PARQUE ESTADUAL DO IBITIPOCA, USO PÚBLICO E AS REPERCUSSÕES NO ARRAIAL DE CONCEIÇÃO DO IBITIPOCA, LIMA DUARTE/MG

Autores

  • Raquel Fernandes Rezende Universidade Federal Fluminense
  • Luiz Renato Vallejo Universidade Federal Fluminense

Resumo

O turismo nas unidades de conservação, particularmente nos parques naturais, gera interferência no ordenamento territorial interno e em suas vizinhanças. Além dos benefícios ambientais, econômicos e sociais, ocorrem alterações nos usos, acontecem conflitos e repercussões no planejamento territorial. Este artigo traz informações sobre a pesquisa realizada no Parque Estadual do Ibitipoca (PEIb) e seu entorno, porção localizada no Distrito (Arraial) de Conceição do Ibitipoca, município de Lima Duarte, Minas Gerais. O Parque apresenta elementos físicos naturais que se expressam em paisagens exuberantes e atrativas à visitação. No distrito existe um núcleo turístico que dá suporte aos visitantes e preserva atrativos históricos. O turismo aumentou consideravelmente desde o final da década de 1980 e ocasionou mudanças importantes na ocupação e uso do solo de Conceição do Ibitipoca. Visando o ordenamento adequado e ambientalmente sustentável das atividades no entorno do parque, foram estabelecidas políticas públicas regulatórias, nem sempre colocadas em prática pelos governos municipais e outros agentes. Isso contribuiu para que os interesses e demandas de outros atores, como empresários e promotores de eventos, prevalecessem sobre questões coletivas de maior relevância. Após 1995, o número de visitantes do PEIb aumentou consideravelmente, junto com os conflitos relacionados à especulação imobiliária, loteamentos clandestinos, insuficiência de infraestrutura sanitária (lixo, esgotos e água tratada), insegurança, êxodo rural, perdas de traços culturais locais, etc. A população nativa de Conceição do Ibitipoca mostra-se dividida, pois uma parcela é favorável ao desenvolvimento da atividade turística, enquanto outros opinam contrariamente.

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Biografia do Autor

Raquel Fernandes Rezende, Universidade Federal Fluminense

Geógrafa, Doutora em Geografia pela Universidade Federal Fluminense.

Luiz Renato Vallejo, Universidade Federal Fluminense

Prof. Titular. Programa de Pós Graduação em Geografia Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2018-12-31