Amazonian placeness
a reading from the Solimões River pirates in the Amazonas
Keywords:
River piracy, Production of places, Tefé, CoariAbstract
Esse artigo visa discutir as ações dos piratas do rio Solimões no Amazonas a partir da produção de lugares do crime criados por meio das suas experiências e habilidades adquiridas no seu espaço vivido enquanto caboclos e ribeirinhos. A área de pesquisa é o trecho entre Tefé e Coari, as maiores cidades dessa região. Via o levantamento bibliográfico e entrevistas realizadas no trabalho de campo propõe-se discutir o uso do território a partir dos excluídos, as pessoas comuns do rio Solimões que vivem a regra social deturpada, onde os marginais podem ser vistos como um produto do seu espaço de vida criando lugares com fortes qualidades provindos de sua identidade regional: lugaridades amazônicas. Esse artigo auxilia na compreensão do uso marginal do território brasileiro na Amazônia onde o conhecimento das tradições e os saberes da floresta municiam as ações dos piratas fluviais nessa fração do maior rio do mundo.
Downloads
References
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua I. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2007.
ARMSTRONG, Warwick; McGEE, Terence. G. Theatres of accumulation: studies in Asian and Latin American urbanization. Cambridge University Press/Methuen: London/NewYork, 1985.
AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. (Coleção Travessia do Século). Trad. Maria Lúcia Pereira. Campinas: Papirus, 1994.
BAUDRILLARD, Jean. O sistema de objetos. Trad. Zulmira Ribeiro Tavares. São Paulo: Perspectiva, 2012.
BONNEMAISON, Joël. Viagem em torno do território. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny. (Orgs.). Geografia cultural: um século (3). Rio de Janeiro: EDUERJ, 2002. p. 83-131.
CABROLIÉ, Augusto. Tefé e a cultura amazônica. Juiz de Fora: InstitutoPaulo Freire, 1996.
CARDOSO, Alírio. “Un piccolo pataccio al rio dell’amazzoni”: pirataria europeia e projetos italianos na Amazônia na época da monarquia hispânica. Revista de História, n. 170, p. 175-199, jan.-jun, 2014.
DARDEL, Eric. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. Trad. Werther Holzer. São Paulo: Perspectiva, 2015.
DURAN, Leandro Domingues. A construção da pirataria: o processo de formação do conceito de “pirata” no período moderno. São Paulo: ANNABLUME; Aracaju: LAAA/NAR-UFS; Campinas: UNICAMP, 2011.
FREMÓNT, Armand. A região, espaço vivido. Trad. Antônio Gonçalves. Coimbra: Livraria Almedina, 1980.
GALLAIS, Jean. Alguns aspectos do espaço vivido nas civilizações do mundo tropical. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny. (Orgs.). Geografia cultural: um século (3). Rio de Janeiro: EDUERJ, 2002. p. 63-82.
GOMES, Sylvio Luccas de Sousa. A importância das táticas e doutrinas militares empregadas na guerra do Vietnã. Monografia (Graduação em Ciências Militares). Academia Militar das Agulhas Negras. Resende/RJ, 2019.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2005.
HOLZER, Werther. Sobre territórios e lugaridades. Revista Cidades, v. 10. n. 17, p. 18-29, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Atlas do Censo 2010. Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Divisão Regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias – 2017. Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, 2017.
LEFF, Henrique. Epistemologia ambiental. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
LOSADA, Juan Carlos; VÁZQUEZ, Juan. Mussolini sonha com um novo império – 1940 a 1941. Coleção 70º aniversário da 2ª Guerra Mundial. v.8. São Paulo: Abril Coleções, 2009.
LOWENTHAL, David. Geografia, experiência e imaginação: em direção a uma epistemologia geográfica. In: CHRISTOFELETTI, Antonio (Orgs). Perspectivas da geografia. São Paulo: DIFEL 1982.
MACHADO, Paulo César. Segurança da navegação em hidrovias: fator fundamental para o desenvolvimento da região Amazônica. Monografia (Graduação) - Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE). Rio de Janeiro: ESG, 2014.
MARANDOLA Jr., Eduardo. Habitar em risco: mobilidade e vulnerabilidade na experiência metropolitana. Coleção População e sustentabilidade. São Paulo: Blucher, 2014.
MARANDOLA Jr., Eduardo. Lugar e lugaridade. Mercator, Fortaleza, v.19, p. 1-12, 2020.
MARTINS, José de Souza. A sociabilidade do homem simples: o cotidiano e história na modernidade anômala. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2015.
MARX, Karl. O 18 brumário de Luís Bonaparte. Trad. LeandroKonder e Renato Guimarães. 4 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã I – crítica da filosofiaalemã mais recente na pessoa dos seus representantes Feuerbach, BrunoBauer e Stirner, e do socialismo alemão na dos seus diferentes profetas.Coleção Síntese. Vol I. 4 ed. Trad. Conceição Jardim; Eduardo LúcioNogueira. Lisboa: Editorial Presença; São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1980.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Trad. Carlos Alberto Ribeiro de Moura. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
MUSIL, Robert. O homem sem qualidades. Trad. Lya Luft; Carlos Abbenseth. v. 1. 5 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2021.
NASCIMENTO, Francyjonison Custodio do. Numa toca no chão vivia um Hobbit: um olhar sobre o lugar em “O Hobbit” de J. R. R. Tolkien. Geograficidade, v.7, Número 1, p. 58-76, 2017.
NOGUEIRA, Amélia Regina Batista. R. B. Geografia das representações. Boletim Amazonense de Geografia, Manaus: AGB, v. 2, p. 93-108, 1995.
QUEIROZ, Kristian Oliveira de. Elementos espaciais e centralidade periférica - o caso de Tefé no Amazonas. Acta Geográfica (UFRR), v.10, p.92-110, 2016.
QUEIROZ, Kristian Oliveira de. Fragilidade do espaço e vulnerabilidade do território: uma perspectiva de análise a partir dos piratas do rio Solimões. In: LIMA, Aldo Rodrigues de; SANTANA, Edilane da Silva (Orgs). Reflexões geográficas do Solimões: coletânea de artigos do Escritório Geográfico-Ambiental (EGA). Manaus: BK Editora/EGA, 2022.
QUEIROZ, Kristian Oliveira de. Globalização e integração territorial – o caso da região de Tefé no Amazonas. Confins Revue, v. 35,n.35, 2018.
QUEIROZ, Kristian Oliveira de. Integração e globalização relativizada – uma leitura a partir de Tefé no Amazonas. Manaus: UEA Edições, 2017.
QUEIROZ, Kristian Oliveira de. Modernização pretérita e o vigor do atraso - uma leitura geográfica do transporte fluvial e do uso dos recursos naturais na região do Solimões no Amazonas. Jundiaí: Paco Editorial, 2020.
QUEIROZ, Kristian Oliveira de. Transporte fluvial no Solimões: uma leitura a partir das lanchas Ajato no Amazonas. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 23, n. 2, p. 322-341, ago. 2019.
RAMOS (et all). Lugar e lugaridade do Folguedo Cacumbi do Mestre Deca – Laranjeiras/SE. Anais... X Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”. São Cristóvão/SE, 2016.
RELPH, Edward. Place and Placelessness. London: Pilon, 1976.
RELPH, Edward. Reflexões sobre a emergência, aspectos e essência de lugar. In: Marandola Jr, Eduardo; HOLZER, Wether; OLIVEIRA, Lívia de. (Orgs). Qual o espaço do lugar?: geografia, epistemologia, fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, 2014.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4 ed. São Paulo: EdUSP, 2009.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. 1 ed. São Paulo: EdUSP , 2002.
SANTOS, Milton. Espaço e Método. 5 ed. São Paulo: EdUSP, 2012 .
SILVEIRA, Maria Laura. Uma situação geográfica: do método à metodologia. Revista Território, Ano IV, n. 6, jan/jun, 1999.
TRINDADE JR, Saint-Clair da. Cidades na floresta: os “grandes objetos” como expressões do meio técnico-científico informacional no espaço amazônico. Revista IEB, n. 5, p. 113-137, mar./set. 2010.
TUAN, Yi-Fu. Espaço, tempo, lugar: um arcabouço humanista. Geograficidade, v. 01, n.01, p. 4-12, 2011.
VIGNOLES, Patrick. A perversidade: ensaio e textos. Trad. Nicia Adan Bonatti, Campinas: Papirus, 1991.
