Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
AGUIAR, Felipe Costa. O TEMPO DO TEMPO. Revista Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº 21, pp. 227-228, maio-agosto de 2023.
Submissão em: 05/03/2023. Aceito em: 09/08/2023.
ISSN: 2316-8544
Este trabalho está licenciado com uma licença Creative Commons 227
SEÇÃO LEITURAS
O TEMPO DO TEMPO
THE TIME OF THE TIME
EL TIEMPO DEL TIEMPO
Felipe Costa Aguiar1
Universidade Estadual de Londrina (UEL),
Paraná, Brasil
e-mail: felipeaguiar@id.uf.br
JUSTIFICATIVA
O poema que aqui apresento é uma tentativa de repensar o sentido do tempo, essa
dimensão do ser humano, geográfico por essência, que comumente é reduzida à experiência da
temporalidade dos relógios. Com este escrito, busquei refletir sobre o tempo do tempo, sobre
as diferentes possibilidades nas quais o tempo nos projeta enquanto dimensão da existência, e
não necessariamente enquanto conceito ou categoria científica.
Diante disso, não me questionei qual seria o conceito de tempo aplicado no poema, mas
busquei saborear o tempo do tempo, o tempo daquilo que antes de se tornar uma categoria
científica de análise espaço-temporal surge como experiência, como atravessamento da
existência.
1
Doutorando em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). É membro do Nomear Grupo de
Pesquisa Fenomenologia e Geografia, do Laboratório de Geografia dos Riscos e Resiliência (LAGERR), do Grupo
de Pesquisa Geografia Humanista Cultural (GHUM) e do Grupo de Pesquisa Fenomenologia, Geografia e
Educação.
Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
AGUIAR, Felipe Costa. O TEMPO DO TEMPO. Revista Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº 21, pp. 227-228, maio-agosto de 2023.
Submissão em: 05/03/2023. Aceito em: 09/08/2023.
ISSN: 2316-8544
Este trabalho está licenciado com uma licença Creative Commons 228
O TEMPO DO TEMPO
Já faz tempo que não perco meu tempo me perguntando o que o tempo é
não tomo pílulas de minutos há tempo.
Tenho mastigado instantes por horas a fio
saboreado o tempo do tempo, e não mais dos relógios
comecei a perder tempo com o próprio tempo, com o tempo das coisas que me nutrem mais que
engrenagens e ponteiros.
Tenho comido o tempo das nuvens,
bebido o tempo do ar,
escalado as montanhas do tempo,
o tempo do tempo,
meu próprio tempo.