Gestão Social, Territórios Pacificados e os Desafios da Articulação Institucional

Autores

  • Daniel Ganem Misse Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.22409/conflu19i1.p516

Palavras-chave:

Gestão Social, Unidade de Polícia Pacificadora - UPP, Participação Social, Articulação Institucional, Direcionamento.

Resumo

Os programas de gestão social em territórios pacificados surgem com a proposta de articular ofertas de serviços públicos a demandas comunitárias por esses serviços em localidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Após grande expansão nos anos de 2011 e 2012, a partir de 2013 a estratégia desses programas passa a ser reduzida em número de gestores e territórios cobertos pela política, até ser descontinuada em 2014. A partir da teoria do triângulo de governo de Carlos Matus e de problematizações acerca da conjugação entre políticas sociais e de segurança pública nas favelas pacificadas, em um sistema político multipartidário de ampla coalizão, procura-se explicar as dificuldades e os desafios da articulação institucional de políticas sociais nesses territórios. Avalia-se o possível legado em termos de tecnologia social produzido pelos programas de gestão social e os desafios na articulação de projetos sociais como forma de se observar os processos e resultados desses programas.

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Biografia do Autor

Daniel Ganem Misse, Universidade Federal Fluminense

Graduado em Direito (UFRJ) e Ciências Sociais (UFF). Mestre e Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais (PPGSD/UFF). Professor Adjunto do Departamento de Segurança Pública do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos.

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Publicado

2017-04-21

Como Citar

Misse, D. G. (2017). Gestão Social, Territórios Pacificados e os Desafios da Articulação Institucional. Confluências | Revista Interdisciplinar De Sociologia E Direito, 19(1), 137-155. https://doi.org/10.22409/conflu19i1.p516

Edição

Seção

Artigos