Nas tramas dos textos e dos tecidos: cenários urbanos e indumentária - Paris e Londres (1840-1870)
DOI:
https://doi.org/10.22409/rcc.v2i3.1101Palavras-chave:
Ciências Humanas, História, ImagemResumo
As relações entre poder e construção das aparências são parceiras de longa data. Até o início do século XIX, a moda limitava-se aos circuitos aristocráticos. Com a Revolução Industrial, as metrópoles europeias, especialmente Londres e Paris, passaram por transformações radicais em suas feições. Suas ruas foram em algumas décadas tomadas por multidões dos mais diversos segmentos sociais. Ocorreu uma difusão do gosto pelas novidades no vestir, surgindo uma faceta do mercado têxtil denominada confection. Mas, em meio a um universo em que a produção em larga escala ganhava um impulso gigante, em Paris, o costureiro Charles Frederick Worth, criou a haute couture em 1858, trabalho caracterizado pela produção manual, luxo e exclusividade. Se nos espaços públicos a roupa deveria ser prática para permitir deslocamentos velozes, nos salões, os trajes, especialmente os femininos, eram pesados e dificultavam os movimentos. Nas ruas a praticidade reinava. Na corte, o desejo era por peças que ostentassem luxo e, acima de tudo, poder. Este trabalho pretende se debruçar sobre algumas das diferentes feições do universo da indumentária londrina e parisiense (confection e haute couture) entre 1840 e 1870.