Acontecimentos traumáticos e memória local
Reflexões a partir do caso do acidente de 13 de maio de 1974 em Currais Novos/RN
DOI:
https://doi.org/10.22409/rcc.v2i20.61630Resumo
Este artigo trata de como os acontecimentos traumáticos passam a fazer parte da memória local, no recorte de uma cidade. Discutimos essa questão a partir da memória de um acidente ocorrido em 13 de maio de 1974 em Currais Novos/RN, no qual uma procissão católica foi atropelada por um ônibus, levando vinte e quatro pessoas a falecerem. Analisamos diferentes fontes referentes ao processo de elaboração memorialística acerca desse fato, contando com o suporte teórico de autores que discutem as dinâmicas sociais e culturais da memória, como Assmann (2011; 2013), Pollak (1989; 1992) e Ricoeur (2007). Identificamos que esse acidente foi transformado em um fato rememorado por diversos meios, de modo que sua inserção na memória local se deu associada a um discurso de coesão identitária, nesse caso, uma identidade relacionada às tradições cristãs-católicas predominantes na cidade. Portanto, concluímos que acontecimentos traumáticos podem ser rememorados para reforçar identidades locais a partir de articulações que envolvem as esferas social e cultural.
Palavras-chave: Acontecimentos traumáticos. Currais Novos. Memória.