Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SILVA, Anselmo Gonçalves da. Reservas Extrativistas na Amazônia Brasileira: temas e questões de pesquisa. Ensaios de Geografia.
Niterói, vol. 11, nº 24, e112418, 2024.
Submissão em: 10/06/2023. Aceito em: 29/08/2024.
ISSN: 2316-8544
Este trabalho está licenciado com uma licença Creative Commons
1
SEÇÃO ARTIGOS
Reservas Extrativistas na Amazônia Brasileira
1
:
temas e questões de pesquisa
Gatherer Reserves in the Brazilian Amazon:
topics and issues for research
Reservas de Recolectores en la Amazonía Brasileña:
temas y problemas para la investigación
DOI: https://doi.org/10.22409/eg.v11i24.58749
Resumo
A Reserva Extrativista é uma categoria de área protegida do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza (SNUC), amplamente empregada na Amazônia brasileira, com setenta e sete unidades que totalizam
aproximadamente 147.464 km² uma área maior que a da Inglaterra, por exemplo. Após mais de três décadas de
existência, crises e conflitos têm emergido na pauta pública e agenda política, notadamente o aumento do
desmatamento e da pecuária, além de desafios como o baixo nível de implementação e incoerências com o
conceito-projeto original. Apesar dos problemas, as Reservas Extrativistas continuam sendo um importante
instrumento para o planejamento territorial na Amazônia. Neste contexto, este ensaio propõe uma agenda de
pesquisa para subsidiar a gestão adaptativa das Reservas. A metodologia baseou-se numa revisão narrativa de
literatura e na experiência de longo prazo do autor. Os resultados apontam um caminho para que as Reservas
Extrativistas alcancem seu potencial de inovação societal, conforme sonhado pelo movimento seringueiro.
Palavras-chave
Amazônia; Reservas Extrativistas; Áreas protegidas; Populações tradicionais; Seringueiros.
1
Uma primeira versão deste texto, intitulada 32 Anos de Reservas Extrativistas na Amazônia brasileira: temas e
problemas de pesquisa, foi apresentada em 25 de novembro de 2022 no IV Seminário Latino-Americano de
Estudos em Cultura SEMLACult.
2
Professor no Instituto Federal do Acre (IFAC). Doutorando em Estudos Contemporâneos no Centro de Estudos
Interdisciplinares da Universidade de Coimbra.
Anselmo Gonçalves da Silva
2
Instituto Federal do Acre (IFAC),
Acre, Brasil
e-mail: anselmo.silva@ifac.edu.br
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AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SILVA, Anselmo Gonçalves da. Reservas Extrativistas na Amazônia Brasileira: temas e questões de pesquisa. Ensaios de Geografia.
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Abstract
The Reserva Extrativista (Gatherer Reserve) is a category of protected area under the National System of Nature
Conservation Units (SNUC), widely employed in the Brazilian Amazon, with seventy-seven units totaling
approximately 147,464 km² an area larger than that of England, for instance. After more than three decades of
existence, crises and conflicts have emerged in the public agenda and political discourse, notably the increase in
deforestation and cattle ranching, as well as challenges such as the low level of implementation and inconsistencies
with the original concept-project. Despite these problems, the Reserva Extrativista remain an important instrument
for territorial planning in the Amazon. In this context, this essay proposes a research agenda to support the adaptive
management of the Reserves. The methodology is based on a narrative literature review and the authors long-
term experience. The results point to a path for Reservas Extrativistas to reach their potential for societal
innovation, as envisioned by the rubber tapper movement.
Keywords
Amazon; Gatherer Reserves; Protected areas; Traditional populations; Rubber tappers.
Resumen
La Reserva Extrativista (Reserva de Recolectores) es una categoría de área protegida del Sistema Nacional de
Unidades de Conservación de la Naturaleza (SNUC), ampliamente empleada en la Amazonía brasileña, con setenta
y siete unidades que totalizan aproximadamente 147.464 km² un área mayor que la de Inglaterra, por ejemplo.
Después de más de tres décadas de existencia, crisis y conflictos han surgido en la agenda pública y política,
notablemente el aumento de la deforestación y la ganadería, además de desafíos como el bajo nivel de
implementación e inconsistencias con el concepto-proyecto original. A pesar de los problemas, las Reservas
Extrativistas siguen siendo un importante instrumento para la planificación territorial en la Amazonía. En este
contexto, este ensayo propone una agenda de investigación para subsidiar la gestión adaptativa de las Reservas.
La metodología se basó en una revisión narrativa de la literatura y en la experiencia a largo plazo del autor. Los
resultados apuntan a un camino para que las Reservas Extrativistas alcancen su potencial de innovación social,
según lo soñado por el movimiento cauchero.
Palabras clave
Amazonia; Reservas de Recolectores; Áreas protegidas; Poblaciones tradicionales; Caucheros.
Introdução
Nas últimas pouco mais de três décadas, foram criadas 96 Reservas Extrativistas no
Brasil, abrangendo aproximadamente 156.899 km
2
uma extensão superior à de países como
Portugal (92.152 km
2
) e Coreia do Sul (100.210 km
2
), por exemplo. A Amazônia brasileira
abriga cerca de 94% da área total dessa categoria de área protegida, totalizando 77 unidades,
que, em conjunto, corresponderiam ao 92º país em tamanho (MMA, 2022).
Ao longo desse percurso histórico, diversas forças e processos impactaram essas
unidades territoriais, promovendo transformações, em alguns casos estruturais (Mascarenhas;
Brown; Silva, 2018; Silva; Silva; Yamada, 2019; Fittipaldy; Castelo, 2021; Franco; Sahr, 2022).
Simultaneamente, o conjunto institucional representado pelo termo Reserva Extrativista
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passou por modificações em seus marcos legais e nos artefatos
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que determinam sua
implementação (Silva, 2024a). Essas mudanças afastaram a Reserva Extrativista de seus
fundamentos filosóficos originais, que se baseavam, especialmente, na apropriação comunal do
território, numa perspectiva de autonomia e autogestão, priorizando as epistemes locais (Porto-
Gonçalves, 2016; Almeida; Rezende, 2013; Almeida; Allegretti; Postigo, 2018; Silva, 2024b).
Além disso, uma parcela significativa dos apoios governamentais esperados pelo
movimento extrativista
4
não se materializou (Almeida; Allegretti; Postigo, 2018). Houve falta
de suporte para promover a economia da floresta e modos de produção sustentáveis,
desenvolver infraestrutura, implementar políticas de educação e saúde específicas, fortalecer a
governança territorial, entre outros (Almeida; Allegretti; Postigo, 2018). Essa conjuntura
intensifica a pressão sobre os residentes, que buscam meios para atender às suas crescentes
necessidades na contemporaneidade (Castelo, 2015) o que pode resultar na redução da
capacidade de resiliência das Reservas Extrativistas.
Como consequência, observa-se uma ampla variedade de conflitos e problemáticas
ascendentes no nível local em diversas regiões, principalmente em áreas de fronteiras de
commodities e de extractivisms
56
na Amazônia brasileira (Sauer, 2018; Beckert et al., 2021a;
3
O termo artefatos refere-se a existências formais e não formais associadas e adjuntas ao processo de
implementação das Reservas Extrativistas. Essas podem incluir leis, políticas, instituições com suas modelagens
organizacionais, cultura organizacional, políticas e práticas de gestão, como o modelo de fiscalização ambiental,
por exemplo, dentre outras existências.
4
O movimento social extrativista é representado em nível nacional, principalmente, pelo Conselho Nacional das
Populações Extrativistas (CNS). Essa instituição foi criada em 1985 durante o I Encontro Nacional dos
Seringueiros, inicialmente com o nome de Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), para representar essa
categoria. Em 2009, com a finalidade de representar uma diversidade de grupos extrativistas brasileiros, no
Congresso das Populações Extrativistas da Amazônia e o 8º Encontro Nacional, aprovou-se a mudança do nome
da entidade para Conselho Nacional das Populações Extrativistas, mantendo a mesma sigla CNS (Memorial Chico
Mendes, 2022).
5
O termo extractivisms em inglês representa “um complexo de práticas, mentalidades e diferenciais de poder,
subscrevendo e racionalizando modos socioecológicos destrutivos de organizar a vida através da subjugação,
esgotamento e não reciprocidade” (Chagnon et al., 2022, p. 763, tradução nossa. No original: “a complex of self-
reinforcing practices, mentalities, and power dierentials underwriting and rationalizing socio-ecologically
destructive modes of organizing life through subjugation, depletion, and non-reciprocity”). Os extractivisms
funcionam como uma cosmologia que viabiliza o desmatamento na Amazônia, ou seja, a extinção de vidas não
humanas, e a extração de elementos do território tomados como recursos, sem preocupações com a manutenção
dos sistemas socioecológicos (Kröger, 2021a).
6
Conforme informação verbal fornecida por Fátima Cristina da Silva durante o encontro de pesquisadores da
Amazônia na Finlândia, ocorrido em dezembro de 2021, o termo não deve ser traduzido literalmente para a
português como extrativismo. Isso ocorre porque, no contexto brasileiro, extrativismo tradicionalmente
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Kröger, 2021a). Nessas regiões, o desmatamento e a expansão agropecuária ameaçam
descaracterizar diversas reservas (Pereira, 2013; Mascarenhas; Brown; Silva, 2018; Silva;
Silva; Yamada, 2019; Franco; Sahr, 2022).
No espaço público, nota-se um aumento nos questionamentos acerca de modelos não-
hegemônicos de uso e ocupação na Amazônia brasileira, como as Terras Indígenas e as
Reservas Extrativistas (Grill; Reis, 2021; Ribeiro; Teixeira, 2021). Além dos discursos políticos
nessa direção, amplamente promovidos pelo bolsonarismo
7
(Barretto Filho, 2020), diversas
iniciativas políticas, alinhando interesses locais e instrumentalizando conflitos não resolvidos,
assumem, dentre seus objetivos, deslegitimar o modelo Reserva Extrativista. Um exemplo disso
é o PL 6024/2019, que propõe a desafetação de parte da Reserva Extrativista Chico Mendes
(Machado et al., 2020).
Desde a criação desta modalidade de ordenamento e planejamento territorial, nota-se
em diversos segmentos sociais, especialmente em regiões sujeitas a maior pressão de
extractivisms, inclusive entre os moradores das reservas, a presença de uma percepção dual e
polarizada acerca da institucionalidade Reserva Extrativista. No Acre, noto que há, geralmente,
uma dicotomia de opiniões sobre seus impactos, com debates sobre se ela foi benéfica ou
prejudicial, se deu certo ou deu errado, e se deveria continuar existindo ou ser extinta.
Ante a esse cenário, ao considerar a representatividade territorial, a importância política
e o potencial dessa modalidade para a determinação do futuro amazônico, torna-se fundamental
avançar no conhecimento das problemáticas emergentes da implementação das Reservas
Extrativistas. Essa necessidade requer uma abordagem complexa e interdisciplinar, com foco
na geração de subsídios para a sua gestão adaptativa (Melo; Agostinho, 2007; Tebet; Trimble,
2019; Silva; Carneiro; Imura, 2022).
representa o manejo sustentável de recursos florestais e aquáticos, estando associado à história das Reservas
Extrativistas e do movimento extrativista institucionalmente organizado no CNS (Conselho Nacional das
Populações Extrativistas).
7
O bolsonarismo é um movimento político de extrema direita associado ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Caracteriza-se por posições políticas conservadoras, nacionalistas e frequentemente antidemocráticas, que se
opõem aos direitos das minorias e à ciência estabelecida, frequentemente instrumentalizando politicamente as
religiões evangélica e católica.
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Autores com distintas perspectivas analíticas abordaram aspectos associáveis à
implementação dessa modalidade, assim como a dinâmica de reprodução social
8
das
populações residentes nessas áreas. Essa produção científica discute principalmente mudanças
culturais, transformações produtivas e nos padrões de produção do espaço habitado, a
viabilidade da economia do extrativismo florestal sustentável, a adequabilidade da modelagem,
gestão e implementação do modelo, entre outros.
Considerando o exposto, elaborei este ensaio orientando-me pela seguinte pergunta:
Quais temas e questões de pesquisa, focados em uma gestão adaptativa das Reservas
Extrativistas, poderiam ser propostos a partir da literatura sobre a sua implementação? Minha
argumentação baseia-se em minha experiência profissional e de pesquisa de longo prazo com
Reservas Extrativistas no Acre. No período de 2009 a 2017, atuei como analista ambiental no
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Posteriormente, entre
2022 e 2023, conduzi uma pesquisa com juventudes nas Reservas Extrativistas Chico Mendes
e Cazumbá-Iracema, pelo Instituto Federal do Acre (IFAC).
A metodologia adotada incluiu uma revisão narrativa da literatura (Emferm, 2007).
Neste tipo de revisão não sistemática realizei buscas na base de dados do Google
Acadêmico utilizando os termos Reserva Extrativista e Extractive Reserve, considerando
textos em português e inglês, abrangendo o período de 2000 a 2023. Após a análise preliminar
dos títulos e, quando necessário, dos resumos, selecionei para análise textos que indicavam
abordar aspectos relacionados às problemáticas de implementação das Reservas Extrativistas,
de acordo com critérios não objetivos. A pesquisa bibliográfica foi complementada com textos
já conhecidos por mim, bem como por uma busca manual em suas listas de referências.
Como resultado, elaborei uma agenda de pesquisa que considero crucial para apoiar a
adaptabilidade deste modelo diante das problemáticas emergentes e do contexto atual da
sociedade brasileira e da Amazônia. O texto está organizado em sete temas de pesquisa,
acompanhados por questões associadas. Esses temas, apresentados ao longo do artigo, incluem:
transformações associadas entre práticas produtivas e cultura, pecuária e agricultura não
8
O termo reprodução social é relativo à dinâmica que envolve permanências, inovações, ressignificações e
rupturas nas características de um grupo populacional ao longo do processo de sucessão geracional no tempo.
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tradicional: contextos, consequências e possibilidades, assimetrias de poder e de direitos
percebidas pelos residentes, a filosofia original do modelo e a homologia com sua
implementação, o extrativismo no futuro; resiliência de culturas tradicionais, eficácia do
modelo no alcance dos seus objetivos, gestão e políticas públicas. Ao final, abordo o que
considero serem as características e limitações deste ensaio.
Tema 1: Transformações associadas entre práticas produtivas e cultura
Mudanças nas práticas dos residentes de Reservas Extrativistas amazônicas,
especialmente aquelas relacionadas à produção-economia, mas não apenas, parecem exercer
um impacto significativo nas culturas locais, estabelecendo uma relação dialógica que propicia
transformações contínuas (Castelo, 2015). Na Reserva Extrativista Chico Mendes (RECM), por
exemplo, considerada berço da gênese dessa modalidade, pesquisadores identificaram
transformações culturais profundas associadas à expansão da pecuária, com repercussões na
sustentabilidade (Castelo; 2015; Hoelle, 2015; Fittipaldy, 2017; Silva; Silva; Yamada, 2019;
Kröger, 2019).
Hoelle (2015), ao analisar a ascensão da pecuária no Acre, relata que identidades como
a dos seringueiros (extrativistas), fundamentadas principalmente em práticas produtivas,
enfrentam questionamentos e tensões em meio às mudanças dessas próprias práticas. Para o
autor, as percepções culturais ligadas à tradição seringueira continuam a orientar essas
populações até certo ponto, mas essas disposições estão sendo gradualmente subsumidas por
fatores estruturais que favorecem amplamente a pecuária em detrimento dos meios de
subsistência florestal motivo pelo qual muitos seringueiros optam por se dedicar à criação
de gado.
Segundo Kröger (2019), estudando esse fenômeno também na RECM, a resistência
tradicional dos seringueiros à pecuária e à extração ilegal de madeira, por exemplo, baseou-se
em argumentos de uma economia moral mais antiga, relacionada a uma ética específica de
relação com a floresta e de rejeição de males do capitalismo. Mudanças significativas na
economia moral, promovidas pela economia política dominante, alteraram a dimensão subjetiva
das populações, expressando-se em transformações nas atitudes, hábitos, relações sociais, entre
outros. Essas mudanças no espaço produzidas pela pecuária têm consequências no futuro, pois
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inviabilizam, pela redução crescente das florestas, economias morais e políticas de base
florestal, o que pode levar à extinção de subjetividades extrativistas tradicionais em poucas
gerações.
Silva, Silva e Yamada (2019), ao compararem percepções e expectativas de jovens de
duas comunidades da RECM, indicam que essas transformações ocorrem com distinções
importantes na escala do local e dependem de fatores como: a) qualidade de vida percebida
pelas populações; b) contato com portadores discursivos e c) avaliação dialógica no tempo,
entre as percepções atuais de sucesso na satisfação das necessidades constituídas e as
expectativas de viabilidade futura de iniciativas em torno do projeto das Reservas Extrativistas.
Segundo os autores, esses fatores podem influenciar adaptabilidades do social, do cultural e do
político, afastando ou não os moradores da visão de desenvolvimento
9
proposta pela Reserva
Extrativista.
É importante destacar que esses fenômenos em Reservas Extrativistas amazônicas são
percebidos com maior impacto nas fronteiras de expansão da agropecuária, onde os
extractivisms se expandem com maior pressão sobre sistemas socioecológicos diferenciados
(Sauer, 2018; Kröger, 2019, 2021a). Além dos aspectos econômicos desses fenômenos, as suas
dimensões onto-epistemológicas
10
são uma importante abordagem a ser desenvolvida (Escobar,
2016; Kröger, 2021a; 2021b).
Diante dessa discussão, que mobiliza mudança cultural associada dialogicamente a
transformações econômicas e de práticas (pecuária, agricultura intensiva, entre outras), pode-
se formular como relevantes as seguintes questões:
Quais transformações estão em curso no processo de reprodução social das populações
em Reservas Extrativistas, levando em consideração as inter-relações entre as
dimensões cultural e econômico-produtiva)?
9
O termo desenvolvimento é utilizado na sua forma mais literal, sendo definido como “o processo sustentável
de melhoria da qualidade de vida de uma sociedade, com os fins e os meios definidos pela própria sociedade que
está buscando ou vivenciando este processo” (Maluf, 2000, p. 71).
10
Neste texto, seguindo a abordagem de Pérez e Saavedra (2017), ao referir-me simultaneamente ao conjugado de
um mundo existente (ontologia) e aos modos como os seus sujeitos produzem conhecimentos (epistemologia),
optei por utilizar a fusão dos dois termos, na forma de onto-epistemologia. Observo que utilizei o traço para
demarcar a distinção ainda presente entre os termos-conceitos.
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Quais rupturas culturais específicas estão sendo observadas nesse contexto de
mudanças? Quais são os seus impactos nessas populações?
Como essas transformações culturais estão associadas a conflitos dentro das populações
extrativistas e com a modalidade Reserva Extrativista?
Que disputas, relacionadas à implementação das Reservas Extrativistas, se desenvolvem
na dimensão da cultura e das ideologias? Que aspectos de poder estão vinculados a essas
disputas? Quais são os atores sociais envolvidos nesse quadro?
Quais aspectos onto-epistemológicos estão envolvidos nos extractivisms em Reservas
Extrativistas?
Que recomendações podem ser feitas para promover a emergência de ontologias e
epistemologias locais como projetos alternativos em face das propostas hegemônicas
das sociedades modernas capitalistas para a Amazônia?
Tema 2: Pecuária e agricultura não tradicional: contextos, consequências e possibilidades
A presença e expansão da pecuária em Reservas Extrativistas amazônicas têm emergido
como uma problemática significativa em pesquisas recentes (Perez, 2018; Freitas, 2018;
Choma, 2018; Spínola; Carneiro Filho, 2019; Silva, Silva; Yamada, 2019; Andrade, 2019;
Arnaud, 2019; Nascimento, 2021; Maciel; Mangabeira; Kassai, 2021; Silva, 2023).
Na RECM, objeto das pesquisas apresentadas anteriormente, a interligação entre o
crescimento da atividade pecuária e novos padrões de produção do espaço habitado, como o
desmatamento, é evidente. Mascarenhas, Brown e Silva (2018), ao estudar o desmatamento
nesta área protegida, relatam que cerca de 5,6% da área foi desmatada entre 1997 a 2016. O
tamanho médio dos polígonos aumentou de 3 ha/ano (2001 a 2006) para 8 ha/ano (2007 a 2016),
com 92% deles representando expansão de áreas desmatadas preexistentes.
Em outras Reservas Extrativistas, as pesquisas sobre pecuária resultam em conclusões
divergentes. Em um estudo sobre a criação de bubalinos na Reserva Extrativista Verde para
Sempre, no Estado do Pará, Quinzeiro Neto et al. (2014) destacam que a criação desses animais
é uma prática tradicional, estabelecida naquele território desde o início do século XX. O estudo
argumenta que, na escala familiar, a criação de bubalinos não está associada ao desmatamento,
uma vez que os rebanhos são manejados em áreas de várzea dos rios. Além disso, sugere que a
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bubalinocultura deve ser considerada um elemento fundamental nas políticas públicas de
sustentabilidade. Em uma abordagem semelhante, Pantoja, Costa e Postigo (2009, p. 127), ao
estudar a Reserva Extrativista Alto Juruá, defende a ideia de que “é necessário retirar o
excessivo foco que tem recebido a ‘pecuarização’ das Reservas e contextualizá-la como um
processo com múltiplas conexões”.
Na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, no Estado do Pará, Spínola e Carneiro Filho
(2019) caracterizam a atividade pecuária como de subsistência, devido ao porte e modos de
produção identificados. Conforme os autores, até o momento, ela não se configura como um
vetor importante de desmatamento na área protegida. Entretanto, alertam para uma perspectiva
de longo prazo, indicando que poderia vir a se tornar um fator relevante nesse aspecto. Apesar
dessa consideração, os pesquisadores defendem que o debate sobre o tema não deve ser pautado
pela dicotomia entre a permissão ou proibição da criação de gado em Reservas Extrativistas.
Ao invés disso, propõem que o foco seja direcionado para a sustentabilidade das práticas
econômicas, levando em consideração as particularidades de cada realidade local.
No mesmo estudo, Spínola e Carneiro Filho (2019), conduziram uma análise da
cobertura do solo em 30 Reservas Extrativistas Amazônicas. Os resultados revelam que em 28
dessas reservas, o território convertido em pastagem representa menos de 3%, com exceção das
Reservas Extrativistas Itaú-Anilzinho, no Pará, e Rio Ouro Preto, em Rondônia. Em apenas três
Reservas Extrativistas não foram identificadas áreas de pastagem. Embora essas descobertas
forneçam informações relevantes, é fundamental considerar que as Reservas Extrativistas
apresentam distintos níveis e formas de ocupação populacional. Para uma compreensão mais
completa da atividade pecuária nessas áreas, futuras pesquisas devem incorporar esses dois
fatores.
Além disso, neste estudo, uma análise comparativa dos dados de 2004, 2010 e 2014
revelou uma tendência de aumento gradual da pecuária nas Reservas Extrativistas dos Estados
do Acre, Amazonas, Rondônia e Amapá. Contrapondo essa tendência, observou-se uma
redução no Pará, com exceção da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. É importante salientar
que, apesar de a pecuária ser tema atual de discussão nas Reservas Extrativistas, essa atividade
é proibida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). De acordo
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com o artigo 18º. do referido sistema (Brasil, 2000), apenas a criação de “animais de pequeno
porte” é permitida.
Com base no exposto, destaca-se a importância das discussões na literatura acerca da
pecuária em Reservas Extrativistas amazônicas. Além disso, é provável que essa discussão se
amplie no futuro, possivelmente incluindo a expansão da agricultura intensiva e moderna nas
reservas, liderada pelos próprios moradores, e o manejo da floresta com o plantio de espécies
produtivas, nativas ou não, como o cacau, açaí, entre outros. Isso poderia modificar a estrutura
e os ecossistemas florestais, acarretando impactos na conservação, o que deve ser uma
preocupação especial para os sujeitos e atores sociais que priorizam a conservação da
biodiversidade. Este fenômeno é abrangente no domínio produtivo e está intrinsecamente
ligado a uma profunda dinâmica de transformações na economia e nas práticas dos extrativistas
amazônicos.
Surge, assim, um ponto crucial de tensão e debate relacionado à implementação das
reservas, uma vez que a inserção e o crescimento de atividades não tradicionais implicam
pressões transicionais sobre as práticas tradicionais de base florestal. Em outras palavras,
observa-se o adensamento de disputas e conflitos pela delimitação das proporções e interfaces
no espaço entre atividades de produção de base florestal, não florestais e os objetivos de
conservação de sistemas ecológicos e biodiversidade. Isso afeta o ordenamento territorial e o
marco legal-normativo estabelecido, gerando uma série de conflitos diversos que tendem a
mobilizar e tensionar a própria entidade Reserva Extrativista.
Nesse contexto, é essencial nos questionarmos:
Quais são e como se caracterizam as principais pressões externas de extractivisms sobre
Reservas Extrativistas amazônicas?
Quais são as configurações das atividades de pecuária e da agricultura intensiva e
moderna em Reservas Extrativistas amazônicas, e quais são seus efeitos, considerando
as diversas tipologias de formações sociais, territorialidades e configurações
socioecológicas acolhidas por esse modelo?
Quais recomendações podem ser propostas para mitigar essas pressões?
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Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SILVA, Anselmo Gonçalves da. Reservas Extrativistas na Amazônia Brasileira: temas e questões de pesquisa. Ensaios de Geografia.
Niterói, vol. 11, nº 24, e112418, 2024.
Submissão em: 10/06/2023. Aceito em: 29/08/2024.
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Quais são os aspectos processuais, financeiros e quantitativos do funcionamento dos
extractivisms em Reservas Extrativistas amazônicas?
Quais as cadeias de produção envolvidas?
Quais recomendações podem ser feitas para incluir essas cadeias de produção na
responsabilização pelas ilegalidades e externalidades produzidas?
Qual seria um lugar e um modo sustentável, caso exista, para as atividades de
pecuária
11
e de agricultura intensiva e/ou moderna no modelo Reserva Extrativista?
Qual seria um lugar e um modo sustentável, para a modificação estrutural da
composição de espécies florestais e animais que vivem em florestas primárias de
Reservas Extrativistas?
Dever-se-ia discutir um mix e configuração econômico-produtiva adequada para cada
realidade local, buscando viabilizar a satisfação das necessidades percebidas pelas
populações contemporâneas? Quais propostas poderiam ser formuladas nesse sentido?
Como o ordenamento e planejamento territorial, junto à filosofia original das Reservas
Extrativistas, poderiam dialogar com essas problemáticas? Isso, considerando a
perspectiva de manutenção de princípios do modelo e, simultaneamente, de adaptação
e contextualidade a cada configuração territorial local-regional na dimensão econômico-
produtiva.
Tema 3: Assimetrias de poder e de direitos percebidas pelos residentes
Uma temática pouco explorada na literatura, mas que se destaca no nível local das
Reservas Extrativistas que observei, diz respeito aos embates de natureza ética, filosófica,
ideológica e jurídica relacionados à concepção dos direitos e deveres específicos dos residentes
nessas áreas, especialmente os territoriais e ambientais. Isso parece ser mais relevante nas áreas
de expansão da fronteira agrícola. A perspectiva diferenciada desses direitos e deveres em
relação a outros tipos de populações é um aspecto que, por vezes, é implicitamente abordado,
subentendido e subsumido nas abordagens de pesquisa.
11
No contexto desse tema, é relevante revisar os aspectos filosóficos originais do modelo (Allegretti, 2002; Silva,
2024b). Observo que a proibição da criação de grandes animais ocorreu cerca de dez anos após a
institucionalização da modalidade Reserva Extrativista, por ocasião de sua inclusão no SNUC (Silva, 2024a).
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Em minhas observações no Acre desde 2009, tenho notado entre os moradores de
Reservas Extrativistas o desenvolvimento crescente da percepção de que seus direitos são
reconhecidos de maneira parcial e condicional, embora essa situação não seja comunicada
nesses termos. Além disso, um entendimento de que os moradores estão particularmente
subjugados a atores do Estado, como o órgão gestor, e à sociedade exterior (pouco
determinada, mas representada por ONGs, pela esquerda política e por países estrangeiros).
Essa inquietação se manifesta como uma sensação de injustiça, desigualdade e tutela
estruturais, mobilizada em torno e em contraposição à institucionalidade Reserva Extrativista.
Em algumas situações, esse entendimento é construído numa abordagem comparativa,
destacando assimetrias de direitos e condições em relação a moradores de projetos de
assentamento de reforma agrária, fazendeiros, posseiros, entre outros grupos sociais.
Parece-me que as justificativas apresentadas pelos moradores, por meio de diversas
construções narrativas, poderiam ser melhor compreendidas se consideradas em relação a
fatores discutidos na literatura. Entre esses fatores estão restrições nos direitos territoriais, que
limitam a sensação de estabilidade da posse; a instalação de dispositivos adicionais de controle
de uso e ocupação em comparação com outras populações rurais; o foco da gestão na
conservação da biodiversidade em detrimento da atenção às demandas pautadas pelos
moradores; e a modelagem de gestão que concentra poder nas mãos do Estado, com baixa
participação social efetiva (Lobão; Loto, 2012; Guerrero, 2012; Castro, 2013; Araújo, 2018;
Prost, 2018; Choma, 2018; Perez, 2018; Silva, 2024a).
Uma expressão pejorativa, frequentemente reproduzida por moradores de Reservas
Extrativistas no Acre, ilustra de maneira sintética essa discussão: “a gente é ‘cuidante’ do
governo”. Atualmente, essas emergências estão sendo frequentemente instrumentalizadas pelo
bolsonarismo e por grupos sociais e políticos da extrema direita com atuação na Amazônia
(Barretto Filho, 2020), resultando em polarizações político-ideológicas e no aumento dos
conflitos nas reservas. Ao mesmo tempo, no campo da esquerda política, observo que as
questões levantadas pelos moradores são comumente interpretadas como simples oposição às
Reservas Extrativistas, ou como originadas do próprio bolsonarismo (o que me parece
equivocado), e não como problemáticas a serem consideradas para a adaptabilidade e
aperfeiçoamento do modelo ao longo do tempo.
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Diante desse cenário, torna-se fundamental abordar, por meio de pesquisas
participativas e com uma abordagem de cocriação (Morelli, 2021), as insatisfações e
inquietações que surgem entre os moradores de Reservas Extrativistas. Ignorar essas questões,
fazendo-as como ausências (Santos, 2018), pode agravar conflitos que poderiam ser
gerenciados, indo de encontro aos princípios fundadores do modelo, como autonomia e
autogestão (Allegretti, 2002; Silva, 2024b). Nesse enfoque, é essencial explorar:
De fato, há uma emergência significativa de percepções de assimetrias e desigualdades
entre moradores de Reservas Extrativistas amazônicas, conforme discutido no texto
desta seção? Quais as características desse tipo de expressão?
Quais fatores associados à institucionalidade Reserva Extrativistas são percebidos entre
os moradores como injustos, inadequados e passíveis de modificação ou
aperfeiçoamento?
Quais são as propostas de moradores para tornar a institucionalidade Reserva
Extrativista mais justa e adequada, especialmente no que diz respeito à mediação dos
projetos de vida das suas famílias (especialmente em relação às juventudes)?
Como as polarizações político-ideológicas influenciam a forma como os moradores
interpretam e expressam suas preocupações em relação à Reserva Extrativista?
Qual conjunto metodológico e proposta de intervenção poderiam ser empregados para
gerenciar o tipo de conflito abordado nesta seção (afetivo, ideológico e ontológico),
vinculado às polarizações mencionadas?
Tema 4: A filosofia original do modelo e a homologia com sua implementação
Na literatura, destacam-se as avaliações críticas de autores que acompanharam a
geração e implementação das Reservas Extrativistas, apontando ambiguidades e incoerências
entre os aspectos filosóficos originais do modelo e a sua implementação o que resulta em
impactos negativos nos objetivos inicialmente definidos (Almeida; Rezende, 2013; Porto-
Gonçalves, 2016; Almeida; Allegretti; Postigo, 2018; Silva, 2024b). Dentre as críticas
levantadas, diversos aspectos merecem destaque.
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Um ponto central é a inclusão das Reservas Extrativistas no SNUC (Brasil, 2000). Essa
mudança normativo-legal transformou significativamente o conceito, modelagem e arcabouço
de implementação e gestão dessas áreas (Silva, 2024a). O novo enquadramento abrangendo
aspectos filosóficos, ideológicos e burocrático-estatais produziu diversas formas adicionais
de regulações e controle sobre os residentes e seus direitos territoriais, direcionando as Reservas
Extrativistas para assumirem um foco central na dimensão da conservação da biodiversidade,
através do pensamento e técnica modernos (Almeida; Rezende, 2013; Porto-Gonçalves, 2016;
Silva, 2024a).
Essa transformação ocorreu à custa da ampla e complexa filosofia do movimento
seringueiro, que configurava o conceito original de Reserva Extrativista (Porto-Gonçalves,
1999; Allegretti, 2002; Almeida, 2004; Silva, 2024b; Silva, 2024d). Seus principais objetivos
eram o reconhecimento de direitos territoriais e o empoderamento de populações amazônicas
historicamente subalternizadas, inicialmente referidas como trabalhadores/camponeses da
floresta (Almeida, 2004). O movimento estimulava-os a assumir a governança de seus destinos
e territórios, numa perspectiva de autonomia (Porto-Gonçalves, 2016). Além disso, propunha
uma relação convivial, de respeito e reciprocidade, entre o desenvolvimento amazônico e a
Floresta, conforme concebida por eles (Allegretti, 2002).
Como parte deste processo mas não exclusivamente , outros pontos são
mencionados. Dentre eles, destaca-se a desvalorização dos planos de utilização (instrumento
construído pelo movimento seringueiro a partir da sua forma de entender e administrar o seu
mundo), em detrimento de planos de manejo cnicos típicos do campo de áreas protegidas
em perspectiva internacional (Lobão e Loto, 2012; Almeida e Rezende, 2013). Isso enfraqueceu
o poder das comunidades na gestão de seus territórios, ao colocar o saber técnico em
preponderância sobre o tradicional (Simonian, 2015; Porto-Gonçalves, 2016; Araújo, 2018;
Almeida; Allegretti; Postigo, 2018; Prost, 2018; Silva, 2024a).
Além disso, nota-se a transfiguração da lógica autogestionária em conjuntos de
estruturas burocrático-estatais que assumem a governança territorial (Almeida; Rezende, 2013;
Porto-Gonçalves, 2016; Almeida; Allegretti; Postigo, 2018). Isso é claramente evidente por
várias medidas. Primeiramente, a introdução da figura do chefe da Reserva Extrativista,
nomeado pelo Estado, geralmente dentre os seus funcionários de carreiras de meio ambiente.
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Assim como a atribuição do papel de órgão gestor à alguma instituição estatal. Outro exemplo
é o estabelecimento de um conselho deliberativo como instância máxima de gestão de cada
reserva (que, por determinação legal, deve ser presidido pelo chefe da reserva e incluir membros
externos à comunidade residente).
Ainda, a reinterpretação dos aspectos de autogestão pretendidos com a figura jurídica
do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU) (Cunha, 2010; Lobão; Loto, 2012;
Almeida; Rezende, 2013; Porto-Gonçalves, 2016; Prost, 2018; Almeida; Allegretti; Postigo,
2018; Araújo, 2018). Assim, observa-se um desfazimento das lógicas de autogestão das
Reservas Extrativistas pós-SNUC, dando lugar a uma forma-intenção excepcional de tutela e
controle estatal sobre os residentes e seus territórios (Guerreiro, 2012; Prost, 2018; Araújo,
2018; Silva, 2024a).
A crítica se estende à extinção do Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das
Populações Tradicionais (CNPT/IBAMA) como órgão estatal específico para cogestão dessas
áreas a nível federal. Em seu lugar, o ICMBio não teria desempenhado o mesmo papel,
constituindo-se como órgão ambiental generalista focado na conservação da biodiversidade,
negligenciando preocupações com políticas voltadas às comunidades detentoras de direitos
territoriais das Reservas Extrativistas, assim como as perspectivas originais de autonomia e
autogestão das áreas pelos seus moradores (Almeida; Rezende, 2013; Almeida; Allegretti;
Postigo, 2018).
Nesse contexto, parece-me necessário investigar a homologia entre o conceito-projeto
original de Reserva Extrativista e o que foi implementado ao longo do tempo reivindicando o
termo Reserva Extrativista e o legado do movimento seringueiro (Allegretti, 2002; Silva,
2024b). Além disso, é importante considerar a avaliação que os moradores fazem da Reserva
Extrativista atual, em sua implementação considerando que esse é um projeto emancipatório
dos sujeitos que envolve. Perguntas pertinentes incluem:
Qual seria o conceito-projeto filosófico-conceitual original de Reserva Extrativista?
Qual é a coerência entre os princípios e a estrutura de ideias do conceito-projeto original
das Reservas Extrativistas e o seu arcabouço burocrático-institucional? Quais
incoerências podem ser identificadas?
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Quais incoerências são chaves nos conflitos atuais em Reservas Extrativistas?
Quais recomendações podem ser sugeridas para efetuar ajustes no arcabouço
burocrático-institucional, visando assegurar a homologia da Reserva Extrativista
institucional com a sua filosofia original?
Qual é a relação entre a visão de futuro e os projetos de vida dos moradores das Reservas
Extrativistas e o proposto pelo conceito-projeto original deste modelo? Quais são as
conflitualidades identificadas?
Qual é a relação entre a visão de futuro e os projetos de vida dos moradores das Reservas
Extrativistas e o conjunto burocrático-institucional em implementação associado ao
termo RESEX? Quais são as conflitualidades que podem ser identificadas?
Com base nas questões anteriormente apresentadas nesta seção, quais recomendações
podem ser sugeridas para ajustar a modelagem institucional e o arcabouço burocrático-
institucional das Reservas Extrativistas, de modo a alinhá-lo filosoficamente com o
conceito-projeto original e considerar as percepções emergentes de seus moradores na
contemporaneidade? Vale ressaltar que este modelo está fundamentado na prerrogativa
de autogestão e autonomia das populações que residem nessas áreas.
Tema 5: O extrativismo
12
tradicional no futuro
Os conflitos na implementação das Reservas Extrativistas são ampliados pela crise do
extrativismo tradicional como alternativa econômica para esses territórios (Homma, 2012;
Medina; Barbosa, 2016; Sousa, 2018). No entanto, tanto o extrativismo quanto as alternativas
econômicas de baixo impacto ecológico não se desenvolveram, ou não foram promovidas como
o esperado, deixando as economias tradicionais vulneráveis às pressões de extractivisms,
especialmente em Reservas Extrativistas situadas nas zonas de expansão agropecuária na
Amazônia brasileira.
A gradual inserção de economias baseadas em extractivisms nessas áreas pode impactar
os fundamentos do modelo de desenvolvimento, o capital simbólico e a economia moral
12
O termo extrativismo é considerado manejo sustentável para uso e comercialização de elementos naturais,
vegetais e/ou animais.
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associados às características originais das Reservas Extrativistas (Kröger, 2019). Medina e
Barbosa (2016), ao estudarem a questão produtiva em Reservas Extrativistas, afirmam que
encontrar soluções econômicas sustentáveis para as populações que vivem em áreas protegidas
é um dos principais desafios para a sustentabilidade da Amazônia. E, ainda, que
[os] sistemas tradicionais estão ameaçados pela burocracia governamental, que nega
a possibilidade de criação de grandes animais em UCs, mesmo quando a atividade é
anterior à criação da unidade; define planos formais de manejo florestal como única
opção para o uso comercial das florestas, inclusive com requerimentos inacessíveis
para as famílias; e não reconhece os acordos de pesca elaborados pelas comunidades.
Sem alternativas para a geração de renda, as famílias estão sendo condenadas à
pobreza, à ilegalidade e ao êxodo rural. Tratar da questão produtiva é fundamental
para o futuro das Resex no Brasil. (Medina; Barbosa, 2016, p. 69).
A discussão sobre a viabilidade do extrativismo vegetal na Amazônia é ampla, apresenta
diversas interpretações, a depender da perspectiva teórico-metodológica utilizada nas
pesquisas. Teixeira et al. (2018), analisando dados empíricos de 28 Reservas Extrativistas
amazônicas, identificaram uma estrutura produtiva complexa, composta principalmente por
atividades de agricultura, extrativismo vegetal e pesca, em regime de economia familiar. Esta
produção econômica, voltada para o autoconsumo e renda não monetária, frequentemente está
ausente ou subdimensionada em dados oficiais. Segundo esses autores, o identificado concorda
com o proposto para esta modalidade territorial, propiciando “garantia dos meios de vida, de
reprodução social e econômica das comunidades tradicionais em estrita articulação com o uso
racional e a conservação dos recursos naturais” (p. 181).
Para Sousa (2018), o extrativismo vegetal, embora considerado ultrapassado pela
ortodoxia econômica neoclássica, ganhou destaque como alternativa de desenvolvimento
sustentável com as crescentes preocupações ambientais e socioculturais das sociedades nas
últimas décadas. Estratégias como agregação de valor, tecnologias, ganho de produtividade e
formas cooperativas de beneficiamento e comercialização contribuíram para uma visão mais
positiva do extrativismo. Embora as avaliações de experiências que empreenderam esse
entendimento apontam fraco desempenho econômico, esse autor indica que o seu sucesso deva
ser analisado também por parâmetros não econômicos, como aqueles afetos ao bem-viver, à
conservação da biodiversidade e aos serviços ambientais associados.
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No entanto, Homma (2012) alerta para os desafios do extrativismo tradicional, como a
baixa produtividade da terra e da mão de obra. Segundo ele, a pulverização espacial da
extração dificulta a economia de escala e, consequentemente, o sucesso do extrativismo.
Homma (2012, p. 43) prevê que a extração de madeira, a pecuária, atividades de roça, dentre
outras, poderão levar a uma “reserva extrativista sem extrativismo”.
Nisto, sobre o extrativismo “tradicional no contexto amazônico, três linhas de
pesquisa parecem-me fundamentais: experiências de sucesso, potencialidades e oportunidades,
e adaptabilidades e desenvolvimentos as quais represento nas seguintes questões:
Quais experiências de sucesso baseadas numa economia das florestas e das águas,
comunitária ou familiar, destacam-se em Reservas Extrativistas amazônicas?
Que recomendações podem ser sugeridas para fortalecer e replicar essas experiências
bem-sucedidas?
Com base no conhecimento atual, quais potencialidades e oportunidades podem ser
identificadas para o desenvolvimento de economias alternativas e de baixo impacto
ecológico, com base nas florestas e nas águas amazônicas, em Reservas Extrativistas?
Especial atenção deve ser dada à identificação de cadeias produtivas prioritárias e
arranjos de negócios inovadores.
Quais recomendações podem ser formuladas para orientar políticas públicas e
intervenções eficazes no domínio da economia em Reservas Extrativistas?
Especialmente em termos tecnológicos, quais são as prioridades de desenvolvimento e
transferência de técnicas, tecnologias e equipamentos para uma economia da floresta
e das águas na Amazônia brasileira?
Que aspectos filosóficos, técnicos, tecnológicos, de organização territorial e
ecológica podem subsidiar adaptabilidades, inovações e desenvolvimentos para os
extrativismos tradicionais em Reserva Extrativistas amazônicas?
É importante destacar que, diante do amplo desafio de se promover uma economia
sustentável da/na Floresta Amazônica, as questões mencionadas acima representam apenas uma
síntese das problemáticas associadas. Explorar adequadamente esse tema exigiria um texto
específico. No entanto, é fundamental observar que as iniciativas de pesquisa nesse campo são
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atualmente fragmentadas e carecem de uma política de intervenção macroestruturada. Neste
contexto, torna-se imperativo articular as instituições de pesquisa na Amazônia junto com
parceiros nacionais e internacionais em um programa dedicado à promoção de uma economia
sustentável baseada na família agroflorestal amazônica. Diante da magnitude dessa demanda,
seria crucial a criação de uma instituição federal, semelhante à Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA)
13
, porém focada na coordenação de uma rede abrangente de
pesquisa e desenvolvimento. Esta instituição desempenharia um papel crucial na disseminação
de conhecimento, no financiamento, no acompanhamento e na execução de projetos em áreas
protegidas, incluindo unidades de conservação e terras indígenas, especialmente na Amazônia
brasileira.
Tema 6: Resiliência em sistemas sociais tradicionais
Uma abordagem de pesquisa potencial para conhecimento dos processos de mudança
social, territorial e política em Reservas Extrativistas, envolveria a análise da capacidade de
resiliência de comunidades tradicionais e os fatores associados (Cinner; Barnes, 2019; Silva et
al., 2024). As populações extrativistas, especialmente as camadas mais jovens, estão imersas
em contextos inovadores, marcando uma transição dos ambientes que historicamente moldaram
essas comunidades (Silva; Silva; Yamada, 2019). Assim como muitos povos indígenas
amazônicos na atualidade, os extrativistas passam da luta pelo reconhecimento de seus direitos
territoriais para a responsabilidade de administrar suas áreas sob novos paradigmas, muitos
deles influenciados pelas burocracias estatais (Le Tourneau, 2015). Adicionalmente, enfrentam
pressões decorrentes dos extractivisms em expansão na Amazônia, interações com sistemas
culturais diversos, dinâmicas entre floresta e cidade, e crescentes demandas monetárias. Essa
multiplicidade de pressões e novos contextos impacta significativamente a capacidade de
resiliência dessas populações na Amazônia.
Diante desse desafio, surgem questões importantes, como:
13
Conforme sugerido por Miguel Scarcello, secretário geral da ONG SOS Amazônia, durante palestra na Semana
do Meio Ambiente do IFAC Campus Xapuri, em 2022.
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Quais são as características das populações de Reservas Extrativistas em que se observa
elevada resiliência dos sistemas socioecológicos diante de contextos de elevada pressão
para mudanças produtivo-econômicas?
Quais fatores contribuem para a variação na resiliência entre diferentes comunidades?
Por que determinadas comunidades mantêm seus conjuntos onto-epistemológicos
tradicionais como fundamentos para seus processos desenvolvimentais?
Quais recomendações podem ser sugeridas para fortalecer a resiliência dos sistemas
socioecológicos presentes em Reservas Extrativistas?
A escola, a educação e a comunicação podem ser instrumentos poderosos para fortalecer
a resiliência dos sistemas sociais? Quais são as experiências bem-sucedidas? Quais
recomendações nesses domínios?
Tema 7: Eficácia do modelo no alcance dos seus objetivos, gestão e políticas públicas
Para alguns autores, o destaque é o insucesso do modelo de Reservas Extrativistas no
alcance dos seus objetivos, sobretudo no desenvolvimento econômico do extrativismo
tradicional e na conservação da biodiversidade; além disso, critica-se a falha do modelo em
impulsionar melhorias significativas na qualidade de vida dos residentes (Freitas; Florentino;
Souza, 2015; Freitas; Silva; Rodrigues, 2016; Amaral; Freitas, 2016; Florentino; Silva; Freitas,
2016; Freitas et al., 2017).
Dentre os argumentos estão: a dependência do Estado e o reduzido apoio econômico
para promover conservação ambiental associada às atividades produtivas (Freitas; Silva;
Rodrigues, 2016; Amaral; Freitas, 2016); as dificuldades do modelo em considerar a
heterogeneidade das realidades sociais, econômicas, ambientais e culturais (Florentino; Silva;
Freitas, 2016); o de que essas unidades foram criadas para conservação ecossistêmica, e como
as populações buscam melhores condições de vida, e a economia do extrativismo tradicional
não se manteve no mercado, a conservação ambiental pode ser mantida pela repressão e
exclusão estatal (Freitas et al., 2017; 2018).
A discussão também aborda a baixa implementação de políticas públicas básicas nesses
territórios (Freitas; Florentino; Souza, 2015; Almeida; Allegretti; Postigo, 2018; Baia; Freitas;
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Silva, 2020), bem como a necessidade de políticas diferenciadas para atender às especificidades
das populações amazônicas, especialmente nas áreas de saúde e de educação (Silva; Silva, 2022,
2023a, 2023b).
A gestão das Reservas Extrativistas, abrangendo a sua modelagem e a dos órgãos
gestores, também emerge como um tema de discussão, estando na base de diversos conflitos
(Guerrero, 2012; Castro, 2013; Almeida; Rezende, 2013; Dumith, 2014; Almeida; Allegretti;
Postigo, 2018; Perez, 2018; Prost, 2018; Silva, 2018; Moares, 2018; Choma, 2018; Arnaud,
2019). Para abarcar a diversidade de problemáticas incluídas nesta seção, considero importantes
as seguintes questões:
Como os moradores das Reservas Extrativistas avaliam a sua qualidade de vida,
considerando aspectos positivos e negativos?
Quais propostas eles têm para melhorar sua qualidade de vida nas reservas?
Como os moradores percebem as políticas públicas a que têm acesso?
Quais políticas públicas essas populações não têm acesso e consideram como
necessárias?
Quais propostas têm para melhorar as políticas públicas para populações das florestas
e das águas na Amazônia brasileira?
Qual é a opinião dos moradores em relação ao modelo e às práticas de gestão das
Reservas Extrativistas?
Quais propostas têm para a gestão das Reservas Extrativistas?
Destaco a importância da contextualização e diferenciação das políticas públicas uma
demanda histórica das populações originárias e tradicionais da Amazônia. Nesse sentido, é
essencial realizar pesquisas aplicadas para desenvolver e modelar políticas públicas específicas
que garantam direitos nessas áreas. Além disso, é fundamental analisar a efetividade da gestão
das instituições responsáveis por essas áreas, incluindo a revisão da sua modelagem
organizacional e das políticas e práticas de gestão adotadas, como fiscalização ambiental,
monitoramento e controle fundiário, qualidades do reconhecimento e exercício de direitos
territoriais, monitoramento ambiental, entre outros.
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Lembro que a concepção de efetividade deve considerar principalmente marcadores
associados aos fundamentos filosóficos originais do modelo de Reservas Extrativistas
14
, e não
apenas critérios relacionados à conservação da biodiversidade ou aqueles preconcebidos pela
cultura do campo de áreas protegidas no mundo, que geralmente modela as instituições
gestoras. Por fim, é imperativo monitorar o apoio e o cumprimento dos compromissos estatais
em relação a essas áreas e populações.
Características e limitações deste ensaio
Sabe-se que o fazer científico está vinculado às escolhas de cada sujeito que opera o
sistema científico, podendo variar na filosofia da ciência, na delimitação do objeto, nos
objetivos da pesquisa, nos conjuntos teóricos para enquadramento e, logo, nas problemáticas e
questões de investigação formuladas. Essa variação é fortemente influenciada pela
configuração subjetiva do pesquisador e por suas perspectivas ontológicas e ideológicas
(Nunes, 1970; González-Rey; Martinez, 2017)
Dito isto, é importante salientar que a organização de temas e questões de pesquisa
apresentadas neste texto está limitada à condição de produção subjetiva de um pesquisador a
partir da forma como vê e se relaciona com o processo de implementação das Reservas
Extrativistas. Assim, é de caráter sugestivo e tem o objetivo de oferecer subsídios e dialogar
com a imaginação científica criativa de outros pesquisadores interessados nessa modalidade,
em populações historicamente subalternizadas e na discussão dos futuros amazônicos.
Concluo reiterando o potencial das Reservas Extrativistas, não apenas para a Amazônia,
incluindo sua biodiversidade e populações humanas, mas também para a promoção de
alternativas à sociedade moderna capitalista hegemônica, que enfrenta profundas crises
(Escobar, 2022). Acredito que sua gestão adaptativa e a implementação integral (em coerência
com seu conceito-projeto original) podem contribuir significativamente para a realização desse
potencial um fim para o qual esta agenda de pesquisa visa colaborar.
14
Seriam exemplos destes marcadores: capacidade percebida de autogestão das organizações próprias dos
moradores, percepção de autonomia e dignidade social, nível percebido de autogovernança da Reserva Extrativista,
qualidade percebida da economia agroflorestal, perspectiva percebida de autodesenvolvimento da economia
familiar, entre outras.
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Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SILVA, Anselmo Gonçalves da. Reservas Extrativistas na Amazônia Brasileira: temas e questões de pesquisa. Ensaios de Geografia.
Niterói, vol. 11, nº 24, e112418, 2024.
Submissão em: 10/06/2023. Aceito em: 29/08/2024.
ISSN: 2316-8544
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