Ensaios de Geografia
Essays of Geography | PPGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
VARNIER, Macleidi; NASCIMENTO, Ederson. Espacialidades da COVID -19 na cidade de Chapecó, SC. Revista Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 7, nº 13, pp. 69-87, janeiro-abril de 2021.
Submissão em: 08/12/2020. Aceito em: 02/04/2021.
ISSN: 2316-8544
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ESPACIALIDADES DA COVID-19 NA CIDADE DE CHAPECÓ, SC
1
SPATIALITIES OF COVID-19 IN THE CITY OF CHAPECÓ, SC, BRAZIL
Macleidi Varnier
2
Universidade Federal da Fronteira Sul
macleidi.varnier@estudante.uffs.edu.br
Ederson Nascimento
3
Universidade Federal da Fronteira Sul
ederson.nascimento@uffs.edu.br
Resumo
Neste artigo, apresentamos uma análise da evolução da pandemia de COVID-19 na cidade de Chapecó, em
Santa Catarina, contextualizando-a no âmbito das principais desigualdades socioespaciais existentes.
Constata-se uma distribuição espaço-temporal díspar dos casos notificados da doença, com maior
ocorrência, nos primeiros três meses da pandemia, em áreas residenciais periféricas, ocupadas
predominantemente por populações com baixos níveis de renda e, algumas delas, com elevadas densidades
demográficas. Destaca-se a alta incidência de casos na zona oeste da cidade, em bairros com grande
concentração de famílias de trabalhadores em agroindústrias de carne. Em um segundo momento, observa-
se um avanço da doença para outras localidades da cidade, incluindo as áreas centrais, com aumento dos
números de casos e óbitos, em grande parte resultado da flexibilização de medidas de redução da circulação
de pessoas.
Palavras-chave
Pandemia de COVID-19; espaço urbano; evolução espaço-temporal; desigualdades socioespaciais.
Abstract
In this paper, we submit an analysis of the evolution of COVID-19 pandemic in the city of Chapecó, in
Santa Catarina, putting in the context of the main socio-spatial inequalities. It is observed that there is a
disparate spatio-temporal distribution of the disease reported cases, with more occurrences, in the first three
months of the pandemic, in peripheral residential areas, inhabited predominantly by people with low income
levels and, some of them, with high demographic densities.Another importante aspect is the high incidence
of cases in the west area of the city, in neighborhoods where there is a great concentration of meat
processing agro-industries workers’ families. Furthermore, it is observed an advance of the disease to other
locations in the city, including central areas, with an increase in the number of cases and deaths, largely
due to the loosening of measures to reduce the circulation of people.
Keywords
COVID-19 pandemic; urban space; spatio-temporal evolution; socio-spatial inequalities.
1
O trabalho foi apresentado originalmente na II SEMAGEO UFF: Re-arranjos Geográficos sob a influência
da Pandemia da COVID-19 que ocorreu de forma remota em outubro de 2020.
2
Acadêmico do curso de Graduação em Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) -
Campus Chapecó.
3
Doutor em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor dos cursos de
Graduação e Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus
Chapecó
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AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
VARNIER, Macleidi; NASCIMENTO, Ederson. Espacialidades da COVID -19 na cidade de Chapecó, SC. Revista Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 7, nº 13, pp. 69-87, janeiro-abril de 2021.
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Introdução
A propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da COVID-19, por
todo o mundo, representa um enorme desafio à saúde pública, devido à ampla
disseminação e ao grande ônus de morbimortalidade nos diversos países e regiões
afetadas (VELAVAN; MEYER, 2020). E a dimensão espacial é um componente de suma
importância para o conhecimento da evolução da enfermidade ao longo do tempo, bem
como (e a partir disso) para o seu enfrentamento, uma vez que a evolução da doença e
seus impactos variam de acordo com as características dos lugares (BUZAI, 2020).
Chapecó é uma cidade média localizada no oeste de Santa Catarina (Figura 1),
onde a pandemia de COVID-19 tem apresentado um cenário preocupante. O primeiro
caso da doença foi confirmado no dia 20/03/2020, e desde então a escalada no número de
casos e óbitos vem se mantendo em nível elevado. Entretanto, percebe-se que a
enfermidade não atingiu a cidade de forma homogênea, com a intensidade e
características do contágio variando no espaço e no tempo.
Figura 1: Mapa de localização do município de Chapecó (SC)
Elaboração dos autores.
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Em tal contexto, o presente trabalho realiza uma análise da evolução e a
distribuição espacial dos casos de COVID-19 em Chapecó, correlacionando as
características de espacialização com as condições sociais das localidades em diferentes
momentos. Considerando que a cidade de Chapecó se constituiu reproduzindo marcantes
desigualdades socioespaciais (NASCIMENTO, 2015), buscamos interpretar a
distribuição dos casos de COVID-19 à luz da estrutura socioespacial, a fim de entender
suas diferentes espacialidades, ou seja, os impactos da doença nas diferentes áreas da
cidade.
A pesquisa foi realizada utilizando-se de abordagem quali-quantitativa. A
metodologia do trabalho teve como etapas: o levantamento e revisão bibliográfica de
trabalhos que discorrem acerca da pandemia de COVID-19 e sobre a constituição e
formação do espaço na cidade de Chapecó; levantamento e compilação de dados sobre
casos e óbitos por COVID-19, disponibilizados pela Secretaria de Saúde de Santa
Catarina e pela Prefeitura Municipal de Chapecó; elaboração de gráficos e mapas
temáticos, visando demonstrar a evolução espaço-temporal da doença, e; análise de
informações (em diversos portais de notícias) relacionadas à pandemia em Chapecó e em
outras escalas de análise, com vistas a reunir elementos explicativos acerca da dinâmica
da enfermidade na referida cidade.
O texto, doravante, está divido em duas seções. Na primeira delas, apresenta-se as
principais bases histórico-geográficas da formação socioespacial da cidade de Chapecó,
e na seção seguinte, realiza-se uma análise da distribuição espacial dos casos notificados
de COVID-19, assim como do quantitativo de óbitos decorrentes da doença na cidade, no
período de abril a dezembro de 2020.
Aspectos da formação socioespacial de Chapecó
Com uma população total estimada de 224.013 habitantes (em 2020) e taxa de
urbanização de 91,6% (2010), o município de Chapecó se destaca como o principal centro
urbano e polo econômico do Oeste Catarinense, sobretudo devido à presença, em seu
território, de importantes unidades processadoras de produtos alimentícios
(especialmente de origem suína e avícola) e de diversas empresas com atividades de apoio
à produção agroindustrial, além de uma ampla gama de atividades econômicas e de
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serviços privados e públicos, características que estendem a sua centralidade para cerca
de uma centena de outros municípios (VILLELA et al., 2017; IBGE, 2020).
A partir do fim da guerra do contestado, em 1916, quando foram estabelecidos os
limites territoriais entre Santa Catarina e Paraná, ocorreu a criação, pelo governo estadual,
do município de Chapecó (1917) para administrar uma grande área territorial do Oeste de
Santa Catarina. O município foi o único com este status no Oeste e Extremo Oeste
Catarinense até 1934, quando foi fundado o município de Concórdia. Principalmente
depois da década de 1950, várias vilas foram emancipadas tornando-se municípios, o que
reduziu a área de responsabilidade administrativa de Chapecó até a delimitação atual.
Desta posição que descende de decisões políticas, desde seu início Chapecó ostentou ser
um ponto de referência no oeste catarinense (KAISER, 2012).
A constituição populacional da cidade foi e ainda é composta de indígenas,
caboclos e descendentes de imigrantes de descendência europeia. Nos primórdios do
município, as madeireiras e pequenos e médios frigoríficos constituíam a base da
economia local, associados a um modo de vida rural de subsistência. A companhia
Colonizadora Ernesto Bertaso foi a responsável pelo loteamento inicial e pela definição
da área do centro da cidade a partir de 1930. O projeto de ordenamento urbano das vias
urbanas era visto como moderno e progressista, no qual as ruas largas proporcionavam o
trânsito daquele que naquele momento era a esperança de desenvolvimento, o carro
(MORETTO; BRANDT, 2019).
Entretanto, as desigualdades socioespaciais estão presentes desde a fundação do
município. Quatro subespaços urbanos expressam de modo notável essa condição. Um
deles é o distrito Marechal Bormann. Distante cerca de 13 quilômetros do atual centro
principal, esse distrito, que foi o primeiro núcleo de ocupação efetiva da cidade em 1917,
permanece como área de ocupação irregular até a atualidade e apresenta condições
precárias de infraestrutura urbana.
O segundo dos subespaços destacados é o Centro da cidade, que sempre foi a área
que recebeu prioritariamente os investimentos públicos. Ainda hoje, o Centro e os bairros
adjacentes concentram a maioria dos estabelecimentos comerciais e de serviços, sendo
também o locus preferencial para investimentos (especialmente imobiliários) e para local
de moradia das camadas de mais alta renda (MATIELLO et al., 2016).
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Outro subespaço que constitui um símbolo da permanente desigualdade
socioespacial na cidade é o bairro São Pedro. Situado na porção leste da cidade, o bairro
foi criado no final da década de 1960 pela empresa colonizadora para assentar famílias
empobrecidas que formavam um cinturão de barracos ao redor do núcleo urbano e, por
isso, na visão da colonizadora e da administração municipal, prejudicavam a imagem de
“progresso” apregoada à cidade. O bairro ficava a cerca de três quilômetros do município
e desconexo da malha urbana, e ainda hoje o bairro carece de infraestrutura básica, além
de concentrar camadas da população fortemente atingidos pela exclusão social (HASS;
AIDANA; BADALOTTI, 2010; ANTUNES, 2015).
Finalmente, menciona-se o bairro Efapi, localizado na porção oeste do espaço
urbano, e que foi loteado a partir de 1970 com o intuito de fornecer moradia para
trabalhadores de frigoríficos instalados em suas proximidades (RECHE, 2008). Seu
crescimento desde então foi notável, sendo na atualidade o bairro mais populoso de
Chapecó, com população superior a 40 mil habitantes. Até hoje, o bairro é local de
residência de muitos trabalhadores agroindustriais, em sua maioria vinculados a três
grandes frigoríficos, sendo dois deles situados na própria porção oeste de Chapecó, e um
outro localizado em território do município vizinho de Guatambu.
Além dos quatro subespaços destacados, há também dezenas de ocupações
irregulares e territórios urbanos com infraestrutura e condições de vida precárias na
cidade (NASCIMENTO; LEMOS, 2020).
Com a instalação de importantes agroindústrias a partir do final dos anos 1960, a
cidade teve grande impulso em seu crescimento, tornando-se um ponto de referência para
toda uma cadeia de produção baseada essencialmente em galináceos e suínos que se
desenvolvia em municípios vizinhos. As agroindústrias também influenciaram no
crescimento da cidade e no limite das áreas de moradias ocupadas no município (RECHE,
2008). Nas décadas seguintes, a fundação de universidades, o desenvolvimento de uma
rede de clínicas e hospitais, o setor de comércio e serviços, a presença na cidade de órgãos
do estado, o advento de voos regulares para outras regiões do país no aeroporto local, e a
ascensão do clube de futebol local influenciaram na consolidação desta centralidade
(FUJITA, 2013; VILLELA et al., 2017).
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Todos estes processos moldaram a atual feição do espaço urbano de Chapecó.
Atualmente, é perceptível uma clara diferenciação da ocupação e uso do espaço, expressa
nas formas e conteúdos sociais presentes. Na porção central da cidade, o preço do solo e
da moradia é muito mais alto, o que resulta que sua apropriação quase que exclusivamente
se dá pelos segmentos da população com níveis de renda mais elevados. Ao distanciar-se
do centro em direção as periferias, o custo das moradias e a renda média da população
diminuem (Figura 2).
Figura 2: Renda média mensal em Chapecó
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaborado pelos autores.
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Figura 3: Densidade demográfica urbana de Chapecó
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Elaborado pelos autores.
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A densidade demográfica também é um dado importante para a análise da
distribuição dos casos de COVID-19, visto que quanto maior a densidade de ocupação
em um lugar, maior a tendência de ocorrerem encontros e interações entre pessoas. Em
Chapecó, percebemos que a densidade demográfica é mais elevada nos bairros Efapi, São
Pedro, Cristo Rei e em partes do centro (Figura 3). Contudo, enquanto o adensamento na
área central se devido à verticalização, com a presença de edifícios de apartamentos
residenciais, nas áreas periféricas ela ocorre principalmente devido à ocupação por
loteamentos com habitações em terrenos de baixa metragem quadrada, e a aglomerações
em ocupações irregulares (NASCIMENTO, 2017)
4
.
A dinâmica da COVID-19 no espaço urbano de Chapecó
A centralidade regional que o município exerce pode ter influenciado a dispersão
do coronavírus em âmbitos local e regional. Chapecó foi uma das primeiras cidades do
Oeste catarinense a confirmar casos de COVID-19, ainda no dia 20 de março de 2020. Os
deslocamentos intermunicipais envolvendo a cidade, principalmente para fins de
trabalho, pode ter ajudado a espalhar o vírus para municípios vizinhos ainda nos meses
de março e abril.
Com o objetivo de evitar a propagação da doença em Santa Catarina, o Governo
do Estado decretou estado de emergência no dia 20 de março de 2020, e anunciou medidas
de distanciamento social, como a suspensão do transporte coletivo intermunicipal, a
proibição de eventos e o fechamento de estabelecimentos comerciais e de serviços
considerados não essenciais
5
. Apenas as atividades essenciais seguiram funcionando,
entre as quais estavam algumas com grande interação entre pessoas, como o atendimento
em supermercados, panificadoras e farmácias, assim como a cadeia de produção de
alimentos.
4
Mais recentemente, especialmente a partir de 2011 portanto, fora do escopo dos dados do último censo
demográfico tem ocorrido também o aumento no número de edifícios de apartamentos em áreas limítrofes
da mancha urbana, especialmente no vetor sul, incluindo os bairros Esplanada e Progresso (este criado em
2015, a partir de parte do bairro Seminário), no quadrante nordeste, nos bairros Pinheirinho e Desbravador
(criado também em 2015, a partir da expansão do bairro Líder), e no próprio bairro Efapi. Tal processo foi
impulsionado, em grande medida, por empreendimento derivados do programa habitacional federal Minha
Casa Minha Vida.
5
Governo de Santa Catarina. Decreto nº 515, de 17 de março de 2020.
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No entanto, a partir de 27 de março, as medidas começaram a ser flexibilizadas e
atividades do setor hoteleiro e de construção civil voltaram a poder ser realizadas
mediante a apresentação, pelo Governo Estadual, de um plano de retomada das atividades
econômicas. No dia 13 de abril, o setor comercial e os serviços privados foram liberados
para retomarem suas atividades tendo de cumprir medidas que mitigassem a disseminação
da doença. A partir de então, o ritmo normal das cidades catarinenses foi voltando aos
poucos. A Prefeitura de Chapecó chegou a suspender o transporte público em 18 de
março, mas as atividades consideradas essenciais (incluindo atendimento em
supermercados, panificadoras e farmácias, e a linha de produção na indústria
agroalimentar) seguiram normalmente.
Essas e outras medidas de priorização do distanciamento social contribuíram para
manter baixos os níveis de contágio na cidade. Os dados sistematizados na Figura 4
mostram que até a terceira semana de abril o mero de casos notificados se manteve
baixo. Entretanto, a partir do final de abril e início de maio, assistiu-se a um progressivo
aumento dos casos de COVID-19, ultrapassando a marca de mil casos na primeira
quinzena de junho. No final desse mês, depois de um período que parecia demonstrar
estabilidade, observou-se um “salto” no número de novos casos, em grande parte
resultado de uma testagem em massa realizada em um grande frigorífico da cidade.
Nos meses de julho e agosto a curva do contágio seguiu crescendo, com o número
de novos casos diários aumentando. Desde o dia 24 de junho, quando houve o registro do
caso de nº 2.000, houve o registro de mil novos doentes em um intervalo de 23 dias. Em
seguida, esse intervalo foi ainda menor, de modo que 19 dias depois, em 5 de agosto,
haviam sido notificados quatro mil casos, e em 23 de agosto, eram cinco mil (Figura 4).
A curva do contágio seguiu em alta, com um novo “salto” no número de
notificações no início de setembro, oficialmente justificado por adequações entre os
bancos de dados da Prefeitura Municipal e da Secretaria Estadual de Saúde. Depois, entre
meados de setembro e meados de outubro, houve uma leve redução no número médio de
novos casos – foram 37 dias para um acréscimo de mil novos casos, entre 6 de setembro
a 13 de outubro o que dava a impressão que o avanço da pandemia estava desacelerando.
Mas na última quinzena do mês e no início de novembro, viveu-se novamente um
aumento considerável no número de casos (Figura 4).
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Figura 4: Evolução do número de casos de COVID-19 em Chapecó
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina. Elaboração dos autores.
É importante considerar que a incidência dos casos acumulados não se deu de
forma homogênea nos subespaços da cidade ao longo do tempo. Nos meses iniciais em
que a cidade foi cometida pela pandemia, a porção oeste do espaço urbano, onde estão
localizados os bairros Efapi, Jardim do Lago, Alta Floresta e Engenho Braun, foi a mais
atingida do território municipal, com proporção de casos bastante superior à verificada
nas demais localidades (Figura 5). Para se ter uma ideia, segundo dados da Prefeitura de
Chapecó, dos 2.607 casos notificados até 25 de junho
6
, 1.155 (44,3%) correspondiam a
moradores de um desses bairros; a título de comparação, a população desses bairros
somada correspondia em 2010 a 16,14% da população total do município
7
.
6
Ressalta-se que em vários períodos discrepâncias entre os dados de casos e óbitos disponibilizados
pela Secretaria Estadual de Saúde e pela Secretaria de Saúde de Chapecó, devido a diferenças nos
procedimentos de registro. No presente estudo, priorizou-se o uso dos dados reunidos pelo Estado de Santa
Catarina, optando-se por lançar dos dados municipais somente para as análises intramunicipais.
7
Se considerarmos o dado estimado da Prefeitura de Chapecó de aproximadamente 40 mil habitantes para
o bairro Efapi, citado, a proporção encontrada para 2020 é de 17,9%, pouco superior, portanto, à
proporção calculada a partir dos dados de 2010. Isso porque, na estimativa da Prefeitura Municipal, as
localidades de Alta Floresta, Jardim do Lago e Engenho Braun fazem parte do bairro Efapi.
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Figura 5: Distribuição espacial dos casos notificados de COVID-19 por localidades de
Chapecó (25/06/2020).
Fonte dos dados: Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó. Elaboração dos autores.
Como já adiantamos, na zona oeste da área urbana e em área limítrofe a ela (já no
município vizinho de Guatambu) estão localizadas grandes agroindústrias, que empregam
milhares de trabalhadores de Chapecó, muitos dos quais residentes nessa porção da
cidade. Durante a pandemia, o trabalho nessas empresas não foi paralisado por ser
considerado essencial. Porém, em muitos frigoríficos do Sul do Brasil, detectaram-se
surtos de infecção por COVID-19, inclusive em Chapecó. De acordo com Nascimento,
Tombini e Ripplinger (2020), as contaminações de trabalhadores em frigoríficos
[...] estiveram relacionadas com falhas encontradas nos protocolos de
prevenção à contaminação adotados pelas empresas, aliado às características
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do trabalho agroindustrial, com grande número de trabalhadores trabalhando
próximos entre si em espaços de pouca ventilação (NASCIMENTO;
TOMBINI; RIPPLINGER, 2020, p. 32-33).
Outro agravante, ainda segundo os mesmos autores, foi o transporte dos
trabalhadores, realizado predominantemente por ônibus.
Acredita-se que o regime de contaminação ocorrido no âmbito do trabalho
industrial contribuiu para espalhar o vírus e aumentar o número de casos de COVID-19
mais rapidamente nos adensados bairros dessa zona da cidade. Tal situação pode ter sido
potencializada também pela dinâmica comercial existente no bairro Efapi, onde
também diversas lojas de diferentes gêneros concentradas ao longo da avenida Atílio
Fontana, via de tráfego que liga o bairro ao centro de Chapecó, ao município de Guatambu
e a outras localidades.
Na medida em que o número de casos da doença foi aumentando, aliada a
flexibilização e o relaxamento das medidas restritivas por parte do Estado e da própria
população, percebe-se a proliferação e aumento de novos casos em todas as áreas da
cidade (Figura 6). Destacam-se, nesta segunda fase da evolução espaçotemporal da
doença, um grande aumento no número de casos no bairro Centro e seu entorno. Tal fato
resulta de uma conjunção de fatores que incluem: a própria participação percentual da
população desses bairros (que é alta) no total do município; a maior presença de
estabelecimentos comerciais e de serviços com intensa movimentação de pessoas nessas
áreas da cidade, e, ainda; o aumento de práticas de interação social por partes desses
grupos residentes nessas áreas, realizadas em atividades laborais e, principalmente, de
lazer e sociabilidade.
A partir de setembro de 2020, os dados intramunicipais de casos de COVID-19
em Chapecó, que até então eram disponibilizados por localidades urbanas e rurais (bairros
e vilas) dos infectados, passaram a ser contabilizados por áreas de cobertura dos Centros
de Saúde Familiar (CSF), o que limitou as possibilidades de análise comparativa com os
dados de momentos anteriores (como os que estão espacializados nas Figuras 5 e 6)
8
.
Ademais, esse modo de contabilização exclui os atendimentos realizados pela rede
8
Os Centros de Saúde Familiar correspondem a Unidades Básicas de Saúde, e atendem, cada qual, a um
conjunto diferente de localidades, seguindo uma divisão territorial própria.
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privada de saúde, essenciais para se ter uma melhor ideia da distribuição quantitativa dos
casos no espaço no momento dado; também dificulta a “captação” o reconhecimento dos
processos em algumas áreas da cidade, como, por exemplo, na área central, pois os
moradores dali tendem a se distribuir à CSFs do entorno mais próxima, caso busquem
atendimento no serviço público de saúde.
Figura 6: Distribuição espacial dos casos notificados de COVID-19 em Chapecó –
27/08/2020
Fonte dos dados: Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó. Elaboração dos autores.
Apesar disso, os dados reunidos para o mês de novembro de 2020 mostram que o
número de casos ativos de COVID-19 segue elevado em diversas áreas da cidade. Chama
a atenção o fato de que, nesse momento, outras áreas da cidade apresentam indicadores
mais graves dos que os verificados nas zonas central e oeste, caso das áreas do CSFs
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ISSN: 2316-8544
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Santa Maria e Chico Mendes (respectivamente, nos bairros Santa Maria e Presidente
Médici, a leste), do CSF Sul (bairro Universitário), do CSF Norte (bairro Passo dos
Fortes) e do CSF Oeste (bairro São Cristóvão) (Figura 7).
Figura 7: Distribuição espacial dos casos ativos de COVID-19 por CSF em Chapecó –
18/11/2020
Fonte dos dados: Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó. Elaboração dos autores.
Com relação às mortes decorrentes da COVID-19 ocorridos no município,
observa-se que estas aumentaram principalmente a partir da metade do mês de julho e se
intensificaram a partir de agosto, mantendo-se em alta até o início de outubro, mês em
que o número de óbitos se manteve praticamente estável. Todavia, no início de novembro
ocorreu um novo aumento (Figura 8).
Ao se analisar o número de novos óbitos ocorridos por semana em decorrência da
COVID-19, verifica-se que houve um crescimento sobretudo entre agosto e setembro.
Um novo aumento é registrado no final de outubro e início de novembro, após um período
de redução (Figura 9). A expressiva adição do número de novos casos, associados a
elevados níveis de ocupação de leitos de enfermarias e de terapia intensiva (UTI) nos
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AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
VARNIER, Macleidi; NASCIMENTO, Ederson. Espacialidades da COVID -19 na cidade de Chapecó, SC. Revista Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 7, nº 13, pp. 69-87, janeiro-abril de 2021.
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hospitais da cidade (tanto na rede pública de saúde, como também na rede privada),
perfazem um cenário preocupante para o mês de dezembro
9
.
Figura 8: Evolução do número de óbitos por COVID-19 em Chapecó.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina. Elaboração dos autores.
Figura 9: Novos óbitos por COVID-19 em Chapecó, por semanas epidemiológicas.
Elaboração dos autores. Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina
9
Infelizmente, a Prefeitura de Chapecó não divulgou dados sobre os locais de residência das vítimas fatais,
razão pela qual não foi possível analisar a distribuição espacial dos óbitos.
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Vale registrar que, não obstante a contínua e notória evolução da pandemia de
COVID-19 no município (e no país como um todo), parte da população de Chapecó
ignorou sua gravidade, principalmente a partir do mês de setembro. Ao circular pelas ruas
da cidade, era (e ainda é) comum ver pessoas aglomeradas em logradouros e sem uso
adequado de máscara de proteção facial, apesar de locais como parques e praças terem
sido mantidos fechados pelo poder público. Bares e restaurantes também comumente
eram vistos lotados em Chapecó. Na semana epidemiológica de 9 de novembro houve
mais de 500 novos casos, fato que não acontecia desde a semana de 24 de agosto. A
eleição municipal e toda a dinâmica social que a envolveu também pode ter colaborado
para esse aumento.
A cidade claramente passa por um agravamento da disseminação da doença, com
mais de mil casos ativos na semana de 9 de novembro. Tal cenário obrigou a prefeitura
de Chapecó a estabelecer novamente algumas medidas de distanciamento social em
combate à pandemia em 27 de novembro. Porém, tais ações que se resumiram à restrição
de horários de funcionamento de bares, lanchonetes e congêneres, e à proibição de
atividades que praticamente já não vinham sendo feitas, como o uso de salas de cinema e
a promoção de eventos sociais e esportivos de caráter amador têm tido baixo impacto
no controle do avanço do contágio.
Considerações finais
O presente estudo buscou apresentar uma análise espaço-temporal da COVID-19
em Chapecó. Pôde-se constatar que a doença evoluiu por meio de espacialidades distintas
ao longo do período analisado. Nos primeiros meses da pandemia, entre março e junho
de 2020, a distribuição dos casos, apesar de ocorrerem em diversas áreas do município,
era claramente superior na porção oeste do espaço urbano, em bairros que abrigam a
maior parte da população empregada nos frigoríficos, fato este considerado como um dos
mais importantes para a disseminação da doença na cidade.
Em um segundo período, a partir do mês de julho, a incidência de casos aumentou
também nas demais localidades, incluindo a maior parte dos bairros periféricos,
especialmente a sul, a leste e a noroeste. Estes, tal como os bairros da zona oeste,
correspondem em sua maioria aos locais de moradia de camadas com menor poder
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aquisitivo, apresentando déficits de infraestrutura e, em alguns casos como em parte
dos bairros Efapi, Cristo Rei, São Pedro e Bom Pastor níveis elevados de densidade
demográfica associados ao tamanho reduzido dos domicílios e à proximidade entre eles.
Ainda neste segundo período, a COVID-19 atingiu também mais duramente as
localidades ocupadas predominantemente pelas camadas de mais alta renda, que
correspondem ao Centro e áreas contíguas a ele (bairros Maria Goretti e Jardim Itália, e
porção setentrional do bairro Palmital).
Cabe salientar também a atuação díspar dos poderes públicos no decurso da
pandemia. Nos meses de março e abril, a implementação, pelas administrações estadual
e municipal, de medidas de restrição à circulação e incentivo à quarentena ajudaram a
limitar o ritmo do contágio. Entretanto, o abandono da maior parte dessas medidas,
somada ainda à ineficiência da política federal de combate à pandemia, parecem ter
contribuído para a intensificação da doença em termos quantitativos e espaciais, com
progressivo aumento nos números de casos notificados e de óbitos.
Diante da gravidade da situação, é de suma importância, além da manutenção dos
cuidados por parte de cada indivíduo, a atuação do poder público implementando medidas
de controle efetivo da pandemia – regulação/restrição da circulação de pessoas visando o
aumento do distanciamento social, aumento da testagem e isolamento dos infectados,
ampliação da vacinação, entre outras. A ausência ou omissão pode implicar um
descontrole ainda maior na taxa de contágio e na perda de vidas humanas. Ademais, as
populações mais vulneráveis precisam receber atenção especial, visto que dispõem de
poucos recursos para se resguardarem da doença e, ao mesmo tempo, garantir suas
necessidades básicas.
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