Fractal: Revista de Psicologia
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<p><em>Fractal: Revista de Psicologia </em>é uma publicação vinculada ao Programa de Pós-graduação Strito Sensu em Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Tem como objetivo a divulgação e discussão da produção acadêmica e científica, reconhecendo a necessidade de coexistência entre as diferentes vertentes de pesquisa no campo da psicologia, alimentando o debate e estimulando o diálogo com diferentes áreas do conhecimento, cujos temas acusem atravessamentos com os estudos da subjetividade.<br /><span style="font-size: 100%;"><strong>ISSN:</strong> 1984-0292</span></p>ABECpt-BRFractal: Revista de Psicologia1984-0292<p>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</p> <p> </p> <ol> <li>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_new">Creative Commons Attribution License</a> que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.</li> <li>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</li> </ol> <p><a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license"><img style="border-width: 0;" src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" alt="Creative Commons License" /></a><br />This work is licensed under a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons Attribution 4.0 International License</a>.</p> <p> </p> <p><a href="http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/" rel="license"> <img style="border-style: none;" src="http://i.creativecommons.org/p/zero/1.0/88x31.png" alt="CC0" /> </a> <br />Na medida do possível segundo a lei, a <a href="https://periodicos.uff.br/fractal/about/submissions#copyrightNotice" target="_blank" rel="noopener">Fractal: Revista de Psicologia</a> renunciou a todos os direitos autorais e direitos conexos às Listas de referência em artigos de pesquisa. Este trabalho é publicado em: Brasil.</p> <p>To the extent possible under law, <a href="https://periodicos.uff.br/fractal/about/submissions#copyrightNotice" rel="dct:publisher"> Fractal: Revista de Psicologia</a> has waived all copyright and related or neighboring rights to Reference lists in research articles. This work is published from: Brasil.</p>A psicologia ampliando a visão de mundo das e para as coletividades
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/56505
Cláudia Castanheira de Figueiredo
Copyright (c) 2022 Cláudia Castanheira de Figueiredo
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/v34/56505Linguística e produção de subjetividade: relações esboçadas
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5771
<p>No presente artigo buscamos realizar uma discussão a respeito de duas concepções de linguagem: a formalista e a pragmática, em algumas de suas vertentes. A partir dessa contraposição, teremos como objetivo traçar algumas possíveis consequências dessas concepções para a forma como compreendemos e abordamos a literatura e seu vínculo com a produção de subjetividade. Assim, em um primeiro momento, procuraremos explicitar um tipo abordagem da língua feita por Saussure e suas consequências para o entendimento da relação autor-obra. Em seguida, nos dedicaremos à pragmática de Austin, procurando contrastá-la à proposta saussuriana. Por fim, veremos a pragmática de Deleuze e Guattari, bem como suas implicações na forma como compreendemos o processo de escrita literária e seus efeitos sobre a produção de subjetividade. Dessa forma, buscamos indicar que o próprio processo de escrita é criador, engendrando a produção da língua, do mundo e da subjetividade do próprio escritor a um só tempo.</p>Veronica Gurgel
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5771Entre o esbelto e o obeso: narrativas de mulheres que fizeram cirurgia bariátrica
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5835
<p>A proposta deste artigo é refletir sobre os sentidos de si construídos por pessoas que fizeram cirurgia para redução de peso. Apresentaremos um estudo no campo de abordagem narrativista, utilizando o conceito de posição para auxiliar a compreensão da construção de sentidos de si. Duas adultas que fizeram cirurgia em hospital da Região Metropolitana do Recife fazem parte do estudo. Entrevistas narrativas foram usadas como técnicas disparadoras das narrativas e a análise de posicionamento foi a estratégia analítica empregada. Sugerimos que os sentidos de si construídos tratam de posições em que (1) as participantes posicionam a si e às pessoas obesas como socialmente constrangidas, que sentem o olhar intimidador, o nervosismo, o vexame, a inadequação, como as que não podem dançar, não podem vestir certas roupas; (2) ao mesmo tempo que são sujeitos de constrangimento, reconhecem o corpo magro como “o padrão” e fortalecem a narrativa dominante de valor ao contorno esbelto como normal; por fim, (3) a cirurgia bariátrica serve como um instrumento de mudança e conquista, que promove a transformação nos sentidos de si mesmo construídos: de estar à margem na sociedade, para o pertencimento social e aceitação pessoal.</p>Janaide MorenoAna Karina Moutinho
Copyright (c) 2022 Janaide Moreno, Ana Karina Moutinho
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5835Acessibilidade no ensino superior: percepções de funcionários com deficiência
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5843
<p>O presente estudo teve por objetivo verificar as condições de acessibilidade de uma instituição pública de ensino superior, localizada no Paraná, a partir da percepção de funcionários com deficiência. Participaram da pesquisa sete funcionários da respectiva instituição que se declararam com deficiência. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados foram trabalhados mediante análise de conteúdo e discutidos a partir de autores que teorizam sobre a temática ou que se vinculam à Teoria Histórico-Cultural. Os resultados mostraram que, na percepção dos participantes, a instituição ainda se apresenta com muitas barreiras quanto à acessibilidade; todavia, segundo eles, esta tem procurado eliminá-las, sobretudo as que se relacionam à arquitetônica, realizando adaptações e construções como rampas, vagas de estacionamento, banheiros adaptados, entre outros. Concluímos que há necessidade de aprimoramento da política de acessibilidade na instituição e de um acompanhamento efetivo dos funcionários, de acordo com suas necessidades. </p>Ana Paula Siltrão BacarinNilza Sanches Tessaro Leonardo
Copyright (c) 2022 Ana Paula Siltrão Bacarin, Nilza Sanches Tessaro Leonardo
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5843Epistemologia e formação do psicólogo: discussões contemporâneas
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5859
<p>Este ensaio teórico discute a formação do psicólogo a partir de seu campo epistemológico e de seus desafios contemporâneos. O tema é problematizado a partir da constituição histórica e teórica da psicologia até as complexas demandas da formação e da atuação profissional, considerando as diretrizes da graduação e da pós-graduação. Para isso, são apresentados aspectos relativos à constituição epistemológica da psicologia – a sua história, a associação de seus pressupostos teóricos e a configuração atual, cujos limites são determinados nos espaços de intersecção com outras áreas da ciência –, bem como relativos à formação profissional. Aspectos históricos e políticos, abordagens, ênfases, áreas, interfaces, objetos, teorias, pressupostos, prática, complexidade, disciplinaridade, paradigmas e interdisciplinas são elementos que atravessam essa discussão. A psicologia se caracteriza como uma ciência de epistemologia plural, de currículo integrador, que visa a formar um profissional generalista. Espera-se que as provocações apresentadas subsidiem outras pesquisas sobre as conexões entre a formação e as formas de pensamento emergentes nas ciências. </p>George Moraes De LuizThiago Araújo Bezerra de Sousa
Copyright (c) 2022 George Moraes De Luiz, Thiago Araújo Bezerra de Sousa
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5859Formação generalista: a percepção de egressos de Psicologia
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5887
<p>A formação em Psicologia é alvo de discussões desde a sua regulamentação como profissão. O presente estudo teve como objetivo identificar a percepção dos egressos de um curso de graduação em Psicologia, numa universidade federal nordestina, acerca da formação generalista, considerando a sua história “recente” junto à expansão universitária no Brasil e a conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas individuais, com oito psicólogos egressos, atuantes no mercado de trabalho. A análise dos resultados ocorreu com base na Análise de Conteúdo de Bardin (1977), pela qual se observou uma compreensão pouco assertiva quanto ao conceito de formação generalista e certa dificuldade em nomear-se um profissional como generalista, ainda que essa postura faça parte da prática diária. Além disso, percebeu-se a existência de críticas referentes à matriz curricular e ao relacionamento com os docentes. No entanto, sobressai uma avaliação positiva. </p>Fabrício Magalhães SantanaGeusa de Amorim SousaMarcelo Silva de Souza Ribeiro
Copyright (c) 2022 Fabrício Magalhães Santana, Geusa de Amorim Sousa, Marcelo Silva de Souza Ribeiro
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5887Práticas em psicologia, formação e resistência da vida
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5924
<p>Neste artigo busco pensar possibilidades de resistência da vida na universidade e no processo de formação dos estudantes, a partir de duas práticas desenvolvidas no Curso de Psicologia da Universidade Federal de Catalão/UFCAT: o Sarau Psi (ação de extensão e cultura) e a Roda de Cantoria no CAPS (atividade do estágio supervisionado específico). O sarau é apreendido como espaço-tempo de experimentação de outras maneiras de estar juntos na universidade, suscitando pequenos acontecimentos em defesa de uma Educação menor, realizada nas brechas das normas institucionalizadas. Na mesma perspectiva, a Roda de Cantoria no CAPS possibilita um aprendizado inventivo como empreendimento de saúde para os usuários, os estagiários e a professora/orientadora do estágio. Essas práticas menores, vitais para os corpos no limite da exaustão, afirmam diferentes temporalidades e territórios existenciais na contramão dos embrutecimentos cotidianos presentes nas instituições em tempos de incertezas e retrocessos inaceitáveis.</p>Tânia Maia Barcelos Maia Barcelos
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5924A Psicologia em Doença Mental e Psicologia de Michel Foucault
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5996
<p>Michel Foucault investiga “a história das relações que o pensamento mantém com a verdade” e desnaturaliza corpo, alma e psiqué considerando-os invenções histórico-discursivas, as quais só têm sentido se inseridas em determinados arranjos epistêmicos de produção de verdades, no caso, o surgimento das ciências humanas. Esta pesquisa estuda a ordem do discurso foucaultiano sobre a Psicologia em seu escrito seminal, o livro “Doença Mental e Psicologia”, com o intuito de oferecer subsídios para a compreensão da história dos discursos da Psicologia, no que se refere à edificação do sujeito e do objeto psicológicos e em seus efeitos subjetivadores e contemporâneos, ao questionar tanto a naturalização das condutas consideradas psicologicamente anormais; como também a aplicação dos mesmos princípios da patologia orgânica à patologia mental a qual, aliada ao postulado da naturalização das doenças psicológicas como espécies unitárias, criariam a ilusão de uma unidade real entre as patologia mental e orgânica, por meio da complexa imbricação enunciativa entre mente e organismo. Verificou-se que para Foucault, a patologia de determinada história psicológica e individual não deve ser reduzida aos fenômenos restritos da existência e da percepção personalista do sujeito, o que, inadvertidamente, poderia gerar uma culpabilização do sujeito sobre os sintomas – orgânico-mentais – inerentes à sua própria conduta, de forma a se compreender a emergência do homo psychologicus como sujeito na história cultural e social da humanidade, com especial destaque para a produção histórica das figuras da doença mental.</p>Fernando de Almeida SilveiraAna Paula Vicente de OliveiraRichard Theisen Simanke
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5996Arte ambiente alteridade: formação inventiva entre universidade e escola básica
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/6057
<p>A proposta deste trabalho é fazer ver e falar uma perspectiva ética-estética-política de formação realizada entre universidade e escola básica. Uma aposta expressa por meio de três eixos que se articulam, a saber: arte, ambiente e alteridade. Tais eixos emergem da própria ligação entre professoras da universidade e da escola, que optam por práticas inventivas em seus territórios de trabalho e criam um coletivo, propondo análises e intervenções em uma escola pública da periferia urbana do município de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Deste modo, este trabalho é expressão de tessitura coletiva implicada para expressar o que uma pesquisa-intervenção pode criar em dimensões coletivas e desindividualizantes. Para tanto, nossa tessitura acontece na articulação entre práticas instituídas e instituintes, para enunciar o que temos feito entre escola e universidade para formar professoras e estudantes perspectivados pela invenção, pela desnaturalização do habitual e pela possibilidade de produção de outros modos de se relacionar com os outros e consigo mesmo. </p>Ana Luiza Gonçalves Dias MelloRosimeri de Oliveira Dias
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/6057Spinoza e práticas clínicas em psicologia: algumas considerações
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/28197
<p>O presente ensaio teórico pretende elencar algumas questões acerca das possíveis contribuições de Spinoza para a compreensão dos modos de subjetivação e, consequentemente, para as práticas clínicas de psicologia nos dias de hoje. Inicialmente, em consonância com estudiosos e comentadores, será colocada a atualidade da obra de Spinoza, mesmo quase quatro séculos após sua morte. Ao explanar os principais conceitos do autor, também propõe traçar um panorama introdutório aos interessados em um primeiro contato com seus escritos. Pelo caráter inovador e transformador de suas ideias, faz-se necessário explicar o conjunto de conceitos, pois um conceito promove uma mudança em outro e assim sucessivamente. Neste percurso, daremos destaque ao conceito de multidão, que redimensiona a importância das formações coletivas de desejo, para indicar a revolução ética e política operada por sua filosofia. Com este movimento, chegamos, então, ao coração de sua obra com os conceitos de afeto e corpo, intimamente relacionados. Finalmente, faremos uma breve reflexão sobre algumas formas de sofrimento presentes no contemporâneo, apontando as particularidades de determinadas vertentes da psicologia, fundamentadas em dualismos, para propor estratégias de intervenção orientadas pela inspiração spinozista.</p>Anelise Lusser Teixeira
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/28197Mães de bebês em UTIN: rede de apoio e estratégias de enfrentamento
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/28423
<p>A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), embora seja um ambiente de cuidados especiais para garantir a sobrevivência de recém-nascidos, tende a suscitar, nas mães e familiares, percepções e sentimentos ambíguos sobre os eventos relacionados a internação e, ainda, alterar a saúde emocional dos envolvidos. O presente estudo teve como objetivo verificar a associação entre apoio social, estratégias de enfrentamento e tempo de internação, de mães de bebês em UTIN. Os dados foram obtidos de uma amostra de 50 mães de bebês, na maioria até 10 dias internados, que responderam a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas e a Escala de Apoio Social. Observou-se que as mães perceberam maior apoio de familiares, principalmente nas dimensões material e afetivo. As estratégias de enfrentamento de maior recorrência foram as focalizadas no problema e na busca de prática religiosa e/ou pensamento fantasioso. Os resultados demonstraram a importância do apoio de diferentes dimensões e as dificuldades de enfrentamento das situações estressoras com o passar dos dias de internação. Os resultados apontaram para a necessidade de atenção e cuidado a essa população. </p>Carolina Daniel MontagnerNadja Guazzi ArenalesOlga Maria Piazentin Rolim Rodrigues
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2022-06-022022-06-0234em 02/06/2022em 02/06/202210.22409/1984-0292/2022/v34/28423Cidade de Deus em 360°
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5905
<p>Neste artigo, o filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, é o disparador de uma reflexão sobre a barbárie nas periferias brasileiras. Capturado em sua trama narrativa, o espectador de classe média é incitado a deslocar-se de uma posição passiva, na medida em que é enlaçado na violência que o filme denuncia. Do ponto de vista metodológico, esta análise fílmica consiste em uma pesquisa psicanalítica sustentada no modo como Freud escuta uma obra visual em O Moisés de Michelangelo. Nesse sentido, um elemento formal da composição de Cidade de Deus – uma panorâmica de 360º – parece aludir ao genocídio da juventude negra do país. A partir de uma leitura psicanalítica, sugerimos que esse circuito de repetição indica o filicídio na cultura: o extermínio de novas gerações orquestrado por estruturas de poder com o intuito de sustentar posições de gozo. No circuito mortífero em que são tragados jovens negros brasileiros de periferia, trata-se de descrever o que se repete, regularmente, mas também as possibilidades de inscrição de uma diferença. </p>Samanta AntoniazziAmadeu de Oliveira Weinmann
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2022-07-262022-07-2634em 26/07/2022em 26/07/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5905Visita a exposições artísticas: considerações acerca da recepção estética
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5906
<p>O artigo apresenta alguns resultados da pesquisa intitulada “Narrativas de vida de usuários do Núcleo de Apoio Psicossocial: a recepção estética e a experiência de visitar exposições artísticas”, que explora a recepção estética e a experiência de visitar exposições de arte com usuárias de um Núcleo de Apoio Psicossocial de Santos. É uma pesquisa-intervenção que utilizou diários de campo elaborados pela pesquisadora que acompanhou uma das participantes a duas exposições artísticas. Para a análise foram construídos os seguintes analisadores: A quem serve a arte do museu? e Recepção estética: uma experiência singular. Embora as exposições visem afetar o público, a recepção estética se produz de modo singular para cada sujeito de acordo com suas histórias de vida, experiências, conhecimento, entre outros. Este artigo explicita alguns dos efeitos dessa recepção estética em uma das usuárias participantes impulsionada pelo contato com as artes, que se fez por aproximações com o seu cotidiano de vida e suas experiências, produzindo sensações e encontros.</p>Liah CavalcanteFlávia LibermanMaurício Lourenção Garcia
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2022-07-262022-07-2634em 26/07/2022em 26/07/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5906Vida e trabalho de refugiado: a imagem como experiência do olhar a partir de uma obra de Escher
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/30739
<p>Vida e trabalho no percurso de refugiado estão entre os mais recentes desafios contemporâneos que instigam o olhar e o pesquisar. A fim de potencializar a discussão, julgou-se pertinente atentar para a experiência do olhar frente à imagem. Tomou-se a xilogravura Dia e Noite, arte de Maurits Cornelius Escher, que alude ao movimento migratório de pássaros, por também ela provocar o olhar dadas as características que o artista lhe imprime. Como base teórica condutora da discussão, tomaram-se os conceitos de espaço liso e estriado, de Deleuze e Guattari, imbricados em referencial relativo à situação de refugiado. A conversa entre imagem e teoria ampliou o olhar para além das questões burocráticas, jurídicas e estatísticas, frequentemente associadas aos estudos acerca de refugiado, e permitiu apontar relações de continuidade e coexistência em seus modos de viver e trabalhar. Entende-se que, ao provocar a experiência do olhar, a imagem pode ser capturada, recortada, reduzida, ampliada, torcida, num esforço de sentido não necessariamente óbvio. </p>Laura Alves SchererCarmem Ligia Iochins Grisci
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2022-07-262022-07-2634em 26/07/2022em 26/07/202210.22409/1984-0292/2022/v34/30739“Todo mundo tem história?”: experiências de ex-internos em hospital psiquiátrico
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/6065
<p>A Reforma Psiquiátrica busca progressivamente deslocar o foco do cuidado do hospital para as redes de cuidado territoriais. O objetivo deste estudo foi compreender a experiência de pessoas em sofrimento psíquico grave no período de internação e pós-internação em um hospital psiquiátrico. Foi realizado estudo qualitativo, por meio do método de História de Vida Focal, com realização de entrevistas com cinco ex-internos do extinto Hospital Psiquiátrico Franco da Rocha (HPFR). Utilizando-se a Análise do Conteúdo Temática foram levantadas três categorias: a forma de se relacionar com a loucura, a ambivalência das experiências e as nuances de uma possível ruptura de paradigmas. Tais categorias permitiram discutir a coexistência entre os paradigmas asilar e psicossocial no atual cenário da Reforma Psiquiátrica, constituindo atravessamentos nos modos de compor itinerários de cuidado entre as pessoas com sofrimento psíquico. Afirma-se a necessidade de produção de modos de cuidado que respeitem o direito à cidadania, à palavra e à história das pessoas com sofrimento psíquico.</p>Gláucia MirandaGustavo Zambenedetti
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2022-09-162022-09-1634em 16/09/2022em 16/09/202210.22409/1984-0292/2022/v34/6065Michael White: marcos teóricos da Prática Narrativa
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/28539
<p>A pós-modernidade, o giro narrativo e os paradigmas construtivista e construcionista deram origem a variadas formas de intervenção psicoterapêutica, entre as quais se dará destaque ao conhecimento teórico que embasa a Prática Narrativa produzida por David Epston e Michael White, com ênfase para a contribuição de Michael White, autor que propõe coconstrução narrativa entre terapeuta e pessoa em terapia. A Prática Narrativa caracteriza-se pela desconstrução da estória saturada pelo problema, reconstrução narrativa e reautoria do self por meio de estórias preferidas e a partir da experiência vivida pela pessoa em terapia. O objetivo da pesquisa foi reconhecer, integrar e organizar as várias informações dispersas na literatura sobre a Prática Narrativa. Foi realizada revisão de literatura com destaque para a caracterização do panorama teórico da pós-modernidade e para a interlocução de Michael White com Bruner, Bateson, Foucault, Vygotsky e Derrida. O método utilizado foi levantamento bibliográfico de livros, artigos, dissertações e teses. O estudo teórico pode favorecer que o terapeuta crie contextos propiciadores de mudança, o que pode contribuir para o processo psicoterapêutico.</p>Maria Salete MatheusSimone Dill Azeredo Bolze
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2022-09-162022-09-1634em 16/09/2022em 16/09/202210.22409/1984-0292/2022/v34/28539¿Quién gobierna? Gobernamentalidad en la intervención de adolescentes infractores en el sur de Chile
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/51092
<p>En Chile diversas investigaciones coinciden en afirmar que la implementación de la Ley de Responsabilidad Penal Adolescente no ha logrado proteger los derechos de los jóvenes sancionados. Desde la perspectiva teórica de la gobernamentalidad, este estudio tiene como objetivo comprender la articulación entre las tecnologías de gobierno y las prácticas de subjetivación de adolescentes con infracción de ley en un programa de Libertad Asistida en el sur de Chile. Utilizamos una metodología cualitativa de estudio de caso de un programa que consideró entrevistas a interventores, observación de talleres, análisis de documentos y de perfiles Facebook. Como principales resultados afirmamos que en el programa se produce una articulación entre las tecnologías que pretenden gobernar comportamientos de los adolescentes y las prácticas o tecnologías del yo de los adolescentes que permite, al mismo tiempo, la mantención del programa, así como de contra conductas de los adolescentes que entra en conflicto con la ley. Se discute el rol del sistema de licitación de estos programas y su relación con la lógica penal de cuantificación de las sanciones en la producción de sujetos</p>Jimena Carrasco MadariagaCamila Vaga-MosqueraGonzalo Bustamante-Rivera
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2022-09-162022-09-1634em 16/09/2022em 16/09/202210.22409/1984-0292/2022/v34/51092Intervenções riso-clínicas: entre palhaços e trabalhadores na educação permanente em saúde mental
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5783
<p>O presente artigo constitui um relato da pesquisa desenvolvida pela primeira autora em seu mestrado em psicologia social e institucional tendo como tema os encontros da pesquisadora, como palhaça e como psicóloga, com os trabalhadores nos espaços de práticas de educação permanente em saúde mental. Tais encontros acontecem a partir das intervenções da palhaça Dulcinóia, encarnada na pesquisadora através da máscara do nariz vermelho, tanto nas práticas de educação permanente em saúde mental como no exercício da pesquisa. Estas intervenções foram designadas como intervenções riso-clínicas. Assim, discutem-se as relações da palhaçaria com a saúde mental a partir das experiências vividas e as possíveis invenções sobre diferentes modos de trabalhar e de cuidar neste contexto. As experiências são narradas e desenvolvidas a partir da metodologia do ensaio sobre as cenas vividas. Como conclusão, destacamos a importância da presença da figura do palhaço e do signo do humor como produtores de possíveis transformações e de uma ampliação do olhar sobre o trabalho em saúde mental.</p>Rita Pereira BarbozaAnalice de Lima Palombini
Copyright (c) 2022 Rita Pereira Barboza, Analice de Lima Palombini
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5783A medicalização do sofrimento psíquico na cultura do hiperconsumo
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5825
<p>Na atual fase em que se encontra a sociedade de consumo, estão presentes de forma bastante acentuada os valores do hedonismo, da busca incessante pela felicidade através da aquisição de bens materiais, da negação do sofrimento, dos lazeres, da leveza e do hiperindividualismo. O processo crescente de destradicionalização da sociedade tornou o sujeito ao mesmo tempo livre e instável. Com o enfraquecimento da capacidade ordenadora de instituições como igreja e escola, o sujeito tende a buscar no consumo de bens e serviços uma fonte de segurança, além do uso de medicamentos que aliviam o sofrimento psíquico gerado por esse desamparo. Considerando que a medicalização do sofrimento psíquico atinge largas escalas nessa fase da sociedade contemporânea, o presente trabalho propõe-se a investigar os fatores da cultura do hiperconsumo que funcionam como dispositivos que favorecem o processo da medicalização generalizada. Partiu-se de uma pesquisa bibliográfica na qual foram observados alguns atores que difundem o discurso medicalizante, como a publicidade, a psiquiatria hegemônica e a indústria farmacêutica. As informações apresentadas e organizadas na pesquisa resultam na constatação de que a medicalização é produto tanto de interesses da indústria farmacêutica como da demanda do hiperconsumidor por felicidade, bem-estar e ausência de sofrimento.</p>Marcio AcselradDavi Barros Tavares
Copyright (c) 2022 Marcio Acselrad, Davi Barros Tavares
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2022-12-192022-12-1934em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5825O território, as redes e suas (im)potências: o cuidado aos usuários de álcool e outras drogas em um CAPSad
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5992
<p>No presente trabalho, buscamos realizar uma análise das potencialidades e possibilidades do CAPS ad como oferta de cuidado às pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas e sua atuação junto à rede, a partir do relato de uma experiência em um CAPS ad de um município localizado no interior do estado de São Paulo. Trata-se de um recorte de uma pesquisa de mestrado, na qual utilizamos a Cartografia como opção metodológica. Como principal desafio encontrado, apresentamos os desencontros da rede, tanto em seus protocolos quanto no olhar para o uso de álcool e outras drogas. Evidenciamos, também, as potencialidades e inventividades que possibilitam a criação de redes/rizomas autônomas das redes dominantes, as quais operam intensificando os efeitos do modo capitalista de produção. Compreendemos, portanto, o CAPS ad como um arranjo institucional provisório, ou como uma estratégia, que, em suas ofertas, pode tornar-se/fazer-se rede de emancipação, assim como um rizoma, suscetível a modificações constantes. A potência da Atenção Psicossocial está, assim, na dimensão inventiva presente nas relações e nos encontros e no rompimento com os processos fragmentadores do cuidado, de modo a garantir a ampliação do acesso aos serviços para as pessoas que tanto sofrem com os efeitos de uma sociedade como a nossa.</p>Mayara Aparecida Bonora FreireSilvio Yasui
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/5992Psicanálise e linguística: intersecções e cortes
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/6068
<p>Este trabalho faz parte do projeto de pesquisa “A pesquisa clínica em transferência”. Neste artigo, revisitamos alguns conceitos linguísticos – linguagem, língua, discurso, signo linguístico, significante, entre outros – e suas articulações com o campo lacaniano no que diz respeito, principalmente, à lógica do significante. Serão analisadas referências da linguística em Saussure, Jakobson e Benveniste, além de textos de Lacan e leituras contemporâneas afins, com o objetivo de mostrar alguns pontos do caminho teórico percorrido por Lacan sob a influência da linguística, mas considerando também seu modo singular de apreender e utilizar esses conhecimentos. Apresentaremos, igualmente, alguns comentários sobre elementos discordantes entre essas duas disciplinas, o que, ao longo do seu ensino, levou Lacan a um afastamento conceitual da linguística. Tal distanciamento foi justificado pela ideia de que a psicanálise se ocupa do sujeito do inconsciente e do que fica fora da linguagem, diferentemente da linguística, que evidencia as funções de comunicação e expressão da linguagem no nível da consciência.</p>Maria Lúcia da Silva BuenoCarlos Henrique KesslerRodrigo Wieczorek
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/6068Vazios do Trabalho
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/28465
<p>Este artigo tem como tema os sentidos do trabalho e o lugar da psicologia em um órgão público voltado para a qualificação profissional e a geração de emprego e renda. A escrita de narrativas do cotidiano de trabalho operou a função de abrir questões sobre a (im)possibilidade do fazer psicologia em um lugar repleto de contradições sobre os sentidos do que ali deveria ser o próprio trabalho. Por meio da criação de um personagem denominado “alguém”, buscou-se tocar em um problema que não tem contorno nítido e que só poderia ser definido, segundo Kastrup e Passos, como uma atmosfera, um ‘felt-meaning’. A invenção de alguém é o artifício para a experimentação de vidas que não se limitam àquela vivida em primeira pessoa pelas pesquisadoras, permitindo a passagem por um lugar impessoal, lugar tão indeterminado quanto alguém, que possibilita pensar sobre o que não está oculto, mas tampouco é visível. O vazio de sentido vivenciado no cotidiano de trabalho se abre em imagens/cenas que, narradas na forma escrita, transformam o vazio em experiência. </p>Tanise Kettermann FickRosane Azevedo Neves da Silva
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/28465Repetir, repetir – até ficar diferente: cartografia de um cuidado
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/29080
<p>Este artigo é produto de uma pesquisa sobre o cuidado em saúde mental em uma Unidade Integrada de Saúde da Família (USF) do município de João Pessoa-PB. Ela ocorreu no segundo semestre de 2015 e utilizou a cartografia como dispositivo para o rastreamento de acontecimentos, afetos e encontros que servissem de analisadores para a produção desse cuidado. Suas micronarrativas foram produzidas através de consultas individuais, reuniões de equipe e visitas domiciliares, que foram debatidas em discussões coletivas e registradas em diários de campo. Sua síntese se dá aqui, na Narrativa em Quatro Atos de um Acontecimento do Cuidado produzido, significado e capturado por todos os envolvidos na pesquisa. Discutem-se, através dela, as potencialidades da atenção básica na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e os ainda persistentes equívocos da centralidade do saber-poder psiquiátrico na reprodução de práticas manicomiais. Conclui-se, assim, que a imersão num território afetivo-existencial amplia e enriquece de potencialidades tanto a produção do cuidado quanto a pesquisa em saúde.</p>Isaac Linhares de OliveiraJuliana SampaioThayane Pereira da Silva FerreiraLuciano Bezerra GomesJoão Rodolfo Moura de Araújo
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/29080Horta comunitária e Psicologia Social: um relato de experiência
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/29430
<p>A experiência profissional aqui relatada se refere à prática de estágio supervisionado em Psicologia Social e Comunitária, desenvolvida no ano de 2017, junto a um grupo intergeracional de horta comunitária. O trabalho foi realizado em uma instituição de assistência social de um município do interior do estado de São Paulo. Tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano e fomentar a formação grupal entre seus participantes, as atividades práticas desenvolvidas na horta foram entendidas e organizadas como atividades-meio para a promoção do desenvolvimento e constituição grupal. O grupo intergeracional realizou ao longo do ano mais de trinta encontros semanais nos quais, além das atividades práticas na horta, também ocorreram rodas de conversa, discussão de curtas metragens, dinâmicas grupais, dentre outras. Destacamos como principais resultados desta intervenção entre os participantes do grupo: a aprendizagem de variadas técnicas de cultivo; o fortalecimento das relações interpessoais entre si; o desenvolvimento da autonomia e auto-organização do coletivo; e a constituição deste como importante rede de apoio para seus integrantes.</p>Marília Alves dos SantosWellinton Daniel Baptista da Silveira BonaciLaís Sandi Foganholo
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/29430Os sentidos de trabalho e escola construídos por adolescentes trabalhadores
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/34727
<p>Este estudo teve como objetivo compreender a produção de sentidos de trabalho e escola entre adolescentes que vivenciam a experiência de trabalhar e estudar. A pesquisa se fundamentou na Teoria da Subjetividade, principalmente no conceito de sentido subjetivo. Participaram deste estudo quatro adolescentes residentes em zonas urbanas e rurais do estado da Bahia, do sexo masculino e feminino. Foram realizadas sessões de conversação e utilizado um questionário sociodemográfico e uma complementação de frases. Os resultados apontaram a valorização do trabalho, visto como espaço formativo e promotor de valores, de garantia de acesso a bens de consumo e superação das privações impostas pela pobreza. A escola foi representada como ambiente de aprendizados e preparação para o futuro e mecanismo auxiliar para a consecução de aspirações profissionais. Estes resultados podem auxiliar na formulação e no aprimoramento de políticas públicas que visam à garantia de direitos e proteção ao adolescente trabalhador.</p>Ramiro Rodrigues Coni SantanaMarilena Ristum
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/34727Juventude, contexto social e medidas socioeducativas: trajetórias de (des)proteção social?
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/38032
<p>O objetivo deste artigo é analisar o contexto social de jovens do gênero masculino que cumpriram medidas socioeducativas de internação. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa com dez jovens que se encontravam em cumprimento de medidas socioeducativas de internação no estado da Paraíba. Foram utilizadas como técnica de pesquisa entrevistas abertas e individuais, submetidas à Análise Temática de Conteúdo. Os resultados do estudo apontaram que os jovens vivenciaram em suas trajetórias de vida violações de direitos relacionadas ao contexto social, tais como inserção no trabalho infantil, dificuldades socioeconômicas, violência, acesso a drogas e envolvimento com atos infracionais devido à necessidade de acesso a bens de subsistência e consumo. Diante disto, compreende-se que o contexto social dos jovens anterior ao cumprimento de medidas socioeducativas foi perpassado pelas expressões da questão social, advinda do conflito de classe, centrado na exploração do ser humano pelo trabalho em prol do desenvolvimento do capital, e em consequência do modo de produção capitalista, configurando-se como um espaço não garantidor de condições plenas para o desenvolvimento biopsicossocial desses jovens.</p>Erlayne Beatriz Félix de Lima SilvaMaria de Fatima Pereira AlbertoCibele Soares da Silva Costa
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/38032A mãe de Hans ou a versão edipiana da mãe
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/38194
<p>Buscamos, neste artigo, interrogar a relação da mãe com sua criança a partir da equivalência filho=falo. Neste sentido, são as consequências clínicas da sexualidade feminina para todo sujeito que estão colocadas. É determinante para cada sujeito a relação da mulher que é sua mãe com a falta. Investigaremos, a partir do caso Hans, a relação da mãe com sua criança quando ela se situa no lugar do falo imaginário e quais consequências podemos vislumbrar. Hans fornece um paradigma da versão edipiana da mãe não apenas através da identificação da criança como falo imaginário que responde ao desejo da mãe, mas também a partir do encontro com a castração materna, na medida em que a posição de sua mãe na sexuação, ou seja, enquanto mulher em relação ao seu pai, não se evidencia. Torna-se fundamental recolher esses efeitos no caso para destacar o desafio estrutural a ser enfrentado pela criança.</p>Cristina Moreira MarcosCarla de Abreu Machado Derzi
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/38194Espaço de conversa sobre o trabalho e o trabalhar: breve análise de uma prática de psicodinâmica do trabalho em uma instituição de ensino
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/40648
<p>Este trabalho discute um relato de experiência realizada em uma das unidades de uma instituição da rede federal de educação, no Rio de Janeiro, em que se propôs uma atividade inspirada no espaço de discussão sobre o trabalho, da psicodinâmica do trabalho de Christophe Dejours. A atividade ocorreu durante dois meses (totalizando sete encontros) com nove trabalhadores de vínculos empregatícios, carreiras e profissões diferentes. A proposta teve origem nos atendimentos realizados pela psicologia e pelo serviço social, cujas queixas relacionavam-se a assédio moral. A partir de noções como a de trabalhar, de Dejours, e da inserção da ideologia gerencialista, discutida por Gaulejac, no serviço público brasileiro desde 1995, e levando em conta as mudanças no mundo do trabalho que vêm acontecendo desde a década de 1970, foi proposto um roteiro de atividades que buscou abarcar essas temáticas e suscitar a elaboração coletiva de tais temas. Para análise da atividade, usou-se o método de análise de conteúdo, de Bardin. </p>Vivian Heringer PizzingaRafaela GonçalvesGustavo Marchiori
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/40648Leitura de textos literários como subversão à linguagem do poder
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/42215
<p>Este ensaio propõe apontamentos sobre as especificidades da leitura de textos literários como experiência potencialmente formadora de novos sentidos para o leitor e subversiva à linguagem do poder, com seus discursos normatizados e normatizadores do cotidiano. Foi realizada uma revisão narrativa de literatura sobre a temática, e dividiu-se este texto em quatro eixos centrais: o primeiro, em que se apresenta algumas concepções sobre literatura, texto literário e leitura literária; o segundo, em que se discorre sobre a leitura individual e de escuta, partindo do pressuposto de que tal modalidade possibilita ao leitor uma experiência criativa e crítica a partir da produção de sentidos derivada do encontro com o texto. Este ponto encontra-se intimamente relacionado ao terceiro, a leitura literária como experiência; e por fim, apresentam-se interpretações sobre a leitura literária como experiência de subversão à palavra de ordem e à linguagem do poder. Tal diálogo nos levou a concluir que a leitura literária pode representar uma resistência às naturalizações do instituído cotidiano, uma vez que ela se revela como um âmbito de produção de singularidades, instigando no leitor a interrogação sobre o mundo concreto ao seu redor e seus discursos hegemônicos.</p>Marlo LopesFrancisco Welligton de Sousa Barbosa Jr.José Clerton Martins
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2022-12-052022-12-0534em 05/12/2022em 05/12/202210.22409/1984-0292/2022/v34/42215Errata v. 32, n. 2 (2020)
https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/55612
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2022-08-162022-08-1634em 16/08/2022em 16/08/202210.22409/1984-0292/2022/v34/55612