Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
SILVA, Nayara Rodrigues da; TAVARES, Cícero Antonio Jatanael da Silva; TOSO, Diana Mirela da Silva; SANTOS, Marlon Vinicíus
Ferreira dos; LOPES, Ana Carolina Santana; PASSOS, Thiago de Moraes dos. Importância da extensão universitária na aproximação entre
universidade e escola: um relato de experiência. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122524, 2025.
Submissão em: 19/06/2025. Aceito em: 31/08/2025.
ISSN: 2316-8544
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1
SEÇÃO ARTIGOS
Importância da extensão universitária na aproximação entre universidade e escola:
um relato de experiência
Importance of university extension in bringing university and school:
an experience report
Importancia de la extensión universitaria en la aproximación de la universidad y la
escuela:
un reporte de experiencia
DOI: https://doi.org/10.22409/vj1sg224
Nayara Rodrigues da Silva
1
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
São Paulo, Brasil
e-mail: nayara.rodrigues@unesp.br
Cícero Antonio Jatanael da Silva
Tavares
2
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
São Paulo, Brasil
e-mail: jatanael.tavares@unesp.br
Diana Mirela da Silva Toso
3
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
São Paulo, Brasil
e-mail: diana.toso@unesp.br
Marlon Vinicius Ferreira dos
Santos
4
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
São Paulo, Brasil
e-mail: marlon.santos@unesp.br
Ana Carolina Santana Lopes
5
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
São Paulo, Brasil
e-mail: santana.lopes@unesp.br
Thiago de Moraes dos Passos
6
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
São Paulo, Brasil
e-mail: thiago.passos@unesp.br
1
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” (UNESP), campus de Presidente Prudente/SP.
2
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, campus de Presidente Prudente/SP.
3
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, campus de Presidente Prudente/SP.
4
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, campus de Presidente Prudente/SP.
5
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, campus de Presidente Prudente/SP.
6
Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, campus de Presidente Prudente/SP.
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Ferreira dos; LOPES, Ana Carolina Santana; PASSOS, Thiago de Moraes dos. Importância da extensão universitária na aproximação entre
universidade e escola: um relato de experiência. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122524, 2025.
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Resumo
A educação brasileira vivencia um abismo no que se refere ao distanciamento entre a universidade e a escola de
ensino básico, fruto de ausências como a de uma estrutura adequada para tornar essa aproximação possível. Nesse
sentido, faz-se importante a existência de projetos de extensão universitária que surgem como uma forma de
aproximar esses dois universos da educação. Sob esse propósito, o presente trabalho realiza um relato de
experiência a partir do projeto “Escola de Inverno: construindo saberes geográficos para semear o futuro”, que
ocorreu no ano de 2024 nas dependências da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP). De antemão, enfatiza-se a importância do apoio financeiro
fornecido pela FCT/UNESP, por meio da parceria entre a Pró-reitoria de Pós-Graduação (PROPG) e a Pró-reitoria
de Extensão Universitária e Cultura (PROEC). Diante das experiências obtidas, foi oportuno propiciar aos
estudantes do ensino básico a visita a laboratórios e museus da universidade, bem como desenvolverem atividades
práticas nesses espaços. De uma maneira geral, este projeto de extensão cumpriu o seu propósito de aproximar a
FCT/UNESP e as escolas de ensino básico envolvidas com as atividades.
Palavras-chave
Distanciamento; Universidade e escola; Extensão universitária; FCT/UNESP.
Abstract
Brazilian education is experiencing a chasm in terms of distance between universities and primary schools, due to
reasons such as the lack of an adequate structure to make this rapprochement possible. In this sense, the existence
of university extension projects is important, which emerge as a way of bringing these two educational universes
closer together. With this purpose, this present work presents an experience report based on the project “Winter
School: building geographical knowledge to sow the future”, which took place in 2024 at the faculty of science
and technology of the São Paulo State University “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP). First of all, we
emphasize the importance of the financial support provided by FCT/UNESP, through the partnership between the
Pro-Rectory of Graduate Studies (PROPG) and the Pro-Rectory of University Extension and Culture (PROEC).
Given the experiences obtained, it was appropriate to provide elementary school students with a visit to university
laboratories and museums, as well as to develop practical activities in these spaces. In general, this extension
project fulfilled its purpose of bringing together FCT/UNESP and the elementary schools involved in the activities.
Keywords
Distancing; University and school; University extension; FCT/UNESP.
Resumen
La educación brasileña vive un abismo en cuanto a la distancia entre las universidades y las escuelas de educación
básicas, debido a razones como la falta de una estructura adecuada en posibilitar esta aproximación. En este
sentido, es importante la existencia de proyectos de extensión universitaria, que surgen como una forma de acercar
estos dos universos de la educación. Con ese propósito, el presente trabajo presenta un relato de experiencia basado
en el proyecto “Escuela de Invierno: construyendo conocimiento geográfico para sembrar el futuro”, que tuvo
lugar en 2024 en las instalaciones de la Facultad de Ciencias y Tecnología de la Universidad Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP). De antemano, se destaca la importancia del apoyo financiero prestado
por la FCT/UNESP, a través de una asociación entre la Prorrectoría de Posgrado (PROPG) y la Prorrectoría de
Extensión Universitaria y Cultura (PROEC). Dadas las experiencias obtenidas, resultó pertinente brindar a los
estudiantes de educación básica visitas a laboratorios universitarios y museos, así como desarrollar actividades
prácticas en estos espacios. En general, este proyecto de extensión cumplió su objetivo de reunir a la FCT/UNESP
y las escuelas involucradas en las actividades.
Palabras clave
Distanciamiento; Universidad y escuela; Extensión universitaria; FCT/UNESP.
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Introdução
A universidade e a escola são dois espaços que possuem um importante valor no que diz
respeito à construção do conhecimento, e, por possuírem um enfoque similar, teoricamente,
deveriam estar diretamente interligadas. Contudo, na prática, é possível notar alguns
distanciamentos (Ludke, 1998; Charlot, 2002).
Nesse sentido, faz-se importante a criação de meios que tornem possível a conexão entre
esses dois espaços, de modo a ampliar as possibilidades de promoção do conhecimento. A
existência de projetos de extensão se torna assim uma excelente alternativa (Santos, 2010;
Nunes & Silva, 2011).
Diante disso, este presente trabalho visa fazer um relato de experiência por meio da
realização do projeto de extensão “Escola de Inverno: construindo saberes geográficos para
semear o futuro”, que ocorreu nos dias 19 e 20 de agosto de 2024 nas dependências da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” (FCT/UNESP).
Para essa supracitada ocasião, foram realizados os contatos com a Escola Estadual de
Ensino Integral Coronel Francisco Whitaker e Escola Estadual Anna Antônio, localizadas nos
municípios de Anhumas/SP e Presidente Prudente/SP, respectivamente. Em particular, as
atividades desse projeto de extensão ocorreram mediante a duas turmas de ensino médio dessas
referidas escolas.
Nesse sentido, este projeto de extensão surgiu como uma forma de romper com o
distanciamento existente entre a FCT/UNESP e escolas do ensino básico dessa região de
Presidente Prudente. Também foi uma forma de ampliar as possibilidades de aprendizagem dos
estudantes envolvidos nas atividades, uma vez que estes passaram a participar de atividades
práticas por meio de espaços da FCT/UNESP, em complemento a aprendizagem dos conteúdos
teóricos vistos durante as aulas nas suas respectivas escolas.
De certo modo, é uma oportunidade para aproximar a realidade discente e a
universidade. Isso porque, muitas vezes, a universidade é compreendida por uma parcela dos
jovens como uma realidade distante de ser alcançada. Assim, esse contato por meio de projetos
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de extensão se torna uma oportunidade para entenderem que podem posteriormente ingressar
em um curso de ensino superior.
Diante do que foi realizado ao longo do projeto de Escola de Inverno e descrito neste
presente relato de experiência, é possível ratificar a importância dos projetos de extensão
universitárias como uma forma de aproximar a universidade e as escolas de ensino básico.
Construindo pontes entre a universidade e a escola de ensino básico
Na educação brasileira, há um evidente distanciamento social entre escola e
universidade. Trata-se de uma distância que é resultante de uma variedade de aspectos que
circundam a comunidade escolar e o campo universitário – em especial da pesquisa educacional
(Charlot, 2002).
Nesse sentido, faz-se importante ser pensado em estratégias que estimulem ambos os
campos a trabalharem em sintonia. Assim, emerge a importância de atividades como àquelas
oriundas de projetos de extensão universitária. Isso porque:
Por meio da extensão, a universidade tem a oportunidade de levar até a comunidade
os conhecimentos de que é detentora, os quais são produzidos com a pesquisa e que
normalmente divulgam o ensino. É uma forma de a universidade socializar e
democratizar o saber científico, de modo a este não se traduzir em privilégio apenas
da minoria da população (universitária), mas difundido também à comunidade não
acadêmica, consoante os próprios interesses dessa mesma comunidade (Santos, 2010,
p. 14).
Em consonância a isso, Nunes e Silva (2011, p. 120) afirmam que “[a] extensão
universitária é uma forma de interação que deve existir entre a universidade e a comunidade na
qual ela está inserida, uma espécie de ponte permanente entre a universidade e os diversos
setores da sociedade”. Em complemento, compreende-se ainda que a extensão universitária é
uma oportunidade de o público universitário mostrar à população externa a importância e o
papel que essas instituições de ensino superior possuem e desempenham no tocante ao
desenvolvimento da sociedade como um todo.
Decorrente de uma aproximação entre escola e universidade, diversos outros fatores
positivos passam a emergir, entre as quais se destacam: a) a oportunidade de o meio acadêmico
conhecer a realidade escolar e desenvolver materiais didáticos exequíveis, frente a um contexto
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onde algumas pesquisas acadêmicas abordam sobre materiais didáticos que, na prática, são
inviáveis para a realidade financeira de muitas escolas; b) a possibilidade de o estudante do
ensino básico ter acesso aos laboratórios universitários, onde estes passam a ter contato prático
com objetos a qual tinham estudados teoricamente nas aulas da escola; c) a chance de aproximar
os estudantes das escolas públicas e a universidade, e fazê-los perceber que ingressar em um
curso universitário é uma meta possível; d) a oportunidade de divulgar o curso de graduação
em que o projeto de extensão está vinculado, uma vez que estes discentes passam a conhecer
os campos de pesquisa e atuação profissional daqueles que se formam no referido curso.
Dessa maneira, é possível observar a importância das atividades que vinculam a
universidade e as escolas de educação básica, e que os projetos de extensão universitárias
emergem como uns dos principais instrumentos de interligação entre esses dois espaços
educacionais.
Práticas desenvolvidas durante o projeto de extensão “Escola De Inverno”
Para a execução do projeto Escola de Inverno, fez-se necessária a sua aprovação perante
a um edital de financiamento de projetos de extensão da UNESP, que se deu por meio de
recursos oriundos da parceria entre a Pró-reitoria de Pós-Graduação (PROPG) e a Pró-reitoria
de Extensão Universitária e Cultura (PROEC) da UNESP. Esses recursos foram de suma
importância para o desenvolvimento deste projeto, uma vez que as escolas apresentaram
dificuldades financeiras para deslocar os seus estudantes até a FCT/UNESP, local onde as
atividades foram realizadas.
Além disso, outros investimentos foram necessários para a realização do projeto, como
a compra de materiais didáticos e a alimentação dos alunos envolvidos. Nesse sentido, com o
devido recurso financeiro, foi viabilizada a execução do projeto de extensão, que se deu em
dois dias seguidos e nos turnos da manhã e da tarde.
No primeiro dia, pela manhã, foi realizada uma caminhada pela FCT/UNESP, no sentido
de apresentar a instituição de uma maneira geral. Posteriormente, ainda no mesmo turno, foi
apresentado o Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos. No período da
tarde, foram desenvolvidas atividades práticas nesse mesmo laboratório.
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No segundo dia, pela manhã, as atividades ocorreram no Centro de Estudo em Educação,
Trabalho, Ambiente e Saúde (CEETAS), onde foi apresentado o espaço e realizadas atividades
práticas. Posteriormente, no período da tarde, os estudantes foram direcionados ao Museu de
Paleontologia “Professor Pepe” (MPP) e Museu de Arqueologia Regional (MAR), situados no
Núcleo Morumbi da FCT/UNESP, onde também participaram de atividades práticas.
Para manter a organização das experiências obtidas por meio da realização do projeto
de extensão em cada um desses espaços, opta-se neste texto pela transcrição das atividades em
subseções. Assim, relata-se a experiência em cada um dos espaços da FCT/UNESP.
Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos
Coordenado pela Prof. Drª Isabel Cristina Moroz Caccia Gouveia e pelo Prof. Dr. Paulo
Cesar Rocha, este laboratório representa um valioso espaço de aprendizagem no campo da
Geografia Física. Assim, no local são ministradas aulas práticas das disciplinas de Geologia,
Geomorfologia e Hidrologia dos cursos de Geografia, Engenharia Ambiental, Engenharia
Cartográfica e Arquitetura e Urbanismo da instituição (FCT/UNESP, 2024).
Além disso, por meio da PROGRAD-UNESP e PROEC-UNESP, esse laboratório
recepciona professores e alunos de escolas da rede pública de ensino, visando desenvolver
práticas e experimentos que facilitem a aprendizagem dos conteúdos relativos à Geografia
Física, como complemento aos conteúdos programáticos mediados pelo professor por meio do
livro didático nas aulas do ensino básico (FCT/UNESP, 2024).
Conforme é apresentado no site da instituição: “o laboratório possui um acervo de mais
de 500 amostras catalogadas de minerais e rochas, kits didáticos para análise de minerais,
maquetes e simuladores” (FCT/UNESP, 2024). Nesse sentido, por meio dos recursos
disponíveis no laboratório, é possível ser mediado de maneira prática sobre conteúdos
vinculados a questões como o ciclo das rochas, formação do relevo, deslizamentos de massas,
ciclo da água, entre outros temas afins.
Durante a realização do projeto Escola de Inverno, foi realizada a atividade prática
relacionada ao ciclo das rochas, com o objetivo de propiciar aos alunos a identificação dos três
tipos de rochas (sedimentar, metamórfica e magmática) (Figura 1).
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Figura 1 – Atividades no Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Recursos Hídricos
Fonte: Acervo dos autores (2024).
Na ocasião, foi possível perceber o nível de engajamento e interesse dos alunos pelos
conteúdos que anteriormente tinham aprendido na escola e passaram a praticar durante essa
experiência extensionista na FCT/UNESP. Por meio dessa experiência, os alunos puderam
compreender a respeito de temas que são acompanhados tanto no 6º ano do ensino fundamental
quanto no 1º ano do ensino médio. Assim, a experiência no laboratório, por meio de atividade
prática, foi complementar aos estudos que havia compreendido teoricamente.
Centro de Estudos em Educação, Trabalho, Ambiente e Saúde
Esse centro nasceu em 2012, por meio da união de três grupos de pesquisa vinculados
ao Departamento de Geografia: Centro de Estudos de Geografia do Trabalho (CEGet),
coordenado pelo professor Dr. Antonio Thomaz Júnior; Laboratório de Biogeografia e
Geografia da Saúde (LBGS), coordenado pelo professor Dr. Raul Borges Guimarães; e Gestão
Ambiental e Dinâmica Socioespacial (GADIS), coordenado pelo professor Dr. Antonio Cezar
Leal (FCT/UNESP, 2023).
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O CEETAS surge como um mecanismo para ser dialogado a respeito dos temas relativos
a esses campos de estudos da Geografia, seja por meio de aulas, palestras ou eventos de outra
natureza. No local, concentra-se salas de reuniões, auditório, espaço para estudos, entre outros
importantes itens necessários para a realização de atividades acadêmicas. Nesse centro, dá-se
destaque ao quintal agroecológico (Figura 2), espaço que representa a plantação de uma
diversidade de produtos agrícolas.
Figura 2 – Quintal agroecológico
Fonte: Acervo dos autores (2024).
Nesse sentido, pode-se observar que há, de fato, uma vinculação da Geografia com esse
espaço, e não somente da Geografia acadêmica, mas também da Geografia escolar, aquela que
é ensinada na educação básica, sobretudo em turmas de 7º ano do ensino fundamental e no 2º
ano do ensino médio. Isso porque, por meio da experiência empírica com o CEETAS, sobretudo
no Quintal Agroecológico, é possível abordar a respeito de temas como: a) os malefícios do uso
de agrotóxico na produção agrícola; b) conscientização a respeito do uso do solo; c)
desenvolvimento sustentável; d) a importância da agricultura familiar frente a produção do
agronegócio; e) o direito e a luta pela terra para todos; f) a importância dos movimentos sociais,
como o MST e CPT, frente a garantia pelo acesso à terra; g) entre outros temas.
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Sob esse propósito, ao longo da realização da Escola de Inverno foi apresentado o
CEETAS, seus objetivos e temas relativos à sua área de estudos. Assim, foi possível abordar
sobre alguns dos temas acima mencionados.
O Quintal Agroecológico, em particular, representa um laboratório a céu aberto, em
razão da diversidade de temas geográficos possíveis de trabalhar por meio desse espaço. Isso
porque, através de atividade prática, tem-se a oportunidade de conhecer, na prática, como ocorre
a produção agrícola em todo o seu processo produtivo. Com esse intuito, foi proposto uma
oficina de produção agroecológica com os alunos presentes (Figura 3).
Figura 3 – oficina de plantio agroecológico
Fonte: Acervo dos autores (2024).
Diante das atividades realizadas nesse espaço da universidade, os alunos puderam
abordar de forma empírica os temas que eles haviam, em outros momentos, apreendido
teoricamente em sala de aula. Assim, vê-se a importância e utilidade do CEETAS no que
concerne ao ensino de Geografia.
Museu de Paleontologia “Professor Pepe”
O Museu de Paleontologia “Professor Pepe” foi criado em 2024, sob uma parceria com
o Laboratório de Arqueologia Guarani e Estudos da Paisagem (LAG) e é o primeiro da região
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voltado a essa área científica. A sua nomenclatura se trata de uma homenagem ao Prof. Dr. José
Martin Suárez, mais conhecido como Prof. Pepe, ex-professor da UNESP (G1, 2024).
O Museu possui em seu acervo materiais fossilizados e réplicas de diferentes espécies.
Parte desse acervo é composto por fósseis de titanossauro e dentes de crocodilomorfos
encontrados durante escavações no município de Presidente Prudente e testudinos encontrados
pelo Prof. Pepe no município de Pirapozinho, bem como réplicas de materiais fossilizados
doados pelo Museu de Paleontologia e Estratigrafia “Paulo Milton Barbosa Landim”, do
município de Rio Claro.
No âmbito educacional, esse espaço demonstra diversas potencialidades, como a
compreensão de como se dava a relação entre os animais e entre estes e os vegetais da época.
Assim, foram desenvolvidas atividades nesse Museu. Na ocasião, foi explicado a respeito do
processo histórico referente aos fósseis presentes (Figura 4).
Figura 4 – Museu de Paleontologia “Prof. Pepe”
Fonte: Acervo dos autores (2024).
Museu de Arqueologia
O Museu de Arqueologia Regional (MAR) da FCT/UNESP, campus de Presidente
Prudente, foi inaugurado no dia 5 de maio de 2016. Apresenta materiais arqueológicos de
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grupos indígenas agricultores Guarani (grupo Tupi-Guarani), Kaingang e Kayapó (Grupo Jê)
do período pré-colonial, cerâmicas, pedras lascadas e pedras polidas, assim como de grupos
caçadores-coletores, representados por pedras lascadas.
Entre os objetivos do museu, destaca-se o de salvaguardar e viabilizar acesso ao
patrimônio arqueológico evidenciado na região oeste do estado de São Paulo, testemunho da
história indígena. O museu conta com uma sala de exposição permanente, uma reserva técnica
e três salas de pesquisa. Entre os trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Arqueologia
Guarani vinculado ao Museu de Arqueologia Regional, destacam-se as ações de extensão,
ensino e pesquisa.
A visita ao Museu de Arqueologia Regional (Figura 5) proporcionou uma rica
experiência educativa ao abordar a relação entre os povos indígenas e o ambiente, sobre a
diversidade cultural e territorial dos povos indígenas no Brasil, com ênfase nos diferentes povos
indígenas do estado de São Paulo. Abordar os aspectos culturais e sobretudo as técnicas de
agricultura, caça e pesca, o conhecimento botânico e o manejo de plantas, permitiram que os
alunos compreendessem a importância da biodiversidade local e como os povos indígenas
utilizavam os recursos naturais de maneira sustentável, promovendo uma reflexão sobre a
conservação ambiental na atualidade.
Figura 5 – Visita à exposição permanente do Museu de Arqueologia Regional
Fonte: Acervo dos autores (2024).
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Além da visita, em que foi oportuno apresentar as informações acima descritas, houve
a realização de uma oficina de lascamento (Figura 6) e de pintura de réplicas de cambuchí
(Figura 7). Essas atividades tiveram como foco a aproximação teórica — isto é, àquilo que foi
apresentado a eles no museu — e a prática, por meio da materialização do conteúdo abordado.
Figura 6 – Oficina de lascamento
Fonte: Acervo dos autores (2024).
Figura 7 – Oficina de pintura em réplicas de cambuchí
Fonte: Acervo dos autores (2024).
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SILVA, Nayara Rodrigues da; TAVARES, Cícero Antonio Jatanael da Silva; TOSO, Diana Mirela da Silva; SANTOS, Marlon Vinicíus
Ferreira dos; LOPES, Ana Carolina Santana; PASSOS, Thiago de Moraes dos. Importância da extensão universitária na aproximação entre
universidade e escola: um relato de experiência. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122524, 2025.
Submissão em: 19/06/2025. Aceito em: 31/08/2025.
ISSN: 2316-8544
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Considerações finais
Diante do que foi apresentado ao longo deste texto, ficou evidente a importância da
realização de atividades extensionistas de modo a aproximar as atividades desenvolvidas nas
universidades e àquelas realizadas nas escolas de ensino básico. Destaca-se também que as
atividades desenvolvidas nesse projeto de extensão, sobretudo àquelas de natureza prática,
foram concebidas aos estudantes do ensino básico como uma forma de complementar a
aprendizagem que haviam obtido nas aulas de suas respectivas escolas de ensino básico.
Evidentemente, porém, reitera-se que, em razão do curto espaço de tempo dedicado para
a realização das atividades propostas para o projeto em questão, as atividades práticas se
limitaram a alguns campos de estudos da Geografia. De todo maneira, salienta-se a importância
dessas práticas na formação dos alunos.
Em função de sua valiosa contribuição no que diz respeito a aproximação entre a
universidade e a escola de ensino básico, bem como em razão de circunstâncias que se
desdobram por meio dessa relação, pensa-se que se faz indispensável que as universidades e
escolas mantenham recursos financeiros de modo a viabilizar a realização de atividades
extensionistas. Em linhas gerais, compreende-se que o Escola de Inverno foi um projeto de
extensão que se apresentou de uma maneira efetiva e proveitosa no que diz respeito ao seu
propósito de surgimento.
Referências
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Disponível em: https://www.fct.unesp.br/#!/departamentos/geografia/laboratorios-e-grupos-
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28/04/2025.
Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
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Ferreira dos; LOPES, Ana Carolina Santana; PASSOS, Thiago de Moraes dos. Importância da extensão universitária na aproximação entre
universidade e escola: um relato de experiência. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122524, 2025.
Submissão em: 19/06/2025. Aceito em: 31/08/2025.
ISSN: 2316-8544
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G1, Globo. Com Acervo rico em fósseis, Museu de Paleontologia é inaugurado na Unesp,
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