Fenomenologia, mundo-da-vida e crise das ciências: a necessidade de uma geografia fenomenológica / Phenomenology, life-world and crisis of sciences: the need for a phenomenological geography
DOI:
https://doi.org/10.22409/geograficidade2013.32.a12863Palabras clave:
Geografia Fenomenológica, Crise das Ciências, Edmund Husserl, Fenomenologia Transcendental.Resumen
O artigo tem como proposta apresentar a constituição de uma “geografia fenomenológica” a partir da crítica fenomenológica que Edmund Husserl (1859-1938) promove à ciência moderna, exposta nos seus últimos escritos denominados “A Crise das Ciências Européias e a Fenomenologia Transcendental”. Nesses escritos Husserl denuncia a crise de sentido vivida pela filosofia e ciência moderna, evidenciando o quanto o distanciamento entre as ciências e o mundo-da-vida produziu conseqüências graves, desvinculando do interior delas questões que concernem à humanidade e à sociedade. Husserl encontra como única saída para a crise a Fenomenologia Transcendental, cuja intenção é recuperar a ordem espontânea, o sentido e a orientação da existência humana, retomando o rol da subjetividade transcendental, expostas nas evidências pré-científicas e pré-lógicas do mundo-da-vida (Lebenswelt). No caso específico da geografia como ciência moderna, como argumentaria Husserl, impõe-se também a necessidade de se constituir uma nova geografia,capaz de retomar o sentido da humanidade, a partir de um saber geográfico unificado. Essa geografia recuperada pelo ideal de ciência, refundada pela fenomenologia husserliana, pode ser chamada de Geografia Fenomenológica ou uma Geografia Eidética, cujo intuito está na re-condução da reflexão aos princípios constituíntes da realidade, ou seja, a subjetividade e o mundo em sua plena correlação.
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