico são trazidas à discussão, pontos de vista sobre o que é currículo e as consequências desse artefato para a sociedade. A revisão bibliográfica do tema, através de artigos publicados em revistas sobre educação e seminários de pesquisas, trazem informações sobre o Banco Mundial e suas ações em relação a educação brasileira. Enquanto a aplicação do método Análise de Discurso, num dos documentos do Banco Mundial direcionado ao governo brasileiro, e também no texto da Lei 13.415, que realiza a reforma no ensino médio, permite ser observado o sentido ideológico das mudanças feitas durante a reforma. Como resultado das relações do país com o Banco Mundial no que diz respeito ao currículo do ensino médio, o que a pesquisa demonstra é a preocupação em utilizar a escola exclusivamente para a formação de mão de obra. E que para tanto é necessário uma desvalorização dos conhecimentos necessários aos jovens para o exercício da cidadania.

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Biografia do Autor

Anderson De Souza Alves, Universidade Federal Fluminense

Licenciado em ciencias sociais, atuou como bolsista do PIBID por três anos, e atuou por um ano como educador social na Fundação Municipal da Infancia e Juventude

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Publicado

2019-12-06

Edição

Seção

Resumos de Monografia