Perspectiva Espacial, Crítica e Decolonial de Mapas Sob a Óptica da Física
Uma Proposta Multidisciplinar Para Examinar Mapas
Palabras clave:
Poder, Cartografia decolonial, EurocentrismoResumen
O posicionamento do ponto cardeal Norte no topo dos mapas recobrou destaque nas mídias sociais e nos meios de comunicação recentemente. Além disso, a divulgação pelo IBGE de um mapa-múndi com o Brasil localizado no centro causou espanto e reacendeu o debate do porquê essas projeções são majoritariamente utilizadas com essas configurações e quais são suas implicações práticas, políticas e sociais no ordenamento do imaginário das populações. Buscando suscitar o debate acerca deste assunto, iremos discutir como a análise de mapas pode ser realizada sob a óptica decolonial envolvendo tópicos de Cartografia, de Física, e de Ciências Humanas, procurando desmistificar uma supremacia baseada no eurocentrismo imposta aos países do Hemisfério Sul. Essa abordagem pode ser aplicada para entender melhor como os mapas são construídos, interpretados e como influenciam a percepção do mundo. Isso sugere uma análise que não se limita apenas à representação física do espaço, mas também considera aspectos críticos e históricos, além de questões relacionadas ao poder e à colonialidade na cartografia.
Descargas
Citas
AZEVEDO, D. A. A perspectiva decolonial e a geografia política na graduação brasileira atual. GEOUSP Espaço e Tempo, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 564–581, 2019.
BARDI, J. S. A guerra do cálculo. Tradução: Aluízio Pestana da Costa. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2022.
BIRD, K.; SHERWIN, M. J. Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano. Tradução: George Schlesinger. 1. ed. Rio de Janeiro: Intríseca, 2023.
BREDA, T. Mapas (De) Indígenas Na Amazônia: Por Uma Cartografia Decolonial. Ciência Geográfica, Bauru, v. 25, n. 1, p. 282-299, 2021.
CAMPOS, M. D’Olne. Por que SULear? Marcas do Norte sobre o Sul, da escola à geopolítica. Revista Interdisciplinar SULEAR, v. 2, n. 2, p. 10-35, 2019.
CARROL, B. W.; OSTLIE, D. A. An Introduction to Modern Astrophysics. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.
CECÍLIO JÚNIOR, E. P. Stellarium: aprendendo astronomia com software. 1. ed. Curitiba: Appris, 2016.
CHEVALLIER, J. O Estado pós-moderno. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2009.
CREW, Bec. This animated map shows the true size of each country. Nature Index, 27 de agosto de 2019. Disponível em: https://www.nature.com/nature-index/news/data-visualisation-animated-map-mercater-projection-true-size-countries . Acesso em: 10 maio 2024.
ENGEL, J. South America in Guarani. Decolonial Atlas, 30 out. 2014. Disponível em: https://decolonialatlas.wordpress.com/2014/10/30/south-america-in-guarani/ . Acesso em: 03 jun. 2024.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
FRIAÇA, A. C. S. et al. Astronomia: Uma visão geral do Universo. 2. ed. 3. reimpr. São Paulo: Editoria da Universidade de São Paulo, 2008.
GROSFOGUEL, R. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 25-49, 2016.
HALBERSTAM, J. Temporalidade queer e geografia pós-moderna. Revista Periódicus, [S. l.], v. 1, n. 18, p. 282–305, 2023.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física, volume 3: eletromagnetismo. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
HARLEY, J. B. Mapas, saber e poder. In: GOULD, Peter; BAILLY, Antoine. Le pouvoir des cartes et la cartographie. Paris: Antropos, 2009. Traduzido por Mônica Balestrin Nunes.
HARLEY, J. B.; WOODWARD, D. The History of Cartography: Cartography in the Traditional Islamic and South Asian Societies. v. 2, livro 1. Chicago: The University of Chicago Press, 1992.
HEWITT, P. G. Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci; Revisão técnica: Maria Helena Gravina. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
KATUTA, A. M. Representações cartográficas: Teorias e práticas para o ensino de geografia. Geografares, Vitória, n. 4, p. 7-19, 2003.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. Tradução: Beatriz Vianna Boeira; Nelson Boeira. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 2018. (Debates, 115).
LANGHI, R. Aprendendo a ler o céu: pequeno guia prático para a astronomia observacional. 2. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2016.
LAPAINE, M.; USERY, E. L. Choosing a Map Projection: Lecture Notes in Geoinformation and Cartography. 1. ed. Switzerland: Springer, 2017.
LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003.
LUGONES, M. Colonialidad y Género. Tabula Rasa, Bogotá, n. 9, p. 73-102, Dec. 2008.
MARTINS, F. H.; FERREIRA, J. L. Cassini-Huygens: A Sonda Espacial que Mudou a Compreensão Sobre Saturno e Suas Luas Geladas Titã e Encélado. Physicae Organum, v. 8, n. 2, p. 1-24, 2022.
MCANDREW, F. T. Environmental Psychology. Pacific Grove: Brooks/Cole, 1993.
MCCLINTOCK, A. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Trad. Plínio Dentzien. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
MIGNOLO, W. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonidad. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Del Signo, 2014.
MONMONIER, M. How to lie with maps. 3. ed. Chicago: The University of Chicago Press, 2018.
NAVARRO, A. E. Dicionário Tupi Antigo: A língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global, 2013.
OLIVEIRA, M. B. Considerações sobre a Neutralidade da Ciência. Trans/Form/Ação, v. 26, n. 1, p. 161-172, 2003.
OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Astronomia e Astrofísica. 4. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.
PICAZZIO, E. (org.). O Céu que Nos Envolve: Introdução à Astronomia para Educadores e Iniciantes. 1. ed. São Paulo: Odysseus Editora, 2011.
PINHEIRO, J. Q. Mapas Cognitivos do Mundo: Representações Mentais Distorcidas?. Geograficidade. v. 3, n. especial, p. 45-57, 2013.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder y clasificación social. Journal of World-Systems, v. 11, n. 2, p. 342-86, 2000.
RABINOVITCH, J.; STACK, K.M. Characterizing landing site safety on Venus using Venera panoramas and Magellan radar properties. Icarus, v. 363, 2021.
RODRIGUES, J. C. Cartografia crítica para análise do discurso geográfico. Revista GeoAmazônia, Belém, v. 2, n. 2, p. 79-91, 2013.
SAARINEN, T. F. Centering of mental maps of the world. National Geographic Research, v. 4, n. 1, p. 112-127, 1988.
SAGAN, C. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no escuro. Tradução: Rosaura Eichemberg. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as Ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos Avançados, v. 2, n. 2, p. 46-71, 1988.
SANTOS, B. S. Gramática do tempo: por uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.
SOUZA, M. L. O enfoque da Geografia Ambiental como Aufhebung: Rejeitando o dualismo, abraçando a dialética. Ambientes, v. 3, n. 1, p. 09-82, 2021.
TORRES-GARCÍA, J. The School of the South (Uruguay, February 1935). In: RAMÍREZ, M. C. (Ed.). El Taller Torres-García: the School of the South and its legacy. Austin: University of Texas Press, 1992. p. 53-57.
WALSH, C. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento otro desde la diferencia colonial. In: LINERA, A. G.; MIGNOLO, W.; WALSH, C. Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Del Signo, 2014. p. 17-50.
WILDBUR, P. Information graphics, a survey of typographic, diagrammatic and cartographic communication. Londres: Trefoil, 1989.
WOODWARD, D. The History of Cartography: Cartography in the European Renaissance. Part 1, v. 3. Chicago: The University of Chicago Press, 2007.
YANG, Y.; SONG, X. Multidecadal variation of the Earth’s inner-core rotation. Nat. Geosci., v. 16, p. 182–187, 2023.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I, Sears e Zemansky: Mecânica. Colaborador: A. Lewis Ford; Tradução: Daniel Vieira; Revisão técnica: Adir Moysés Luiz. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.