Geograficidade https://periodicos.uff.br/geograficidade <p><em>Geograficidade</em> é uma revista eletrônica publicada desde 2011 pelo <a href="http://geografiahumanista.wordpress.com/" target="_blank" rel="noopener">Grupo de Pesquisa Geografia Humanista Cultural</a>, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense. O grupo é interinstitucional e interdisciplinar, congregando pesquisadores de várias disciplinas e instituições do país. Artigos, ensaios, resenhas, experimentações (manifestações artísticas livres) traduções e pesquisas são bem-vindos. Tem periodicidade semestral. <br /><strong>ISSN:</strong> 2238-0205</p> ABEC pt-BR Geograficidade 2238-0205 Todos os textos da revista <span>Geograficidade</span>, do <a href="http://geografiahumanista.wordpress.com/" rel="cc:attributionURL">Grupo de Pesquisa Geografia Cultural Humanista</a> estão licenciados com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/deed.pt" rel="license">Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 3.0 Não Adaptada</a>. Editorial https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/62164 Eduardo Marandola Jr. Copyright (c) 2024 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 2 3 Daseinsphaenomen em Paterson https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/51691 <p>O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) formulou uma complexa arquitetura teórica e metodológica para sua analítica ontológico-fenomenológica ao longo de sua obra. Algumas das categorias desenvolvidas em textos como "Sein und Zeit", de (1927) e "Einführung in die Metaphysik" (1935) podem ser encontradas em estudos aplicados da ontologia fenomenológica heideggeriana, especialmente o Dasein que é o ser-aí humano, situado no, para e com o mundo. A partir de uma das variações do Dasein de Heidegger, chamado pelo próximo autor de <em>Daseinsphaenomen, </em>o fenômeno existencial, propõe-se no presente artigo uma análise do filme Paterson, lançado em 2016 com direção de Jim Jarmusch e Adam Driver no papel principal. A história de um motorista que visualiza, percebe, pensa e expressa, geo-poeticamente, o seu ser-no-mundo cotidiano como ser-aí é o foco tanto da narrativa como da análise aqui apresentada, por meio das categorias heideggerianas e demais conceituações da ontologia fenomenológica, referenciais do pensamento geográfico e Filosofia e os elementos geo-poéticos, imagéticos, discursivos do longa-metragem.</p> Gilvan Charles Cerqueira de Araújo Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 4 22 Teorias Não-Representacionais e Geografia https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/48385 <p>O artigo em questão discute os impactos das teorias não-representacionais para o pensamento geográfico. Os pressupostos desta corrente apresentam-se como uma extensão à crítica ao (neo)positivismo ao mesmo tempo em que se mostram reativos a crítica quanto a suposta esterilidade social da fenomenologia. Apropriando-se de um vocabulário que inclui conceitos-chave como afeto, performance, assemblages e affordances, as teorias não-representacionais consideram as redes de relações entre atores humanos e não-humanos, tendo como consequência desta consideração a perspectiva do espaço relativo. As distorções do espaço, que são produtos da posição relativa das individualidades em meio às relações afetivas, possuem consequências óbvias na leitura da paisagem e do lugar, o que nos convida a pensar geograficamente sobre bases heterodoxas de pensamento. </p> Leonardo Luiz Silveira da Silva Alfredo Costa Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 23 42 A narrativa rizomática e as experimentações na cidade https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/48501 <p>A compreensão do espaço a partir de uma abordagem alternativa que abandone as influências hegemônicas e evidencia a produção da diferença sobre a multiplicidade oportuniza que um diálogo potente com a ideia do rizoma seja construído, dado que ele carrega os delineamentos que tensionam este modo único de pensar e instiga um processo de escrita experimental que busca novos começos, encontros e imprevisibilidades para outros modos de ser, ler e fazer na cidade. Diante disso, investigar como a potência rizomática pode proporcionar que leituras múltiplas sobre o espaço urbano sintomático coexistam a partir da literatura como intercessora de suas experimentações, torna-se o objetivo deste artigo, sobretudo, por abrir reflexões sobre os poderes e modos de dizibilidade de um dizer-cidade rizoma construído a partir de narrativas de um corpo-experiência que tem como plano de fundo de suas práticas empíricas o Centro de São Paulo no contexto pandêmico.</p> Gustavo Pimenta Antônio Carlos Queiroz Filho Feres Lourenço Khoury Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 43 58 Geografias e(m) movimento em terras festivas https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/51943 <p>Interpretamos movimentos em terras festivas como enlace entre indivíduos e lugares, onde luminosas experiências ocorrem. E como práticas de coser e constituir tramas pelas quais a tessitura das pesquisas apresentadas vai sendo cerzida. Escrevemos em comemoração aos 10 anos da Revista Geograficidade, com a qual nos afeiçoamos a habitar (em leituras e pensamentos). Suas provocações instigaram passos disparados do Nepec-Uerj, ponto fulcral dos encontros, e origem de nossas investigações. Entrelaçamos o caminhar-pela-geografia das festas, celebrando a memória e prestando singela homenagem ao Professor João Baptista Ferreira de Melo. Atravessando terras católicas populares rurais, deslocando-nos por terras ciganas em espaço urbano e transcendendo por terras destinadas a festivais de música eletrônica, alcançamos o lugar onde encontramos João e Nepec. As reflexões finais sugerem geografias circunstanciais nas quais o devir conjura mundos significativos, conferindo sentidos e significados para o ser-festivo, que escolhe, diante de uma miríade de possibilidades, festejar.</p> Cássio Lopes da Cruz Novo José Arilson Xavier de Souza Carliane Sandes Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 59 76 Contornos para a educação geográfica https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/48219 <p>Neste trabalho, nos indagamos: como a Revista Geograficidade, em seus 10 anos de publicações, pode contribuir com o debate sobre a educação geográfica? Explorando alguns trabalhos, recorremos à concepção fenomenológica de educação para entendermos esse fenômeno como experiência fundamental do ser-no-mundo que, como fenômeno da experiência, significaria, conduzir alguém (ou algo) para fora do lugar onde se encontrava; levar para fora. Lugar, nesse caso, não se resume ao aspecto físico-geográfico do termo, mas à condição existencial na qual sempre nos encontramos. Identificamos que o imaginário, o sensível, a cultura, a arte, o sabor, a experiência da cidade, a cartografia, a literatura e a imaginação esboçam um cenário propício para nos determos à educação geográfica, escavando os sentidos do que se revela como experiência geográfica do cotidiano, da vida comum, daquela que nos educa a partir do mundo vivido, que nem sempre é contemplado pelos currículos oficiais.</p> Tiago Rodrigues Moreira Felipe Costa Aguiar Copyright (c) 2023 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 77 88 Diferenciações espaciais do mundo da vida e colonização da queimação do Judas e a Dança de Cablocos na América Latina https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/48268 <p>Caboclo designa populações brasileiras de origem social e geográfica diversa, desde índios, negros e brancos pobres. Em Major Sales, no Rio Grande do Norte, a dança de Caboclos se relaciona com a tradição popular-religiosa da queimação do Judas, motivando a sua <br />análise na escala latino-americana. Diante disso, objetiva-se diferenciar as espacializações das tradições da malhação do Judas ou dança dos caboclos mediada pelas estruturas do mundo da vida em termos de cultura, integração social e socialização humana relacionada aos processos de colonização pelo mercado e o Estado. Para tanto, em 2020 foi realizado um estudo de revisão a partir de bases periódicas, especificamente, CAPES, Redalyc, Dialnet, BDTD e outras. <br />Os resultados indicam a difusão da queimação do Judas pelo continente, mantidas via agir comunicativo. Referenciada na Semana Santa, mas não exclusivamente, notou-se um revigoramento em fins de 1980 <br />e na década seguinte financiado pelo poder municipal. Estudos empíricos podem contribuir para a verificação das condições desse processo.</p> Rosalvo Nobre Carneiro Fábio Rodrigo Fernandes Araújo Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 89 103 Compreensão das experiências geográficas de educadores do assentamento Paulo César vinha a partir dos conceitos de poética de formação de Edna Castro de Oliveira e de Geograficidade de Eric Dardel https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/48532 <p>No contexto brasileiro, os estudos sobre formação de educadores nas modalidades da Educação de Jovens e Adultos e da Educação do Campo estão concentrados na abordagem da formação inicial e da formação continuada. Na perspectiva de contribuir com novos olhares sobre a formação docente, o presente estudo objetiva compreender as experiências geográficas de formação de educadores do Assentamento Paulo César Vinha, que está situado no município de Conceição da Barra, na região Norte do Estado do Espírito Santo. Tomando como referência os conceitos de poética de formação, de Edna Oliveira; de geograficidade, de Eric Dardel; e de experiência, de Walter Benjamin, a pesquisa de campo foi realizada no Assentamento Paulo César Vinha, na perspectiva da Observação Participante, através da realização de entrevistas semiestruturadas e conversas informais com oito educadores. O presente estudo evidenciou narrativas afetivas, íntimas, idealizadas, míticas, dramáticas, heroicas e inconformistas de experiências geográficas vividas pelos educadores. </p> Júlio de Souza Santos Copyright (c) 2023 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 104 115 A Fenomenologia de Merleau-Ponty e as potencialidades teóricas e metodológicas para as pesquisas em Geografia https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/47557 <p>Dentre os vários autores através dos quais se constroem as pontes entre a geografia e a fenomenologia temos Maurice Merleau-Ponty. Através dos diversos enunciados contidos nas obras de Merleau-Ponty, em especial, aqueles que indicam a noção de sujeito como uma consciência corporificada, várias potencialidades de pesquisas geográficas surgem. Nossa proposta é, em um primeiro momento, traçar com profundidade a discussão das questões que envolvem o corpo, o espaço e a intencionalidade a partir das perspectivas enunciadas pelo autor. Em um segundo momento, evidenciar pesquisas geográficas já realizadas que tomam por base a fenomenologia de Merleau-Ponty. Para fazer isso, selecionamos a obra “Fenomenologia da Percepção” para ser discutida no primeiro momento do artigo. Para traçar as discussões do segundo momento da proposta utilizaremos de buscas no Portal de Periódicos da CAPES, na plataforma Scielo e na plataforma Google Acadêmico e, assim, apresentar as potencialidades para as pesquisas em geografia. </p> <p> </p> Leonardo Berté Nunes Benhur Pinós da Costa Copyright (c) 2023 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 116 136 À beira do rio https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/51069 <p>Que significa habitar à beira do rio? À beira do rio a vida ribeirinha se constitui. Um habitar que exige do olhar a sensibilidade de perceber a profunda relação entre ser ribeirinho/a com a paisagem circundante. É um projeto transcendental que não exige explicação, mas compreensão, paciência e silêncio para ouvir as vozes que ecoam do lugar. Existência cosmogônica onde o rio é mais que via de navegação. Metodologicamente, busca-se pelo diálogo entre pesquisa de campo, o uso da história oral e da descrição densa, tendo como base epistemológica a(s) fenomenologia(s) inspirada(s), sobretudo, em Heidegger e Merleau-Ponty. O rio é fonte de vida, modo de ser-no-mundo, de pensar-o-mundo. Nessa perspectiva, uma possível fenomenologia das águas desvela-se enquanto forma de sentir-o-mundo, corpo que é afetado por uma dinâmica própria do lugar, anunciando uma poética maneira de habitar, entre sonhos/conquistas, afetos/desafetos.</p> Felipe Kevin Ramos da Silva Copyright (c) 2023 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 137 156 Do Cristo ao Porto https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/51115 <p>As emoções humanas desempenham importante papel nas formas como nos relacionamos com os outros e com nosso entorno. Presentes no corpo humano e culturalmente/historicamente moldadas, as emoções estão ligadas às nossas concepções e percepções de mundo e de espaço. Sendo assim, experiências emocionais podem ser, também, experiências espaciais, e suas singularidades reverberam nos significados que diferentes sujeitos atribuem aos lugares. Neste artigo, abordamos um exemplo dessa relação emocional com o espaço, a partir da investigação das vivências afetivas da população LGBTQIA+ nos espaços públicos de Salvador (mais especificamente, o trajeto que vai do Cristo ao Porto da Barra, na orla atlântica da cidade), buscando compreender e problematizar as múltiplas – e, ao mesmo tempo, em alguns contextos, limitadas – experiências de uso e ocupação dos espaços, e a relação indissociável entre corpo, emoções e lugar.</p> Robson Cerqueira Ferreira Patricia Ponte Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 157 173 Geografia cancioneira https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/49750 <p>As músicas passam palavras e estimulam diversas manifestações e sensações no corpo humano. Um dos estilos musicais que se destaca é o rap, atrelado com o movimento de rua, protesto, contestatório e inquieto. Busca-se aqui demostrar e analisar as ações e relações dos pichadores, a partir de músicas de rap, buscando evidenciar suas gírias, dialetos e espacialidades. As músicas analisadas foram “Pixadores 1” do cantor Nocivo Shomon, “Meus Amigo Pixador” do FBC e “Hino” do DV Tribo, que foram escolhidas pelo fato de sua representatividade, de serem cantadas por rappers famosos nas cenas e que defendem sempre a causa da pichação/pixação e dos pichadores/pixadores. A metodologia baseia-se em leituras bibliográficas, vivências de campos, a escuta, a leitura e a interpretação das músicas. Pode ser visto, ouvido e sentido que essas músicas demonstram os comportamentos dos praticantes, que é uma cultura, um lazer e uma contestação plausível encontrada em cada verso.</p> Erick Vinicius Pereira Lopes Copyright (c) 2021 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 174 191 BioCARTOgrafias https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/48487 <p>Esta proposta de experimentação tem como fio condutor <u>bio</u>CARTOgrafias que se abrem para o mundo externo, ao mesmo tempo que se conectam ao próprio mundo interior, reconhecendo o território da subjetividade. Desnaturaliza-se uma ideia de geografia que tem colocado o corpo (e suas subjetividades) em um espaço métrico, fragmentado e disciplinado, muitas vezes isolado/distante do mundo. Emerge assim um espaço-tempo indissociado do corpo. Por isso no título – Bio - vida: mapear aquilo que é vital, que acontece no próprio corpo em sintonia com o mundo. A noção de Cartografia extrapola sua tecnicidade, apostando na arte e na poética do espaço como potencialidade para registros textuais, imagéticos e sonoros, de experiências subjetivas de uma geografia que incorpora os detalhes pequenos, articulando o macro e o micro. Isso porque, eu, geógrafa-artista, acredito que não é possível desvincular a Terra do homem, o físico do humano. A série é composta pelas obras: 1 - Atlas azul (fotografia e texto); 2– Persistência da cartografia (autorretrato); 3 – No deserto de Dali (texto),&nbsp; 4 – Suleando (Mapa-poesia), 5 – Cidade de lego (poesia e desenho), 6 –Poder dos astros (poesia e desenho), 7 – Nascimento (texto e desenho), 8 – Xinguara (mapa poesia). Nelas expresso minhas experiências e registros pessoais infiltradas e diluídas em discussões teóricas-metodológicas geográficas. Para isso, mobilizei operações que foram desde as identificações dos elementos do lugar da experiência, ou das relações dos sujeitos sociais que ocuparam aquele espaço, até a leitura e percepção daquelas paisagens. Nesse sentido, <strong>BioCARTO<u>grafar</u> é buscar espacializar as emoções, dando sentido ao que emerge em nosso corpo a partir daquele lugar/experiência... é mapear nossas múltiplas trajetórias...é se encontrar no tempo e no espaço... é registrar nossos testemunhos de experiências vitais...</strong> <strong>é interpretar a si mesmo e ao espaço...</strong> <strong>é entender nossos espaços internos e externos...é transpor o vivido e o pensado... é um convite para se dizer... se grafar...</strong>. Podem parecer gestos pequenos, porém para mim tiveram inúmeras repercussões, pois situar e compreender espacialmente e historicamente minhas experiências ressignificou o meu<strong> passado</strong> (o que seguramente não deixará impune também o meu <strong>futuro</strong>).&nbsp; A possibilidade de compartilhar aqui esses registros me coloca em um profundo exercício de acolher as minhas experiências, convidando o <em>Outro</em> para "conhecer" o “meu mundo”. Por isso, essa <u>Ex</u>posição é um convite para vocês "entrarem" em meus relatos de aventuras, acompanhando alguns episódios e movimentos de experiências com/no espaço. Meu desejo com isso, é que esta série, mesmo que simples, fosse acolhida também como um convite para aqueles que a apreciarem, de quem sabe, começarem a produzir suas <strong>Bio</strong>CARTOgrafias.</p> Thiara Breda Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 212 221 Emoções compartilhadas https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/62163 Felipe Costa Aguiar Antonio Bernardes Copyright (c) 2024 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 192 193 Atmosferas de angústica https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/56376 <p>O surgimento da doença infecciosa conhecida como Covid-19 causou mortes e doenças generalizadas, agitação econômica e incerteza global, cujo impacto e extensão permanecem atualmente desconhecidos. Ao longo disso, também houve um crescimento conveniente da angústia em diferentes populações. No entanto, a angústia produzida pela Covid-19 não é apenas um estado afetivo vivenciado pelos indivíduos, é também algo que se estende no mundo cotidiano como parte de uma atmosfera geral. O ponto de partida deste capítulo é que o conceito de atmosfera pode desempenhar um papel importante na explicação de (i) como a angústia é distribuída pelo mundo e (ii) como a angústia pode instituir-se e expressar-se em coisas específicas sem ser redutível a elas. O capítulo se desdobra de três maneiras. Em primeiro lugar, o texto considera a estrutura intencional de uma atmosfera, dando atenção especial à forma como uma atmosfera gera um estilo afetivo específico. Em segundo lugar, é dada atenção a um dos temas salientes da angústia da Covid-19; ou seja, ficar em casa e sair de casa. Finalmente, o trabalho se concentra em como o corpo vivido é aumentado na e através das lentes do coronavírus. O capítulo conclui consolidando o papel que as atmosferas desempenham na síntese desses elementos.</p> Dylan Trigg Felipe Costa Aguiar Antonio Bernardes Copyright (c) 2022 Geograficidade 2022-07-30 2022-07-30 12 2 194 211