Educação em Saúde no Rio de Janeiro: avanços ou retrocessos?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/resa2021.v14i2.a49905

Palavras-chave:

educação física escolar, saúde, currículo, educação em saúde

Resumo

Em uma perspectiva transdisciplinar, cada disciplina escolar pode proporcionar contribuições à saúde dos estudantes. Para tanto, é necessário que a formação de professores esteja em consonância com as demandas educacionais da saúde. A Educação Física, componente curricular pedagógico obrigatório, que se insere também na área da saúde, possui potencial nesse sentido. O objetivo deste artigo foi verificar o alinhamento entre os conteúdos referentes à saúde nos documentos orientadores da educação básica brasileira, delimitados à cidade do Rio de Janeiro, com os conteúdos das disciplinas dos cursos de licenciatura em Educação Física das Universidades Públicas do Rio de Janeiro que abordam a Educação em Saúde. Percebeu-se que as universidades lidam com o tema de modo insuficiente, sobretudo ao inseri-lo, majoritariamente, em disciplinas eletivas e de baixa carga horária. Percebe-se também que as atualizações nos documentos orientadores da educação básica brasileira caminham de forma deficitária ao tratar da saúde e suas conexões. Com isso, sugerem-se reformas curriculares da educação básica e universitárias que abordem a Educação em Saúde de modo efetivo, em especial, pautada no Sistema Único de Saúde, na Saúde Coletiva e na Promoção da Saúde.

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Biografia do Autor

José Augusto Dalmonte Malacarne, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutorando em Educação em Ciências e Saúde pelo Programa de Pós-Graduação Educação em Ciências e Saúde do Instituto NUTES da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É membro do Laboratório Integrado em Exercício, Biomedicina e Saúde Coletiva (SALUS) da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Laboratório de Divulgação Científica e Ensino de Ciências (LABDEC) do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).

Pedro Henrique Melo de Carvalho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Bacharelando em Educação Física pela Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD-UFRJ). Integrante do Laboratório Integrado de Pesquisas em Exercício, Biomedicina e Saúde Coletiva (SALUS). Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/UFRJ.

Daniella de Brito Alexandria, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Graduada em Bacharelado em Educação Física pela Escola de educação Física e desporto na Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD-UFRJ), fui membro voluntária do projeto de extensão "Cores no Prato" do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018), monitora bolsista da disciplina Natação na Escola de Educação Física e Desporto no ano de 2020. Integrante do Grupo do Laboratório Integrado em Exercício, Biomedicina e Saúde Coletiva (SALUS) da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fui estagiária na área Aquática na empresa Bodytech (2018 - 2020). Atualmente trabalho no departamento de Fisiologia da Seleção Brasileira de Pentatlo Moderno.

Alexandre Palma, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Gama Filho (1986), mestrado em Educação Física pela Universidade Gama Filho (1995), doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2002) e estágio de pós-doutorado no Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005) e no Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte da Universidade Gama Filho (2014). Atualmente, é professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leciona na Escola de Educação Física e Desportos. Atua, ainda, como parecerista dos seguintes periódicos: International Journal of Environmental Research and Public Health, Journal of Sports Sciences, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Revista Movimento, Ciência & Saúde Coletiva e Arquivos em Movimento (UFRJ). Tem experiência acadêmica no campo da Educação Física nas seguintes áreas: treinamento desportivo, atividade física e promoção da saúde e futebol.

Marcelo Borges Rocha, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Rio de Janeiro, RJ

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), Mestrado em Educação em Ciências e Saúde - Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003) e Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011). Pós-doutorado em Administração Pública pela EBAPE na Fundação Getúlio Vargas.Atuou como Professor Assistente do Centro Universitário Augusto Motta e da Universidade Estácio de Sá. Tem experiência na área de Educação, Zoologia, Bioquímica e Ecologia, atuando principalmente nos seguintes temas: divulgação científica, taxonomia, biologia molecular e meio ambiente. Atualmente atuo como professor no Ensino Superior e no Programa de Pós Graduação em Ciência, Tecnologia e Educação do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Docente de Programas de Pós-graduação na UFRJ. Além disso, sou chefe da Divisão de Editoração, responsável pela Revista Tecnologia e Cultura e coordeno o Laboratório de Divulgação Cientifica e Ensino de Ciências (LABDEC). Atuo como avaliador junto ao INEP/MEC para credenciamento e recredenciamento de cursos superiores no Brasil. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2. É Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.

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Publicado

2022-02-27

Como Citar

Malacarne, J. A. D., Carvalho, P. H. M. de, Alexandria, D. de B., Palma, A., & Rocha, M. B. (2022). Educação em Saúde no Rio de Janeiro: avanços ou retrocessos?. Ensino, Saude E Ambiente, 14(2), 913-930. https://doi.org/10.22409/resa2021.v14i2.a49905

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