Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
BLANCO, Letícia de Souza. Desenvolvimento e sustentabilidade no setor elétrico brasileiro: um estudo de caso sobre as ações da
Eletrobras. Revista Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 6, nº 12, pp. 57-79, setembro-dezembro de 2020.
Submissão em: 11/05/2020. Aceite em: 11/12/2020.
ISSN: 2316-8544
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O que se almejava com a Conferência de Estocolmo era que os Estados-Nações
presentes à Conferência tomassem iniciativas conservacionistas em seus negócios, de tal
maneira que não impactassem o meio ambiente, atuando de forma mais sustentável.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também
conhecida como Conferência de Estocolmo, iniciada em cinco de junho de
1972, marcou uma etapa muito importante na ecopolítica mundial. Dela
resultaram inúmeras questões que continuam a influenciar e a motivar as
relações entre os atores internacionais, colaborando para a notável evolução
que eclodiu após a Conferência (PASSOS, 2009, p.12).
Na Conferência de Estocolmo, além de defender a racionalização dos recursos
naturais no sistema produtivo, outros fatores foram destacados, como a urgência de se
reduzir a poluição atmosférica e marinha e de se preservar os recursos naturais (solo,
água, ar, fauna e flora). Dessa forma, essas necessidades passaram a ser pontuadas nas
legislações ambientais dos Estados-Nações que se encontravam presentes na
Conferência (CONFERÊNCIA, 1972).
A partir da Declaração de Estocolmo (1972), as nações do mundo começaram a
se mobilizar, fomentando marcos históricos importantes como: o fortalecimento das
Organizações Não Governamentais voltadas à proteção do meio ambiente; a criação do
Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA); e a
internacionalização do debate ambiental (DIAS, 2017). Nesse momento, surgem
movimentos ambientalistas que defendem a preservação e conservação ambiental.
[...] a Conferência propiciou a consolidação das mais indispensáveis bases à
moderna política ambiental adotada pela imensa maioria dos países, com
maior ou menor rigor, nos seus respectivos ordenamentos jurídicos. É,
portanto, caracterizada pelo despertar da consciência das nações sobre essa
realidade, fazendo com que surgissem, também, novos movimentos
ecologistas e preservacionistas que, por sua vez, passaram a refletir-se nas
Cartas Constitucionais dos Estados, os quais passaram a incluir em seus
textos os chamados direitos de proteção ao meio ambiente. (SANTOS, 2009,
p.12).
Como se vê, o principal objetivo da conferência era fazer com que os países
pudessem crescer e se desenvolver sem afetar a qualidade de vida da população e sem
precisar acabar com os recursos naturais, atendendo aos pedidos dos movimentos
ambientalistas. Logo, o que se buscava com a Conferência era um incentivo ao
desenvolvimento econômico mais sustentável, como afirma Moreira (2011).