Sobre intermidialidade: cinema, Maracatus, Tatuagem e pós-tropicalismos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i0.27106

Palavras-chave:

Políticas de Intermidialidade, Cinema e Outras Mídias, Pós-Tropicalismos.

Resumo

O Cinema Brasileiro viu surgir, nos anos 1990, uma geração de cineastas com propostas que se caracterizaram em boa medida pela intermidialidade, ou seja, pelo encontro do cinema com outras mídias.  Em Recife (Pernambuco), ocorreu a eclosão do Manguebeat, com sua ênfase musical que também levou à criação do Árido Movie, a vertente cinematográfica do Movimento Mangue, que repercute até hoje. Com tal premissa, este texto analisa políticas de intermidialidade a partir do cinema pernambucano e de suas releituras tropicalistas, envolvendo, como estudo de caso, o curta-metragem Maracatu, maracatus (Marcelo Gomes, 1995) e os longas Árido Movie (Lírio Ferreira, 2005) e Tatuagem (Hilton Lacerda, 2013), experimentando um método de análise orientado pelo conceito de intermidialidade.

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Biografia do Autor

Samuel Paiva, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde atua na área de Teoria e História do Audiovisual, com vínculo ao Departamento de Artes e Comunicação, com atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao Bacharelado em Imagem e Som e ao Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som.  É autor do livro A Figura de Orson Welles no Cinema de Rogério Sganzerla (2018) e coeditor dos livros Viagem ao cinema silencioso do Brasil (2011) e XI Estudos de Cinema e Audiovisual - Socine (2010).  Desenvolve atualmente pesquisa de pós-doutorado na University of Reading (Reino Unido).

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Publicado

2019-08-31 — Atualizado em 2021-01-25

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