Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
ANDRADE, Rodrigo Coutinho. Análise Crítica Sobre as Tendências da BNC-Formação e das Diretrizes Curriculares Nacionais de Geografia
para a Formação-Atuação Docente. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº 23, e102302, 2024.
Submissão em: 25/10/2023. Aceito em: 12/12/2023.
ISSN: 2316-8544
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nos princípios do neotecnicismo pedagógico (Saviani, 2007; Freitas, 2011) no mesmo escopo
gerencial para a gestão escolar. Este paradigma tem como pressuposto a defesa da neutralidade
com base na cientificidade, racionalidade e eficiência pedagógica (Freitas, 2011, p. 2), como
espelho das políticas de accountability implementadas nos países centrais, e alimentam uma
indústria da avaliação e da produção de recursos pedagógicos que colocam as reformas cada
vez mais “a prova de professores” (Helene, 2013, p. 67). Fato previsto em diferentes partes na
BNC-Formação, como o décimo terceiro inciso do Artigo Nº 7 (Brasil, 2019, p. 4), assim como
nos dias atuais por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
Segue-se o exame da BNC-Formação, não dissociado do princípio da Pedagogia das
Competências, por meio da análise da organização curricular e da estruturação dos cursos de
licenciatura. Uma leitura, mesmo que não muito atenta do documento, encaminha para a
compreensão das vicissitudes da aprendizagem associada às novas tecnologias, ou dos
princípios didático-metodológicos arraigados nas noções contemporâneas – metodologias
ativas – com foco na prática. Isto é notório nos Artigos Nº 7 e Nº 8 (Brasil, 2019, p.5) por meio
do incentivo às metodologias ativas, as TICs, e à prática, sendo esta ratificada também na
organização da carga horária no qual se dispõe um quarto da formação para tal – Grupo III, de
acordo com partes do terceiro inciso do Artigo Nº 11.
II - reconhecimento de que a formação de professores exige um conjunto de
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, que estão inerentemente alicerçados
na prática, a qual precisa ir muito além do momento de estágio obrigatório,
devendo estar presente, desde o início do curso, tanto nos conteúdos educacionais
e pedagógicos quanto nos específicos da área do conhecimento a ser ministrado;
VIII - centralidade da prática por meio de estágios que enfoquem o planejamento,
a regência e a avaliação de aula, sob a mentoria de professores ou coordenadores
experientes da escola campo do estágio, de acordo com o Projeto Pedagógico do
Curso (PPC).
XII - aproveitamento dos tempos e espaços da prática nas áreas do conhecimento,
nos componentes ou nos campos de experiência, para efetivar o compromisso com as
metodologias inovadoras e os projetos interdisciplinares, flexibilização curricular,
construção de itinerários formativos, projeto de vida dos estudantes, dentre outros
(Brasil, 2019, p. 4, grifo nosso).
Tal fato se repete no Artigo Nº 8 (Brasil, 2019, p. 5), cabendo destaque, dentre os
elementos formativos supracitados, para o aproveitamento dos tempos e espaços da prática
como rege o Método de Stallings. Isto condiz com o que se afirma no segundo inciso, que trata