Notas Para Uma Análise da Produção em Ciências Sociais Sobre Doping no Esporte
Resumo
O uso de substâncias e processos destinados a aumentar o rendimento atlético (doping) é, sem sombra de dúvida, um dos temas mais polêmicos do esporte moderno. A aceitabilidade ou não de seu uso está estreitamente relacionada ao julgamento de sua moralidade, sanidade e legalidade. Embora quase todas as sociedades humanas tenham possuído algum processo destinado a aumentar as capacidades humanas, o uso de procedimentos e substâncias dopantes no esporte moderno tem sido objeto de crescentes censuras morais e legais. Observa-se, porém que enquanto a filosofia e as ciências biológicas têm dedicado parte de sua produção ao estudo do doping, nas ciências sociais são bem mais raros os trabalhos dedicados a este tema. Em face da importância contemporânea do fenômeno esportivo, este trabalho tem por objetivo apresentar e discutir alguns textos que se dedicaram a investigar a questão do uso do doping no esporte a partir do referencial teórico das ciências sociais. Serão apresentados e discutidos inicialmente os trabalhos de K. Heinilä (1982) a partir da teoria da totalização do sistema esportivo; a utilização do conceito de anomia de Merton por G. Lüschen (1984) e K-H Bette (1995); o uso da teoria dos jogos e o ‘doping game’ por G. Breivik (1992). Pretende-se assim, dar partida a uma discussão teórica inicial sobre os limites e possibilidades da investigação sociológica a respeito do uso de drogas e procedimentos dopantes no esporte moderno.
Palavras-chave doping; esporte; teoria social