Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
PEQUENO, Victor Dantas Siqueira. A Cor da Falta. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 11, nº 24, e112407, 2024.
Submissão em: 14/10/2023. Aceito em: 18/02/2024.
ISSN: 2316-8544
Este trabalho está licenciado com uma licença Creative Commons 1
SEÇÃO LEITURAS
A COR DA FALTA
THE COLOR OF LACK
EL COLOR DE LA AUSENCIA
Victor Dantas Siqueira Pequeno1
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)
Mato Grosso do Sul, Brasil.
e-mail: victorpequenogeo@gmail.com
Sinto falta de um negro amor
Sinto a falta de um lar
Não somente romântico
Não somente familiar
Mas, uma fraternidade
Em qual eu possa estar
Em casa ou na rua
No motel ou no bar
Não importa a paisagem
Muito menos o lugar
Onde for que seja
Seja amor, seja lar.
Um alguém, uma pessoa
Daqui ou de lá
1
Mestrando em Geografia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Licenciado em Geografia pela
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS/UUCG) com período sanduíche na Facultad de Geografía
da Universidad de La Habana (2022.2). Foi Bolsista de Iniciação Científica (2018.2 - 2019.1) pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vinculado a Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-
graduação e Inovação (PROPPI) da UEMS/UUCG. Membro do Grupo de Pesquisa em Tecnologia, Território e
Redes (GTTER) - UEMS/CNPq e pesquisador no Laboratório de Espacialidades Urbanas - LabEU.
Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
PEQUENO, Victor Dantas Siqueira. A Cor da Falta. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 11, nº 24, e112407, 2024.
Submissão em: 14/10/2023. Aceito em: 18/02/2024.
ISSN: 2316-8544
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Um amigo, uma amiga
Preto-negro, Negro-pardo
Quem for que seja,
Seja amor, seja lar.
Do barulho que me faz calar
Da multidão que me deixa só
Do elogio que me desumaniza
Do não-dizer que me causa nó
A falta de um negro amor
Causa dores na minha cor.
Aqui neste Sul-Brasil
Tenho me agonizado num cotidiano hostil
Nesta Geografia que me suspende
Sinto falta de um negro amor
E de um melânico desejar.
Sinto falta
Quando tudo é mais do mesmo
Sinto falta
Até de mim mesmo.
Sinto falta…
Gostaria de explicar
Mas, é dolorido confessar
Que a falta que eu sinto, no fim das contas,
É a ausência do amar.