Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
OLIVEIRA, Laysa Camilla Brant; PEREIRA, Anete Marília. A GEOGRAFIA DAS REDES DE SUPERMERCADO: considerações
sobre o Norte de Minas Gerais. Revista Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 7, nº 14, pp. 52-78, maio-agosto de 2021.
Submissão em: 24/02/2021. Aceito em: 08/06/2021.
ISSN: 2316-8544
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reflexionar sobre la instalación de supermercados, integrantes de cadenas reconocidas a nivel estatal o
nacional, en el Norte de Minas Gerais. Para ello, se utilizó una metodología basada en el análisis
bibliográfico sobre la dinámica urbano-regional y la estrategia de localización; investigación de datos
secundarios en sitios de cadenas de supermercados; uso de Google Earth para identificar establecimientos
y elaboración de mapas. Como resultado, se encontró que estos supermercados, cuando se instalan en una
determinada ubicación, buscan atraer consumidores intra e interurbanos, promoviendo una mayor conexión
entre los municipios.
Keywords
Negocio; Espacio Urbano; Empresas.
Introdução
A descentralização de determinadas atividades comerciais nas cidades, em função
de deseconomias de aglomeração, altera a dinâmica urbana, possibilitando a valorização
de novas áreas. Desse modo, bairros periféricos se tornam atuais nichos de mercado,
caracterizando uma nova espacialidade urbana. Também geram dinâmica em fluxos
econômicos, expandem o nível de influência espacial, possibilitam o surgimento de novas
centralidades – um conjunto formado por comércio, prestação de serviços e ocupação
populacional. E “[...] o comércio, enquanto uma atividade urbana, tem uma característica
que lhe é peculiar: ele possui a capacidade de transformar não apenas a função, mas
também o significado dos lugares” (CLEPS; SILVA, 2009, p.7).
Harvey (2005) discute a teoria espacial em relação ao capital, considerando
determinantes que identificam espaços como ideais para produção e investimento, como
a logística, o acesso a meios de informação e a localização estratégica. A mobilidade de
empresas pode ocasionar a valorização do espaço urbano, assim como construir uma nova
configuração em seu entorno, de caráter populacional, ou comercial, atingindo a
população intra e interurbana.
As atividades terciárias como o comércio e prestações de serviço são valorizadas
quando “[...] novas formas de produção e reprodução interagem com o espaço, implicam
e engendram novas formas urbanas que se caracterizam pela ampliação dos fluxos
financeiros, do comércio, da informação, formam redes [...]” (CLEPS, 2005, p.28-29).
Para compreender o processo do comércio e sua disseminação pelo território
brasileiro é relevante lembrar as antigas feiras livres realizadas em vias públicas, como