Preclaridades da noção de representação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5923

Palavras-chave:

psicologia do trabalho, ergonomia da atividade, noção de representação, atividade de trabalho

Resumo

Pretende-se neste artigo contribuir para o esclarecimento da noção de “representação” no campo da Psicologia do trabalho e da Ergonomia da atividade, situando-a no quadro de duas abordagens. A primeira abordagem, que é tributária da noção de “imagem operativa”, está associada à categoria de análise das “representações para a ação” e à proposta metodológica de “trabalho de representação”. A segunda é relativa ao estudo das representações ditas “sociais” que resultam de processos de interação social no campo da construção de opiniões, crenças e atitudes. Os dois paradigmas assim envolvidos evidenciam potencialidades e limites em relação à compreensão das “questões vivas” das atividades de trabalho. Estudos empíricos sustentam a argumentação deste artigo que propõe uma abordagem alternativa, baseada, nomeadamente, nos contributos de Yves Schwartz e, igualmente, de Alessandra Re. Privilegia-se então a distinção entre várias formas de saber – saberes instituídos e saberes investidos – que, no debate e na controvérsia, tendem, na análise do real das atividades de trabalho, a construir uma linguagem comum.

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

LACOMBLEZ, M. Preclaridades da noção de representação. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 86-93, 19 jul. 2018.

Edição

Seção

Dossiê Psicologia, modos de vida e trabalho: mobilizando um patrimônio de conceitos e autores