Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SAGAZ, Matheus Valmir; JUNIOR, Luiz Martins; MARTINS, Rosa Elisabete Militz W. O uso de imagens como possibilidade
pedagógica na construção do conceito de região. Revista Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 7, 14, pp. 98-121, maio-agosto de
2021.
Submissão em: 11/03/2021. Aceito em: 13/06/2021.
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SEÇÃO ARTIGOS
O USO DE IMAGENS COMO POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA NA
CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE REGIÃO
THE USE OF IMAGES AS A PEDAGOGICAL POSSIBILITY IN THE
CONSTRUCTION OF THE CONCEPT OF REGION
Matheus Valmir Sagaz
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
matheusvsagaz@gmail.com
Luiz Martins Junior
2
Universidade Estadual de Santa Catarina
luizmartins.jr@hotmail.com
Rosa Elisabete Militz W. Martins
3
Universidade Estadual de Santa Catarina
rosamilitzgeo@gmail.com
Resumo
O presente artigo é resultado de um trabalho de conclusão do curso de Geografia Licenciatura da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) realizado no ano de 2019 que teve por objetivo analisar
as potencialidades do uso das imagens no ensino de Geografia enquanto recurso didático para a construção
e apropriação do conceito de região. O estudo, de cunho qualitativo e de natureza colaborativa, contou com
a participação de 24 estudantes de uma turma do 7º ano dos anos finais do Ensino Fundamental de uma
escola da rede estadual de Florianópolis/SC. Os resultados da investigação mostraram que os/as estudantes
desenvolvem sua aprendizagem mediante situações pedagógicas que valorizam o seu potencial criativo,
utilizando diferentes imagens como forma de representação do conceito de região. Além disso, a adoção da
prática do mosaico geográfico consistiu num caminho didático para a construção e apropriação de conceitos
relativos ao campo da Geografia escolar.
1
Graduado em Geografia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); Mestrando no
Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
ORCid: https://orcid.org/0000-0002-0176-3275
2
Licenciado em Geografia pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE); Licenciado em
Pedagogia pela UNINTER; Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e
Doutor em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catarina (FAED/UDESC). ORCid:
https://orcid.org/0000-0002-6026-8338
3
Doutora em Geografia; Mestre em Educação; Professora do Departamento de Geografia da Universidade
do Estado de Santa Catarina - FAED/UDESC; professora do PPGE FAED/UDESC; Coordenadora do
LEPEGEO; Coordenadora do grupo de pesquisa CNPQ Ensino de Geografia e Diferentes Linguagens.
ORCid: https://orcid.org/0000-0002-2875-2883
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Palavras-chave
Ensino de Geografia; Mosaico geográfico; Educação básica; Aprendizagem.
Abstract
This article is the result of a course completion work in Geography defended at the Universidade do Estado
de Santa Catarina (UDESC), held in 2019, which aimed to analyze the potential of the usage of images in
the teaching of Geography as a didactic resource for the construction and appropriation of the concept of
region. The study, which has a qualitative and collaborative nature, counted with the participation of 24
students from a class of the 7th year of elementary school at a school in the state of Santa Catarina. The
results of the investigation showed, in general, that students develop their learning through pedagogical
situations that value their creative potential, using different images as a way of representing the concept of
region. In addition, the adoption of the practice of geographic mosaics consisted of a didactic path for the
construction and appropriation of concepts related to the field of school Geography.
Keywords
Geography teaching; Geographic mosaic; Basic education; Learning.
Reflexões Introdutórias
O presente texto apresenta uma proposta de prática pedagógica denominada
“Mosaico Geográfico”
4
desenvolvida numa escola de Educação Básica do Estado
catarinense, propondo o uso de diferentes imagens para explorar o conceito de região.
Essa experiência é resultado de uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso de
Licenciatura em Geografia de uma Universidade catarinense, realizada em 2019.
Nos ancoramos em uma proposta de Mosaicos Geográficos desenvolvidos por
Martins, Martins Junior e Firmino (2019). Os autores destacam que esse tipo de prática
oportuniza diferentes possibilidades e estratégias didáticas para trabalhar os conteúdos e
conceitos da geografia escolar e oportuniza criar outras imaginações geográficas e modos
para criar e experimentar com a Geografia.
Consideramos que é necessário reinventar o cotidiano escolar, repensar o
planejamento escolar e incorporar ações que redimensionem o lúdico, o trabalho
colaborativo e criativo, para que, de fato, no processo de ensino e aprendizagem os/as
4
O mosaico geográfico é organizado a partir da colagem de diferentes imagens que possam representar o
conceito de região.
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estudantes se sintam interessados, motivados e instigados a aprender os conceitos e
conteúdos de Geografia trabalhados na Educação Básica.
Na possibilidade de trabalhar na perspectiva de práticas que mobilizem os/as
estudantes, adotamos a prática do mosaico geográfico como recurso didático para
explorar as potencialidades do uso das imagens na aprendizagem do conceito de região e
integrar outros saberes geográficos no processo de constituição de mapas conceituais em
torno do conceito em tela. A proposta da prática pedagógica em questão ancorou-se na
pesquisa qualitativa de natureza colaborativa, de acordo com Ibiapina (2008). A união da
pesquisa qualitativa com a colaborativa no contexto da prática de ensino revela-se como
caminho que possibilita aos estudantes compreender as relações que se estabelecem
durante a prática pedagógica.
Participaram como integrantes da pesquisa estudantes de uma turma do 7º ano do
Ensino Fundamental, composta por 24 discentes matriculados na rede estadual de ensino
em 2019. Optamos pelo ano para desenvolver as atividades em razão do conteúdo
programático anual que prevê o estudo das regiões do Brasil. A escola em questão tem
convênio com a FAED/UDESC no Programa Residência Pedagógica Geografia e recebe
os/as estudantes da Geografia Licenciatura para ações práticas com as turmas na escola.
Para trabalhar com a turma em questão, foi abordado o tema “Regiões do Brasil”,
explorando a construção e apropriação do conceito de região mediante a adoção da prática
de utilização de mosaicos geográficos. Os mosaicos são caracterizados por sua riqueza de
detalhes imagéticos, marcada pela originalidade e pela subjetividade, uma vez que a sua
construção é difícil de ser reproduzida de maneira igual, carregando consigo uma
expressão única de imagens que possibilitam criar outros modos de pensar, de agir e de
saber/fazer e aprender Geografia em situação didática e pedagógica. Com isso, produzir
mosaicos geográficos possibilita pensar no desenvolvimento de estratégias e de mediação
que permitam construir conceitos e conhecimentos significativos para os/as estudantes
envolvidos no processo pedagógico.
Consideramos que a produção dos mosaicos geográficos representa uma
possibilidade de apreender os saberes da Geografia escolar e abrir espaço para o ensino e
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aprendizagem para além de um enfoque convencional, individual e mnemônico. De
acordo com Kaercher (2007) o trabalho com imagens em Geografia é o importante
quanto a exploração de mapas, e pode ser utilizado pela Geografia para o trabalho com
diferentes conceitos e conteúdos. Nesse sentido, os resultados da prática pedagógica com
mosaicos geográficos o analisados neste artigo a partir dos procedimentos teórico-
metodológicos, da interpretação e da discussão dos dados gerados, tendo como referência
os mosaicos produzidos pelos estudantes.
Tecendo os fios que formam a teia da prática pedagógica
Nesta parte, situamos a prática do mosaico geográfico como possibilidade teórico-
metodológica para trabalhar o conceito de Região. Tal proposta teve como objetivo
mobilizar os/as estudantes para construírem e internalizarem o conceito de Região por
meio da organização de mosaico, consistindo em uma metodologia que tem como
referência a seleção, recorte e colagem de imagens e outras publicações.
O conceito de Região tem destaque nos conteúdos programáticos do 7º ano e, por
tal relevância, focamos no estudo das diferentes regionalizações do espaço brasileiro. O
estudo do fenômeno regional é resultado de um processo produzido historicamente, que
não é estático, mas envolve as relações naturais e humanas que diferenciam e representam
as características de cada unidade regional. Acreditamos que o uso das imagens auxilia
na compreensão das diferentes paisagens e contribui para uma leitura do espaço
geográfico de forma analítica e crítica.
Para pensar a participação ativa e também criativa dos/as estudantes, de se
buscar/refletir/definir uma metodologia que permita compreender que as práticas que
tenham como referência a imaginação e a criação o importantes meios para a construção
dos saberes geográficos na Educação Básica. No estudo ora em tela, que teve como
interesse mobilizar e também aprimorar a prática de ensino de Geografia, selecionamos
a pesquisa qualitativa numa abordagem colaborativa como possibilidade metodológica
para construir os saberes geográficos, cuja abordagem pedagógica prime pela ação ativa
dos/as estudantes, em que o protagonismo juvenil pudesse ser acionado durante a co-
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construção dos mosaicos geográficos. Callai destaca que as aulas de Geografia têm um
papel fundamental para que os/as estudantes compreendam geograficamente o mundo em
que vivem:
As diversas ações que realizamos como professores carregam em si as marcas
das nossas concepções de mundo e do nosso entendimento sobre o que é o
papel da escola e o significado do acesso ao conhecimento. No caso da
Geografia, nos esforçamos para, por meio da análise geográfica, oportunizar o
conhecimento do mundo, fazendo com que os sujeitos percebam a sua
identidade e pertencimento. Entendemos que o desenvolvimento do
pensamento geográfico oportuniza essas buscas e, mediante a realização das
atividades específicas que envolvem os alunos, podemos estabelecer padrões
de acesso ao conhecimento e ao exercício da cidadania como protagonistas e
sujeitos sociais (CALLAI, 2016, p. 11-12)
Ibiapina (2008) destaca que a metodologia colaborativa na prática de ensino e
também em atividades que tenham como referência o protagonismo juvenil e a troca de
pontos de vista, possibilita o crescimento não somente cognitivo, mas também a evolução
pessoal e social de cada um/a, pois o sujeito tem vez e voz naquilo com que está
envolvido. Sendo assim, as pontuações da autora possibilitam o entendimento de que esta
abordagem metodológica tem como objetivo desafiar o protagonismo juvenil, pois assim
um aprende com o outro a partir da participação crítica-reflexiva na e sobre a proposta
que estão criando, discutindo e materializando, neste caso, os mosaicos geográficos.
Ancorados na perspectiva de que o lúdico e a cooperação coletiva são bases
principais do processo de construção dos saberes geográficos, desenvolvemos a prática
de mosaicos geográficos em seis encontros com 24 estudantes matriculados no 7º ano do
Ensino Fundamental, com idades variando entre 12 e 17 anos. O processo de co-
construção coletiva dos mosaicos geográficos foi organizado com as seguintes etapas:
O primeiro encontro: discussão, contextualização e problematização
teórica sobre o conceito de região. A aula estruturou-se num trabalho
expositivo-dialogado, colaborativo e reflexivo. Esse encontro teve como
objetivo revisar e retomar o conceito de região baseado no uso de mapas
cartográficos e o uso do quadro branco. Para tanto, sucintamente, foi
discutido o conceito de região em que se tenha proximidades de
características em um determinado recorte espacial e que são por vezes,
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interdependentes. Podendo ser definidas as vezes pelo critério de quem a
estabeleceu, indo desde pequenas regiões até mega regiões.
No segundo encontro: definição dos grupos para elaboração dos mosaicos
geográficos e exposição dos objetivos da aula, considerando o que são
mosaicos geográficos, qual seu conteúdo, quais os materiais utilizados
para a composição deles e, principalmente, o sistema de elaboração,
análise e descrição dos mosaicos pela dupla criadora e pela dupla anônima
que era responsável pelo parecer da produção. Portanto, nesse encontro,
foi delimitado consensualmente com a classe que o trabalho seria em
dupla, resultando em oito duplas, envolvendo as regiões do Brasil.
No terceiro encontro: elaboração dos mosaicos geográficos. De forma
aleatória, foi entregue para cada dupla um papel K raft de
aproximadamente 40 cm x 30 cm. Em cada um deles estava escrito no
verso o nome de uma região brasileira. Dessa forma, cada dupla ficou
responsável por elaborar seu mosaico geográfico com os materiais
disponíveis na caixa de ferramentas, a fim de selecionar recortes de
imagens, desenhos, escritas de palavras, etc., de acordo com o que cada
dupla considerasse que representava e/ou caracterizava a designada
região. Nesse encontro, somente 16 estudantes estavam presentes para
elaborar os mosaicos.
No quarto encontro: descrição dos trabalhos. Nesse encontro foi entregue
uma folha para cada dupla responsável por cada uma das regiões
trabalhadas no encontro anterior para descrever o que resultou no mosaico,
o que representava cada região. Para tanto, foi destacado no quadro branco
orientações para que os/as estudantes pudessem guiar-se: “o que se lê”, “o
que se vê” e “o que se interpreta sobre as imagens”. Com isso, cada dupla
fez a descrição das representações imagéticas da sua região.
No quinto encontro: análise dos trabalhos pelas duplas anônimas.
Distribuímos de forma aleatória para as duplas os mosaicos finalizados no
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terceiro encontro, fazendo com que nenhuma dupla recebesse o seu
próprio mosaico, pois a intenção era que os trabalhos fossem analisados
por outras duplas e não por aquela autora do mosaico. Dessa forma, cada
dupla fez no verso do mosaico uma análise descritiva sobre o que a dupla
criadora representou com o uso das imagens.
Por fim, o sexto encontro: socialização dos mosaicos geográficos. Esse
encontro teve como objetivo fazer uma roda de conversa para dialogar
com os/as estudantes sobre a organização dos trabalhos, com destaque
para as potencialidades de cada região representadas pelas imagens
escolhidas.
Na posse do material coletado da prática pedagógica, o processo de análise e
interpretação dos resultados seguiu os procedimentos sugeridos por Franco (2008), pré-
análise, análise e interpretação do conteúdo.
Entre os mosaicos e a apropriação do conceito de Região
Nesta etapa apresentamos os mosaicos geográficos concluídos com o objetivo de
destacar os trabalhos e o processo de construção do conceito de região por meio dos
mosaicos geográficos das regiões brasileiras. Como no terceiro encontro havia somente
16 estudantes presentes, o processo de construção da prática resultou na produção final
de oito mosaicos geográficos, dentre eles, dois mosaicos das regiões Centro-Oeste,
Nordeste e Sudeste, e um mosaico da Região Norte e Sul. No entanto, para fins de análise
no presente texto, optamos em apresentar um exemplo de mosaico de cada região do
Brasil, o que possibilita exemplificar as potencialidades dos mosaicos como um meio
para a construção do conceito em questão.
Para proceder a apresentação da organização dos mosaicos, vamos expor a
descrição que a dupla autora fez da produção e, posteriormente, a análise que foi realizada
pela dupla anônima. Em cada mosaico buscamos fazer uma breve descrição na tentativa
de interpretar as escolhas das imagens, no entanto, isso não significa que não possam
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existir outras possibilidades de interpretação das mesmas. Sendo assim, podemos
observar o mosaico da Região Centro-Oeste na Figura 1:
Figura 1: Mosaico geográfico da Região Centro-Oeste
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Para a execução desse mosaico, essa dupla apresenta, prioritariamente, imagens
com a presença de pessoas. Esse grupo também optou por trazer símbolos brasileiros,
como a bandeira do país e imagens de presidentes. Algumas imagens não parecem
condizer com as características naturais presentes na região, como a figura de uma praia
e de uma cidade litorânea, haja vista que a Região Centro-Oeste não está localizada no
litoral. No que diz respeito ao relevo e à vegetação, a dupla associou relevos de altas
altitudes e uma floresta aparentemente tropical, não condizente com a vegetação e o
relevo predominante nessa região. Uma figura que apareceu neste mosaico corresponde
à fotografia de animais, sendo um deles presente em uma caixa, podendo fazer alusão ao
tráfico de animais.
Ainda assim, o que a dupla deixou manifesto foi a forte presença de homens e
mulheres, principalmente, de figuras políticas como Jair Bolsonaro, Dilma Rousseff e
Luiz Inácio Lula da Silva. Acredita-se que essas imagens estejam relacionadas ao fato de
que nessa região está localizada a cidade de Brasília/DF, capital federal. As fotografias
de pessoas vestindo camisetas da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pode fazer
alusão com o cartaz ao fundo de grandes eventos esportivos, como as Olímpiadas e a
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Copa do Mundo, uma vez que duas cidades da Região Centro-Oeste foram sedes desse
evento mundial em 2014.
também uma fotografia retratando uma família aparentemente em um lugar
com uma precária condição de moradia, que pode representar as questões de pobreza
presentes em parte da região. Tomando por base as imagens postas nesse mosaico
geográfico, fica latente a relevância dos aspectos políticos como um indicador da divisão
regional. Em contrapartida, a representação da imagem litorânea pode gerar certa
confusão conceitual que necessita ser problematizada. Haesbaert (2014) sugere que o/a
professor/a pode explorar a situação econômica, social e, principalmente, política,
associada ao cotidiano do/a estudante, para repensar e analisar as características
geográficas que definem e desenham cada região.
Figura 2: Considerações sobre as imagens da Região Centro-Oeste
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Nas anotações sobre as imagens do mosaico (Figura 02), a dupla apenas descreveu
as imagens que escolheram, sem comentarem o porquê das suas escolhas. A dupla
escreveu que se um “lugar de turismo”, ainda assim, não comenta qual turismo que
pode ser explorado. Além disso, o Estado-Nação e as relações e a presença humana-meio,
revelaram ser formas específicas e singulares constituintes dessa região. A seguir, temos
as considerações que a dupla anônima fez acerca do mosaico da Região Centro-Oeste.
Figura 3: Considerações da dupla anônima na Região Centro-Oeste
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Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Na Figura 03, os/as estudantes apresentam características da Região Centro-Oeste
e descrevem: “O que essa imagem representa pra você? Essas imagens representam o
Centro-Oeste. Muitas matas, pessoas, cidades, praias e animais e presidentes” (descrição
literal da figura). As observações apontadas pela dupla anônima sobre as imagens que
representam a Região Centro-Oeste, destacam que foi escolhida uma fotografia de praia,
e desconsideraram que essa região não está localizada no litoral. Nas demais observações,
a dupla só se pautou em descrições do que aparece no mosaico.
A concepção superficial e periférica do conceito de “região” serve
verdadeiramente como ponto de partida para conhecer e reposicionar a discussão sobre o
volume de eventos, fluxos e características geográficas que delimitam a região Centro-
Oeste. Santos (1996, p. 197) afirma que “o que faz a região não é a longevidade do
edifício, mas a coerência funcional, que a distingue das outras entidades vizinhas
(contíguas) ou não”.
O princípio de região adotado está ligado à localização, extensão e características
sociais e naturais que distinguem cada área estudada. De acordo com Gomes, o conceito
de Região pode ser empregado como:
Uma referência associada à localização e a limites mais ou menos habituais,
atribuídos à diversidade espacial (...), como referência a um conjunto de área
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onde há o domínio de determinadas características que distingue aquela área
das demais (GOMES, 2003, p. 53).
Na sequência de apresentação dos trabalhos, temos o mosaico da Região Nordeste
(Figura 4):
Figura 4: Mosaico geográfico da Região Nordeste
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Para a confecção do mosaico da Região Nordeste, a dupla selecionou imagens de
pessoas famosas que nasceram nessa região, como o humorista Tirullipa, filho do
Deputado Federal Tiririca (PL-SP). Com isso, acredita-se que a dupla tomou como
referência o que os meios de comunicação veiculam acerca da região selecionada. Uma
das imagens utilizadas foi denominada “fogo”, que pode fazer alusão a um lugar quente.
Também aparecem imagens de rochas desgastadas pela ação de agentes externos,
podendo ilustrar também a seca em parte da região. Outra imagem selecionada apresenta
um conjunto de residências de periferia, que remetem às questões de desigualdade e
injustiça social presentes em determinadas áreas da Região Nordeste.
Figura 5: Considerações sobre as imagens da Região Nordeste
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Fonte: Arquivo pessoal (2019).
As anotações realizadas pela dupla autora do mosaico (Figura 05), destacam que
o Nordeste é uma região quente e seca, cuja parcela da população tem problemas
nutricionais, relacionando novamente a pobreza, de certa forma, homogeneizando uma
condição de vida, sem levar em conta outros marcadores, tais como classe social. Além
das características físicas, a dupla também menciona pessoas famosas nascidas na região
nordestina, como humoristas, cantores e comediantes.
Na exibição dessa representação foi possível notar uma superficialidade na
escolha das imagens, bem como nos apontamentos, uma vez que predominou um único
indicador de referência: a seca. Por meio desse ponto de vista hegemônico, podemos
refletir sobre que autoimagem os/as estudantes constroem acerca do Nordeste: região
quente, seca e sem desenvolvimento, suprimindo diversas características regionais
daquele lugar.
Figura 6: Considerações da dupla anônima na Região Nordeste
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Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Como observado na escrita deste mosaico, Eu acho que os artistas Tirullipa e
Aldair Playboy moram no Nordeste e é muito quente. deve ter muitas favelas, casas,
prédios, etc. E deve ter muitas pedras”, parte das imagens e considerações feitas pela
dupla podem estar relacionadas à influência das mídias digitais. Além de remeter a um
Nordeste seco, as imagens muitas vezes estereotipadas dessa região são propagadas por
diversos meios, como televisão, jornais, revistas, etc.
A dupla anônima menciona na sua análise (Figura 06), que esses artistas devem
morar pelo motivo da dupla responsável ter utilizado essas imagens no mosaico.
Também fazem referência à região ser quente, trazendo uma característica climática,
sendo uma característica marcante no imaginário dos/as estudantes. Entretanto, algo que
chama atenção foi a menção de que na região tem muitas “favelas, casas, prédios, etc”.
Isso remete a uma ideia que nessa região predomina essa situação, desconsiderando que
essa configuração espacial não está presente em toda região e sim em alguns pontos ou
cidades. Entre aquilo apresentado e interpretado, verificamos que a construção da noção
conceitual de região aproxima-se da definição que Haesbaert (2014) cita como região
natural, que é aquela que abrange alguma característica natural do espaço que acaba por
ser estigmatizado como referencial para a região.
Essa visão hegemônica, tradicional e natural de região discutida pelos
pesquisadores clássicos da Geografia precisa ser problematizada no contexto escolar, de
modo que, o/a professor/a construa o entendimento de que os aspectos naturais não são
elementos únicos que determinam, mas que fazem parte de um conjunto de elementos
espaciais que servem para definir o conceito de região (HAESBAERT, 2014). Outro
exemplo de mosaico criado pelos/as estudantes foi o da Região Sudeste, conforme se
na Figura 7:
Figura 7: Mosaico geográfico da Região Sudeste
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SAGAZ, Matheus Valmir; JUNIOR, Luiz Martins; MARTINS, Rosa Elisabete Militz W. O uso de imagens como possibilidade
pedagógica na construção do conceito de região. Revista Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 7, 14, pp. 98-121, maio-agosto de
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Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Para a elaboração desse mosaico a dupla utilizou distintas imagens, desde
animais, alimentos, paisagens culturais e até plantações. Duas das imagens utilizadas pela
dupla continham o nome de dois Estados da Região Sudeste, sendo uma delas a Estação
da Luz, em São Paulo, e a outra, uma fotografia de raios feita pelo Observatório Nacional
do Rio de Janeiro. No entanto, para colarem essas imagens, os/as estudantes perguntaram
ao professor-pesquisador se ambos os Estados pertenciam à Região Sudeste, indicando
dúvida da localização de ambos.
A dupla optou também por utilizar imagens antigas, que contribuíram para
representar transformações em diferentes estruturas sociais e em diferentes épocas. Ao
mostrar a imagem antiga de um trem, acredita-se que a dupla teve a intenção de fazer
alusão a tempos passados, uma vez que esse meio de transporte influenciou no
desenvolvimento social e econômico dessa região.
Figura 8: Considerações sobre as imagens da Região Sudeste
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Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Para descrever as imagens que foram utilizadas, os/as estudantes mostraram
heterogeneidade em seus apontamentos, de acordo com a Figura 08:
A gente vê trem, animais, pessoal comento, alimento, celular, cana de açúcar,
uma mãe codorna e seus ovos, Estação da Luz em o Paulo, eventos
climáticos como raio, porco, papagaio, gado, pássaro, codorna. O motivo de
termos colocado esse trem é porque tem no Sudeste. Eu nasci em Minhas e
comi essas comidas lá, vi esses animais lá, eu tinha celular comprado lá. Esta
estação da Luz é porque tem legenda de São Paulo. Eu nunca vi um pássaro de
codorna mas comi o ovo, vi papagaio. Eu acho que é uma região mista
tem um pouco de tudo (Descrição do texto Figura 08).
O que chamou atenção na descrição realizada por um estudante da dupla, pois o
mesmo menciona que nasceu em Minas Gerais e que comi essas comidas lá, vi
esses animais lá, eu tinha celular comprado lá”, ou seja, parte das imagens que foram
utilizadas têm relação com sua história de vida, suas vivências e experiências. Em outra
parte da descrição os/as estudantes citaram que essa é uma região mista, dado que, por
ser um lugar com altos índices populacionais, conta com pessoas de diferentes contextos,
logo, a região é constituída por diferentes manifestações culturais, étnicas, sociais, todas
eivadas de carga valorativa.
Figura 9: Considerações da dupla anônima na Região Sudeste
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Fonte: Arquivo pessoal, 2019.
A dupla anônima, ao analisar as imagens do mosaico da Região Sudeste, conforme
Figura 09, destacou:
Na minha opinião elas colocaram frutas, animais, cidades, países, celulares e
sobre o clima. Acho que deveria ter mais imagens sobre o Sudeste. Eles
colocaram essas coisas pq talvez tenham. Eles colocaram frutas, plantação,
animais, países, um dos meios de locomoção. E colaram coisa que pra mim
não precisava colocar como o celular. Porém eles colocaram coisas que
eles/elas imaginaram que tem lá [sic] (Descrição do texto Figura 09).
A dupla salientou que deveria haver mais imagens dessa região. Além disso,
outra frase que chamou atenção foi a seguinte: “E colocaram coisa que para mim, não
precisava colocar como o celular [sic]”.
Ao analisar o mosaico da Região Sudeste, podemos destacar o que Roberto Lobato
Corrêa (2003) menciona acerca do “Método Regional”, em que a Região não é vista a
partir da relação homem-natureza, mas da integração de fenômenos heterogêneos em uma
porção da superfície terrestre. A segunda análise pode corresponder ao que Nóbrega
(2015) chama de “segundo movimento”, em que a região sofre alterações ao longo do
tempo, correspondendo a um movimento histórico temporal e espacial, uma vez que
foram utilizadas imagens históricas na confecção do mosaico.
Dando sequência às apresentações dos trabalhos, enfocamos o mosaico da Região
Norte, conforme expresso na Figura 10:
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Figura 10: Mosaico geográfico da Região Norte
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Para a realização desse mosaico, as imagens utilizadas destacam propaganda
partidária do Presidente Jair Bolsonaro e do Deputado Federal Junior Bozzella (PSL-SP),
dando a impressão que essas imagens não tiveram muita fundamentação para representar
essa região. Utilizaram também a imagem de uma planta e de óleos.
Figura 11: Considerações sobre as imagens da Região Norte
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Na Figura 11, destacamos o seguinte texto: “Botei isso por que no norte tem vários
tipos de variedades, tipo muitos pratos, óleos e muito mais. Morei em Belém, por isso sei
que tem tantas variedades. Botei o TNT e o barbante para destaque [sic]”. Podemos inferir
que as considerações ressaltadas na análise feita pela dupla responsável pela região foram
pautadas nas suas vivências e experiências pessoais acerca das características da Região
Norte.
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Os espaços ausentes no mosaico podem estar relacionados às dificuldades para
encontrar imagens que tivessem relação com essa região, bem como sua falta de
representatividade (COSTELLA, 2018). Além do mais, devido à menor visibilidade da
Região Norte nas dias digitais em comparação com as demais regiões talvez a dupla
tenha tido dificuldade em encontrar imagens que representassem a Região Norte (Figura
12).
Figura 12: Considerações da dupla anônima na Região Norte
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
A dupla anônima apontou, conforme Figura 12: “eu acho que nessa região deve
ter esses itens, alimentos, vegetação e árvores, presidentes”. A partir desta descrição, é
possível observar que nenhuma das duplas, tanto a que organizou o mosaico, como a que
fez comentários sobre o trabalho, destacaram a respeito da diversidade natural da Floresta
Amazônica. Chama atenção que, mesmo tendo um estudante que morou na região entre
os/as que organizaram o mosaico, esse não colaborou para sugerir imagens que
remetessem à realidade da Biodiversidade da Região Norte.
No tratamento e análise da representação exposta no mosaico pelo grupo,
constatamos que os elementos naturais foram sinalizados como características
importantes no entendimento do conceito em questão. Nessa perspectiva, Haesbaert
(2014) nos orienta que esse caráter físico-natural da região deve ser não trabalhado,
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mas também articulado com os demais elementos históricos e geográficos para entender
e compreender o conceito de região, pois cada região sofre mudanças e influências a cada
período. Para finalizar a apresentação dos trabalhos organizados pelos estudantes do
ano, expomos o mosaico da Região Sul, de acordo com a (Figura 13).
Figura 13: Mosaico geográfico da Região Sul
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
Nesse mosaico geográfico os/as estudantes apresentam diversas imagens de meios
de transporte, com foco no potencial para as vias aérea e terrestre. A presença de imagens
de dinheiro e armas pode ser uma alusão a questões ligadas ao tráfico de drogas e
violência em algumas cidades da Região Sul.
Uma imagem que também chama atenção é a que representa uma queimada de
floresta. Essa imagem pode representar uma queimada em um parque estadual de uma
cidade próxima a Florianópolis/SC, que aconteceu em uma data próxima à realização
deste trabalho. A imagem de celulares pode estar relacionada à capital catarinense, que é
um polo de inovação tecnológica.
Como esse mosaico representa a Região Sul, os/as estudantes optaram por
trabalhar com imagens que representam eventos/acontecimentos no Estado de Santa
Catarina. Acreditamos que isso se deve ao fato de que elas representam o que está mais
próximo do cotidiano dos/das estudantes.
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Figura 14: Considerações sobre as imagens da Região Sul
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
A descrição da Figura 14 apresenta:
O que se vê? Eu vejo queimadas, carros, dinheiros, armas, pessoas, drogas,
motos e aviões. O que se lê? Muitos dinheiros, muita queimada, pessoas se
abraçando, muitas drogas, muitos carros, avião voando, muitos celulares e
muitos caminhões. O que se interpreta? (Descrição do texto - Figura 14).
A dupla responsável pela elaboração deste mosaico se detém apenas na descrição
das imagens selecionadas para organização do trabalho, conforme transcrição da escrita
(Figura 14). Percebe-se que se pautaram em relacionar algumas imagens sem a devida
análise do trabalho como um todo, de acordo com as características da região.
Figura 15: Considerações da dupla anônima na Região Sul
Fonte: Arquivo pessoal (2019).
A análise realizada pela dupla anônima do mosaico da Região Sul (Figura 15),
descreve o seguinte:
Eu acho que não é isso que tem no sul, também tem paisagens. Eles
colocaram um cenário de coisas ruins. Ex: armas, drogas, dinheiro roubado e
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balas, incêndio. Porém colocaram uma série de coisas boas, carros, motos,
aviões e um filho com sua mãe, celulares e um palhaço com uma moça
(Descrição do texto figura 15).
Observamos que a análise realizada das imagens do mosaico da Região Sul
(Figura 15), pautou-se em destacar aspectos negativos e alguns positivos da região. “Ex:
armas, drogas, dinheiro roubado e balas, incêndio”. Também destacam carros, motos,
aviões e um filho com sua mãe, celulares. Eles evidenciam que, na região, também
paisagens naturais que podem representar a realidade sulina.
O sexto encontro deste estudo, destinado para a socialização dos mosaicos, foi
realizado em uma roda de conversa com a turma para que fosse possível dialogar sobre a
organização dos trabalhos, com destaque para as potencialidades de cada região
representadas pelas imagens escolhidas. Cada grupo relatou como foi a construção dos
mosaicos e a justificativa das escolhas de determinadas imagens. As duplas anônimas
também relataram como foi a experiência de analisar os trabalhos dos/das colegas. Alguns
ressaltaram que tiveram dificuldades em encontrar imagens relacionadas às
características da sua região.
O momento de socialização oportunizou que todos/as os/as estudantes
participassem e pudessem trazer à tona os mosaicos criados, bem como expressar quais
foram os motivos para as escolhas das imagens. Dessa forma, tanto a turma quanto o
pesquisador tiveram maior compreensão acerca de algumas imagens que pareciam não
condizer com a região trabalhada. Além do mais, a dupla anônima que fez a análise dos
trabalhos dos/das colegas, descreveu sobre os mosaicos e procurou observar e argumentar
o que cada dupla responsável utilizou de imagens para compor o trabalho. Dessa forma,
com o diálogo entre os/as estudantes foi possível observar as potencialidades que essa
atividade trouxe. Com as explanações, foi possível perceber que determinados estudantes
já tinham conhecimento prévio acerca do tema e das regiões.
Considerações Finais
Pensar a importância de práticas em contexto para a mediação da aprendizagem
dos saberes geográficos é de fundamental importância em tempos e espaços em que as
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tecnologias digitais ganham relevância na vida das novas gerações. Acreditamos que
desenvolver práticas de natureza provocativa, pode estimular o raciocínio e a
aprendizagem ativa dos os/as estudantes, contribuindo para criar outros modos de
aprender a Geografia escolar.
Os mosaicos geográficos, por se tratarem de uma prática pedagógica que exigiu
concentração, criatividade e reflexividade, possibilitaram explorar outras formas de
pensamento, subjetividades, significados e sentidos dos sujeitos por meio da seleção de
imagens que representavam as características de cada região do Brasil. Durante a
construção dos mosaicos, foi observado que alguns/mas estudantes estavam com
dificuldade para escolha das imagens. Isso relaciona-se às dificuldades em conhecer ou
diferenciar as características de cada região. No entanto, isso foi sanado com o auxílio do
professor pesquisador e da professora regente, com apoio na escolha das imagens para
compor cada mosaico.
Consideramos que essas dificuldades podem estar relacionadas à questão de que
a temática sobre as diferentes regiões do Brasil ainda não ter sido efetivamente apropriada
pela turma. Os/as estudantes tiveram contato inicial com esse tema no ano. Foi
possível observar que, mesmo com algumas dificuldades, o material serviu como um
caminho didático e introdutório para explorar a representação do imaginário da turma no
que toca às características de cada região do Brasil. Procuramos em todo os momentos
das atividades realizadas, orientar os/as estudantes na organização dos mosaicos, mas é
preciso salientar que alguns grupos demonstram concepções superficiais e estereotipadas
acerca das regiões brasileiras.
Consideramos que o presente estudo possibilitou entender que o mosaico serve
como um recurso que apresenta potencial no sentido de detectar o problema conceitual e
também ajuda na interface entre o conceito e o conteúdo geográfico. A construção dos
mosaicos geográficos pelos/as estudantes, bem como suas avaliações, revelou que a
atividade foi proveitosa e ajudou na aprendizagem do conceito de região. Práticas como
esta podem contribuir para criar outras perspectivas para o ensino de Geografia e
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potencializar formas de trabalhar com diferentes conceitos e conteúdos que contribuam
para ampliar as dimensões do conhecimento geográfico.
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N. A.; COSTELLA, R. Z. (Orgs.). Movimentos para ensinar Geografia oscilações.
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COSTELLA, R. Z. Espaços ausentes e não inexistentes na Geografia Escolar. In:
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FRANCO, M. L. P. B. Análise de conteúdo. 3 ed. Brasília: Liber livro editora, 2008, p.
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