Os pobres também fazem História

As experiências transnacionais na trajetória política do militante internacionalista Antônio Filgueira Vieytes.

Autores

  • Renata Cotrim PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcc.v1i18.58110

Resumo

O presente artigo tem por objetivo recuperar parte da trajetória política do operário galego, militante e revolucionário internacionalista Antônio Filgueira Vieytes, membro da Federação Operária Local de Santos (FOLS) e da Confederação Operária Brasileira (COB) e com isso, contribuir para a construção e preservação da memória e das lutas da classe operária no Brasil nas duas primeiras décadas do século XX. Por meio dos arquivos oriundos dos registros das lutas e das resistências do movimento operário internacional e das reflexões acerca da importância da salvaguarda desses acervos - constituídos, reunidos e preservados pelos próprios militantes e portanto, à margem da burocracia do Estado, pretende-se retomar as experiências transnacionais as quais Antônio Vieytes1 vivenciou ao longo de sua trajetória como operário e militante internacionalista, principalmente quando esteve à frente das articulações para a realização do Congresso Internacional Pró Paz, na cidade de Ferrol, na região da Galícia, Espanha, e o I Congresso da Paz no Rio de Janeiro, no Brasil, ambos em 1915. As articulações políticas em torno da realização do I Congresso da Paz no Rio de Janeiro geraram muitos registros e estão reunidos em um conjunto de documentos que fazem parte do fundo Astrojildo Pereira, pertencente ao Instituto Astrojildo Pereira (IAP), atualmente sob custódia do Centro de Documentação e Memória da Unesp (CEDEM). A análise desses documentos, sob a perspectiva da classe que os constituíram, serviram de base para as reflexões a seguir.

1 Na maior parte da documentação encontrada sobre o militante galego, o sobrenome paterno Filgueira não aparece e por isso, optou-se por referenciá-lo utilizando o primeiro nome e o sobrenome materno (Antonio Vieytes). Há momentos em que o sobrenome paterno é escrito com a letra “s” no final, mas optou-se por manter a grafia usada nos registros dos censos populacionais da cidade de Ferrol dos anos de 1887, 1899 e 1900, portanto, Filgueira. O mesmo acontece com o sobrenome materno, Vieytes, que por vezes é escrito com “i”, ou seja, Vieites”. Pela constância em que aparece na documentação, mas sobretudo, pela assinatura do próprio militante, escolheu-se a grafia utilizando a letra y.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2023-04-14

Edição

Seção

Artigos