Carnalidade dos cortejos de Congado: uma interpretação dos gestos entre-corpos / Carnality of the Congado’s corteges: an interpretation of between-body-gestures

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22409/geograficidade2019.91.a28873

Keywords:

Cortejo de Congado. Gestos. Merleau-Ponty. Rua.

Abstract

Os trajetos e trejeitos dos corpos que conformam os cortejos de Congado são expressos na gestualidade encarnada de batuqueiros, transeuntes e espectadores desta colorida e ruidosa manifestação cultural que toma as ruas, impondo-lhes o ritmo do corpo-cortejo. O encontro dos corpos nas ruas provoca e é provocado por um diálogo gestual, que irrompe na carnalidade do próprio fenômeno. A compreensão da comunicação expressiva gestual, como nos inspira a fenomenologia da linguagem pensada por Merleau-Ponty, desde o sensível, pressupõe a presença do outro, não enquanto objeto puro exterior, mas como projeção fundamental da relação com o mundo, encarnada na dobra do visível e invisível. Perceber no espaço público a rejeição, desdém ou fechamento ao corpo-cortejo é, também, compreender a espacialidade fundada entre-corpos-lugares, da alvorada ao anoitecer dos cortejos.

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Author Biography

Elisabete de Fátima Farias Silva, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Doutoranda pelo Instituto de Geociências, Departamento de Geografia, Unicamp, na linha "Dinâmica territorial: sistemas técnicos atuais e novas práticas sócio-espaciais". Mestre em Geografia pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, Campus de Rio Claro, na linha "Espaço, Cultura e Sociedade". Graduação (Licenciatura e Bacharelado) em Geografia pela UNESP, Campus de Ourinhos. Pesquisa atualmente nos campos da Geografia Humanista e Fenomenologia. Interesse nas temáticas cultura, linguagens, corpo, América Latina.

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Published

2019-07-03

How to Cite

Silva, E. de F. F. (2019). Carnalidade dos cortejos de Congado: uma interpretação dos gestos entre-corpos / Carnality of the Congado’s corteges: an interpretation of between-body-gestures. Geograficidade, 9(1), 72-87. https://doi.org/10.22409/geograficidade2019.91.a28873