Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
OLIVEIRA, Larissa Camila de Albuquerque; OLIVEIRA, Paulo César de; SILVA, Marcus Vinícius dos Santos. Educação Ambiental para as
Mudanças Climáticas no Ensino de Geografia do Ano do Ensino Médio: proposta didática a partir do Bioma Caatinga. Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122503, 2025.
Submissão em: 11/12/2024. Aceito em: 13/01/2025.
ISSN: 2316-8544
Este trabalho está licenciado com uma licença Creative Commons
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SEÇÃO ARTIGOS
Educação Ambiental para as mudanças climáticas no ensino de Geografia do 1º ano do
ensino médio:
proposta didática a partir do Bioma Caatinga
Environmental Education for climate change in Geography teaching in the 1st year of
high school:
a didactic proposal based on the Caatinga Biome
Educación Ambiental para el cambio climático en la enseñanza de la Geografía en 1º de
bachillerato:
una propuesta didáctica basada en el Bioma Caatinga
DOI: https://doi:org/10.22409/eg.v12i25.65707
Larissa Camila de Albuquerque
Oliveira
1
Universidade de Pernambuco (UPE),
Pernambuco, Brasil
e-mail: larissa.camilao@upe.br
Paulo César de Oliveira
2
Universidade de Pernambuco (UPE),
Pernambuco, Brasil
e-mail: paulo.cesar@upe.br
Marcus Vinícius dos Santos Silva
3
Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE),
Pernambuco, Brasil
e-mail: marcus.santossilva@upe.br
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo sistematizar uma proposta pedagógica sobre as mudanças climáticas, sob o
viés da educação ambiental no Ensino de Geografia do ano do Ensino Médio a partir do bioma Caatinga,
pautado no currículo de Pernambuco de Geografia em consonância com a BNCC. Para o desenvolvimento da
proposta foram sugeridos textos escritos, recursos audiovisuais (documentários e mapa interativo), além da
construção de um quadro e um podcast. Como resultado, foi possível constatar a imprescindibilidade da
temática das mudanças climáticas no ensino de Geografia a partir da Educação Ambiental. Por fim, após a
aplicação da proposta, espera-se que os alunos identifiquem e compreendam as causas, agentes e
consequências das mudanças climáticas no bioma e indiquem soluções ou formas de minimização para a
problemática estudada, contribuindo assim, para a conscientização ambiental dos educandos e favorecendo a
multiplicação de cidadãos ecoalfabetizados.
Palavras-chave
Educação Ambiental; Ensino de Geografia; Mudanças Climáticas
1
Licenciada em Geografia pela Universidade de Pernambuco (UPE).
2
Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professor do curso de Licenciatura em
Geografia da Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Mata Norte.
3
Licenciado em Geografia pela Universidade de Pernambuco (UPE), Mestre em Educação pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e Professor efetivo da Rede Municipal de Ensino de Jaboatão dos Guararapes.
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OLIVEIRA, Larissa Camila de Albuquerque; OLIVEIRA, Paulo César de; SILVA, Marcus Vinícius dos Santos. Educação Ambiental para as
Mudanças Climáticas no Ensino de Geografia do Ano do Ensino Médio: proposta didática a partir do Bioma Caatinga. Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122503, 2025.
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Abstract
The aim of this research is to systematize a pedagogical proposal on climate change, under the bias of
environmental education in Geography Teaching in the 1st year of High School based on the Caatinga biome,
based on the Pernambuco Geography curriculum in line with the BNCC. To develop the proposal, written texts,
audiovisual resources (documentaries and interactive maps) were suggested, as well as the construction of a board
and a podcast. As a result, it was possible to see the indispensability of the theme of climate change in the teaching
of Geography based on Environmental Education. Finally, after applying the proposal, it is hoped that the students
will identify and understand the causes, agents and consequences of climate change in the biome and indicate
solutions or ways of minimizing the problem studied, thus contributing to their environmental awareness and
fostering the multiplication of eco-literate citizens.
Keywords
Environmental Education; Teaching Geography; Climate Change.
Resumen
El objetivo de esta investigación es sistematizar una propuesta pedagógica sobre el cambio climático desde el
punto de vista de la educación ambiental en la enseñanza de la geografía en de bachillerato a partir del bioma
Caatinga, con base en el currículo de geografía de Pernambuco en consonancia con el BNCC. Para desarrollar la
propuesta, se sugirieron textos escritos, recursos audiovisuales (documentales y mapas interactivos), así como la
construcción de un tablero y un podcast. Como resultado, se pudo constatar la indispensabilidad del tema del
cambio climático en la enseñanza de la Geografía basada en la Educación Ambiental. Finalmente, tras la aplicación
de la propuesta, se espera que los alumnos identifiquen y comprendan las causas, agentes y consecuencias del
cambio climático en el bioma e indiquen soluciones o formas de minimizar el problema estudiado, contribuyendo
así a la concienciación ambiental de los alumnos y favoreciendo la multiplicación de ciudadanos ecoalfabetizados.
Palabras clave
Educación ambiental; Enseñanza de la Geografía; Cambio Climático.
Introdução
A temática das mudanças climáticas está ganhando uma proporção cada vez maior no
espaço e no tempo. Eventos climáticos intensos como o que ocorreu no início de 2024 no Rio
Grande do Sul (RS), a intensificação do efeito estufa, aquecimento global e derretimento das
geleiras são alguns de tantos outros problemas ambientais que acendem o sinal de alerta no
Brasil e no mundo e têm relação direta com as mudanças no comportamento do clima em
distintos quadrantes espaciais.
Segundo o site da Organização das Nações Unidas (ONU), entende-se como mudanças
climáticas as transformações nos padrões do clima e da temperatura a longo prazo, que podem
ser naturais ou, sobretudo, antrópicas, o ser humano sendo seu principal impulsionador (ONU,
2024). A queima desordenada de combustíveis fósseis, carvão, petróleo, gás, desmatamento de
terras e florestas ilustram a problemática, principalmente após o início da Revolução Industrial,
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no século XVIII (ONU, 2024), recobrindo ainda mais a atmosfera com os gases poluentes e
intensificando as mudanças dos padrões de clima.
A Educação Ambiental, sobretudo no Ensino de Geografia, é um campo do saber
estratégico para que crianças, jovens e adultos, na condição de aprendizes, possam se tornar
multiplicadores de práticas ecologicamente corretas e sustentáveis. A partir dela é possível
favorecer uma mudança nas formas de pensar e agir, individual e coletiva, o que contribui para
formação de cidadãos responsáveis, críticos e participativos do ponto de vista socioambiental,
sobretudo, amparados no contexto da realidade local para uma melhor qualidade de vida não
da espécie humana, mas de tantas outras (Reigota, 2009; Mendonça et al., 2022).
No entanto, quando consideramos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o
currículo de Pernambuco (que foi construído a partir da BNCC), observamos que existe uma
ausência de temáticas voltadas às mudanças climáticas (Brasil, 2018; Pernambuco, 2021).
Nesse sentido, é preciso que os currículos das escolas contemplem temáticas voltadas às
mudanças do clima, neste caso relacionando ao bioma Caatinga, para que o professor de
Geografia possa sistematizar aulas a partir do espaço de vivência dos alunos para que eles
compreendam que são parte integrante do meio ambiente e que é necessária uma gestão
sustentável dos recursos naturais.
O bioma Caatinga é exclusivamente brasileiro, embora muito parecido com outros
biomas espalhados por outras regiões do mundo, como a Venezuela e a Colômbia (Prado,
2003). Sua paisagem é bem peculiar, composta por vegetação arbórea, arbustiva, ramificada e
espinhosa, com cactáceas, bromeliáceas e euforbiáceas (Prado, 2003). No entanto, as ações
predatórias do ser humano nessas áreas, estão contribuindo para intensificação das mudanças
do clima e, consequentemente, comprometendo a biodiversidade e intensificando a crise
hídrica.
A pesquisa em tela teve como objetivo sistematizar uma proposta pedagógica sobre as
mudanças climáticas, sob o viés da Educação Ambiental no Ensino de Geografia do 1º ano do
Ensino Médio a partir do bioma Caatinga, pautado no currículo de Pernambuco de Geografia
em consonância com a BNCC.
Para que seja possível chegar aos resultados esperados, foi empregada uma metodologia
de natureza qualitativa (Minayo, 2007), a partir de uma revisão de literatura (Gil, 2002) como
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procedimento de análise e coleta de dados por meio de materiais escritos (livros, artigos e
legislações) baseados na autoridade científica. Os livros e artigos foram selecionados a partir
do Google Acadêmico e as legislações foram obtidas por meio das páginas oficiais de domínio
público, ambos obedecendo o critério de relevância para este estudo e disponibilidade para
download.
Em primeiro momento, a pesquisa bibliográfica teve o intuito de identificar estudos que
versam sobre a temática supracitada e aproximar o(a) pesquisador(a) da proposta de estudo. No
segundo momento, com base em relatos da literatura acadêmica, a pesquisa bibliográfica
contribuiu para sistematização da atividade pedagógica a ser desenvolvida posteriormente no
ano do Ensino Médio com o conteúdo Biomas do Brasil, especificamente o bioma Caatinga.
Diante dessas considerações prévias, esta pesquisa se justifica pela imprescindibilidade
de trabalhar a temática das mudanças climáticas na Educação Básica, por se tratar de um evento
geográfico que vem se intensificando pela ação desregulada do ser humano sobre a natureza,
considerando o bioma Caatinga presente na região Nordeste do Brasil, o que permitirá aos
alunos conhecer as causas, agentes e consequências das mudanças climáticas no âmbito
regional, atreladas às alterações do clima globais, com o intuito de sensibilizá-los diante da
problemática ambiental elencada. Ainda assim, essa pesquisa também se justifica por acreditar
que discussões a respeito da supracitada temática contribuem tanto para o meio científico
quanto para a sociedade como um todo, que vivenciamos um momento de emergência
climática.
Breve Histórico da Educação Ambiental (EA) na Educação Brasileira
Desde o lançamento do livro Primavera Silenciosa, da bióloga Rachel Carson, no ano
de 1962, entrou em efervescência uma expressiva quantidade de movimentos ambientalistas e
políticas internacionais em prol da temática ambiental, entre as quais o Clube de Roma (1968),
a Conferência de Estocolmo (1972) e outros. A educação não ficou de fora dessa preocupação.
Foi a partir desse momento que a Educação Ambiental surgiu como um “novo” processo
educacional que deveria ser capaz de promover mudanças dos hábitos e comportamentos dos
indivíduos em sociedade (Dias, 2004).
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No Brasil, a partir da década de 1970 é que a Educação Ambiental se constitui como
um campo do saber estratégico para pensar a relação do ser humano com o meio ambiente e
buscar soluções, individuais e coletivas, para os problemas ambientais, embora na próxima
década esse processo tenha ganhado mais destaque (Lima, 2015). Ou seja, a Educação
Ambiental surge quando o ser humano enxerga que depende da natureza para sobreviver,
sobretudo, quando observa as consequências negativas do uso indiscriminado dos recursos
naturais (Silva; Silva, 2020).
A Educação Básica é um terreno fértil para discussões das temáticas ambientais com o
intuito de promover o conhecimento e a compreensão desses temas, considerando o ser humano
como o principal agente de transformação das paisagens geográficas. Segundo a Constituição
Federal do Brasil (1988) no seu Art. 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”. Para que esse direito seja efetivado, é necessário: “VI promover a Educação
Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente” (Brasil, 1988, online). A Carta Magna, portanto, embasa as demais legislações e
orientações educacionais.
Após a Constituição Federal de 1988, outros documentos, principalmente da área
educacional, contemplam a educação ambiental como uma ferramenta indispensável para
formação de seres multiplicadores de boas práticas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), a Política Nacional de Educação
Ambiental (PNEA) e a Política de Educação Ambiental de Pernambuco (PEAPE) são exemplos
de documentos legais que ratificam a imprescindibilidade deste campo do saber estratégico para
a manutenção da vida da espécie humana e de outras espécies no planeta Terra.
Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Educação Ambiental é um campo
do saber transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, devendo ser contemplada pelos
currículos escolares e nas práticas pedagógicas dos professores (Brasil, 1997). Ou seja, a
Educação Ambiental deve estar diluída em todos os componentes curriculares da Educação
Básica e Superior, não devendo se configurar como um componente curricular em específico.
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Em complemento aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a resolução 2, de
15 de junho de 2012, que institui as Diretrizes da Educação Nacional (DCNs) acrescenta no seu
Art. 16 que:
A inserção dos conhecimentos concernentes à Educação Ambiental nos currículos da
Educação Básica e da Educação Superior pode ocorrer: I - pela transversalidade,
mediante temas relacionados com o meio ambiente e a sustentabilidade
socioambiental; II como conteúdo dos componentes constantes do currículo; III
pela combinação de transversalidade e de tratamento nos componentes curriculares
(Brasil, 2012, online).
Além dos PCNs e DCNs, um grande marco para institucionalização da Educação
Ambiental no Brasil está na criação da Lei, 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a
Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). Essa lei ilustra a preocupação por parte das
autoridades nacionais em sedimentar a Educação Ambiental em ambientes formais e não
formais de ensino como um campo do saber estratégico e de grande importância para a mudança
de valores e hábitos por parte dos educandos. Segundo a PNEA (1999):
Art. 1
o
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2
o
A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal (Brasil, 1999,
online).
De modo particular, no Estado de Pernambuco também existe uma política própria de
educação ambiental, a Lei 16.688, de 6 de novembro de 2019, que em consonância com a
PNEA (1999): “norteará a elaboração, a revisão e a implementação do Programa de Educação
Ambiental de Pernambuco - PEA/PE e de outras atividades que estejam direta ou indiretamente
relacionadas à Educação Ambiental” (Brasil, 1999, online).
Considerando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento orgânico e
normativo que elenca as aprendizagens que os educandos devem aprender ao longo da
Educação Básica (Brasil, 2018), divulgada sua versão final em 2018, pouco lembra a Educação
Ambiental como um campo do saber impreterível à formação dos educandos. Segundo Silva e
Loureiro (2019), o termo Educação Ambiental aparece uma única vez no capítulo reservado à
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introdução do documento, especificamente na página 19 e é reduzida a um tema que deve ser
adotado pelos currículos e práticas pedagógicas, sem outros indicativos mais aprofundados para
sua prática e efetivação escolar.
Ainda assim, resta pontuar que a Presidência da República do Brasil instituiu a Lei
14.926, de 17 de julho de 2024, que altera a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei
9.795, de 27 de abril de 1999, para assegurar atenção especial às mudanças do clima, à proteção
da biodiversidade e aos riscos e vulnerabilidades a desastres ecológicos e sociais, estimulando
a participação individual e coletiva, inclusive das escolas em todos os níveis e modalidades de
ensino (Brasil, 2024). O que corrobora para a imprescindibilidade da educação referente às
mudanças do clima.
A partir das considerações prévias, os documentos tanto constitucionais quanto
infraconstitucionais apontam para o caráter estratégico da Educação Ambiental, seja no âmbito
formal ou informal de ensino, por permitir trabalhar temas relevantes para toda a sociedade.
Atitudes individuais, por menores que sejam elas, quando se juntam a tantas outras surtem
efeitos além do esperado, por isso a Educação Ambiental direcionada a cada um ou cada uma
discente pode fazer a diferença para qualidade ambiental e de vida das espécies.
A Importância da Educação Ambiental na Educação Básica
É inegável pensar no planeta Terra no século XXI e não pensar nos impactos ambientais
negativos que os seres humanos realizam sobre a natureza e que redesenham as paisagens
geográficas nos âmbitos local e global. A Educação Ambiental ocupa um lugar de destaque
nesse contexto por ser um campo do saber estratégico para que seja possível prevenir problemas
ambientais prestes a acontecer ou mitigar os problemas ambientais já existentes.
Para Sauvé (2005), a Educação Ambiental visa induzir dinâmicas sociais inicialmente
nas comunidades locais e, posteriormente, em outras escalas geográficas, de forma colaborativa
e crítica, uma compreensão autônoma e criativa dos distintos problemas ambientais e das
possíveis soluções. Nesse sentido, a Educação Ambiental, considerando principalmente os
espaços íntimos de sobrevivência dos alunos, é uma ferramenta educativa que promove a
familiarização dos discentes aos problemas ambientais locais para depois intervir em
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problemas ambientais externos ao seu lugar de vivência, seja prevenindo, mitigando ou
solucionando.
Diante disso, a Educação Ambiental no âmbito escolar encontra sua imprescindibilidade
a partir do momento que não apenas é trabalhada em eventos reservados a comemorar o Dia do
Meio Ambiente ou da Água, por exemplo, mas quando enxerga o entorno da escola ou o espaço
vivido dos alunos como um ambiente que favorece uma atuação questionadora e participativa
da realidade local, o que favorece a formação de seres multiplicadores de práticas
ecologicamente corretas e sustentáveis, inclusive fora do ambiente escolar. Ratificando o
exposto, Silva e Silva (2022, p. 485) acrescentam que:
Em primeiro lugar, para participação ativa dos estudantes é de suma
imprescindibilidade a construção do ideário de corresponsabilidade pela degradação
ambiental, qualquer que seja a forma e intensidade, e o amplo entendimento que por
mínima que seja a ação individual sustentavelmente correta, pode contribuir para
mitigação de futuros problemas ambientais. Em segundo lugar, não sendo menos
importante, quando a EA é respaldada nos locais íntimos de sobrevivência dos alunos
estes têm mais chances de atuar criticamente sobre a realidade próxima e também
distante; pois, os locais adjacentes à realidade vivida dos estudantes entregam uma
maior familiaridade os possíveis problemas ambientais e uma maior margem para agir
em conjunto com a comunidade para solucionar problemas ambientais (Silva; Silva,
2022, p. 485).
A escola, portanto, é um ambiente propício para que se possa refletir em si, nos outros
e nas gerações futuras a partir do ponto de vista socioambiental. É preciso, mais do que nunca,
levar aos alunos da Educação Básica o conhecimento e a compreensão de que o ser humano
necessita reinventar suas práticas, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS), propostos na Agenda 2030
4
, sobretudo o objetivo 13 quando expõe que é preciso:
“adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos”.
Segundo a Agenda 2030:
4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades
necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por
meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis,
4
A Agenda 2030 é um plano de escala global, com o intuito de atingir até o ano de 2030 um mundo melhor para
todos os povos e nações, através do estabelecimento de 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e de 169
metas com foco na erradicação da pobreza e na promoção de uma vida digna a todos sem comprometer a qualidade
de vida das gerações futuras. Foi criada em 2015, em Nova York, na Assembleia Geral das Nações Unidas, com
a participação de 193 estados-membros, entre eles o Brasil (ONU, 2015). Disponível em: https://brasil.un.org/pt-
br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustent%C3%A1vel. Acesso em: 29 nov. 2024.
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direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não
violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da
cultura para o desenvolvimento sustentável (ONU, 2020, online).
A meta 4.7 indica a necessidade dos educandos, sejam de escolas públicas ou privadas,
adquirirem conhecimentos e habilidades que sejam favoráveis ao desenvolvimento sustentável
e ao desenvolvimento de estilo de vida sustentáveis, por meio da educação, sem perder de vista
outras temáticas essenciais neste século, como direitos humanos, igualdade de gênero,
diversidade cultural e promoção da cidadania. A pauta ambiental, ecológica e sustentável é um
elemento inadiável em todos os níveis educacionais (Carvalho; Rosa, 2020).
Nesse sentido, a educação no processo do desenvolvimento dos educandos deve ir muito
além das exigências referentes aos conteúdos e habilidades selecionados para cada etapa
escolar, mas, acima de tudo, despertar diversas interações com o seu cotidiano. Assim, é
possível acreditar que, através da educação, será formado cidadãos que sejam comprometidos
com as causas ambientais. A escola torna-se uma instituição de ensino formal de grande
relevância dentro desse contexto, é através do ambiente escolar que os educandos são inseridos
na sociedade e estabelece as primeiras relações que extrapolam o contexto familiar (Oliveira,
2019).
No entanto, diversos são os desafios para implementação de uma agenda pautada nas
questões ecossociais nas escolas. Formação docente que não contempla estudos enviesados pela
Educação Ambiental, práticas pedagógicas ancoradas em uma perspectiva reducionista da
relação entre ser humano e meio ambiente, dificuldade de trabalhar as temáticas ambientais de
maneira transversal e falta de materiais didáticos pedagógicos são alguns dos elementos que
ilustram as dificuldades.
Santos e Santos (2016), lembra que muitas escolas não têm um projeto educativo que
contemple as questões socioambientais e por isso não oferecem condições aos professores para
trabalhar essas temáticas coletivamente e de maneira integrada. Ainda assim, percebe-se que
alguns professores têm conhecimento sobre o tema, mas não são disponibilizadas capacitações
a respeito da educação ambiental, o que compromete a efetivação da educação ambiental
enquanto um campo do saber de formação permanente e transversal nos planos de aula (Asano;
Poletto, 2017).
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Para Asano e Poletto (2017), um outro problema para que seja efetivada uma agenda
pautada nas questões ecossociais nas escolas é a falta de materiais didáticos que vão para além
do livro didático, que, na maioria das vezes, o livro didático é ausente de conteúdos
relacionados à questão ambiental. E mesmo que tivesse materiais para o trabalho com as
questões socioambientais nas escolas, embasados pelos princípios e finalidades da Educação
Ambiental, os professores deveriam ter formações/capacitações para melhor utilizá-las.
A dificuldade de trabalhar a Educação Ambiental de maneira transversal também é real.
Observa-se que em alguns casos, a escola procura transmitir aos educandos uma visão
reducionista (isolada e fragmentada) a respeito das questões socioambientais, sem que haja
discussões sobre causas, agentes e consequências dos problemas ambientais (Asano; Poletto,
2017; Silva; Silva, 2022), entre os quais estão as mudanças do clima. É preciso fazer os alunos
entenderem que a espécie humana não é uma parte dissociável do meio ambiente e para isso
uma Educação Ambiental sem continuidade, descontextualizada deve dar espaço para um
processo de Educação Ambiental significativo.
Para tanto, a Educação Ambiental na Educação Básica é um elemento essencial para
formação de sujeitos conhecedores da sua história, que têm história e que são integrantes dos
elementos da natureza. A Agenda 2030, junto a outros marcos que objetivam um mundo justo,
agem em defesa de um planeta Terra ecologicamente sustentável, sem desprezar o cuidado com
outros temas tão sensíveis. A Educação Ambiental, com seu poder transformador e
emancipador, é um eixo primordial para que problemas ambientais de escala local e global
possam ser mitigados ou prevenidos, sobretudo os assuntos correlatos às mudanças do clima no
Ensino de Geografia, como será possível observar na próxima seção.
Mudanças Climáticas no Ensino de Geografia
Educar para as mudanças climáticas é sinônimo de educar para a vida. As alterações dos
padrões do clima não só preocupam os cientistas, mas também a comunidade de modo geral. É
preciso reinventar práticas até então predatórias, como descarte incorreto de lixo, uso
inadequado da água e outros, para que não seja possível enxergar o exaurimento do planeta
Terra e, para que isso seja possível, o ser humano representa o principal agente para a mudança.
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AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
OLIVEIRA, Larissa Camila de Albuquerque; OLIVEIRA, Paulo César de; SILVA, Marcus Vinícius dos Santos. Educação Ambiental para as
Mudanças Climáticas no Ensino de Geografia do Ano do Ensino Médio: proposta didática a partir do Bioma Caatinga. Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122503, 2025.
Submissão em: 11/12/2024. Aceito em: 13/01/2025.
ISSN: 2316-8544
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Segundo o sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC)
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, divulgado em 2021, nas próximas décadas as mudanças ambientais e climáticas
impactarão negativamente as paisagens geográficas, o modo e a qualidade de vida em todo o
mundo em razão dos frequentes eventos climáticos extremos, sobretudo, as áreas onde a
população mais vulnerável vive (IPCC, 2021). No entanto, para prevenir eventos climáticos
cada vez mais extremos, mitigar e se adaptar, a Educação Ambiental no Ensino de Geografia é
uma potente ferramenta para educar os sujeitos aprendizes para um modo de vida
ecologicamente correto e sustentável.
Para Núñez-Rodríguez (2021), as perspectivas negativas em torno das mudanças
climáticas justificam pensar a Educação Ambiental e também o Ensino de Geografia. Os
cenários futuros projetados por cientistas são incertos e exigirão uma grande resiliência
biológica, emocional e cognitiva da população para a mitigação e adaptação às extremas
condições climáticas, desse modo sendo responsabilidade da educação se apropriar de teorias
que possam formar os alunos para viverem em contextos de incerteza ambiental (Núñez-
Rodríguez, 2021).
Para Mendonça et al. (2022), estudos realizados em várias parte do mundo indicam
tendências para o aquecimento das temperaturas ao redor do planeta Terra até o final do século
XXI, com perspectivas otimistas (aumento da temperatura em torno de 1 ºC) e perspectivas
pessimistas (aumento da temperatura em torno de 5 ºC). Esses dados podem atingir um patamar
ainda mais alarmante quando se considera as áreas localizadas nas altas latitudes, que poderão
ter aumento da temperatura entre 10 ºC e 12 ºC.
Não é difícil perceber a preocupação das autoridades científicas com as causas e
consequências das mudanças ambientais, principalmente para as comunidades em
vulnerabilidade social, caso o ser humano não adote medidas de mitigação aos eventos
climáticos extremos em curso, ou de prevenção aos eventos climáticos que ainda estão por
vir (Mendonça et al., 2022). A Geografia, como um componente curricular indispensável à
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O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, IPCC, foi criado pelo Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 1988 com o
objetivo de fornecer aos formuladores de políticas avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima, suas
implicações e possíveis riscos futuros, bem como para propor opções de adaptação e mitigação.
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Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122503, 2025.
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compreensão da relação do ser humano e da natureza, é um canal educacional imprescindível
para mudança de formas de pensar e agir ecologicamente incorretas e insustentáveis.
Entendendo as mudanças climáticas como um evento geográfico real e que acende um
sinal de alerta no século XXI, Lira (2023) discute que as mudanças do clima estão se
transformando em algo que perpassa uma problemática apenas ambiental, e para a civilização
humana será um dos principais desafios a serem enfrentados nos próximos anos, pois trazem
profundas implicações sociais, políticas e econômicas. A Geografia, como um componente
curricular indispensável à compreensão da relação do ser humano e da natureza, é um canal
educacional imprescindível para mudança de formas de pensar e agir ecologicamente incorretas
e insustentáveis, haja vista que o ser humano é apenas um de tantos outros elementos da
natureza. Para Oliveira (2019, p. 70):
Cada vez se fala mais de mudanças climáticas e das consequências dela para a
população, seus efeitos são visíveis: chuvas concentradas, alagamentos, enchentes,
movimento de encostas, secas prolongadas, são consequências destas transformações
no meio, consequência da nossa atuação. Toda essa situação, associado a ocupação
irregular das encostas e de planícies de inundação, as inúmeras alterações e os
impactos sobre os aspectos físico-naturais que compõem o espaço, os riscos, hoje,
traduzem-se numa multiplicidade de situações que afetam a vida de toda as
sociedades, colocando em causa a segurança e o bem-estar de cada um. Desde os
fenômenos naturais, motivados por alterações climáticas, aos acidentes de natureza
tecnológica, ambiental ou de viação, entre outros, que ocorrem cotidianamente, o risco
é uma contingência que acompanha a ação do homem (Oliveira, 2019, p. 70).
É preciso considerar também que as consequências das mudanças climáticas não serão
sentidas por toda a população de maneira semelhante. As pessoas em vulnerabilidade social
serão mais atingidas e o Ensino de Geografia se mostra como um caminho propício para o
entendimento e compreensão dos eventos climáticos, suas causas e consequências por parte dos
alunos. Mendonça et al. (2022) elenca que embora o discurso genérico exponha que as
mudanças climáticas irão atingir toda a humanidade, é preciso pontuar que não se dará de
maneira hegemônica.
Os efeitos das mudanças climáticas serão muito mais elevados nas áreas que concentram
a população em situação de vulnerabilidade social do que naquelas que concentram riqueza do
planeta Terra (Mendonça et al., 2022). Isso pelo fato de as condições sociais como moradia,
saneamento básico, infraestrutura e alimentação inadequados são fatores que coadunam e
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aumentam a vulnerabilidade dessas populações expostas aos episódios de mudanças do clima
(Barcellos et al., 2009).
Introduzir a temática das mudanças climáticas na sala de aula é de suma importância
para construção de uma sociedade sustentável e resiliente de maneira transversal a todos os
componentes curriculares, níveis e modalidades de ensino. Especificamente o Ensino de
Geografia, amparado na Educação Ambiental, não deve ser omisso diante de temáticas voltadas
às mudanças climáticas, pois a Geografia é um componente curricular importante para
prevenção, mitigação, adaptação ou superação da crise ecológica. A educação voltada para as
questões socioambientais, e, entre elas, as mudanças climáticas, é imprescindível para que o
direito à vida seja possível para si, para os outros e para as futuras gerações.
Para Cavalcanti (1999), um dos objetivos da Geografia é tornar relevante o
entendimento e a compreensão da intensificação dos problemas socioambientais, a exemplo das
mudanças climáticas, como também buscar formas de desenvolver nos alunos atitudes de
agentes responsáveis pela construção de ambientes, não como responsáveis genéricos, mas
como responsáveis atuantes, cada qual a seu modo. O papel da Geografia, portanto, é construir
com os alunos uma ética ambiental para que seja viável a efetivação de práticas democráticas,
respeitosas e solidárias com a própria natureza e com os ambientes construídos (resultado das
ações físicas e sociais).
Para que isso seja possível, atividades diferenciadas, pautadas no ensino de Geografia e
na Educação Ambiental são urgentes, sobretudo, em momentos em que o conhecimento e a
compreensão dos problemas ambientais e, entre eles, as mudanças climáticas, é uma estratégia
para pensar no futuro, agindo no presente. O componente curricular Geografia pode ajudar
nesse sentido a partir de conteúdos essenciais para leitura do mundo de maneira crítica e
autônoma. Os principais conceitos básicos da Geografia (Espaço Geográfico, Paisagem, Lugar,
Região e Território), Cartografia, Organismos Internacionais e outros podem ser mobilizados
com o apoio das mãos seguras do professor.
A Cartografia pode ser uma aliada para o trabalho das mudanças climáticas. Mapas,
gráficos, tabelas podem sintetizar informações geográficas a respeito dos quadrantes espaciais
com maior e menor emissão de gases do efeito estufa, por exemplo. A ONU, como um
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organismo internacional, pode também contribuir para o entendimento e compreensão das
mudanças climáticas.
Em relação aos conceitos básicos da Geografia, o conceito de lugar pode contribuir para
o estudo sobre as mudanças climáticas a partir dos problemas climáticos do próprio ambiente
íntimo de vivência dos alunos, seja por meio de aula de campo, seja pela análise de fotografias.
os conceitos de: espaço geográfico, por meio da relação cada vez mais predatória do ser
humano sobre a natureza; território, a partir da relação de poder de autoridades e seu poder de
tomar medidas para frear as mudanças climáticas, a partir de pesquisas via internet; paisagem,
através da comparação das paisagens de séculos atrás com as paisagens da atualidade, ou de
áreas mais ou menos impactadas pelas mudanças do clima através de fotografias e entrevista
com moradores locais; e região, através dos biomas e/ou formações vegetais predominantes e
sua relação com as questões socioambientais, entre elas, as mudanças do clima.
Bioma Caatinga e Mudanças Climáticas
O termo “caatinga”, tem origem Tupi-Guarani e significa “floresta branca”, justamente
pelo aspecto que essa vegetação apresenta na estação seca, quando as folhas caem e ficam
apenas os troncos brancos e brilhosos dos arbustos e árvores (Prado, 2003). A etimologia Tupi-
Guarani consiste das partículas “ca’a”, planta ou floresta; “tî”, branco (derivado de morotî,
branco); e o sufixo “’ngá” (de angá), que lembra “perto de”. Ou seja, “a floresta esbranquiçada”
(Prado, 2003; Magalhães, 2012 apud Alves; Silva; Costa, 2023).
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, embora apresente aspectos
fisionômicos parecidos com outros domínios localizados em outras regiões do mundo, entre os
quais a Venezuela e a Colômbia (Prado, 2003). Sua paisagem geográfica é composta por uma
vegetação arbustiva, ramificada e espinhosa, com muitas euforbiáceas, bromeliáceas e
cactáceas e se encontra em processo de degradação em razão do uso intensivo da madeira e do
carvão mineral (Prado, 2003).
No estado de Pernambuco, área foco da presente pesquisa, as áreas que correspondem
ao bioma Caatinga estão sendo impactadas negativamente pelas mudanças climáticas, o que
torna ainda mais imperioso o seu estudo, principalmente em escolas situadas nas áreas
supramencionadas.
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Este bioma ocupa uma área de aproximadamente 850.000 km², o que corresponde a
11% do território brasileiro, abrangendo os estados da Bahia, Maranhão, Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará na região Nordeste, e parte de Minas
Gerais, na região Sudeste (Gonçalvez et al., 2016). Pernambuco tem aproximadamente 80% de
seu território com predominância da Caatinga, e é nessa região que está concentrada a maior
parte da população rural do estado (Gonçalvez et al., 2016).
Entre suas características, estão os baixos índices pluviométricos que giram em torno
de 500 mm a 700 mm anuais, e as altas temperaturas, com médias anuais de 27 a 29 ºC, além
da predominância dos solos rasos e pedregosos, que armazenam pouca água (Gonçalvez et al.,
2016). Embora muito degradado historicamente em razão da ocupação desordenada, uso
insustentável dos seus recursos naturais e cada vez mais ameaçado pelas mudanças do clima e
pela desertificação, o bioma Caatinga é rico em biodiversidade (Gonçalvez et al., 2016). Abriga
inúmeras espécies, entre as quais 591 de aves, 241 de peixes, 221 de abelhas, 178 de mamíferos,
177 de répteis e 79 espécies de anfíbios. Aproximadamente 27 milhões de pessoas vivem no
bioma, a maioria dependente dos recursos naturais provenientes dele para sobreviver
(Gonçalvez et al., 2016).
Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas -
IPCC (2023), existe uma discrepância na distribuição e percepção dos impactos provocados
pelas mudanças do clima em diferentes regiões e populações. Isso significa que alguns locais
são mais vulneráveis que outros, a exemplo das áreas semiáridas no Brasil, como as que
compreendem o bioma Caatinga (IPCC, 2023).
Em uma entrevista para o Papo Catingueiro, disponibilizada pelo site da Associação
Caatinga no ano de 2024, a professora Doutora em Etnobiologia e Conservação da Natureza
Regina Célia Oliveira, da Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco (UNIVASF),
expõe argumentos em relação às mudanças climáticas no bioma Caatinga (Oliveira, 2024). Para
ela, as áreas que o compreendem são vulneráveis no cenário das mudanças climáticas, o que
pode desencadear uma série de fatores negativos, entre os quais a desertificação, diminuição da
resiliência do bioma e perda da biodiversidade. Associados a esses fatores, práticas
insustentáveis realizadas pelo ser humano têm impactado a paisagem geográfica do bioma
Caatinga (Oliveira, 2024). Atividades antrópicas de remoção da vegetação de Caatinga para a
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produção de carvão vegetal aumentam a pressão de aridificação em área de clima semiárido do
Nordeste e quando se soma aos efeitos das mudanças climáticas, fazem do Nordeste uma região
factível a um acelerado processo de desertificação (Nobre, 2011).
Além disso, os impactos sociais das mudanças do clima no Nordeste brasileiro são
profundos. A população rural, que está sob condições socioeconômicas vulneráveis, é a mais
afetada. A migração forçada, em razão da perda de meios de subsistência, é uma realidade que
não deve ser desconsiderada, contribuindo para o aumento da urbanização desordenada e da
pobreza nos centros urbanos (Nóbrega; Nóbrega; Santos, 2024).
Nesse sentido, diante do momento de emergência climática, a percepção do meio
ambiente pela população torna-se importante, principalmente, para aquelas populações que
vivem em áreas vulneráveis, como as que estão inseridas ou adjacentes ao bioma Caatinga, pois
a percepção da gravidade da situação pode representar uma estratégia didática relevante para a
conscientização e a busca de estratégias alternativas de convivência com o local e, também, de
adaptação às mudanças climáticas (Andrade et al., 2014; Pedrini et al., 2016). Em relação às
estratégias de convivência, pode-se citar a conscientização da comunidade sobre a conservação
do meio, reflorestamento, manejo hídrico adequado e outros. Ou seja, é preciso pensar no
futuro, agindo no presente e as escolas são essencialmente imprescindíveis nesse contexto.
Resultados e Discussão
Pensar em atividades diversificadas, pautadas no ensino de Geografia, é pensar em
propostas pedagógicas que tenham a finalidade de fazer o aluno da Educação Básica
protagonista do seu próprio aprendizado. Segundo uma matéria do Jornal da Universidade de
Campinas (Unicamp), publicada no final de 2022, ensinar sobre as mudanças climáticas não é
uma tarefa simples (Coltri, 2022). No contexto da Educação Básica, diversos são os desafios,
entre os quais a falta de recursos, incentivos e formação específica para trabalhar sobre esse
assunto.
Considerando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como um documento
normativo que orienta escolas para contemplar as aprendizagens essenciais que os alunos
devem aprender ao longo da Educação Básica (Brasil, 2018), existe uma omissão também
diante das temáticas das mudanças climáticas. Segundo Spinelli (2023), as discussões acerca
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das mudanças climáticas aparecem de forma tímida na BNCC. A ocorrência do tema é
perceptível apenas na parte dedicada à área de Ciências Naturais e suas Tecnologias, embora
de modo bem superficial no campo da educação ambiental.
Ainda para Spinelli (2023), o termo “mudanças climáticas”, foi mencionado apenas 03
vezes em todo documento oficial e como elencado ficou restrito apenas a área de Ciências
Naturais e suas Tecnologias no Ensino Médio, não abordando a relação complexa entre natureza
e os seres humanos. Mais especificamente o termo “mudanças climáticas” aparecem nas
páginas: 547, 549 e 556 (Spinelli, 2023). Analisando o Currículo de Geografia do Ensino Médio
de Pernambuco, também foi observada uma similaridade no que toca a ausência do termo
“mudanças climáticas” (Pernambuco, 2021), mesmo a BNCC orientando as secretarias de
educação e redes de ensino a elaborar seus currículos e projetos pedagógicos com autonomia,
de forma transversal e flexível, respeitando as realidades locais e sua diversidade (Brasil, 2018).
Nesse contexto, é preciso não a autonomia dos professores da Educação Básica, neste
caso do Ensino Médio, mas também que o currículo abra espaço para que haja a construção de
aprendizagens essenciais sobre as mudanças climáticas, neste caso a partir do bioma Caatinga,
no ensino de Geografia a partir do texto da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a
qual a Geografia é um dos componentes curriculares, e que é dividida em 04 categorias: a)
Tempo e Espaço; b) Territórios e Fronteiras; c) Indivíduo, Natureza, Sociedade e Ética; d)
Política e Trabalho (Spinelli, 2023). Na categoria Indivíduo, Natureza, Sociedade e Ética, os
professores de Geografia do Ensino Médio podem encontrar direcionamentos para trabalhar a
temática sobre as mudanças climáticas. O texto menciona a maneira como os povos e
sociedades organizam seus espaços e atividades econômicas através das distintas relações dos
seres humanos com a natureza, considerando os problemas ambientais resultantes dessa
interação (Brasil, 2018).
Pensando assim, será proposta uma sequência didática, para ser aplicada
posteriormente, por entender que a Educação Ambiental assume cada vez uma função
transformadora, no sentido de formar cidadãos corresponsáveis de suas práticas visando um
novo tipo de desenvolvimento o desenvolvimento sustentável (Jacobi, 2003). E o professor é
um agente de suma importância para que isso ocorra, pois é a partir de suas aulas que a
Educação Ambiental no ensino de Geografia pautadas nas mudanças climáticas pode guiar os
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alunos a pensar e agir de maneira ecologicamente correta. Para Jacobi (2003, p. 193): “O
educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-
los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da
natureza”.
Atrelada a isso, a Educação Ambiental pode contribuir para o entendimento e
compreensão de como as mudanças climáticas impactam negativamente as áreas que
correspondem ao bioma Caatinga no Brasil. Essas áreas são mais vulneráveis às mudanças
climáticas devido ao intenso processo de evapotranspiração e déficit hídrico em razão de
estiagens prolongadas, além da interferência antropogênica na região. E com a intensificação
das mudanças do clima, as áreas onde se situam o bioma Caatinga tendem a se tornar mais
áridas. Aumentarão o volume e frequência da seca e reduzirá a disponibilidade de água e
impactará não a vegetação e a biodiversidade, mas as atividades econômicas e sociais
(Mendes, 2015).
A sequência didática proposta a seguir, por meio de recursos midiáticos e da própria
realidade dos alunos, servirá como subsídio para estudos diversificados que permitirá aos
discentes uma visão complexa e dinâmica dos recursos naturais e a relação da espécie humana
com as mudanças climáticas. Ainda assim, será por meio dessa sequência didática que os alunos
poderão se tornar seres multiplicadores de boas práticas, sob o viés dos princípios e valores da
Educação Ambiental, norteados por uma visão crítica derivada de aprendizagens teóricas e
práticas, conforme consta no Quadro 1:
Quadro 1 Sequência didática sobre as Mudanças Climáticas e o bioma Caatinga:
Tema
As Mudanças Climáticas Local e Global, como objeto de inserção da
Educação Ambiental nas Aulas de Geografia.
Objetivo
Problematizar as mudanças climáticas, suas causas, agentes e
consequências a partir do conhecimento prévio e do contexto local
dos alunos por meio de uma atividade diversificada.
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Habilidade de área
da BNCC
(Competência 03) Analisar e avaliar criticamente as relações de
diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza (produção,
distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e
socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que
respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
Habilidade
específica do
Currículo de PE de
acordo com a
BNCC
(EM13CHS300GE11PE) Analisar o processo geológico de
constituição e consolidação da Terra, identificando os resultados
visíveis e não visíveis dessas transformações naturais e antrópicas,
ocorridas na superfície terrestre, interpretando as mútuas influências
entre a biosfera e a atmosfera.
Objeto do
conhecimento
Biomas e Formações Vegetais
Finalidade
Construir aprendizagens essenciais no que concerne às mudanças climáticas, considerando
as suas causas, agentes e consequências, o que corrobora para a construção de seres
multiplicadores de boas práticas e corresponsáveis pelos problemas ambientais.
Problematização
Na primeira aula (2h/aula), será realizada uma atividade de sondagem oral para que os
sujeitos na condição de aprendizes possam expor o que entendem por mudanças climáticas e
qual sua relação com práticas ecologicamente incorretas e insustentáveis. Após esse
momento, será discutida a imprescindibilidade da compreensão das temáticas mudanças
climáticas para a construção de atitudes sustentáveis no que concerne à proteção ambiental a
partir da cartilha intitulada: “Mudanças climáticas: o clima está diferente: O que muda
na nossa vida?” e do texto deste artigo.
Link do texto de apoio: file:///C:/Users/SAMSUNG/Downloads/Cartilha-Mudancas-Clima
ticas_atualizacao_baixa.pdf
Concluída a atividade de sondagem e a discussão proposta para formação de seres
multiplicadores de boas práticas, será exibido o mapa interativo: The Future Urban
Climates” que expõe uma projeção de dados referentes às mudanças climáticas para o ano
de 2080 nas principais cidades do mundo, com base nos dados do IPCC para que os alunos
possam perceber a gravidade dos efeitos das mudanças do clima.
Link do mapa interativo: https://fitzlab.shinyapps.io/cityapp/.
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Na segunda aula (2h/aula), os alunos serão orientados a assistir o documentário “O Amanhã
é Hoje - o drama de brasileiros impactados pelas mudanças climáticas”: O documentário
evidencia que os impactos das mudanças do clima já alcançaram todos os brasileiros, estejam
na cidade, no campo ou na floresta, inclusive o bioma Caatinga no Nordeste do Brasil. Após
o documentário, os alunos irão ser motivados a pensarem, comentarem e anotarem em um
quadro individual, a ser disponibilizado pelo professor, as causas, agentes, consequências e
possíveis soluções nos âmbitos sociais e políticos sobre as mudanças climáticas, tomando
como referência o bioma Caatinga.
Link do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=azrnx55oawQ.
Como atividade para casa, será sugerido que os alunos formem grupos de 4-5 pessoas (a
depender do número de alunos matriculados e que frequentam a escola) e criem um podcast
(12-20min) intitulado de: “Como as mudanças climáticas podem impactar o entorno da
escola?”: Essa atividade diversificada deve despertar a motivação dos alunos para realizá-la
por diferentes motivos, entre os quais: a) trabalho em equipe; b) utilização das Tecnologias
de Comunicação e Informação (TICs), ferramentas tão utilizadas pelos jovens atualmente.
Posteriormente, em um momento a ser marcado pelo professor (a), as equipes irão socializar
os podcasts e os resultados obtidos.
Para realização dessa atividade, podem ser utilizados o próprio gravador dos smartphones e
outros programas computacionais, a critério e criatividade das equipes.
Na terceira aula (2h/aula), será socializado os podcasts em sala de aula, com o auxílio do
professor, a partir da lousa digital ou datashow e, em seguida, disponibilizado no grupo de
WhatsApp da turma, caso seja possível.
Resultados Esperados
Em relação a confecção do quadro, é esperado que os alunos identifiquem e compreendam as
causas, agentes e consequências das mudanças climáticas, se identificando como o principal
agente da intensificação de eventos climáticos e a partir disso indiquem soluções ou formas
de minimização para a problemática estudada. Como causas antrópicas, devem pontuar, por
exemplo, queima de combustíveis fósseis (derivados de gás natural, carvão mineral e
petróleo), atividades industriais, de transporte, descarte de resíduos sólidos (lixo) e
desmatamento. Na qualidade de agentes, para cada causa apontada, devem identificar o grupo
de indivíduos responsáveis, a exemplo de moradores locais, representantes do Poder Público,
entre outros. Como consequência, podem pontuar temperaturas mais altas, aumento da seca,
perda de espécies vegetais e animais, risco à saúde humana e de outras espécies, e potencial
comprometimento de atividades sociais e econômicas. É interessante que se enxerguem como
sujeitos da história, que tenham história e que não são dissociados dos outros elementos do
meio ambiente.
Já em relação ao podcast, é esperado que os alunos relacionem os resultados obtidos a partir
do quadro previamente realizado com o tema do podcast. Isso pelo fato do bioma Caatinga
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Mudanças Climáticas no Ensino de Geografia do Ano do Ensino Médio: proposta didática a partir do Bioma Caatinga. Ensaios de
Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122503, 2025.
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está presente em mais de 80% do estado de Pernambuco, área onde essa sequência didática
pode ser realizada.
Formas de Avaliação
Participação oral dos alunos;
Desempenho nas atividades solicitadas;
Resultados obtidos e socialização.
Recursos de apoio
Quadro branco;
Lousa digital ou qualquer outro aparelho de espelhamento de tela;
Aparelhos celulares;
Livro didático;
Folhas de ofício A4;
Mapa interativo “The Future Urban Climates”
Referências
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Editora do Brasil, 2016.
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Thais Lazzeri. Produção de FORWAR Images That Move. Brasil: São Paulo, 2018.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=azrnx55oawQ. Acesso em: 25 de out.
2024.
Fonte: Elaboração própria (2024).
Como público-alvo para execução da sequência didática supramencionada, foi
escolhido os alunos do ano do Ensino Médio, por ser justamente nesta série/ano que o
currículo de Pernambuco, pautado na BNCC, determina a construção de aprendizagens
essenciais no que se refere aos biomas do Brasil, entre os quais está a Caatinga. Mas não
isso, foi escolhido essa turma por acreditar que são eles que podem compreender de maneira
ampla e complexa como os processos sociais se integram aos processos naturais e qual a relação
de práticas predatórias “ecologicamente incorretas e insustentáveis” locais/regionais com os
eventos climáticos locais e globais.
Nesse sentido, a escolha pelo objeto do conhecimento (conteúdo) biomas do Brasil,
especificamente o bioma Caatinga, para sistematização do produto final desta pesquisa não se
deu por acaso. Foi selecionado por ser indicado no currículo de Geografia do Ensino Médio do
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ano (público-alvo desta pesquisa), por ser um bioma que abrange exclusivamente o território
brasileiro e em grande parte a região Nordeste do Brasil e pelo fato do bioma Caatinga ser cada
vez mais impactado pelas mudanças climáticas, o que vem ocasionando diminuição de sua
resiliência, desertificação e perda da biodiversidade.
Considerações Finais
As mudanças climáticas são uma ameaça significativa à biodiversidade nos dias
correntes. É um evento geográfico que vem ganhando proporções e vem alertando não as
autoridades, mas a sociedade como um todo, sobre as consequências para toda a população. É
necessário entender que os impactos dessas mudanças podem alterar drasticamente as paisagens
geográficas e os seus elementos, o que torna impreterível a mudança de hábitos e adoção de
medidas de mitigação.
O bioma Caatinga não está imune a eventos extremos e globais a exemplo das mudanças
climáticas, o que torna urgente a necessidade de entender e compreender as mudanças do clima,
através de uma perspectiva local, para que seja possível o entendimento e compreensão das
causas, agentes, consequências, formas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em
outros quadrantes espaciais.
A escola é um espaço fértil para capacitar as novas gerações para as causas, agentes e
consequências das mudanças climáticas. Os jovens, principalmente, são os principais
formadores de opinião e podem, a partir do que é construído na escola, tomar decisões
ecologicamente corretas e sustentáveis, cujos resultados podem ser observados em médio e em
longo prazo. Para isso, a Educação Ambiental na Educação Básica deve ser permanente e estar
enviesada por pressupostos teóricos e práticos comprometidos com a formação de cidadãos
ecoalfabetizados e multiplicadores de boas práticas.
Em se tratando do ensino de Geografia, os estudos voltados às mudanças climáticas,
amparados por uma Educação Ambiental crítica e trabalhada de forma transversal, é uma
ferramenta educativa oportuna para a promoção de um pensamento crítico e reflexivo com
vistas à resolução de problemas ambientais através de estratégias de aprendizagem que abordam
o mundo real a partir de atividades diversificadas, entre elas, atividades práticas e que utilizem
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de ferramentas didáticas que motivem os educandos a participarem ativamente das atividades
solicitadas.
Nesse sentido, este trabalho, sistematizou uma sequência didática, pautada na temática
mudanças climáticas, no ensino de Geografia, a partir do objeto de conhecimento Biomas,
especificamente o bioma Caatinga, contemplado no currículo de Pernambuco, no componente
curricular Geografia. A sequência didática deve contribuir para o entendimento e compreensão
das causas, agentes e consequências das mudanças climáticas, levando os alunos a serem
protagonistas do seu próprio conhecimento, através da realidade próxima, vivida e sentida. Essa
sequência didática será viável para formação de multiplicadores de práticas ecologicamente
corretas e sustentáveis, a começar pelo seu espaço íntimo de vivência.
Referências
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