Ensino, Saúde e Ambiente
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente
<p><em>Ensino, Saúde e Ambiente</em> é uma publicação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências da Natureza da Universidade Federal Fluminense. O objetivo é a divulgação de artigos científicos resultantes de pesquisas e de relatos de experiências originais sobre temas que envolvem o Ensino de Ciências em espaços formais e não formais. Sem perder de vista, evidentemente, a precípua finalidade de integração de pesquisadores que atuam na interface ensino, saúde e ambiente.<br /><strong>ISSN</strong> 1983-7011</p>ABECpt-BREnsino, Saúde e Ambiente1983-7011<p>Os autores que publicam nesta Revista concordam com os seguintes termos:</p><p>1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito da primeira publicação.</p><p>2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e da publicação inicial nesta revista.</p><p> </p>A Disciplina Resolução de Problemas Matemáticos nas Escolas Públicas do Rio de Janeiro
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/60793
<p>Neste trabalho apresentamos um panorama sobre o uso da Resolução de Problemas no processo de ensino-aprendizagem em Matemática. Procuramos abordar a maneira com que a BNCC e os PCN dialogam com as estratégias de Resolução de Problemas. O objetivo principal deste trabalho é analisar algumas das ideias que professores das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro têm acerca da disciplina Resolução de Problemas Matemáticos (RPM), criada em 2012 pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC). Para isso, foi aplicado um questionário a um grupo de professores e utilizada como instrumento de comparação uma pesquisa semelhante desenvolvida em 2015. Constatou-se mais uma vez a inexistência de capacitação para que os professores trabalhassem a disciplina adequadamente. Apesar de diversas dificuldades apontadas, muitos professores se mostraram favoráveis à criação de uma disciplina nos moldes da RPM em escolas municipais.</p>Altemar Falcão da CunhaAugusto Cesar de Castro BarbosaCláudia Ferreira Reis ConcordidoMarcus Vinicius Tovar Costa
Copyright (c) 2024 Altemar Falcão da Cunha, Augusto Cesar de Castro Barbosa, Cláudia Ferreira Reis Concordido, Marcus Vinicius Tovar Costa
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2024-08-282024-08-28em 28/08/2024em 28/08/202410.22409/resa2024.v17.a60793O protagonismo feminino na história da saúde pública brasileira: recontar a história
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58889
<p>Este artigo tem como objetivo refletir acerca da invisibilidade das mulheres nas narrativas hegemônicas a respeito da saúde pública brasileira. Para tanto, partiu-se da análise dos efeitos do patriarcado, como exercício de poder, nas formas de contar e dar destaque ou não aos sujeitos históricos. Pretendemos com isso demonstrar como o apagamento do protagonismo feminino na luta pela Reforma Sanitária nas narrativas oficiais é signo de uma produção cientificista pretensamente neutra, que acaba por reforçar a desigualdade de gênero. Retomamos a violência histórica sofrida pelas mulheres, em especial, as mulheres negras, atravessadas também por questões de raça e classe, pelos agentes de saúde desde o Brasil colônia, para demonstrar como essas mulheres fizeram da mesma rua que lhes foi opressora, o palco para lutas políticas importantes e que puderam garantir políticas públicas de saúde. </p>Paula de Oliveira SantarossaPaula Land Curi
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2024-09-282024-09-28em 28/09/2024em 28/09/202410.22409/resa2024.v17.a58889Estratégias de divulgação científica na escola em tempos de pós-verdades sobre a ciência
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/50949
<p>Este artigo analisa a importância, em tempos de pós-verdade, de trabalhos realizados por um projeto de divulgação científica na escola. Para isso, propusemos uma reflexão a respeito da formação das pós-verdades e como elas impactam a credibilidade da ciência e a sociedade, procurando investigar de que forma o processo de divulgação científica, a partir de experimentos em consonância com estratégias lúdicas e socioculturais, promove reflexões nos estudantes acerca do conhecimento científico em contraposição aos contextos de obscurantismo propagados nas redes sociais. Nos valemos de referenciais socioculturais da educação para elaboração, aplicação e análise das atividades. Identificamos que oficinas de divulgação científica, na educação básica, são relevantes estratégias para combater desinformação em períodos negacionistas.</p>Dayane Santos de GoisCarlos Eduardo QuintilianoEmerson Ferreira GomesMariana Fernandes de Britto CostaLuís Paulo de Carvalho Piassi
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2024-10-142024-10-14em 14/10/2024em 14/10/202410.22409/resa2024.v17.a50949Racismo científico? Formação de estudantes de medicina em universidade do sul de Santa Catarina
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/53790
<p>O presente trabalho trata-se de uma pesquisa aplicada aos estudantes de medicina de uma universidade do sul de Santa Catarina com o intuito de investigar a presença ou não de pressupostos e/ou conteúdos racistas na formação dos universitários. As perguntas apresentavam como foco dois problemas específicos, um acerca da existência de uma centralidade de corpos brancos nos exemplos, livros, slides e afins, durante a formação médica, enfatizando as especificidades das dermatites e outros sintomas relacionados à epiderme quando ocorridos em corpos negros; e se os estudantes percebiam o elemento raça enquanto conceito social, teórico, ou percebe o elemento raça enquanto aspecto biológico - não apenas fenotípico. Das 164 respostas, de estudantes do primeiro ao último período, os resultados confirmaram a existência de um padrão branco como modelo, em que pese os estudantes não vejam necessariamente isso como uma lacuna na própria formação. Por outro lado, acerca da ideia de raça, as respostas foram divergentes e demonstram que o racismo científico ainda existe e é repassado institucionalmente. A pesquisa empírica conta também com um aporte teórico descolonial que busca explicar o vínculo entre modernidade e colonialidade a partir da integração da ciência como elemento partícipe da exploração.</p>Alex da RosaBianca Kelem Mazetto
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2024-10-272024-10-27em 27/10/2024em 27/10/202410.22409/resa2024.v17.a53790Temas socioambientais e escola no estado do Amazonas (AM), Brasil
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/47066
<p>O objetivo deste trabalho foi compreender as relações entre temas socioambientais e o ensino de ciências na escola. Para isso, adotou-se o método exploratório descritivo, que favorece a aproximação com o objeto de estudo. As análises foram conduzidas utilizando a Técnica de Análise Textual Discursiva (ATD). Os procedimentos metodológicos abrangeram as seguintes etapas: 1) submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP); 2) pesquisa bibliográfica; 3) visitas técnicas. Os resultados revelam que a articulação dos temas socioambientais com os conceitos científicos e a realidade local ainda enfrenta desafios. Isso ocorre devido à ênfase do currículo em conceitos isolados, em detrimento do estabelecimento de diálogos significativos com a realidade local.</p>Raynara Sobrinho da SilvaElizandra Rego de Vasconcelos
Copyright (c) 2024 Ensino, Saude e Ambiente
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2024-11-042024-11-04em 04/11/2024em 04/11/202410.22409/resa2024.v17.a47066Saneamento básico e qualidade de vida como tema gerador de uma proposta de inserção da Educação Ambiental Crítica no ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA)
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/54026
<p>A presente pesquisa teve como objetivo compreender como a proposição de estratégias didáticas em Educação Ambiental (EA), tendo como base metodológica os temas geradores, proposta por Paulo Freire, no ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA), pode contribuir para uma formação crítica e potencialmente transformadora. Para tal propósito, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, caracterizada como estudo de caso, com alunos de Matemática - Ensino Fundamental na EJA. A Sequência Didática (SD) foi pautada no tema gerador “Saneamento Básico e Qualidade de Vida”, em que abordamos os conhecimentos matemáticos inseridos em atividades contextualizadas no cotidiano dos alunos, sob um viés crítico. Mediante análise da implementação da SD em questão, constatamos uma dependência dos alunos mais jovens em relação a tecnologia e uma influência dos conhecimentos dos colegas com maior experiência de vida. Além disso, ficou evidente que os alunos interagiram, defenderam seu ponto de vista e são conscientes sobre sua responsabilidade individual em relação ao saneamento básico. Observamos também, uma imensa dificuldade dos alunos com operações matemáticas envolvendo decimais e interpretação textual, bem como com aa realização de cálculos com ou sem calculadora. Portanto, concluímos o quanto é relevante para os alunos da EJA que mais intervenções com esse enfoque sejam efetuadas na educação Matemática, pois ao associar aspectos socioambientais, o processo de ensino e aprendizagem em matemática torna-se muito mais significativo, podendo inclusive promover transformações no modo de os alunos ver e intervir na realidade.</p>Cíntia Cristiane de AndradeAna Tiyomi Obara
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2024-11-082024-11-08em 08/11/2024em 08/11/202410.22409/resa2024.v17.a54026Despatriarcalização do currículo e as abordagens de gêneros e sexualidades: relato de experiência em um espaço educativo do Nordeste
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/57117
<p>Nos últimos anos o currículo escolar tornou-se território de disputa entre conservadores e progressistas. O tensionamento foi acirrado quando educadoras/es inseriram debates de gêneros, sexualidades e diversidades humanas na educação básica. As tentativas de desconstrução do currículo heteropatriarcal ainda são tímidas no Brasil. Isso é justificado, pelo recrudescimento político intensificado no período de 2016 a 2022. A legitimação das perseguições as/os profissionais da educação contribuíram para que muitas/os recuassem na discussão das pautas de diversidades de gêneros e sexualidades. No entanto, as lutas imputadas pela permanência dos debates foram responsáveis pela construção de uma escola mais afetiva e acolhedora das diversidades. A compreensão da importância dessa luta por um currículo acolhedor motivou a escrita do artigo. O objetivo do texto é refletir sobre as percepções observadas no decorrer da realização da palestra intitulada Inclusões e Diversidades. A palestra aconteceu no dia 07 de julho de 2022, em uma escola pública no estado do Ceará e teve como público-alvo estudantes do 9º ano do ensino fundamental. Como resultados, verificou-se a importância desses debates para estudantes: (1) que sofrem os preconceitos por dissidirem da sexualidade normalizada; (2) a reprodução da heteropatriarcalidade no ambiente escolar; (3) as violências institucionalizadas na sociedade; (4) o silenciamento diante da LGBTQIAPNfobia.</p>Stelina Moreira de Vasconcelos NetaAna Paula Miranda Guimarães
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2024-06-242024-06-24em 11/04/2024em 11/04/202410.22409/resa2024.v17.a57117Interseccionalidade e escrevivência: diálogos possíveis entre deficiência e raça
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/60188
<p>O texto faz uma costura entre interseccionalidade e escrevivência, em uma relação que é feita a partir de minha experiência vivida enquanto uma pessoa negra e autista. Pensar as aproximações entre os dois conceitos nos possibilita compreender interseccionalidade e escrevivência como ferramentas potentes, produtoras de conhecimento e de formação subjetiva, rompendo com um modo de fazer acadêmico que supõe uma neutralidade científica. Falar de uma experiência concreta nos permite acessar histórias, criando conexões e trocas importantes com elas, além de abrir caminhos para pensar outros futuros, vozes e corpos dentro da academia, sobretudo no que diz respeito aos modos de produzir conhecimento dentro da psicologia.</p>Aline Tavares de Souza Rodrigues
Copyright (c) 2024 Aline Tavares de Souza Rodrigues
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2024-04-192024-04-19em 19/04/2024em 19/04/202410.22409/resa2024.v17.a60188“Eu tenho a fama de ser um pouco transgressora!”: perspectivas interseccionais de enfermeiras negras
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58932
<p>Este estudo utilizou o referencial teórico-metodológico dos feminismos interseccionais, concebendo a necessidade de problematizar as discriminações e opressões de gênero, raça, classe, formação profissional e outras, como fenômenos do campo da psicologia social. O objetivo deste trabalho foi analisar a percepção de enfermeiras que se autodeclaram negras com relação às hierarquias de saberes e poderes no trabalho de cuidado na saúde. Foram entrevistadas sete profissionais de enfermagem que atuam/atuaram em unidades hospitalares do SUS do Estado do Rio de Janeiro desde março de 2020 até o momento da realização do campo. Os resultados foram divididos em duas categorias analíticas: 1. “O Médico é o semideus!” e o “Doutor sem doutorado!”; 2. Hierarquias de saberes-poderes e relações raciais na saúde. Os resultados mostraram que, segundo a percepção das mesmas, a categoria médica ainda exerce uma hegemonia discursiva, principalmente em hospitais gerais e hospitais psiquiátricos. As enfermeiras que exercem posição de chefia/liderança relataram experiências de discriminação ligada a gênero, raça, classe profissional entre outras, e que reagem a estas por meio de uma postura de confrontação e combate às estruturas racistas e sexistas. A pesquisa mostrou a necessidade de se problematizar a divisão sociossexual e racial do trabalho na saúde e suas implicações, de reconhecer o protagonismo das mulheres negras nas pesquisas, e também a importância da atuação destas mulheres no cuidado em saúde no SUS.</p>Paolla Pinheiro MathiasAmana Rocha Mattos
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2024-06-242024-06-24em 22/04/2024em 22/04/202410.22409/resa2024.v17.a58932Corpas políticas: arte, trabalho e enfrentamento nas tessituras da vida racializada
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/59047
<p>As marcas contemporâneas da experiência de um mundo pós-pandemia têm sido expressas em corpos políticos cujas interseccionalidades resistem a um estado necropolítico. Este artigo busca, a partir de um assentamento epistêmico e teórico, dialogar com experiências narrativas de mulheres em diferentes contextos brasileiros agenciadas pelas interseccionalidades e pela amefricanidade. Para tanto, seguimos rastros sensíveis de narrativas produzidas ao longo de teses de doutorado desenvolvidas junto a corpas-políticas femininas e feministas, aquilombadas em um grupo de pesquisa que se coloca como trincheira no universo acadêmico. Para Dialogamos com mulheres intelectuais, do teatro, do rap, da pesca e das rendas, mulheres que enfrentam a experiência do racismo e do machismo em suas relações com a vida e fazem da arte e do trabalho suas vias de resistência e enfrentamento. Para um feminismo negro situado, falar de interseccionalidade e amefricanidade contribui para desconstruir práticas discursivas, propondo outras epistemologias cujas tessituras em rede permitam afirmar outras vias identitárias sustentadas na igualdade política, racial, econômica e de gênero.</p>Samira Lima da CostaBeatriz Akemi TakeitiEliana Nunes RibeiroRegina Carmela Emília de ResendeElaine Araújo de VasconcelosThayllany Mattos dos SantosClaudia Reinoso Araujo de Carvalho
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2024-05-072024-05-07em: 07/05/2024em: 07/05/202410.22409/resa2024.v17.a59047Saúde, cultura e raízes ancestrais: fitoterapia indígena como prática de cuidado histórico pela biografia das plantas
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/59437
<p>Este texto traz o diálogo entre uma Pajé, da etnia Potiguara, e uma antropóloga sobre saúde e cultura ancestral a partir da fitoterapia indígena. Trata-se de um relato de experiência do curso feito com a Pajé Amanacy, no município da Baía da Traição, na Paraíba, junto a um relato biográfico da Pajé, cuja história com a pajelança e as plantas de cura são rememoradas e trazidas para o presente. O diálogo entre as experiências das duas autoras traça um caminho em que a biografia das plantas rege as aberturas do encontro médico entre a biomedicina e a etnomedicina, nas políticas públicas de saúde oficiais e como a fitoterapia tem sido implantada no Sistema Único de Saúde (SUS). Ao acompanhar a história dos Potiguara, na Baía da Traição; a transformação de uma indígena em Pajé, curandeira e professora; a experiência de uma antropóloga com a cultura da terra, refletimos sobre o retrato biográfico que as plantas nos apresentam e de que modo a etnomedicina mobiliza raízes ancestrais para o centro das políticas de saúde.</p>Beatriz BrandãoSanderline Ribeiro dos Santos
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2024-06-242024-06-24em 13/05/2024em 13/05/202410.22409/resa2024.v17.a59437As diversas faces do racismo: uma análise interseccional sobre os impactos da necropolítica no Brasil durante a pandemia de Covid-19
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58638
<p>Esse artigo pretende apresentar reverberações do racismo a partir de uma análise interseccional que se configura de modo específico na pandemia de Covid-19, no Brasil, sob um recorte racial, de classe e gênero. Partindo de análises do contexto político e socioeconômico do país, foi realizado um levantamento bibliográfico, e uma análise de mídia sobre dados de saúde no contexto pandêmico voltado para a população negra. Para tanto, foram utilizados conceitos de filósofos como Foucault e Mbembe, assim como falas de personalidades midiáticas para embasar os impactos da necropolítica no Brasil. Foi possível concluir que esta parcela da sociedade sofre ainda mais com o sucateamento de aparelhos públicos que assegurariam a manutenção de direitos básicos de cidadania. Com isso, dispositivos como o poder coercitivo do Estado, ação policial e judicialização da vida se tornam agentes que atuam a favor do racismo de Estado. Nesse sentido, foi possível vislumbrar como a pandemia se tornou mais uma ferramenta de fazer morrer, produzindo uma articulação com o conceito de necropolítica de Mbembe. Somado a isso, temos a omissão do governo então vigente em relação às necessidades da população, com políticas que priorizam a economia em detrimento do bem-estar social. Assim, é possível levantar questões sobre quais práticas estão sendo produzidas no campo psi: se estão alinhadas a uma atuação com compromisso ético, aterradas em seu contexto sociopolítico, econômico e social a fim de promover práticas atreladas à garantia de direitos, ou, a serviço de um funcionamento excludente, corroborando com um fazer necropolítico.</p>Mariana de Castro MoreiraBeatriz Perkles de MelloCamila Gonçalves da Costa
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2024-06-242024-06-24em 8/6/2024em 8/6/202410.22409/resa2024.v17.a58638Descolonizar a educação de trabalhadores/trabalhadoras: corpo e território nos dispositivos da educação profissional
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58955
<p>O artigo problematiza o lugar do corpo e do território na formação de trabalhadores/trabalhadoras, analisando o processo de produção de dispositivos de ensino de psicologia na Educação Profissional e Tecnológica (EPT). O campo desenvolveu-se no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) Campus Niterói, em atividades pedagógicas desenvolvidas pela primeira autora no contexto de sua pesquisa de doutorado. A metodologia utilizada inspirou-se na pesquisa-intervenção e nas epistemologias feministas e teve como objetivo: desenvolver e analisar os efeitos de alterar os dispositivos educacionais no sentido da valorização do local, da interculturalidade e dos saberes de trabalhadores/trabalhadoras em formação. Alguns conceitos chave do campo teórico das Epistemologias do Sul - ecologias de saberes, artesania das práticas, linhas abissais - e do feminismo interseccional são utilizados para se repensar as práticas educacionais na EPT em um sentido decolonial. Conclui-se que os dispositivos escolares performam sujeitos e mundos e, por isso, são um campo estratégico de luta contra as diferentes opressões do colonialismo, do capitalismo e do patriarcado.</p>Etiane AraldiRonald João Jacques ArendtMarcia Oliveira Moraes
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2024-06-242024-06-24em 8/6/2024em 8/6/202410.22409/resa2024.v17.a58955Matripotência e biointeração: princípios contracoloniais de defesa da vida
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/62349
<p>O processo de colonização que construiu a Modernidade impôs a povos de todo o mundo estruturas dicotômicas de poder baseadas no par dominação-subordinação, que perpassam relações de raça, gênero, classe social, humanidade-natureza, dentre outras. Com Carla Akotirene e Nego Bispo, entendemos que na resistência à violência colonial é importante forjamos nossos próprios conceitos, a partir das cosmoperpepções dos povos afropindorâmicos. Sendo assim, trazemos aqui um pouco de como se articulam racismo e machismo a partir da dinâmica colonial, perpetuando múltiplas opressões e epistemicídios em relação aos saberes e modos de vida dos povos afropindorâmicos. No entanto, tais saberes estão vivos e potentes, organizando a vida nas comunidades contracoloniais e podem nos ajudar a romper com essencialismos e repensar nossa organização social, ao constituírem contraponto às estruturas de poder que determinam as relações no colonial-capitalismo. Nesse sentido, trazemos os conceitos de Biointeração, de Antônio Bispo dos Santos, e Matripotência, de Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí.</p>Viviane Pereira da Silva
Copyright (c) 2024 Viviane Pereira da Silva
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2024-06-242024-06-24em 18/06/2024em 18/06/202410.22409/resa2024.v17.a62349“Motumbaxé”: uma experiência interseccional no acompanhamento de uma criança negra
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58715
<p>Trata-se de um relato de experiência, que tem como objetivo principal destacar a prática profissional que identifica e valoriza a vivência de uma criança negra no contexto de proteção e rede de cuidado estabelecida no seio de uma religião de matriz africana. Este relato é a soma de esforços conceituais, metodológicos e intencionais das práticas construídas em ato, na articulação das ações e na aposta cotidiano de compreender a interpelação do racismo na construção das infâncias e das famílias negras. O conceito de interseccionalidade é um aliado para tratarmos das questões que perpassam este artigo. Um conceito que é fruto das experiências de mulheres negras que passaram a assumir um lugar de protagonismo em torno da construção do conhecimento, com suas potentes vozes ao pensar com as questões do cotidiano. Percebemos que ainda são persistentes práticas que não propiciam o protagonismo infantil, bem como o de práticas discriminatórias face às religiões de matriz africana.</p>Dayana Christina Ramos de Souza JulianoStallone Pereira Abrantes
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2024-06-242024-06-24em 23/06/2024em 23/06/202410.22409/resa2024.v17.a58715Docência e interseccionalidade: o que dizem as professoras
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58647
<p>O presente artigo analisa as narrativas de quatro professoras negras acerca dos racismos que perpassaram a seus corpos, evidenciando as intersecções que as atravessaram no magistério. O processo de feminização do magistério, estereótipo ligado ao marcador gênero, aponta para a exclusão das mulheres nas Ciências. O feminismo negro decolonial questiona os arranjos sociais a partir de uma visão eurocêntrica, patriarcal e colonialista e de que maneira produzem opressões, como o racismo e sexismo na academia. Através da lente da interseccionalidade evidenciamos, nas narrativas das professoras, o impedimento e acesso nos espaços de poder.</p>Gabriella de Oliveira DiasJonê Carla Baião
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2024-06-242024-06-24em 24/06/2024em 24/06/202410.22409/resa2024.v17.a58647Suporte social e a experiência acadêmica de estudantes negros na Universidade de São Paulo: uma análise qualitativa
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58774
<p>A permanência universitária de estudantes negros é um desafio significativo, na medida em que eles enfrentam diversas barreiras sociais, como o preconceito e discriminação étnico-racial; dificuldades financeiras; falta de apoio emocional, dentre outros fatores. Este estudo qualitativo analisou o suporte social para estudantes negros em uma universidade pública. Foram entrevistados 51 estudantes negros da Universidade de São Paulo (USP) entre 18 e 41 anos, sendo 25 homens, 25 mulheres e 01 não binário. Os resultados revelaram que a política de permanência da USP oferece suporte social limitado, especialmente devido ao baixo valor de assistência financeira. No entanto, os coletivos estudantis negros são vistos como um suporte social satisfatório, proporcionando um sentido de pertença e resistência. A experiência acadêmica das mulheres negras sugere mais importância para o suporte afetivo, enquanto os homens negros, o suporte instrumental, como acesso a recursos tangíveis. O único estudante não binário demonstrou uma interação complexa com os suportes sociais disponíveis, assim como os outros participantes, exibindo ambivalência em relação ao suporte institucional e buscando ativamente suporte informativo e emocional nos coletivos acadêmicos. Os resultados indicam a importância dos diferentes tipos de suporte social (emocional, instrumental, informativo) para o bem-estar e sucesso acadêmico de estudantes negros, negras e não binários.</p>Carlos Vinicius Gomes MeloMariana Martha Cerqueira SilvaKaren Cristine Matos SantanaAlessandro de Oliveira dos Santos
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2024-07-072024-07-07em 7/7/2024em 7/7/202410.22409/resa2024.v17.a58774Sobre escrita (na academia) que refaz nascentes
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58665
<p>A tecitura do presente texto é uma espécie de rememor.ação de certa escrita, na academia, que se dá não a partir de constructos teóricos a respeito de interseccionalidades, por exemplo, e sim acionando, sobretudo, saberes presentes numa corpa ~ coletiva ~ enquanto mulher amazônida com pertenças originárias e indígenas, paraense e palestinense; das margens do Araguaia; filha/neta/bisneta de quebradeiras de coco babaçu... A escrita que segue é expressão dessa corpa encantada no encontro com as águas de minhas mais velhas, de saberes ancestrais e construções textuais, especialmente, de mulheres originárias e africanas.</p>Áurea Alves Cardoso
Copyright (c) 2024 Áurea Alves Cardoso
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2024-07-112024-07-11em 10/7/2024em 10/7/202410.22409/resa2024.v17.a58665Interseccionalidade em cena: mulheres & HIV/aids
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58852
<p>O presente artigo pretende refletir sobre mulheres & HIV/aids, com ênfase ao conceito de interseccionalidade. A proposta se dá não só pela necessidade de colocar em causa o processo de feminilização do HIV/aids, mas também pela percepção de como raça e classe se interseccionam ao gênero. A tríade gênero, raça e classe tornam as mulheres não só mais vulneráveis à infecção, mas determina dificuldades a mais no acesso e nos cuidados em saúde. Para isso, serão utilizados dados parciais da pesquisa de mestrado em curso intitulada “Incidências do Patriarcado para a vulnerabilização de mulheres ao HIV”.</p>Joy Possoni BejarPaula Land Curi
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2024-07-152024-07-15em 15/7/2024em 15/7/202410.22409/resa2024.v17.a58852O que a luta feminista (pela legalização do aborto) nos alerta?
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58855
<p>Em tempos de luta feminista pela legalização do aborto no Brasil, ainda é comum escutarmos que o aborto - prática que sempre aconteceu e seguirá acontecendo a despeito de qualquer lei - é um problema de saúde pública. De fato, ele o é, mas não deve ser circunscrito unicamente por esse viés. Por isso, esse artigo intenta dar evidência aquilo que a luta feminista pela legalização nos alerta: o aborto se inscreve como política de vida. Abortar afirma vida porque foge dos segmentos mortíferos que estruturam a imposição de maternidade às mulheres. Diante da ausência da garantia do direito de uma maternidade voluntária, segura e socialmente amparada para todas, pensamos as hierarquias reprodutivas e as maternidades subalternizadas, atravessadas por raça, classe, geração/idade e parceria sexual. Através da história do aborto nos EUA, levantamos o alerta sobre os processos reprodutivos das mulheres, incluindo as esterilizações compulsórias, em um feminismo capturado pela branquitude burguesa, pois o racismo e a escravidão deram/dão contornos muito específicos a questão do aborto no mundo: ele aparece como resistência e recusa a reproduzir em condições tão bárbaras. O conceito de justiça reprodutiva, a partir da experiência de mulheres de cor, nos auxilia a refletir sobre as opressões que se interseccionam com gênero. Concluímos pensando com as experiencias de grupos de mulheres feministas que, na luta contra a colonialidade, se dedicam a acompanhar abortos autogestionados, em casa, com acesso aos medicamentos seguros e informações, contrapondo a ideia de “trauma” comumente atrelada ao aborto.</p>Luísa Lirio PelaPaula Land Curi
Copyright (c) 2024 Luísa Lirio Pela, Paula Land Curi
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-07-192024-07-19em 19/07/2024em 19/07/202410.22409/resa2024.v17.a58855Psicologia e interseccionalidade como teoria social crítica: início de conversa
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/60733
<p>Qual a participação da clínica psicológica na mudança social? Em outras palavras, qual tem sido a contribuição da psicologia clínica na transformação das condições de vida marcadas pela desigualdade, pelo preconceito e pela violência? A clínica, ao lado do uso do psicotrópico e da violência de Estado tem atuado como dispositivo de controle e minimização das insatisfações, conflitos e traumas produzidos pelas descondições de vida da maioria da população? Tem preservado lugares de fala e escuta privilegiados enquanto mantém à distância o intolerável? Tem amortizado violências intrafamiliares, machistas, misóginas, racistas, capacitistas, sexistas? Tem atuado como braço da gestão da vida que busca contenção de forças, vozes, revolta em lugar da denúncia, da validação e da reparação? Este artigo pretende apresentar um esboço de discussão sobre essas questões, chamar a atenção para as mesmas, mas também incitar a quem forma e atua em psicologia a iniciar alguma ação. Nesse intuito, pretende trazer a referência à interseccionalidade como teoria social crítica tal como proposta por Patricia Hill Collins em seu aspecto de resistência intelectual e ação social, como caminho outro de formação e prática em psicologia.</p>Cristine Monteiro Mattar
Copyright (c) 2024 Cristine Monteiro Mattar
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2024-08-012024-08-01em 01/08/2024em 01/08/202410.22409/resa2024.v17.a60733Abordagem CTS diante das interpelações do sentido de interseccionalidade entre raça e gênero: enfrentando o currículo no Ensino de Química
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/63733
<p>Este texto é um artigo feito a muitas mãos, pois foi escrito a partir de uma disciplina optativa no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências da Natureza da Universidade Federal Fluminense, cujo objetivo foi entender como o conceito de interseccionalidade pode ser pensado no campo do ensino de ciências. Assim, interpelamos, a partir da interseccionalidade entre raça e gênero, as práticas e os saberes científicos nomeados e interpretados pela abordagem CTS. Para tanto, discutimos os conceitos de CTS e de interseccionalidade a partir das epistemologias negras e trazemos à cena um breve relato de um projeto de pesquisa e de extensão no Ensino de Química, a fim de entender como um documento curricular pode romper com as opressões por raça e por gênero.</p>Luiza Rodrigues de OliveiraCarlos Magno Rocha RibeiroBrunno Pinto FreitasRose Mary LatiniFelipe Barreto Vimieiro BarbosaJanssen Marques de VasconcelosJéssica Ponte Martins de SouzaJulia Roberta Pereira dos Santos MoraesMaria Vivas Lessa de AraujoGiselle Maia dos SantosMateus Braga CavalcantiRenata Pereira Coutinho
Copyright (c) 2024 Luiza Rodrigues de Oliveira, Carlos Magno Rocha Ribeiro, Brunno Pinto Freitas, Rose Mary Latini, Felipe Barreto Vimieiro Barbosa, Janssen Marques de Vasconcelos, Jéssica Ponte Martins de Souza, Julia Roberta Pereira dos Santos Moraes, Maria Vivas Lessa de Araujo, Giselle Maia dos Santos, Mateus Braga Cavalcanti, Renata Pereira Coutinho
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2024-08-292024-08-29em 26/08/2024em 26/08/202410.22409/resa2024.v17.a63733Percursos do corpo-chão: práticas e teorizações feministas comunitárias no cotidiano
https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/58664
<p>Neste artigo, procuro contar algumas histórias de como a interseccionalidade opera no cotidiano com comunidades diferentes entre si em termos de poder e produção de subjetividade, criando práticas de cuidado e produzindo problemas de pesquisa. Desde dentro da concepção de campo-tema de pesquisa, criamos territórios feministas comunitários que passo a nomear como corpo-chão, onde campo é corpo e tema é chão. É desde o corpo (com suas marcas de exploração, gênero, classe, raça, deficiência e sexualidade) que muitas de nós, mulheres que interferem na cultura também a partir da produção acadêmica do conhecimento, enunciamos problemas de pesquisa, narramos relações situadas entre o <em>pessoal e o político</em>, fazemos proposições, construímos conhecimentos e intervimos.</p>Elis Teles Caetano Silva
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2024-08-292024-08-29em 29/08/2024em 29/08/202410.22409/resa2024.v17.a58664