Ritmos festivos, boémios e notívagos: timbres de libertação e prazer
DOI:
https://doi.org/10.22409/.v2i2.2966Palabras clave:
festa, boémia, vida noturna, dialética, ritmosResumen
Num enquadramento crítico e polirrítmico, contemplam-se os campos da festa, da boémia e da vida noturna, condições antropológicas que se atravessam em modulações fractais e são atravessadas por diversos e, por vezes, concorrentes elementos, forças e ritmos.Pretende-se apresentar e explorar os elementos da festa - remetendo às suas origens populares e carnavalescas, da boémia – focando a sua origem enquanto mito da vida moderna e da vida noturna – contemplando os elementos da saída noturna e a sua expressão/iluminação do campo do uso noturno na cidade.
Este tríptico uno entre festa, boémia e vida noturna - associado à música e dança e ao espaço público - situa-se, à partida, e originalmente, nas esferas do prazer, do desejo, da libertação, da transgressão, da inversão ou suspensão das normas e convenções sociais e da diversidade. Porém, as vibrações libertárias, contestatárias festivas, boémias e noctívagas são, e cada vez mais notoriamente, absorvidas por ritmos de reprodução de um quotidiano linear, hierárquico e alienante, imprimido pelo neoliberalismo que impera na sociedade e se proclama inevitável. Não obstante, assume-se e sublinha-se o poder emancipatório e de resistência da festa, da vida noturna e da boémia, capaz de ser amplificado neste campo movediço que a produção e regulação neoliberal representam.