GEOgraphia https://periodicos.uff.br/geographia <p>A Revista GEO<em>graphia</em> é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense que tem por objetivo divulgar o conhecimento geográfico e de áreas afins, em suas múltiplas abordagens teóricas e temáticas, promovendo o diálogo acadêmico de qualidade entre diferentes perspectivas, o pensamento crítico e o compromisso social. <br /><strong>ISSN:</strong> 1517-7793 <br /><strong>e-ISSN:</strong> 2674-8126 </p> UFF pt-BR GEOgraphia 1517-7793 <p>DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS<br /><br />Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista<strong> GEO</strong><strong>graphia</strong>, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. E declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).</p><p>O autor concede e transfere, total e gratuitamente, ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense em caráter permanente, irrevogável e não exclusivo, todos os direitos autorais patrimoniais não comerciais referentes aos artigos científicos publicados na revista GEOgraphia. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e dos membros do Conselho Editorial da revista.</p><p><a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license"><img style="border-width: 0;" src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/80x15.png" alt="Licença Creative Commons" /></a><br />Os trabalhos publicados estão simultaneamente licenciados com uma <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional</a>.</p> AULA DE ABERTURA DO CURSO “GEOGRAFIA COMPARADA NO ESPAÇO E NO TEMPO” https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/63227 <p><strong>Élisée Reclus</strong></p> <p><strong>Original: </strong>RECLUS, Élisée. Leçon d’ouverture du cours de géographie comparée dans l’espace et dans le temps. In: <em>Revue Universitaire</em>. Bruxelas: H. Lamertin, 1894, p. 3-16.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Tradução e Apresentação:</strong></p> <p><strong>Sergio Aparecido Nabarro</strong></p> <p>Universidade Estadual de Londrina (UEL)</p> <p>Londrina, PR, Brasil</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Rogério Haesbaert</strong></p> <p>Universidade Federal Fluminense (UFF)</p> <p>Niterói, RJ, Brasil</p> <p>&nbsp;</p> Élisée Reclus Tradução e apresentação: Sérgio Aparecido Nabarro Rogério Haesbaert Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-07 2024-06-07 26 56 PRÁTICAS ESPACIAIS https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/55186 <p>Não consta</p> Cláudio Smalley Soares Pereira Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-15 2024-05-15 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a55186 A CONDIÇÃO ANTIMODERNA DO ESPAÇO EM NIETZSCHE https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/54902 <p>Este ensaio sugere uma tese, a saber: a filosofia de Nietzsche contribui para uma leitura do espaço geográfico sob o signo da modernidade neoliberal tecnocientífica de nossos dias. Se pensarmos nos poucos e dispersos usos das palavras tempo e espaço, não haveria muito a ser considerado. No entanto, se observarmos as chaves do pensamento político nietzschiano, por meios das noções acerca da vontade de poder, niilismo, retorno do mesmo, naturalização do homem, assim como o recurso interpretativo da genealogia dos valores da verdade, é possível requalificar as bases interpretativas do espaço vivido que se nos apresenta. Em síntese, qual seria a condição do espaço vivido em Nietzsche, por meio dessas chaves? Ser trágico, humano, menos humano, ou seja, pós-moderno.</p> Carlos Alberto Franco da Silva Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-23 2024-01-23 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a54902 O VIÉS GEOGRÁFICO PARA O ADOECIMENTO E INTERNAÇÃO POR DENGUE: UMA REGIONALIZAÇÃO DO BRASIL, ENTRE OS ANOS 2009 E 2019, POR MEIO DE MÚLTIPLOS FATORES ESPACIAIS https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/59222 <p>O objetivo deste trabalho foi realizar a regionalização das áreas com maior incidência de hospitalização por dengue no Brasil, apontando aquelas com maior potencial para adoecimento em correlação com fatores geográficos de cunho ambiental e socioeconômico. A metodologia do trabalho consistiu na montagem de um banco de dados geográfico constituído, inicialmente, pela localização das notificações de internações por dengue no Brasil entre os anos 2009 e 2019; em seguida, esse sistema foi alimentado com variáveis socioeconômicas, tais como: total da população por município, índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) e produto interno bruto (PIB); variáveis ambientais como: bioma de abrangência municipal, clima, distribuição da umidade, temperatura e precipitação foram também inseridos. Estatística descritiva, regressão pelo método StepWise progressivo e a interpolação dos pontos através da cokrigagem foi providenciada. Os resultados apontaram para a significancia estatística entre as variáveis testadas (p&lt;0,01), com o poder explicativo (R² global) igual ou superior a 73% no modelo adotado, podendo-se afirmar que a temperatura é responsável pela explicação de 56% das taxas de internação, o que está diretamente correlacionado ao bioma onde o paciente encontra-se inserido. A partir desse e outros fatores que subsidiaram a cokrigagem, a região brasileira mais propícia ao agravamento por dengue encontra-se entre o Nordeste e o Centro-Oeste do país. O conhecimento dos locais mais críticos para infestação larvária e com maior número de pessoas doentes e internadas é fundamental para que se tomem medidas de mitigação para as anomalias epidêmicas. A dengue ainda é hoje uma das doenças mais negligenciadas do planeta, e seu controle perpassa por uma união de esforços para maior ciência do seu desenvolvimento.</p> Diego de Sousa Ribeiro Fonseca Cynara Kaliny Ribeiro Braz Ricardo Alexandrino Garcia Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-23 2024-01-23 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a59222 FINANCEIRIZAÇÃO E FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL: A TOPOLOGIA DOS BANCOS DE INVESTIMENTO NO BRASIL https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/59117 <p>Este artigo analisa a topologia dos bancos de investimento no território brasileiro a partir da relação entre a dimensão da totalidade – representada pela financeirização – e a particularidade, expressa pela formação socioespacial brasileira. Se, por um lado, a financeirização amplifica processos de alcance global como a neoregulação, a liberalização e o desenvolvimento das técnicas da informação (processos que aumentam o protagonismo dos bancos de investimento no atual período histórico), por outro lado a formação socioespacial é a instância em que tais processos se concretizam efetivamente, conforme as modulações impostas pelas especificidades da base material/técnica e dos conteúdos normativos de cada território nacional. Como forma de interpretar estes vetores da financeirização no território brasileiro, elaboramos uma periodização com base em variáveis-chave ligadas à ação dos bancos de investimento ao longo de mais de cinquenta anos no Brasil. Foi possível identificar que o período de 1966 a 1988 é caracterizado por uma atuação mais “regionalizada” de uma maior quantidade de bancos de investimento no território, enquanto que o período de 1988 a 2020 marca a maior incidência dos processos de liberalização e neoregulação que conformam uma ação verticalizada do setor, a partir da concentração de instituições na metrópole informacional de São Paulo. A análise aqui proposta resulta do esforço de articulação entre revisão bibliográfica sobre a problemática levantada e dados secundários obtidos em fontes documentais concernentes (sobretudo Banco Central do Brasil e Revista Bancária Brasileira).</p> Caio Zarino Jorge Alves Fabio Betioli Contel Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-23 2024-01-23 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a59117 MODELAGEM DE CENÁRIOS FUTUROS DA EXPANSÃO URBANA EM PARATY-RJ BASEADOS EM AUTÔMATOS CELULARES https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/59381 <p>Baseado em autômatos celulares, este trabalho visa a modelagem de cenários futuros da expansão urbana de Paraty, estado do Rio de Janeiro, devido à importância que este município tem conquistado em âmbito regional em virtude do desenvolvimento turístico e de seu recente crescimento urbano. A modelagem foi efetuada no software DINAMICA EGO com a inserção de variáveis que influenciassem no modelo de forma a atrair ou repelir manchas urbanas através do somatório dos pesos de evidência. Apoiado no resultado do processo realizado, gerou-se cenário para o ano de 2030, que seguiu a mesma tendência de concentração da ocupação no centro da cidade e arredores e de núcleos urbanos dispersos ao longo da BR-101. Em suma, a modelagem se mostrou satisfatória e coerente com as transições da ocupação observada em períodos passados, demonstrando também a importância do uso de ferramentas de análise do ordenamento do crescimento urbano, o que pode ser auxiliado pela aplicação das geotecnologias, assim como, para a gestão e planejamento da cobertura e uso da terra.</p> Jéssica Silva Martins Elizabeth Maria Feitosa da Rocha de Souza Monika Richter Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-23 2024-01-23 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a59381 ANÁLISE DO DESIGN DAS RESERVAS BIOLÓGICAS FEDERAIS COMO INDICADOR PARA ZONAS DE AMORTECIMENTO https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/57770 <p>As Áreas Protegidas são a estratégia de conservação da natureza mais efetiva até então empregada. Na etapa de planejamento do sistema de conservação, fatores como proximidade de fragmentos e forma são de extrema importância, pois expressam a pressão externa que o fragmento recebe e o que pode ser feito para diminuí-la. Um dos princípios da Biologia da Conservação é que formas de fragmentos mais regulares tendem a receber menos com pressões externas. Nesse sentido, as métricas de paisagem se mostram pertinentes para determinar a complexidade da forma, efeito de borda e, consequentemente, a qualidade do fragmento. Desta forma, sobre o desenho de reservas, o trabalho teve o propósito de avaliar as Reservas Biológicas federais quanto ao formato, utilizando de programas de métricas de paisagem para obtenção dos resultados. Foram utilizadas as ferramentas <em>Patch Analyst</em> e o Fragstats para os cálculos de forma. Os resultados demonstraram que algumas Reservas Biológicas federais possuem formatos preocupantes, o que indica consequências desagradáveis na conservação de espécies e grande dependência com a qualidade do entorno. Utilizar as métricas de paisagem para avaliar o formato de Unidades de Conservação deve ser aprimorado, de maneira a desdobrar discussões das implicações da forma nas espécies ali presentes.</p> Flávia Alves Moreira Geraldo Majela Moraes Salvio Gabriel Pereira Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-21 2024-02-21 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a57770 TRAJETÓRIA DE CRIAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS NO BRASIL E NA ARGENTINA: INTERLOCUÇÕES E DESAFIOS https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/48730 <p>O presente artigo apresenta uma contextualização histórica a respeito da instituição de áreas protegidas nos dois maiores países da América do Sul. A abordagem tem como ponto de partida o contexto internacional de criação das áreas naturais protegidas. Na sequência, a análise dos principais eventos e marcos legais permite traçar um paralelo revelando as concepções que norteiam a criação das áreas protegidas no Brasil e na Argentina. Apesar da distinta trajetória de discussão do tema, os dois países apresentam reduzida representatividade de ecossistemas campestres, a exemplo do Pampa, fato relacionado a um contexto internacional que privilegiou a proteção de formações florestais. O panorama apresentado evidencia a necessidade de aproximações a fim de contribuir para a efetiva proteção do patrimônio natural para além das fronteiras nacionais.</p> Tanice Cristina Kormann Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-21 2024-02-21 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a48730 ENTRE O PANORÂMICO E O RECÔNDITO NAS DINÂMICAS PAISAGÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/58796 <p>O caráter visual da paisagem foi alvo de críticas por parte dos geógrafos ao longo do século XX, contribuindo com a não utilização desse conceito na compreensão dos fenômenos políticos. O objetivo do presente artigo é discutir como a tensão entre proximidade e de dis­tância possibilita refletirmos sobre os usos políticos das visualidades a partir de paisagens panorâmicas e recônditas. A análise de casos envolvendo o Farol do Mucuripe, em Fortaleza (CE) e na Região da Pequena África, no Rio de Janeiro (RJ), permite compreender como a mobilização de paisagens específicas por diferentes grupos orienta as ações políticas. Assim, compreendemos a paisagem não como um simples cenário ou apenas uma feição de outros processos, mas um elemento ativo no exercício das práticas políticas contemporâneas realizadas a partir do caráter visual.</p> Dirceu Cadena Mariana Vieira de Brito Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-21 2024-02-21 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a58796 EL AFROTEATRO COMO EXPRESIÓN DE PAISAJES CULTURALES ACUÁTICOS EN EL PACIFICO COLOMBIANO https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/58798 <p><strong>Resumen:</strong> El presente artículo pretende explorar una Geografia teatral o <em>Geograficidade</em> teatral de las comunidades afrodescendientes del Pacifico colombiano, a partir de las puestas en escena de la festividad religiosa de ‘San Pacho’ en Quibdó, festividad artística del ‘Carnaval del Fuego’ en Tumaco y el afroteatro de la Corporación Calipso de Tumaco. Para el análisis de las puestas en escena se parte de los enfoques de teatro de Jorge Dubatti, de sus conceptos de <em>convivio</em>, cartografía teatral, pensamiento teatral, entre otros, así como de los conceptos de Paisaje Cultural Acuático (PCA) y <em>Geograficidad,</em> los cuales fueron elementos claves para el estudio de las particularidades escénicas presentes en dichas festividades.</p> Jesica Wendy Beltrán Chasqui Christian Dennys Monteiro de Oliveira Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-21 2024-02-21 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a58798 FRENTES PIONEIRAS E LOCALIZAÇÃO DA CAPITAL BRASILEIRA: TERRITORIALISMO E CAPITALISMO NA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/57640 <p>Desde a primeira constituinte do Brasil, em 1822, debateu-se a alternativa de mudar a capital do litoral para o interior. Entre 1948 e 1955, geógrafos e técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) envolveram-se no debate, trazendo à tona controvérsias sobre as lógicas de localização da capital, grau de centralização política e desenvolvimento territorial. Este artigo tem objetivos teórico, empírico e cartográfico. O primeiro é relacionar o debate da localização da capital e as &nbsp;controvérsias entre diferentes propostas com distintos projetos nacionais. Um segundo é situar a lógica das capitais no âmbito da formação territorial em termos de uma concorrência territorial entre capitalismo e territorialismo, nos quadros do sistema-mundo. Um terceiro objetivo será de verificar a “performatividade” do planejamento no âmbito do avanço concreto de uma frente pioneira estatal em contraste com a frente pioneira capitalista.</p> Larissa Alves de Lira Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-05 2024-04-05 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a57640 TERRITÓRIO, SUBJETIVIDADE E TRABALHO: CHAVES PARA UMA LEITURA GEOGRÁFICA SOBRE O COMUM https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/56170 <p>No contexto das lutas indígenas e camponesas e disputas territoriais em diversas regiões da América Latina, a imagem de “bens comuns” ou “territórios de uso comum” aparece como elemento marcante da retórica de mobilização e fator de diferenciação e caracterização de identidades territoriais. Nos processos de luta pela defesa ou retomada de territórios, onde as disputas se expressam, na reapropriação coletiva da riqueza material expropriada ou ameaçada, e na regeneração de formas políticas não convencionais, o comum passa a ser reivindicado como aspecto central da reprodução da vida. Nesse sentido, a ideia de “comum” não é algo previamente instituído, porém processo instituinte; situar a centralidade da ação do “fazer-comum”, como verbo, auxilia na compreensão do fenômeno a partir das práticas que o constroem. Entender os processos que envolvem multiplicidade e coexistência das formas sociais comunitárias como processos/sujeitos instituintes, nos leva à ruptura com a noção de comum como objeto estático, coisificado, como vem sendo tratado a partir da ideia de “bem comum”. A partir da análise sobre a produção cotidiana do trabalho não-capitalista em comunidades indígenas no México, especialmente na região da Serra Nororiental de Puebla, este trabalho busca contribuir para uma leitura geográfica que ultrapasse o sentido metafórico do comum nos processos territoriais para uma compreensão destes em termos histórico-geográficos, a fim de contribuir uma postura radical ante a crise estrutural que atravessamos.</p> Otávio Gomes Rocha Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-05 2024-04-05 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a56170 GENTRIFICAÇÃO EM SALVADOR DE 1987 A 2022 https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/50461 <p>De forma inicial, gentrificação pode ser definida como um tipo de processo socioespacial que ocorre em áreas urbanas centrais ou com forte apelo urbanístico histórico no qual uma população de baixo poder aquisitivo é substituída por uma população mais abastada. Com um enfoque na cidade de Salvador, este artigo estuda uma área da cidade denominada de Eixo Pelourinho Santo Antônio (EPS) partindo de levantamentos de campo pautados em dados quantitativos e qualitativos. Em suas constatações, o artigo aponta cinco fases do processo na capital baiana, sendo uma primeira relativa aos antecedentes, três convergentes com a Teoria das Ondas de Gentrificação de Smith (1996, 2010) no qual o processo se inicia de forma esporádica, passa por uma consolidação e depois se generaliza para outras partes da cidade e uma quinta que corresponde ao momento atual, quando se observa o esfriamento da especulação imobiliária.</p> Daniel de Albuquerque Ribeiro Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-05 2024-04-05 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a50461 ABORDAGEM INSTITUCIONAL E POLÍTICO-TERRITORIAL DAS REGIONALIZAÇÕES DA SAÚDE NO ESTADO DA BAHIA https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/58462 <p>A relevância das instituições e dos contextos territoriais como possibilidades teóricas e empíricas para os estudos da geografia política norteia a abordagem institucional e político-territorial adotada neste artigo e reacende a pertinência das pesquisas em torno da formação, organização e dinâmica de espaços políticos nas suas diversas escalas, especialmente em ambientes federativos. Em sintonia com isso, objetiva-se, neste artigo, apresentar e analisar a trajetória das regionalizações de saúde na Bahia, focando na predisposição histórico-geográfica do governo, nos percalços que se impuseram, nos avanços que foram alcançados e nos desafios que vêm sendo enfrentados. Trata-se de recorrentes inovações institucionais voltadas à regionalização de saúde originadas em 1925 e que continuam até os dias atuais com nuances centralizadoras/descentralizadoras atinentes aos específicos contextos territoriais.</p> Antonio Angelo Martins da Fonseca Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-05 2024-04-05 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a58462 CONCRETUDE TERRITORIAL E FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL: TRANSFORMAÇÕES TÉCNICAS E NORMATIVAS NO CIRCUITO DO PETRÓLEO ENTRE AS DÉCADAS DE 1990 E 2010 NO BRASIL https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/54713 <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 100%;" align="justify">Com este texto buscamos contribuir com uma reflexão sobre o conceito de concretude territorial e sua dialética constitutiva de concretização técnica e normativa, conceitos que conjugados podem auxiliar com análises das formações socioespaciais. Para tanto, procuramos operacionalizar esses conceitos de modo a analisar profundas mudanças políticas que ocorrem na formação espacial brasileira, notadamente com os governos neoliberais e neodesenvolvimentistas. Estabelecemos como foco de análise significativas transformações técnicas (PROCAP e Prominp) e normativas (Lei do Petróleo e de Partilha e Conteúdo Local) que almejaram garantir maior penetração de atividades e agentes do circuito do petróleo no território nacional. A partir disso, concluímos que enquanto a concretude territorial constituída durante as políticas neoliberais dava maior efetividade ao circuito global do petróleo no território, a partir de uma concretização normativa baseada na regulação híbrida e uma concretização técnica dos objetos; durante as políticas neodesenvolvimentistas essa concretude territorial foi buscada com intuito de efetivar um projeto nacional de desenvolvimento que se valeria das potencialidades desse circuito, isso a partir de uma concretude normativa que trouxesse certo fechamento operativo das normas e uma concretude técnica do território que envolvesse mais lugares e regiões</p> Luciano Duarte Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-02 2024-05-02 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a54713 DISPUTAS E SENTIDOS NA APROPRIAÇÃO DA CIDADE: O PRECONCEITO ESPACIAL COMO DISPOSITIVO DE CONTROLE SOCIAL https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/56435 <p>Considera-se, nesse trabalho, o espaço urbano como um campo estruturado e estruturante de posições, com seus capitais, <em>habitus</em> e disputas específicas, que giram em torno da localização das habitações, da produção de seu ambiente e apropriação dos lugares de consumo, lazer e naturais. O preconceito espacial é engendrado nessas disputas como um dispositivo de controle territorial, cuja geografização se dá por meio do planejamento e gestão das distâncias. É utilizado em múltiplas escalas da cidade e com diversas finalidades, entre as quais: manter seletivamente os estigmatizados distantes dos lugares das elites, justificar processos de revitalização urbana, controlar o orçamento e o planejamento urbano. Essa leitura foi construída colocando em diálogo a teoria bourdieusiana dos campos e a perspectiva de construtivismo geográfico de Alícia Lindón e Michel Lussault.</p> Reges Sodré Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-02 2024-05-02 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a56435 O ESTÁDIO QUE VIROU PRISÃO: O USO DO COMPLEXO ESPORTIVO CAIO MARTINS PELA DITADURA CIVIL-MILITAR https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/54932 <p>O estádio Caio Martins foi inaugurado na década de 1940 na cidade de Niterói (Rio de Janeiro, Brasil) e é parte de um complexo esportivo homônimo. Para os moradores da cidade de Niterói trata-se de um equipamento cultural e esportivo. Contudo, durante o ano de 1964, as suas dependências foram utilizadas como aparato repressivo, inaugurando o uso de estádios como prisão, o que, também, ocorreu em outros países da América Latina. Essa utilização foi justificada na época pela falta de espaço nas delegacias, o que fornece pistas sobre o número de pessoas que foram encarceradas para averiguação por serem consideradas uma ameaça ao governo da época. Objetivamos remontar aos acontecimentos de 1964, enfatizando o uso do complexo esportivo Caio Martins como prisão em um contexto em que diversos tipos de mudanças da função dos estádios foram explicitados. Nesse viés, as notícias jornalísticas acessíveis pela Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional e os depoimentos de presos reunidos pela Comissão Nacional da Verdade e disponibilizados pelo Arquivo Nacional foram usados enquanto fontes que permitem recompor os meandros desse uso. Os documentos foram analisados à luz do debate proposto por autores como Daniel Reis Filho (2014) que investiga o contexto ditatorial, Milton Santos que aponta para as rugosidades do espaço e Pierre Nora (1993) que indica as potencialidades dos lugares de memória. De outra perspectiva, recompor a maneira como o complexo esportivo passou a ser utilizado como prisão nos permitiu compreender apropriações do espaço em sua complexidade, evidenciando memórias. Nesse processo de retorno, iluminamos as tentativas de apagamento de fatos e de silenciamento de pessoas (homens e mulheres), que não só passam a ser ouvidas, mas são trazidas à memória, marcando o espaço geográfico no vivido, no percebido e no concebido, em um contexto em que passado, presente e futuro são imbricados na memória de forma atemporal.</p> Mariane Aparecida do Nascimento Vieira Nivea Muniz Vieira Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-02 2024-05-02 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a54932 GEOGRAFIA E VEGANISMO: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/54135 <p>A preocupação da sociedade acerca dos direitos dos animais, a interação entre saúde e meio ambiente, assim como o bem-estar pessoal estão entre os principais motivos que explicam o crescimento do veganismo como prática alimentar contemporânea. Apesar de estar presente nos espaços construídos pelos movimentos sociais, essa temática ainda é pouco explorada no meio científico, especialmente no campo da Geografia. O presente trabalho tem como objetivo analisar como o veganismo vem sendo estudado pela Geografia, além de identificar as principais teorias utilizadas e temáticas tangenciadas. Como metodologia, adotou-se a análise bibliométrica para averiguar objetivamente a contribuição do conhecimento científico acerca do tema. Foram pesquisados artigos científicos em três bases de dados, a partir da busca das palavras-chave “veganismo e geografia”. Após filtragens, foram selecionados 14 artigos, cujas características foram tabeladas e analisadas. Dentro da Geografia, as áreas mais centrais nas investigações sobre o veganismo foram: Geografia Humana, Geografia da Alimentação e Geografia Econômica. Devido à importância do tema para questões ambientais e de sustentabilidade, reforça-se a necessidade de se desenvolver mais estudos sobre o veganismo, na busca por respostas eficazes às demandas cada vez mais urgentes do antropoceno.</p> Julia Paulino Juscelino Eudâmidas Bezerra Pedro Henrique Rodrigues de Sousa Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-02 2024-05-02 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a54135 AS ESPACIALIDADES INSTITUÍDAS PELAS JOVENS MULHERES NEGRAS NA E POR MEIO DA CULTURA HIP HOP EM LONDRINA (PR) https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/56681 <p>Este artigo objetiva compreender as espacialidades instituídas pelas jovens mulheres negras em seu processo de afirmação e negociação identitária <em>na</em> e <em>por meio da</em> cultura Hip Hop em Londrina (PR). Intenciono interpretar o duplo movimento realizados pelas jovens negras, considerando que elas negociam sua presença <em>nos</em> espaços do Hip Hop, num contexto de hegemonia masculina, e também possuem a possibilidade de instituir outras espacialidades do espaço urbano <em>por meio</em> da cultura, questionando a subalternização dos corpos femininos negros. As principais metodologias adotadas são trabalhos de campo, observação participante e entrevistas semiestruturadas com cinco jovens negras hip hoppers. Concluo que o encontro com a cultura Hip Hop amplia as experiências de espaço das jovens mulheres negras, além disso, elas tensionam a hegemonia masculina da cultura, tornam os espaços do Hip Hop e da cidade mais democráticos e transformam a própria cultura, construindo um Hip Hop feminista em Londrina</p> Ana Carolina dos Santos Marques Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-15 2024-05-15 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a56681 MODELAGEM HIDROLÓGICA E MAPBIOMAS APLICADOS NA INFLUÊNCIA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO SOBRE O ESCOAMENTO SUPERFICIAL https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/57097 <p>Os estudos de uso e ocupação do solo são essenciais para averiguar mudanças de cobertura do mosaico terrestre que ocorrem ao longo do tempo, bem como seus impactos gerados sobre o escoamento superficial. Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo analisar de forma multitemporal, as classes de uso e ocupação do solo na geração de escoamento superficial, no município de Propriá, em Sergipe. Para tanto, foram utilizadas imagens do MapBiomas correspondente aos anos de 1991, 2001, 2011, 2021, para mapeamento e análise da evolução das classes de uso e ocupação do solo ao longo do tempo. Assim, foi possível estimar o escoamento superficial ao longo do tempo, a partir do modelo Racional e modelo Curva Número (SCS-CN). Os resultados evidenciaram que, entre 1991 e 2021, houve significativas mudanças no uso e ocupação do solo em Propriá, em que a cobertura de Pastagem apresentou dominância, aumentando sua área em quase 69%. Ademais, a partir dessa evolução do uso e ocupação do solo, o escoamento superficial teve uma redução de 16% entre 1991 e 2021 na vazão gerada e, consequentemente, foi constatado um aumento de aproximadamente 13% na capacidade de não gerar lâmina de escoamento.</p> Jocimar Rodrigues Junior Anderson Paiva Rebecca Menezes Leidjane Oliveira Camila Salgueiro Sylvana Santos Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-15 2024-05-15 26 56 10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a57097 MANUAL DE MÉTODOS QUALITATIVOS EM GEOGRAFIA https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/62818 Marcia Alves Soares da Silva Copyright (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-15 2024-05-15 26 56