Gragoatá
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<p class="western" align="justify">A revista <strong><em>Gragoatá</em></strong> (<span class="value" style="color: rgba(0, 0, 0, 0.84);">ISSN 2358-4114) </span>tem como missão a divulgação nacional e internacional de artigos inéditos, de traduções e de resenhas de obras que representem contribuições relevantes tanto para a reflexão teórica quanto para a análise de questões, procedimentos e métodos específicos nas áreas de Linguagem e Literatura.<br />E-mail: gragoata.egl@id.uff.br<span class="label" style="color: rgba(0, 0, 0, 0.84);"> | Telefone </span><span class="value" style="color: rgba(0, 0, 0, 0.84);">+55 21 2629-2600.<br /></span><span class="value" style="color: rgba(0, 0, 0, 0.84);"><strong>Suporte aos Autores e Editores: </strong></span><span class="value" style="color: rgba(0, 0, 0, 0.84);">E-mail: secretaria.editorial@editoraletra1.com</span><span class="value" style="color: rgba(0, 0, 0, 0.84);"> | Telefones +55 51 983290203 e +55 51 3372-9222.<br /></span></p>Universidade Federal Fluminensept-BRGragoatá1413-9073<p><strong>AUTORIZAÇÃO</strong></p> <p>Autores que publicam em <em>Gragoatá</em> concordam com os seguintes termos:</p> <p>Os autores mantêm os direitos e cedem à revista o direito à primeira publicação, simultaneamente submetido a uma licença <em>Creative Commons</em> Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento por terceiros com a devida menção ao autor e à primeira publicação pela <em>Gragoatá</em>.</p> <p>Os autores podem entrar em acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada da obra (por exemplo, postá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na <em>Gragoatá</em>.</p> <p> </p> <p>A <strong><em>Gragoatá</em> </strong>utiliza uma Licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt" target="_blank" rel="license noopener">Creative Commons - Atribuição CC BY 4.0 Internacional</a>.</p>Ensaístas da/na América Latina: Ana Pizarro
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<p>APRESENTAÇÃO</p>Lívia ReisMaría Carolina Pizarro
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2024-12-132024-12-132965e65427e6542710.22409/gragoata.v29i65.65427.enAna das vozes
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<p>Para homenagear a pessoa e a pesquisadora ímpar Ana Pizarro, optamos por fazer uma leitura sincrônica das suas contribuições sobre Amazônia. Suas abordagens apresentam um olhar conhecido e, no mesmo momento, diferente sobre a região. O artigo aborda o tema a partir das três motivações da autora para se dedicar à região: o desconhecimento no Latino-americanismo, a relação do Chile com a região Pan-Amazônica e a questão das ‘nossas’ utopias e da estética ilustrada (literatura e arte). Os discursos sobre Amazônia apontam para particularidades da visão hispânica (Vale do Amazonas) e da lusófona (Bacia Amazônica) e assumem sempre determinadas situações no tempo histórico e no espaço geográfico. As próprias antigas culturas andinas buscavam o Paraíso, o El Dourado da Paz, e dada a complexa construção de Machu Picchu, podemos perceber que havia um ‘plano’ para penetrar na região amazônica. A perspectivação das abordagens de Ana Pizarro mantém viva a complexidade estrutural e semiótica dos acontecimentos históricos e ela é uma voz importante nesta direção de um novo olhar sobre a região. Livrar-se da perspectiva ocidental significa proferir um discurso diferente do pós-colonial e consistente com o atual denominado “decolonialidade”.</p>Gunter Karl Pressler
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2024-12-132024-12-132965e63652e6365210.22409/gragoata.v29i65.63652.ptArquipélagos, bacias e aquíferos: o Caribe e a Amazonia na obra de Ana Pizarro
https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/63614
<p>Este artigo se propõe analisar o fio que une dois livros de Ana Pizarro: El archipiélago de fronteras externas (2002) e Amazonía: el río tiene voces (2009). Para isso focamos nas categorias territoriais elaboradas pela autora: arquipélago, bacia e, mais ampla, a área cultural. A hipótese é que entre o<br />arquipélago caribenho e a bacia amazônica se visibilizam as tramas de um projeto colonialista que oculta e espectraliza modos de vida dissidentes ou alternativos à ordem europeiaocidental, um projeto tentacular de extração de “recursos naturais” e escravização de populações, para os quais o trânsito fluvial e marítimo é fundamental. Propomos que a<br />ponte entre as categorias é a noção de aquífero. Finalmente, sugerimos que essas categorias territoriais permitem dar espaço a novos modos de vida e plurais mundos possíveis, a traves das agências do contágio e do trastocamento, visando alguns casos.</p>Maria Florencia Donadi
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2024-12-132024-12-132965e63614e6361410.22409/gragoata.v29i65.63614.esO Caribe como área cultural
https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/62982
<p>Este artigo se propõe a analisar o Grande Caribe como uma área cultural correspondente ao que se pode chamar também de Afro-América. Ele parte da concepção do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, que dividiu a América em três regiões, correspondentes aos diferentes tipos de povoamentos: a dos povos testemunhos (a Meso-América dos povos originários), a América dos brancos que chegaram da Europa (Euro-América) e a América dos “povos novos” (Neo-América ou Afro-América), constituídos pela mestiçagem. O Caribe é aqui concebido não como um espaço delimitado por fronteiras geográficas rígidas, antes, um espaço aberto, de múltiplas variações culturais, que se desterritorializam com as migrações para as grandes capitais onde formam comunidades diaspóricas. A questão da memória da escravidão se conecta também com as da genealogia, da relação com o território e com a história. Uma das características dessa região é o barroco tal como conceptualizado por Alejo Carpentier, Lezama Lima, Severo Sarduy, Edouard Glissant. Carpentier e Glissant afirmam que a América Latina é a terra eleita do barroco porque toda simbiose engendra um barroquismo. O barroco americano estaria ligado também ao realismo maravilhoso tal como apresentado por Carpentier no prólogo do romance O reino desse mundo.</p>Eurídice Figueiredo
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2024-12-132024-12-132965e62982e6298210.22409/gragoata.v29i65.62982.ptÁreas socioculturais latino-americanas. As “estrelas” da literatura de Zerán, Reyes e Tenório
https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/63284
<p>A partir da classificação da América Latina em áreas culturais, como sugerido por Ana Pizarro (2004), minha proposta é atualizar essa relevante reflexão, tomando como referência três recentes romances: Limpia, de Alia Trabucco Zerán (Chile); Cometierra, de Dolores Reyes (Argentina), e Estela sem Deus, de Jeferson Tenório (Brasil). Essa nova literatura nos mostra que mais do que culturais, somos atravessados por áreas socioculturais, que nos afetam, independentemente, da língua ou da região onde vivamos. Dentre tantas categorias que os romances abordam, selecionei três por julgá-las muito presentes nos tempos atuais: o misticismo, o racismo e o machismo. As três personagens centrais, narradoras de suas histórias, são, de certa forma, “estrelas” que buscam seu brilho, ofuscado por nuvens pesadas e tão frequentes no cenário político e social de nossa América Latina. Mais uma vez, é a literatura que nos alenta.</p>Marcia Paraquett
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2024-12-132024-12-132965e63284e6328410.22409/gragoata.v29i65.63284.ptComparar para reformular: Ana Pizarro e as direções do comparatismo na América Latina
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<p>Ana Pizarro liderou um célebre projeto coletivo dedicado a escrever uma nova história da literatura latino-americana. Um dos principais desafios que a iniciativa enfrentou foi a adoção do método comparativo e sua articulação com as preocupações e orientações da crítica literária local. Nesse contexto, Ana Pizarro refletiu sobre o problema e propôs a necessidade de um “comparatismo latino-americano”. Por um lado, a reconstrução do projeto e dos debates sobre o tema permite iluminar o tópico e contextualizar a intervenção da autora na discussão. Por outro lado, a análise de seu artigo “Sobre los posibles niveles de un análisis comparativo en América Latina” esclarece que sua interpretação das letras regionais está centrada na ideia de heterogeneidade cultural. Seu texto dialoga com as contribuições do comparatismo contemporâneo e converge com suas tendências mais inovadoras. A autora combina uma agenda integradora e outra radicalizada que impactam de forma desigual no desenho da história literária e sugerem um programa de pesquisa crítica ainda relevante. Pizarro reformula assim as propostas do comparatismo com base em um fundamento geopolítico latino-americano, o que implica operações críticas tão complexas quanto originais.</p>Facundo Gómez
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2024-12-132024-12-132965e63547e6354710.22409/gragoata.v29i65.63547.esAproximando-se da trama cultural atual: Krenak
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<p>O texto quer se aproximar do tecido móvel que forma a cultura e para isso se refere aos sistemas que a constroem. Um deles é o das culturas indígenas. Este pensamento, segundo Ailton Krenak, considera uma realidade onde o humano é apenas uma parte de um mundo que silencia outras presenças. Hoje a existência desta outra forma de pensamento anteriormente discriminada começa a ser reconhecida. É necessário aceitar que existem diferentes formas válidas de relação com o mundo, para além daquela do Ocidente, que é que a conhecemos e dá origem à nossa forma de modernidade. Krenak confronta a concepção antropocêntrica. O Ocidente não escuta. O pensamento de Bruno Latour, porém, está na linha anterior, promovendo a não separação entre natureza e cultura. Comunidade que é transcendência. É aquela que a literatura e a arte oferecem. É preciso ouvir as histórias dessa outra cosmovisão.</p>Ana Pizarro
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2024-12-132024-12-132965e64850e6485010.22409/gragoata.v29i65.64850.esAna Pizarro: La experiencia latinoamericana y la vida de los libros. Conversación con Margara Russotto
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<p>ENTREVISTA</p>Ana PizarroMárgara Russotto
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2024-12-132024-12-132965e65457e6545710.22409/gragoata.v29i65.65457.esFalar de si: entre a estética e a ética em Michel Foucault
https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/61873
<p>O presente artigo pretende analisar as relações possíveis entre a escrita, a literatura e uma concepção de si, ao longo da obra de Michel Foucault. Para tanto, partimos das considerações presentes em “O diário íntimo e a narrativa”, de o Livro do Porvir, de Maurice Blanchot, que, segundo nossa hipótese, fornece o paradigma de compreensão dessas relações no Foucault dos anos 1960. Foucault herda de Blanchot a concepção da literatura como instância de desaparecimento do Eu. Esse paradigma se inverterá no momento genealógico dos anos 1970, quando Foucault virá a conceber a literatura sempre como prática simpática ao exercício do poder: não mais capaz de dar vazão a uma potência de negação de toda soberania, a literatura se torna mais um dos discursos que forjam uma interioridade governável e dócil no sujeito, ao forçá-lo a falar de si. Por fim, já nos anos 1980, Foucault parece retornar a um aproveitamento afirmativo da literatura e da arte. Em consonância com o privilégio da ética que marca esse período de sua obra, esse retorno à estética será configurado por uma inovadora compreensão da arte, que a considera menos como forma de compor obras do que como espaço de uma invenção de si mesmo.</p>Lucas Bento PuglieseMaurício Chamarelli Gutierrez
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2024-12-132024-12-132965e61873e6187310.22409/gragoata.v29i65.61873.pt“Une question de musique”: o diálogo epistolar entre Eugénio de Andrade e Michel Chandeigne a propósito da tradução francesa de Os lugares do lume
https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/61388
<p>Eugénio de Andrade guardou muitos documentos relativos às traduções das suas obras, entre os quais estão as correspondências com alguns dos seus tradutores. Neste artigo, analisaremos a troca por fax das versões francesas de alguns poemas de Os lugares do lume realizadas por Michel Chandeigne e acompanhadas por bilhetes. O diálogo centra-se em unidades de tradução que os remetentes comentam, a partir do título. Além de permitir extrapolar a poética do tradutor e a poética de Eugénio de Andrade como tradutor, o material analisado (totalmente inédito) constitui um exemplo de troca epistolar integrando o dossiê genético de uma tradução.</p>Marcella Petriglia
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2024-12-132024-12-132965e61388e6138810.22409/gragoata.v29i65.61388.ptDo resgate das vozes silenciadas ao cosmopolitismo decolonial
https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/61354
<p>O surgimento da literatura portuguesa de autoria afrodescendente na segunda década do século XX constitui um marco na literatura portuguesa pós-colonial e a sua receção indica que tem ganho cada vez mais reconhecimento público. Mais recente é a visibilidade da literatura produzida pela diáspora brasileira indígena em Portugal. Tanto uma como a outra tem sido, na sua esmagadora maioria, de autoria de mulheres. Partindo de teorias decoloniais, o presente artigo explora Memórias Aparições Arritmias (2021), de Yara Nakahanda Monteiro, e Ixé Ygara voltando pra’Y’Kûá (2021), de Ellen Lima, para argumentar que: (1) em ambas as escritas, encontramos sentimentos semelhantes de (des)pertença; (2) e que a escrita se enquadra numa práxis decolonial que desconstrói os assombramentos do imaginário colonial e imperial que ainda persistem. A autoria brasileira indígena confere densidade temporal a uma modernidade colonial em língua portuguesa e expande as discussões que têm sido desenvolvidas em torno das implicações da escrita portuguesa afrodescendente. Sugere-se a possibilidade de pensar um cosmopolitismo decolonial que permita maneiras pluriversais de pensar o mundo em língua portuguesa e defende-se que, em última análise, a escrita portuguesa afrodescendente e brasileira indígena produzida em Portugal permitem pensar até que ponto a literatura pode contribuir para uma discussão sobre reparações.</p>Margarida Rendeiro
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