O Machado de Cesar

Autores

  • Daniel Mano

DOI:

https://doi.org/10.22409/reh.v1i6.67467

Resumo

A amplitude de Ceticismo e Política, a vastidão de temas que mobiliza, não impede que enxerguemos com clareza alguns eixos de sua narrativa. Um deles consiste no exame da virada pictórica-abstrata na filosofia, nas artes e na vida comum. Pictórica – pela percep­ção da experiência como sucessão de imagens sem conteúdo. Abstrata – pela per­cepção de seus princípios de composição. Um olhar orientado para as cores pode sugerir certa trivialidade, e de fato pode haver um trato trivial da pictorialidade, mas o olhar de Cesar é outro, incisivo, direcionado à intensidade e não à distração fácil dos matizes; olhar mais próximo ao de Arthur Rimbaud, que em sua Temporada no Inferno, enxer­gou cor nas vogais, ali onde elas não se dão a ver com distinção. Essa virada, associada às vanguardas artísticas do início do século XX, colonizou os saberes em muitas dire­ções, em ritmos e intensidades distintas. Suas implicações até os dias que correm não são muito claras, e talvez por isso, a leitura deste livro pareça tão fundamental: é preciso compreender o vocabulário da abstração, o incômodo e o fascínio que o acompanham.

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Biografia do Autor

  • Daniel Mano

    Daniel Mano é professor de Sociologia na FAETEC.

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Publicado

18/08/2025

Edição

Seção

Resenha do ‘Ceticismo e Política’ de Cesar Kiraly