O quilombo e suas “transgressões” étnico-religiosas: Um estudo de Geografia Social na perspectiva goffmaniana / The quilombo and its ethnic-religious "transgressions": a socio-geographic case study in a goffmanian perspective
DOI:
https://doi.org/10.22409/geograficidade2016.61.a12954Palavras-chave:
Quilombolas, Políticas Públicas, Religiões Afro-brasileiras, Goffman, Ponta Grossa (PR).Resumo
A concepção científica e a política de Estado para “quilombos” nos despertaram a necessidade de refletir a experiência social cotidiana desses sujeitos diante das novas intervenções que neles se apresentam. Para este fim, se pesquisaram as expressões religiosas da comunidade quilombola de Santa Cruz, localizada na área rural meridional de Ponta Grossa-PR. Essa comunidade pode ser caracterizada como “impura” pela pluralidade étnica e religiosa nela vivenciada. Para compreender sua construção social focou-se num evento “Trabalho de Exu” que reúne indivíduos de dentro e fora da comunidade num ambiente periurbano de religião afro-brasileira. O evento revela a condensação social através de dramatizações integradoras, um fenômeno que se explica com base nos conceitos Goffmanianos como: quadros da experiência social e interações entre indivíduos. Diante disso, a situação atual da vivência quilombola mostra-se desproporcionalizada com a identificação da comunidade simplesmente pela sua “história afrodescendente” ou pela “resistência” ao exterior, as quais poderiam servir como fundamentos para seu reconhecimento legal. Pode-se afirmar que a experiência vivida e as interações atuais, em muitos casos, fogem do enquadramento de elementos socioculturais apontados nas políticas públicas brasileiras de integração social e racial.
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