@article{Bisharat_2011, title={A Lei da Violência}, volume={1}, url={https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41879}, DOI={10.22409/antropolitica2011.1i30.a41879}, abstractNote={<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; text-align: justify; line-height: normal; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">O professor de Yale Robert Cover iniciou um artigo que foi amplamente lido h&aacute; alguns anos com uma introdu&ccedil;&atilde;o impressionante: &ldquo;A interpreta&ccedil;&atilde;o legal realiza-se num campo de dor e de morte. Os atos de interpreta&ccedil;&atilde;o legal assinalam e imp&otilde;em viol&ecirc;ncia aos outros: um juiz enuncia seu entendimento sobre um textoe, como resultado disso, algu&eacute;m perde sua liberdade, sua propriedade, seus filhos e at&eacute; mesmo sua vida.&rdquo; Esse artigo, intitulado &ldquo;Viol&ecirc;ncia e Palavra&rdquo;, induziu o surgimento de novas pesquisas sobre a rela&ccedil;&atilde;o entre lei, linguagem e viol&ecirc;ncia, e descortinou a depend&ecirc;ncia existente entre lei e for&ccedil;a, mesmo que essa exista, muitas vezes, de forma invis&iacute;vel. Em contraste, tratarei aqui de outra rela&ccedil;&atilde;o poss&iacute;vel entre lei e viol&ecirc;ncia,&nbsp;</span><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">na qual a viol&ecirc;ncia n&atilde;o &eacute; o fim &uacute;ltimo do direito, mas tamb&eacute;m seu come&ccedil;o. Essa rela&ccedil;&atilde;o&nbsp;</span><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">revela-se nas tentativas israelenses de usar e distorcer o Direito Internacional Humanit&aacute;rio&nbsp;</span><span style="color: #1d1d1b; font-family: NewBaskervilleStd-Italic, serif;">(DIH &ndash; bra&ccedil;o do Direito Internacional que regulamenta o comportamento dos Estados em&nbsp;</span><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">guerra), a come&ccedil;ar pela eclos&atilde;o da Segunda Intifada Palestina em 2001 at&eacute; os ataques ao&nbsp;</span><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">L&iacute;bano em 2006 e &agrave; Faixa de Gaza em 2008 e 2009. Existem evid&ecirc;ncias consider&aacute;veis capazes&nbsp;</span><span style="color: #1d1d1b; font-family: NewBaskervilleStd-Italic, serif;">de demonstrar que Israel est&aacute; tentando deliberadamente reescrever as Leis de Direito Internacional em rela&ccedil;&atilde;o ao uso da viol&ecirc;ncia.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; text-align: justify; line-height: normal; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">Os advogados militares israelenses estavam bastante cientes dos limites do DIH e de forma&nbsp;</span><span style="font-family: &quot;NewBaskervilleStd-Italic&quot;,&quot;serif&quot;; mso-bidi-font-family: NewBaskervilleStd-Italic; color: #1d1d1b; mso-bidi-font-style: italic;">deliberada aconselharam os comandantes militares a violarem os limites legais &ndash; por exemplo,&nbsp;</span><span style="color: #1d1d1b; font-family: NewBaskervilleStd-Italic, serif;">ao definirem como &ldquo;escudos humanos volunt&aacute;rios&rdquo; os civis palestinos que n&atilde;o respeitaram os avisos para deixar a Faixa de Gaza sujeita a bombardeio e, portanto, como combatentes sujeitos a um ataque feito supostamente dentro da legalidade. Tal defini&ccedil;&atilde;o n&atilde;o existe no DIH, mas Israel acredita que suas a&ccedil;&otilde;es possam ser aceitas pela comunidade internacional e que possam&nbsp;</span><span style="color: #1d1d1b; font-family: NewBaskervilleStd-Italic, serif;">ser vistas como parte da &ldquo;Guerra do Terror&rdquo;. Indiscutivelmente, isso vira o DIH &ndash; cujo prop&oacute;sito &eacute; limitar o sofrimento humano durante per&iacute;odos de guerra &ndash; de ponta-cabe&ccedil;a, permitindo que a lei amplie o uso da viol&ecirc;ncia para &aacute;reas e pessoas por ela protegidas. Ser&aacute; isso parte de um novo e perigoso desenvolvimento? Ou apenas representa a antiga tradi&ccedil;&atilde;o de que &ldquo;a for&ccedil;a faz o direito&rdquo;? Essas e outras quest&otilde;es ser&atilde;o trabalhadas no presente artigo.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; text-align: justify; line-height: normal; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">&nbsp;</p>}, number={30}, journal={Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia}, author={Bisharat, George E.}, year={2011}, month={out.} }