Geoliteratura
Metáforas espaciais na literatura fantástica
Palabras clave:
Jim Dodge, Fup, cercas, Dominante imagéticaResumen
Como podem situações simples da vida e circunstâncias surreais serem parâmetro para um exame geográfico em textos literários? Uma saída é, inicialmente, refletir sobre as metáforas espaciais que foram anexadas ao discurso da linguagem científica e, depois, trafegar sobre o texto artístico, elegendo uma dominante imagética. Partindo da tensão do confronto entre o leitor geógrafo e o romance, decodificamos a configuração das metáforas espaciais em um universo singular. Para o diálogo, arrastamos o romance Fup, de Jim Dodge, trama agenciada por cinco personagens que encontram, no topo de uma colina, a base para a sustentação de suas existências. É ali que há divisões do espaço por estruturas (cercas) que são impostas na paisagem natural. Ao se analisar o romance, percebe-se que essas estruturas são lançadas no terreno para edificar um bloqueio existencial; elas também são via de ligamento para um acontecimento transcendental, são metáforas que podem ser decodificadas em sentidos espaciais.
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Citas
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