Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
LIMA, Jhonatas Isac Pereira; VASCONCELOS, Carlos Alberto de. Concepções de Didática no Ensino Superior: experiência no curso de
licenciatura em Geografia. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº 23, e102304, 2024.
Submissão em: 31/01/2024. Aceito em: 18/04/2024.
ISSN: 2316-8544
Este trabalho está licenciado com uma licença Creative Commons 1
SEÇÃO ARTIGOS
Concepções de Didática no Ensino Superior:
experiência no curso de licenciatura em Geografia
Conceptions of Didactics in Higher Education:
experience in the Geography Teaching Degree course
Concepciones de Didáctica en la Enseñanza Superior:
experiencia en el curso de licenciatura en Geografía
DOI: https://doi.org/10.22409/eg.v10i23.61707
Jhonatas Isac Pereira Lima1
Universidade Federal de Sergipe (UFS),
Sergipe, Brasil
e-mail: jhonatasisac1997@gmal.com
Carlos Alberto de Vasconcelos2
Universidade Federal de Sergipe (UFS),
Sergipe, Brasil
e-mail: grupo.foptic@gmail.com
Resumo
O ensino superior enfrenta desafios decorrentes das mudanças sociais, tecnológicas e culturais, exigindo constante
reflexão sobre as práticas pedagógicas. Nesse cenário, a didática emerge como elemento central para o
desenvolvimento do ensino-aprendizagem e formação de profissionais da educação, refletindo as complexidades
do mundo contemporâneo. Considerando essa perspectiva, o objetivo deste trabalho é relatar entendimentos
adquiridos sobre didática e seus correlatos a partir de uma experiência com alunos no ensino superior na
Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Estado de Sergipe, em 2022. Assim, esse texto tem abordagem
qualitativa, com revisão de literatura e relato de experiência na disciplina de Didática no curso de licenciatura em
Geografia. Os resultados de forma geral destacam a relevância e a necessidade do componente curricular de
Didática nos cursos de formação de professores, transcendendo as fronteiras disciplinares e contribuindo, a partir
de procedimentos teórico-metodológicos e didático-pedagógicos, para a atuação dos futuros docentes.
Palavras-chave
Didática; Ensino-aprendizagem; Ensino Superior.
1
Graduando em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe. Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-
Graduação da Universidade Federal de Sergipe. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Formação de
Professores e Tecnologias da Informação e Comunicação FOPTIC.
2
Pós-doutor em Educação Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco. Dr. em Geografia pela
Universidade Federal de Sergipe. Professor do Programa de s-Graduação em Educação - PPGED. Líder do
Grupo de Estudos e Pesquisas em Formação de Professores e Tecnologias da Informação e Comunicação
FOPTIC.
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AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
LIMA, Jhonatas Isac Pereira; VASCONCELOS, Carlos Alberto de. Concepções de Didática no Ensino Superior: experiência no curso de
licenciatura em Geografia. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº 23, e102304, 2024.
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Abstract
Higher education in Brazil has been facing challenges as a result of social, technological, and cultural changes,
thus requiring constant reflection upon current teaching practices. In such scenery, didactics emerges as a core
element in the teaching-learning development and the qualification of education professionals, reflecting the
complexities and demands of the contemporary world. Considering this perspective, the objective of this work is
to report understandings acquired about teaching and its correlates from an experience with students in higher
education at the Federal University of Sergipe (UFS), in the State of Sergipe, in 2022. Thus, this text has an
approach qualitative, with literature review and experience report in the Didactics discipline in the Geography
undergraduate course. In general, the results emphasized the relevance and need for the curricular component
didactics in teachers’ education courses, going beyond discipline boundaries and employing theoretical-
methodological and didactic-pedagogical procedures to contribute to these future teachers’ action.
Keywords
Didactics; Teaching-learning; Higher education.
Resumen
La enseñanza superior enfrenta desafíos derivados de los cambios sociales, tecnológicos y culturales, que exigen
constante reflexión sobre las prácticas pedagógicas. En este escenario, la didáctica emerge como un elemento
central para el desarrollo de la enseñanza-aprendizaje y la formación de profesionales de la educación, reflejando
las complejidades del mundo contemporáneo. Considerando esta perspectiva, el objetivo de este trabajo es relatar
los conocimientos adquiridos sobre la enseñanza y sus correlatos a partir de una experiencia con estudiantes de
educación superior en la Universidad Federal de Sergipe (UFS), en el Estado de Sergipe, en 2022. Así, este texto
tiene un enfoque cualitativo, con revisión de literatura y relato de experiencia en la disciplina Didáctica en la
carrera de Geografía. Los resultados resaltan en general la relevancia y necesidad del componente curricular de
Didáctica en los cursos de formación docente, trascendiendo fronteras disciplinarias y contribuyendo, a partir de
procedimientos teórico-metodológicos y didáctico-pedagógicos, a la actuación de estos futuros docentes.
Palabras clave
Didáctica; Enseñanza-aprendizaje; Enseñanza Superior.
Introdução
Os docentes no Ensino Superior têm enfrentado constantes desafios decorrentes de
mudanças socioculturais e tecnológicas, demandando constante reflexão sobre as práticas
pedagógicas exercidas nesse nível de ensino. Em tal contexto, a didática passa a ser vista como
um elemento crucial para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem bem
como na formação de futuros professores, considerando as complexidades do mundo
contemporâneo.
O Ensino Superior, assim como qualquer outro nível de ensino não se resume apenas à
transmissão de conhecimento, ao passo que deve proporcionar experiências que estimulem o
pensamento crítico, a criatividade e a capacidade de resolução de problemas do cotidiano. Nesse
sentido, a didática desempenha um papel primordial na prática do docente que busca por
caminhos e estratégias de qualidade que contribuam para a participação ativa dos estudantes.
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LIMA, Jhonatas Isac Pereira; VASCONCELOS, Carlos Alberto de. Concepções de Didática no Ensino Superior: experiência no curso de
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A dinâmica desse nível de ensino na atualidade é capaz de considerar as demandas da
sociedade, que está em constante transformação, principalmente com os avanços tecnológicos
e inclusão da diversidade. A indissociabilidade entre teoria e prática no contexto da didática
não pode se resumir à mera transmissão do conhecimento, uma vez que há a necessidade de um
envolvimento ativo dos alunos e professores nesse processo, abrindo caminhos para a
autonomia do processo, de tal forma que não haja dicotomia e fragmentações. Nessa perspectiva
e levando em consideração os desafios da contemporaneidade, Pimenta, Anastasiou e Cavallet
(2003, p. 271) argumentam:
O aperfeiçoamento da docência universitária exige, pois, uma integração de saberes
complementares. Diante dos novos desafios para a docência, o domínio restrito de
uma área científica do conhecimento não é suficiente. O professor deve desenvolver
também um saber pedagógico e um saber político. Este possibilita ao docente, pela
ação educativa, a construção de uma consciência, docentes e discentes fazem-se
sujeitos da educação. O saber-fazer pedagógico, por sua vez, possibilita ao educando
a apreensão e a contextualização do conhecimento científico elaborado.
Nesse contexto, o professor mediador torna-se fundamental no processo formativo. A
formação na docência vai além da mera transmissão de conteúdo específico. A
interdisciplinaridade, por exemplo, emerge como um elemento crucial, permitindo a integração
de diferentes áreas do conhecimento para abordar questões complexas e desafios
contemporâneos.
Dessa forma, metodologicamente, o presente texto apresenta abordagem com cunho
qualitativo, por meio de uma revisão de literatura com autores que discutem a temática. Além
disso, contempla um relato de experiência com alunos do Curso de Licenciatura em Geografia
da Universidade Federal de Sergipe (UFS) a respeito da disciplina de Didática, ofertada pelo
Departamento de Educação desta Universidade no semestre letivo de 2022, no turno noturno.
Nessa perspectiva, o objetivo deste texto foi relatar, a partir de uma experiência no
Ensino Superior, compreensões sobre a didática e correlatos entendimentos sobre tal disciplina.
Pretende-se contribuir para a reflexão e o aprimoramento contínuo no campo educacional,
promovendo uma análise crítica que possa colaborar com as abordagens didáticas no contexto
do Ensino Superior, em especial para os cursos de licenciatura.
Reflexão sobre didática
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A reflexão e a ação são imprescindíveis na/para a educação, não devendo existir entre
ambas, dicotomia, pois a reflexão desvinculada da prática conduz a uma teorização vazia. Por
sua vez, a ação que não é guiada pela reflexão leva a uma rotina desgastante e rígida. Por isso,
o trabalho do professor, em especial daquele que pretende ser um profissional consciente de
sua tarefa, deve seguir o caminho da reflexão-ação-reflexão. A unidade entre reflexão e ação
permitirá que o verdadeiro educador não confunda os meios com os fins, nem se deixe
escravizar pelas técnicas, que são meros instrumentos (Haydt, 2011). A reflexão sobre a didática
traz compreensão a respeito da complexidade que há no trabalho docente.
Para Libâneo, (1994) a didática é compreendida como um ramo que investiga os
processos de ensinar e aprender, além disso, tem a responsabilidade de converter objetivos
sociopolíticos e pedagógicos em objetivos educacionais. Assim, possui um papel de suma
importância na construção de ambientes educacionais que possibilitem o desenvolvimento
integral dos estudantes.
Em tal perspectiva, o professor, segundo Broilo e Dias (2021), deve adquirir consciência
da imperatividade de apropriar-se de conhecimentos e adaptar-se quando e se necessário,
envolvendo um processo simultaneamente cognitivo e social. Esse processo caracteriza-se
como um movimento dialético entre a realidade e a identidade docente, permeado pela reflexão
e pelo ensino-aprendizagem.
O movimento dialético entre a realidade vivenciada na prática docente e a construção
da identidade profissional demanda uma postura reflexiva e ativa no âmbito do ensino-
aprendizagem. O docente, ao internalizar esse processo, torna-se mais apto a enfrentar os
desafios em constante mudança na educação, contribuindo, assim, para o desenvolvimento
contínuo de sua prática pedagógica.
Nessa perspectiva, Silva (2023, p. 559) enfatiza que:
O professor deve mostrar-se também como fonte relativa do saber, ou seja, tentar
buscar dos alunos uma maior participação nos conteúdos, levando os mesmos para o
seu cotidiano. A função do professor vai muito além do conhecimento de sua
disciplina, pois assumimos um compromisso cada vez maior com os nossos
educandos. Conhecer bem a nossa disciplina faz-se necessário, como também
possibilitar situações de ensino-aprendizado que deixem marcas, preferencialmente
positivas, nos nossos educandos e isso é compromisso de cada um.
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Em tal contexto, a didática emerge como elemento fundamental na concretização desse
compromisso pedagógico. A referida autora ressalta a importância de ir além do simples
domínio da disciplina, enfatizando a necessidade de proporcionar situações de ensino-
aprendizagem que deixem marcas consideráveis nos educandos. A didática, portanto, torna-se
o instrumento essencial para transformar o conhecimento em experiências significativas.
No contexto do Ensino Superior, a didática transcende a mera transmissão de conteúdo,
ou seja, ela se torna caminho para a construção de ambientes de aprendizagem dinâmicos e
participativos. Nesta perspectiva, Marin (2019, p. 30) afirma que a didática é “a disciplina que
ensina a ser professor”, assim, observa-se a importância desse campo no contexto da formação
de professores.
Estratégias de ensino, por sua vez, abrangem uma variedade de métodos e metodologias
que buscam envolver os alunos de maneira ativa, com finalidade de um ensino-aprendizagem
qualitativo e significativo, que atualmente está imbuído de diversas interfaces tecnológicas e
das chamadas “metodologia ativas”.
Comenius (2011) traz a necessidade de repensar a arte universal de ensinar tudo a todos.
Suas reflexões instigam uma reavaliação do papel do educador e dos métodos de ensino,
buscando uma abordagem que abranja a diversidade dos aprendizes. O autor, considerado o
“expoente da didática”, destaca a importância das práticas pedagógicas seguidas por uma
didática que considere as individualidades dos alunos no processo de ensinar e aprender. Com
esse sentido, o referido autor acrescenta que a educação é um direto de todos os seres humanos.
Nós ousamos prometer uma didática magna, ou seja, uma arte universal de ensinar
tudo a todos: de ensinar de modo certo, para obter resultados, de ensinar de modo
fácil, portanto sem que docentes e discentes se molestem ou enfadem, mas, ao
contrário, tenham grande alegria; de ensinar de modo sólido, não superficialmente, de
qualquer maneira, mas para conduzir à verdadeira cultura, aos bons costumes, a uma
piedade mais profunda (Comenius, 2011, p. 13).
Em uma didática magna universal de ensinar tudo a todos, é possível vislumbrar, de
certa forma, uma abordagem diversificada para a educação. O autor destaca a importância de
um ensino certo, eficaz e agradável, almejando não apenas resultados superficiais, mas também
a satisfação tanto do aluno quanto do professor nesse processo formativo. Pensando sobre a
didática no Ensino Superior, Pontes (2020, p. 72), destaca características e fundamentos:
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A Didática no Ensino Superior constitui-se como uma teoria que medeia os processos
de ensino e aprendizagem nas IES/Universidades e se destina a todos os professores,
não importando a área ou a disciplina em que atuem. A Didática no Ensino Superior
tem sua origem e desenvolvimento junto à Didática geral, campo de conhecimento da
Pedagogia ciência da educação , que possui uma tradição epistemológica
historicamente construída e uma longa produção que começa na antiguidade clássica.
Na atualidade, é possível reconhecer, pelas produções na área, que um maior
interesse pela Didática no Ensino Superior no âmbito da Pedagogia Universitária.
Hodiernamente o ensino como objeto de estudo da didática tem características
vinculadas à aprendizagem, ultrapassando a mera transmissão de informação ou conhecimento.
Nessa perspectiva, Freire (2002) diz que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
possibilidades para novos caminhos na construção e produção do conhecimento.
Neste contexto, o papel tradicionalmente autoritário do professor é relegado. Na
abordagem contemporânea, o docente assume uma postura mais receptiva ao aprendizado
contínuo, tornando-se também um aprendiz no processo. Essa mudança de dinâmica é
sustentada pela participação ativa dos alunos em sua própria formação. A transição para uma
abordagem colaborativa e participativa implica uma redefinição dos papéis em sala de aula.
Esse movimento impacta não apenas uma evolução nas teorias educacionais, mas também um
reconhecimento da importância da interatividade e de alunos ativos no processo educacional
como um todo.
Freire (2002, p. 21) comenta: “quando entro em uma sala de aula, devo estar sendo um
ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico
e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho a de ensinar e não a de transferir
conhecimento”. A perspectiva freiriana reforça a concepção de que o ato de ensinar vai além
da mera transmissão de informações.
A ênfase na abertura a indagações e curiosidade dos alunos indica ambiente propício ao
diálogo e à participação ativa. A sala de aula se transforma em um espaço de partilha e
construção do conhecimento. A didática nesse caminho tem sua relevância como recurso de
apoio ao professor na consecução desses objetivos propostos para suas aulas, incorporando
metodologias ativas, estratégias de problematização e práticas pedagógicas que estimulem a
participação.
A didática, ao assumir seu papel, sendo um recurso de apoio ao professor, revela-se
como um caminho ou guia para a implementação de metodologias ativas e estratégias
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dinâmicas. Assim, a didática transcende a simples organização dos conteúdos escolares,
transformando-se em um meio nesse processo de (re)construção do conhecimento.
Nessa perspectiva, Freire (2002), ressalta os papéis do professor e do aluno nesse
processo formativo:
É interessante observar que a minha experiência discente é fundamental para a prática
docente que terei amanou que estou tendo agora simultaneamente com aquela. É
vivendo criticamente a minha liberdade de aluno ou aluna que, em grande parte, me
preparo para assumir ou refazer o exercício de minha autoridade de professor. Para
isso, como aluno que hoje sonha com ensinar amanou como aluno que ensina
hoje devo ter como objeto da minha curiosidade as experiências que venho tendo com
professores vários e as minhas próprias, se as tenho, com meus alunos (Freire, 2002,
p. 100-101).
Na reflexão sobre a própria jornada como aluno, é possível perceber que cada interação
com os professores contribui para a formação docente. O exercício crítico da liberdade enquanto
aprendiz não apenas contribui com a compreensão sobre os métodos e metodologias, mas
também proporciona uma formação qualitativa. Assim, Vasconcelos (2020) ressalta as
mudanças no tecido da sociedade impactando o âmbito educacional:
No final do século XX e início do século XXI, experimentamos um período marcado
por transições sociais profundas, que nos instigam a repensar a formação de
indivíduos e a prática educacional. Essas transformações substanciais têm implicações
significativas na abordagem didática, destacando a necessidade de adaptação no
contexto escolar e, por conseguinte, no processo de ensino-aprendizagem
(Vasconcelos, 2020).
Diante desse cenário dinâmico e evolutivo, é crucial reavaliar as estratégias
educacionais, considerando as demandas e desafios contemporâneos. A abordagem didática
torna-se um elemento central nesse processo de reflexão, exigindo uma análise cuidadosa de
como os professores e pesquisadores podem melhor contribuir e propiciar experiências de
aprendizagem mais alinhadas com as expectativas e necessidades dos alunos neste século com
contextos sociopolíticos e culturais diversificados. Essa perspectiva destaca a importância de
uma didática dinâmica e contextualizada, capaz de lidar com as complexidades da sociedade
atual e promover uma educação mais relevante e eficaz.
Outro ponto de suma importância é não ficar apenas na superficialidade da prática, de
modo a se aprofundar a reflexão sobre ela. De acordo com Mizukami (2006, p. 9), “a prática,
por si só, não supre o domínio dos conteúdos específicos de forma satisfatória e não oferece,
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de forma sistematizada, a base de conhecimento que o professor necessita para ensinar”. A
complexidade do ato de ensinar demanda uma preparação/formação embasada em
conhecimentos científicos, cotidianos e escolares que proporcionam não apenas o entendimento
do conteúdo, mas também as estratégias pedagógicas necessárias para alcançar sua finalidade,
que é a aprendizagem.
A teoria e a prática, nesse contexto, são complementares e interdependentes. Enquanto
a prática vivenciada em sala de aula oferece experiências significativas em seu processo
formativo, a teoria, por sua vez, enseja uma estrutura sistemática de conceitos preexistentes que
vai orientar as práticas e os caminhos que podem ser percorridos. Nóvoa (2022) destaca que
uns dos grandes problemas na formação do professor é a dicotomia redutora entre o
conhecimento científico e o conhecimento pedagógico.
Nesta perspectiva é mister mencionar que parte relevante da didática incide nas práticas
pedagógicas que se destacam no trabalho docente, tendo em vista que todas as ações
empreendidas diariamente pelo docente na escola são consideradas pedagógicas, tendo em vista
que têm relação direta e intrínseca com o processo de ensino-aprendizagem.
Mas essas práticas não devem ser vistas simplesmente como atos naturais do ofício do
professor. Elas precisam ser pensadas, planejadas e sistematizadas, com vista ao alcance de
objetivos, razão pela qual o planejamento de ensino, outro elemento da didática, deve ser levado
mais a sério pelos profissionais da educação, em especial pelos professores.
A didática tem a capacidade de estabelecer uma conexão essencial entre teoria e prática
no contexto educacional, atuando como ponte que liga os fundamentos teóricos e as estratégias
práticas que os professores vão utilizar para promover a aprendizagem. Essa integração permite
uma abordagem reflexiva e formativa, na qual o professor pode repensar suas práticas de ensino.
Metodologia
A investigação que originou este texto apresenta abordagem qualitativa na perspectiva
de relato de experiência. Segundo Minayo (2002, p. 21-22), “a pesquisa qualitativa responde a
questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade
que não pode ser quantificado”. Nesta investigação, busca-se relatar, a partir de uma experiência
no ensino superior, compreensões de discentes futuros professores sobre a didática e seus
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correlatos. Com estes relatos e descrições, pretende-se contribuir para a reflexão e
aprimoramento contínuo no campo educacional, promovendo uma análise crítica que possa
colaborar com as abordagens didáticas no contexto do Ensino Superior voltadas para
professores e futuros docentes.
Assim, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre as abordagens que se aproximam
do tema pesquisado. A pesquisa bibliográfica desempenha um papel importante na pesquisa,
proporcionando uma fundamentação teórica sólida e contextualizada para o estudo em questão.
Essa etapa envolve leituras críticas e análises de trabalhos anteriores relevantes, com o objetivo
de identificar lacunas existenciais, principalmente baseando-se no programa da disciplina
ministrada, cuja ementa versava sobre: “A Didática como prática fundamentada da ação do
educador: multidimensionalidade do processo transmissão/assimilação/produção do
conhecimento em função da Educação Infantil, do ensino Fundamental e Médio
3
.
A forma de realizar uma pesquisa bibliográfica é a leitura, “[...] pois é através dela que
se pode identificar as informações e os dados contidos no material selecionado, bem como
verificar as relações existentes entre eles de modo a analisar a sua consistência” (Lima; Mioto,
2007, p. 41). A leitura deve ser conduzida de maneira atenta e reflexiva, permitindo a
identificação não apenas das informações explicitamente apresentadas, mas também das
entrelinhas e das conexões subjacentes entre os diferentes trabalhos.
Acerca da finalidade da pesquisa bibliográfica, Lakatos e Marconi (2003, p. 183)
afirmam que tal procedimento permite “[...] colocar o pesquisador em contato direto com tudo
o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas
de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas”. Esse
processo não se resume apenas a uma mera extração de dados, que envolve uma compreensão
profunda das contribuições dos autores e a identificação de possíveis lacunas no conhecimento
existente. Dessa forma, a leitura assume um papel central na condução de uma pesquisa
bibliográfica eficaz, sendo um instrumento valioso para a construção do embasamento teórico
e alicerce sólido do trabalho científico.
3
Ressalta-se que essa ementa consta no Projeto Político do Curso (PPC) do Departamento de Educação que
continua em reestruturação devido às constantes e incertas mudanças nos cursos de Formação de Professores.
Porém a metodologia e objetivos foram trabalhados numa perspectiva de reflexão e crítica.
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Acrescenta-se que a referida disciplina apresenta carga horária de 75 horas,
correspondente a 5 créditos, dividida em abordagens teórica (60 horas ou 4 créditos) e prática
(15 horas ou 1 crédito), tendo como objetivo geral: refletir sobre a didática, seus elementos e
relações com os fundamentos da ação docente, analisando sua importância para a formação do
professor e o processo de ensino-aprendizagem. Os conteúdos encontram-se organizados em
duas unidades: pressupostos teóricos e históricos da didática e Didática: relação teoria-prática
a sala de aula, planejamento e recursos didático-pedagógicos.
A coleta de dados para este estudo envolveu a aplicação de uma sondagem inicial,
composta por oito questões abertas, e uma sondagem final, composta por dez questões abertas.
Essas sondagens foram direcionadas a estudantes matriculados nos cursos de licenciatura em
Geografia, Educação Física, História, Artes Visuais e Filosofia que frequentavam a disciplina
de Didática, ofertada pelo Departamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe, no
turno noturno, no 1º semestre de 2022.
A turma de Didática na época era composta por 40 alunos matriculados, sendo 24 do
sexo masculino e 16 do feminino. Na sondagem inicial, 29 discentes forneceram suas respostas,
enquanto na sondagem final, esse número reduziu-se para 18 destaca-se que, nesse último
quantitativo, 16 estavam cursando Geografia. Assim, a fim de adotar um rigor científico na
pesquisa, optamos por focar exclusivamente nos 16 participantes que responderam a ambas as
sondagens. Tal escolha visava permitir a compreensão do processo formativo ao longo da
disciplina.
Para a identificação dos participantes nesta pesquisa, optou-se por uma nomenclatura
em que cada indivíduo foi designado pela letra maiúscula P (de participante), seguida de um
número sequencial de 1 a 16.
Discutindo os resultados
Neste tópico, busca-se destacar as questões discutidas e apontadas pelos alunos que
constituem o foco desta pesquisa, por meio de suas manifestações (d)escritas nas sondagens
inicial e final da disciplina. Os participantes eram discentes do Curso de Licenciatura em
Geografia, da Universidade Federal de Sergipe, do turno noturno.
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É imperativo ressaltar que, ao abordar a didática de maneira precisa, foi necessário
elucidar conceitos inter-relacionados, como currículo e prática educativa ou pedagógica,
percorrendo de forma complexa o contexto educacional. Isso se justifica pela
indispensabilidade de compreender a didática em consonância com as intricadas redes e
relações estabelecidas como o currículo, com a organização do trabalho pedagógico e, por fim,
com a prática escolar.
No decorrer da sondagem inicial, os participantes partilharam suas concepções e
entendimentos acerca da didática. É importante destacar que, nesse estágio inicial, a maioria
ainda não considerava a didática como área da Pedagogia que tem o ensino como objeto de
estudo. A análise dessas respostas revelou uma considerável variedade de concepções e
conhecimentos.
Nessa perspectiva, apresentamos algumas respostas da sondagem inicial sobre o
entendimento de didática:
Método ou técnica de ensino que possibilita um padrão (P 1); Uma matéria que irá
nos ensinar a como vamos ministrar aulas (P 6); Didática seria o método utilizado
para ensinar ou transmitir conhecimento para alguém (P 3); Eu entendo que Didática
é a forma com que um professor ministra suas aulas de forma a se ter o melhor
aproveitamento possível em sua metodologia (P 14); Técnicas e métodos para ensinar
o conteúdo de maneira que o aluno possa entender de uma forma mais eficiente (P 5).
Ao observar esse panorama inicial, percebe-se a presença da compreensão a respeito da
didática como instrumento para ensinar ou transmitir conhecimento. Além disso, menciona-se
a disciplina diretamente enquanto matéria que vai ensinar processos de como ministrar aulas.
De fato, esses são elementos que perpassam pela didática e que estão presentes na rotina
profissional dos professores. Dessa maneira, Castellar (2019, p. 10), acrescenta alguns pontos
importantes para o professor pensar os desafios da atualidade: “Há a necessidade do [sic] futuro
professor ter clareza do corpo conceitual e científico da Geografia. Não podemos perder o
fundamento geográfico que está presente na realidade, pois corremos o risco de perder a
importância e o significado do geográfico na construção da realidade”.
A didática, nesse contexto, atua como mediadora entre o conceito da Geografia e a
experiência prática dos estudantes, promovendo a construção de fundamento geográfico e
considerando a realidade. A integração harmoniosa desses elementos contribui não apenas para
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AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
LIMA, Jhonatas Isac Pereira; VASCONCELOS, Carlos Alberto de. Concepções de Didática no Ensino Superior: experiência no curso de
licenciatura em Geografia. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº 23, e102304, 2024.
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a formação de estudantes geograficamente conscientes, mas também para a preservação da
essência e importância do conhecimento geográfico no contexto educacional.
Diversos participantes expressaram grande curiosidade e motivação em relação à
disciplina de didática, demonstrando um entusiasmo notável em relação ao seu potencial. Havia
neles a expectativa de que a disciplina fosse não apenas proveitosa, mas também capaz de
proporcionar contribuições significativas para o desenvolvimento acadêmico dos alunos.
Destacam-se algumas respostas:
Obter e ampliar meus conhecimentos sobre as questões que permeiam o universo da
produção e conhecimento didático (P 10); Possa auxiliar os futuros professores a ter
melhor didática de ensino de suas respectivas matérias (P 7); A melhor, depois de três
períodos no remoto e com a retomada ao presencial, espero conseguir extrair o melhor
da matéria, que sem dúvida é importante para nossa formação (P 13).
Os participantes demonstram um interesse profundo pela didática, esperando não apenas
adquirir conhecimentos teóricos, mas também desenvolver habilidades práticas que
impactassem positivamente sua atuação como futuros educadores. Essas expectativas refletem
um comprometimento significativo com a qualidade e a eficácia do ensino-aprendizagem. De
acordo com Lima e Vasconcelos (2021, p. 359), “O professor tem um papel crucial para o
desenvolvimento de uma sociedade crítica e humanizadora”.
A construção de uma sociedade crítica implica na capacidade dos cidadãos de analisar
de forma reflexiva as informações que recebem, questionar preconceitos e buscar soluções para
os desafios sociais. Nesse contexto, o professor assume o papel de orientador, incentivando o
pensamento crítico por meio de metodologias que estimulem a análise, a argumentação e a
busca por diferentes perspectivas.
É notório que o processo de instruir os alunos a pensar exige dos professores a posse de
estratégias de ensino. Se o docente carece de destreza no exercício do pensamento crítico, se
não domina a arte de “aprender a aprender” e se revela ser incapaz de organizar e supervisionar
suas próprias práticas de aprendizado, torna-se impraticável contribuir para o desenvolvimento
das capacidades cognitivas dos estudantes (Libâneo, 2001). Assim, é imperativo que os
educadores não apenas detenham o conhecimento teórico, mas também cultivem suas
competências intelectuais, proporcionando um ambiente propício para o florescimento do
pensamento crítico e reflexivo dos alunos. Esse é um aspecto crucial no contexto acadêmico,
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LIMA, Jhonatas Isac Pereira; VASCONCELOS, Carlos Alberto de. Concepções de Didática no Ensino Superior: experiência no curso de
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onde a formação do pensamento autônomo é fundamental para o progresso educacional e
intelectual.
Por outro lado, nas respostas fornecidas, evidenciou-se claramente que os participantes
estão cientes da imperatividade de promover uma mudança e conceber uma abordagem didática
formativa. Essa perspectiva visa não apenas aprimorar suas práticas de ensino, mas também
enriquecer seu próprio processo formativo. A percepção da necessidade de uma didática
formativa ressalta o reconhecimento da importância de um ensino que vai além da mera
transmissão de conteúdo, incorporando uma abordagem que visa ao desenvolvimento contínuo,
reflexivo e significativo tanto para os professores quanto para os alunos. Vejamos alguns
depoimentos que retratam essa questão.
Que eu consiga fazer os alunos aprenderem não sobre as matérias, mas também
sobre a vida, sobre como cada um é um ser único, que não precisamos ser iguais a
ninguém, além disso, que possam saber ser críticos (P 12); Ser a base do aluno, um
instrumento de aprendizagem e de conhecimento, ser professor é ser o pontapé inicial
na vida do aluno (P 8); Poder ensinar de forma leve, fazendo que meus alunos
aprendam o conteúdo e não apenas decorem (P 5); Aprender estratégias que facilitem
e me guiem para o encontro de uma didática de fácil entendimento para os meus
futuros alunos (P 2).
O conjunto de respostas representadas delineia uma visão abrangente e inspiradora sobre
as expectativas dos participantes em relação ao papel do professor e à prática educacional ou
mais especificamente pedagógica. Esse panorama humanizado sobre a atuação do professor,
indo além da simples transmissão de conteúdo e buscando contribuir para o desenvolvimento
integral e crítico dos alunos, reflete um comprometimento valioso com uma prática educacional
significativa e transformadora. De acordo com Vergutz e Pacífico (2022, p. 113), a atuação do
professor “[...] pode contribuir para a formação dos estudantes com o propósito de obter êxito
com um ensino transformador”.
Nesse contexto, a didática emerge como um fator essencial nesse processo, referindo-
se às estratégias, métodos e técnicas utilizadas pelo professor para construção do conhecimento
de maneira qualitativa por parte dos estudantes. Tal disciplina desempenha um papel
fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois busca criar ambientes educacionais
favoráveis à compreensão, que promovam a participação ativa dos alunos e estimulem o
pensamento crítico.
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Desse modo, o professor deve ser capaz de mobilizar seus conhecimentos de maneira
hábil, transformando-os em ações de ensino que promovam a construção de processos de
aprendizagem por parte dos alunos. De acordo com Roldão (2007, p. 101), a didática une “arte
e técnica, mas fundada em ciência”. Tal abordagem reforça a necessidade de uma didática
complexa, situada no contexto político, social e econômico, guiando e fortalecendo os
processos educacionais.
Na conclusão da sondagem sobre a disciplina, uma das questões abordou o
entendimento dos alunos sobre o conceito da didática após o término do semestre. Essa
indagação propunha uma reflexão fundamental sobre o processo formativo dos discentes,
buscando compreender a extensão de sua formação e da assimilação dos conceitos discutidos
durante as aulas. Tal abordagem constatou um comprometimento com a qualidade do
aprendizado. Nessa perspectiva, seguem algumas respostas sobre o entendimento de didática,
coletadas ao término da disciplina, que apresentam aspectos importantes em comparação com
as respostas registradas anteriormente sobre o mesmo assunto:
É uma disciplina pedagógica com finalidades educativas, em que o Docente tem por
objetivo atingir as expectativas e os interesses dos alunos (P 1); Consiste na análise e
desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser utilizados para ensinar
determinado conteúdo (P 5); Didática é a relação entre o conteúdo, a forma de
expressar esse conteúdo e como os alunos adquirem os conhecimentos passados pelo
professor. É como o professor se expressa em sala de aula (P 15); Didática é uma
habilidade importante que todo professor deve ter, conceituo Didática hoje como a
habilidade de ensinar, de forma efetiva, os conteúdos necessários ao aluno (P 14);
Uma matéria necessária para nos ensinar o método de ensino na sala de aula (P 6).
Didática trata-se da transmissão do conhecimento do professor para o aluno, além de
servir de base educativa (P 3).
As respostas acima convergem para uma compreensão abrangente da didática,
destacando sua natureza multifacetada no contexto educacional. Tais abordagens refletem uma
visão holística da disciplina, considerando não apenas suas dimensões práticas, mas também
sua influência na comunicação, cnicas e estratégias importantes que venham agregar
habilidades ao professor no processo educativo. De acordo com Grangeiro (2017, p. 76), “o
estudo principal da Didática é o processo de ensino e aprendizagem, que objetiva preparar
professores para essa atividade”.
Assim e de forma mais concisa e com unicidade, a didática concentra seu estudo no
processo de ensino-aprendizagem, sendo sua principal missão formar ou mesmo
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instrumentalizar os professores para desempenharem eficazmente suas atividades educacionais
e mais especificamente suas práticas pedagógicas. Ao analisar profundamente os métodos,
estratégias e técnicas utilizados na formação do professor e na (re)construção do conhecimento,
a didática proporciona aos educadores formas sólidas para ampliar a compreensão dos
conteúdos pelos alunos.
Ao considerar a didática de forma holística, percebe-se que vai além do simples repasse
de informações. A ênfase nas dimensões práticas, bem como na capacidade de comunicação,
destaca a importância de uma abordagem integrada no desenvolvimento de estratégias que
potencializem o aprendizado dos alunos. Assim, Romão, Trindade e Menezes Júnior (2017, p.
21) enfatizam a importância do sujeito na aprendizagem:
Atribuir ao indivíduo a responsabilidade de seu destino e construção de sua história
acompanha a trajetória da espécie humana. Esquece-se, todavia, que o homem é
produto das circunstâncias. Se é certo que o indivíduo tem participação considerável
na feitura de si, de se considerar também as circunstâncias em que esse insere-se.
Sua essência não está a depender unicamente de si, nem tampouco faz-se no
isolamento, a gosto das aprendizagens individualizadas.
A crítica à ideia de “aprendizagens individualizadas” indica a rejeição de uma
abordagem que considere apenas as experiências e ações individuais como determinantes do
desenvolvimento humano. Essa vertente sugere que compreender a formação do indivíduo
pressupõe a análise das influências sociais, econômicas e culturais que moldam suas
circunstâncias. Dessa maneira, é necessário considerar a dualidade entre a responsabilidade
individual e a influência das circunstâncias na construção da história de cada pessoa, chamando
a atenção para a importância de levar-se em conta o contexto externo ao avaliar-se a trajetória
e o desenvolvimento do ser humano.
De acordo com as respostas dos formandos, ao longo do curso, percebe-se que suas
concepções foram ampliadas, tendo em vista os conteúdos desenvolvidos durantes as aulas,
visto que houve discussões, debates e reflexões. Dessa forma, convém registrar que houve uma
ampliação na construção do conhecimento, especificamente no tocante ao conceito e ao papel
da didática, que servirá e contribuirá na atuação em suas práticas pedagógicas.
Pretendo construir carreira no magistério, sempre atualizando sobre novas formas de
aprendizagem, sobre novos conteúdos da minha área de atuação (P 14); Em virtude
da sua importância para um futuro professor, devendo conhecer as teorias pedagógicas
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e aplicá-las sempre que possível (P 7); Vou tentar ser o melhor professor, sempre
buscar conhecimento e sempre me manter atualizado (P 9); Da melhor forma possível
em que os alunos compreendam os assuntos que estão sendo passados. Ir além do
ensino convencional, usar diversas metodologias e recursos (P 16).
A constatação das respostas dos formandos revela um enriquecimento significativo em
suas concepções ao longo do curso, indicando que os conteúdos abordados em sala de aula
foram efetivos, promovendo discussões, debates e reflexões. Essa dinâmica de intercâmbio de
ideias e reflexões coletivas desempenhou um papel crucial na ampliação do entendimento dos
participantes, especialmente no que se refere à didática.
Na condução do ensino em sala de aula, alguns participantes registraram suas
expectativas futuras:
De uma forma democrática, respeitando o aluno como pessoa e capaz de ter uma
opinião própria para que então não eu possa ensiná-lo, mas que eu também possa
aprender com ele (P 2); Usando técnicas aprendidas nesse período, com planos de aula
específicos para cada turma (P 8); Pretendo aprender bastante antes de ensinar o
conteúdo, buscando biografias sobre ele, fazer um planejamento e fazer mapeamento,
como é usual ensinar, para, assim, tentar favorecer o desenvolvimento de habilidades
cognoscitivas, tornando mais fácil o processo de aprendizagem dos indivíduos (P 12);
Em virtude de estar atuando em sala de aula, e por conhecer parte dos desafios
da arte de lecionar, pretendo compreender mais as deficiências dos alunos,
principalmente no ambiente pós-pandêmico atual. Tentar trabalhar os conteúdos a
serem ministrados com a pedagogia adequada para cada turma (P 7).
As respostas apresentadas indicam uma abordagem didática centrada na democracia, no
respeito ao aluno como indivíduo e na valorização da participação ativa dos estudantes no
processo de aprendizagem. Além disso, uma ênfase na aprendizagem mútua, de tal modo
que o professor busca não apenas ensinar, mas também aprender com os alunos.
A menção de utilizar técnicas aprendidas durante o período evidencia um
comprometimento com a atualização e a aplicação de práticas pedagógicas contemporâneas. A
proposta de planos de aula específicos para cada turma revela a adaptação do ensino às
características e necessidades particulares dos estudantes, o que está alinhado com uma
abordagem personalizada e qualitativa, considerando um universo heterogêneo.
Em conformidade com a perspectiva, os desafios enfrentados especialmente pelos
professores de Geografia demandam uma prática pedagógica que promova a (re)estruturação
dos conteúdos geográficos, adotando uma abordagem dialética do ensino. É fundamental
considerar a prática social inicial dos alunos como ponto de partida para a seleção dos conteúdos
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de ensino, enfatizando a transcendência na relação entre os seres humanos e a vida cotidiana.
Essa abordagem não se sustenta apenas nas diretrizes curriculares e pesquisas acadêmicas, mas
principalmente na relevância de abordar a relação mais individualizada dos alunos com a
localidade em que vivem (Mello, 2012).
A observação desse processo de ampliação nas concepções dos discentes ressalta a
importância do curso com uma disciplina para o desenvolvimento acadêmico e profissional. A
ênfase na didática destaca sua relevância na formação pedagógica, indicando que os
conhecimentos adquiridos serão fundamentais nas práticas educacionais futuras dos formandos.
Dessa maneira, essa constatação destaca que a experiência educacional proporcionada
ao longo do curso não se limitou à transmissão de informações teóricas, mas, de maneira crucial,
fomentou o desenvolvimento do pensamento crítico e incentivou a aplicação prática desses
conhecimentos. Essa abordagem integral do aprendizado busca pensar como os participantes
podem usar tais conhecimentos durante situações reais em futuras trajetórias pedagógicas.
Considerações finais
Diante do exposto, as considerações finais evidenciam a importância da disciplina de
didática para a formação de professores e para a ampliação das concepções e conhecimentos
educacionais dos discentes de diversas licenciaturas. A análise das respostas coletadas ao longo
do curso revela uma evolução notável nas percepções iniciais dos alunos sobre a didática, indo
desde uma visão mais restrita, associada a métodos e técnicas de ensino, até uma compreensão
mais abrangente, que considera a didática como parte integrante de sua prática pedagógica,
como arte e ciência que contribui para o processo de ensinar e aprender.
A disciplina ministrada não se limitou a fornecer informações teóricas, pois promoveu
discussões, debates e reflexões, estimulando o pensamento crítico e a aplicação prática dos
conhecimentos adquiridos. Os participantes demonstraram grande interesse e motivação em
relação à didática, evidenciando a expectativa de contribuições significativas para sua formação
acadêmica e profissional.
Nas respostas finais, foi enfatizado que a didática é algo mais do que um conjunto de
técnicas de ensino. Os participantes reconheceram a importância dessa disciplina como uma
habilidade essencial para a eficácia do professor, ultrapassando a transmissão de conteúdo.
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Revelaram, assim, compreender a didática como habilidade essencial para o professor no
processo educacional dinâmico e democrático, indo além da mera transmissão de conteúdo.
Além disso, as expectativas dos participantes refletem um comprometimento valioso com uma
prática educacional transformadora, indo além do ensino convencional e buscando estratégias
inovadoras para garantir o melhor aproveitamento dos alunos em uma sociedade diversificada
e inclusiva.
Nessa perspectiva, coadunamo-nos com Vasconcelos (2017, p.16), quando afirma que
“os projetos dos cursos de licenciatura necessitam ser revistos para que possam atender às
exigências atuais do processo educativo”, considerando que o ensino superior deixou de ser
exclusividade de uma determinada faixa etária que frequenta escola e a universidade, pois
passou a possibilitar oportunidades às pessoas de se formarem, terem uma profissão e
atualizarem-se tanto no mercado de trabalho quanto na sociedade.
Por fim, este estudo enfatiza a importância da didática para a formação acadêmica dos
participantes, particularmente em Geografia, e a importância de abordagens reflexivas e
holísticas para a construção do conhecimento pedagógico. A didática não se limita ao uso de
técnicas de ensino; ela engloba a compreensão do processo de ensino-aprendizagem, a
adaptação ao ambiente educacional e o desenvolvimento de habilidades de comunicação e
interação com os alunos. A didática deve ser uma disciplina obrigatória nos cursos de formação
de professores porque fornece uma base sólida para a prática docente e contribui para a
formação de profissionais mais qualificados e conscientes da complexidade do processo de
ensinar. O comprometimento dos formandos em buscar constante atualização e aprimoramento
reforça a compreensão da didática como um processo dinâmico e em constante evolução,
alinhando-se às demandas contemporâneas da educação.
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