Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
MACALOS, Carolina Lacerda; KAERCHER, Nestor André. Os Caminhos que nos Levam... ser professor de Geografia e/ou dar aulas de
Geografia?. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 10, nº23, e102321, 2024.
Submissão em: 13/02/2024. Aceito em: 31/10/2024.
ISSN: 2316-8544
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espaços distintos, das minhas experiências e, principalmente, sobre as minhas reflexões. A
docência é um caminho ao encontro de si. Uma dobra sobre si mesmo.
Outro ponto importante é a reinvenção da prática. Ao refletir sobre as propostas e
planejamentos com os “pibidianos”, é oportunizada a troca criativa. Muitas propostas criadas
pelos bolsistas e aplicadas com os estudantes, em sala de aula, oxigenaram as minhas próprias
práticas. Como, por exemplo, planejamentos que envolviam o uso da música como recurso
didático, filmes e debates, dinâmicas em grupos, temas de pesquisas, entre outras propostas.
Nesse sentido, identifico o PIBID como uma pausa e um redirecionamento no caminho,
assim como outros momentos na minha caminhada. Uma pausa que me apresentou,
posteriormente, uma caminhada em conjunto, me fazendo perceber outros elementos na
paisagem do percurso. E aqui defino o Programa como um grande (novo) “momento charneira”.
Josso (2004, p. 64) define os momentos charneiras, em nossa trajetória formativa, como
acontecimentos “que representam uma passagem entre duas etapas da vida, um divisor de
águas, poderíamos dizer. Charneira é uma dobradiça, algo que, portanto, faz o papel de uma
articulação”. São momentos que geram pausas no caminho, que impulsionam novas
perspectivas, novas direções. Observando que esses acontecimentos não significam apenas uma
mudança na própria trajetória, mas também no próprio sujeito, em suas ideias, valores, posturas
e práticas na vida e na profissão.
Percebo o PIBID como um novo momento charneira, porque há o velho (que ecoa no
presente), tecendo novas relações e dando novos significados. Como eu poderia significar, no
presente, participando do Programa, as experiências compartilhadas pelos “pibidianos”, se eu
não tivesse trilhado meu caminho no passado, da forma que trilhei? O novo me fez rever com
mais atenção os (novos) desconfortos “pibidianos” e os meus (velhos) desconfortos em relação
à formação e prática docente. Em ser professora e “dar aulas” de Geografia.
Considerações finais: as palavras findam, provocando (novas) reflexões
Pensar a formação docente é rever os caminhos que percorremos ao longo da nossa
trajetória. É um processo, sem sabermos ao certo quando se inicia e quando findará. É um
conjunto de espaços, de sujeitos, de vivências, e o que fazemos delas no nosso íntimo que vai
modelando quem somos, como professores, e nossas propostas como tal.