Apresentação
Resumo
O ousado desafio da Revista Convergência Crítica de lançar um dossiê exclusivamente sobre rap foi finalizado com uma edição que contempla os três maiores países que foram colonizados por Portugal: Angola, Brasil e Moçambique.
Observar diferentes discursos na mesma expressão artística e no mesmo idioma nos leva a perceber consequências da ligação histórica entre os países estudados. Essa ligação ocorre devido ao histórico colonial, mas os textos enfatizam justamente a narrativa decolonial, perspectiva em que a história é contada por grupos estruturalmente invisibilizados. O rap é um dos poucos espaços para esses grupos se expressarem e ocuparem a posição de protagonistas, em que se busca inverter a lógica do poder.
Entender que o sistema-mundo se estabelece em estruturas colonialistas, heteropatriaciais e capitalistas nos leva a compreender que há uma classe hegemonica que se impõe globalmente, estabelcendo um padrão de poder, por meio dessas três formas de opressão. Entretanto, as dinâmicas de opressão e resistência se configuram em uma dinâmica entre o global e o local. Os textos de cada um dos autores decifram quais dinâmicas locais são essas e quais grupos sociais estão utilizando o rap para apresentarem suas pautas.