Moda, dataficação, inteligência artificial e colonialismo digital: reflexões introdutórias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rcc.v1i21.64904

Resumo

O presente trabalho parte de uma abordagem fenomenológica, com fontes bibliográficas e
documentais, e propõe uma reflexão sobre a relação entre moda e colonialismo digital. A moda é o
que torna nossos corpos vestidos e ornamentados, culturalmente visíveis; organiza pulsões tangíveis
e intangíveis. Por meio do vestir, a moda articula o corpo com a territorialidade nas práticas do
cotidiano. Compreendemos que a moda atuando no campo do sensível e na constituição subjetiva
do sujeito, junto à indústria da moda, originada no Norte global, acaba que agindo como dispositivo
colonizador, por onde atua. Já a moda sistematizada ou a indústria da moda é entendida em uma
perspectiva ampla, como organização econômica, que contempla não apenas as tendências no ramo
do vestuário, mas também seu processo produtivo e ideológico. A moda sistematizada serve de
estrutura social de divisão de classes. O colonialismo digital está diretamente relacionado a uma
fase do modo de produção capitalista, que objetifica e mercantiliza as relações sociais, como mais
uma forma de opressão e controle, que expropria corpos, recursos naturais e o tempo, por meio da
tecnologia dataficada. Articulando-se as duas temáticas, é possível refletir que ambas têm a
capacidade de excluir pessoas conforme sua raça, etnia, classe social, gênero, dentre outros
marcadores sociais. Abordamos neste trabalho, ainda incipiente, não apenas os impactos da
dataficação e do colonialismo digital na moda, mas também as possibilidades de resistência por
meio de movimentos hacktivistas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucilene Hidaka, Universidade de São Paulo

Doutoranda em Design pela FAU/USP (Bolsista CNPq). Mestra em Têxtil e Moda, pela EACH/USP (Bolsista Capes). Graduada em Design Gráfico pela FAAC/Unesp. Licenciada em Artes Visuais. Professora e designer gráfico. Principais temas de pesquisa: design, moda, sustentabilidade, upcycling, feminismos, hacktivismo e mundo do trabalho.

Lara Leite Barbosa, Universidade de São Paulo

Arquiteta e Urbanista com especialização em Design, docente da FAU/USP desde 2009. Autora da tese de livre-docência "Do Caos, Design e Aquateturas", defendida em 2021. Seu livro "Design sem fronteiras: a relação entre o nomadismo e a sustentabilidade", publicado pela Edusp e Fapesp em 2012, recebeu o 3º lugar do Prêmio Jabuti 2013 na Categoria Arquitetura e Urbanismo. Possui patente de invenção do “MÓDULO MÓVEL DE HIGIENE" pelo I.N.P.I./S.P.

Downloads

Publicado

2025-01-17