O Caribe como área cultural

Autores/as

  • Eurídice Figueiredo Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v29i65.62982.pt

Palabras clave:

mestiçagem, barroco, genealogia, alegoria, escravidão

Resumen

Este artigo se propõe a analisar o Grande Caribe como uma área cultural correspondente ao que se pode chamar também de Afro-América. Ele parte da concepção do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, que dividiu a América em três regiões, correspondentes aos diferentes tipos de povoamentos: a dos povos testemunhos (a Meso-América dos povos originários), a América dos brancos que chegaram da Europa (Euro-América) e a América dos “povos novos” (Neo-América ou Afro-América), constituídos pela mestiçagem. O Caribe é aqui concebido não como um espaço delimitado por fronteiras geográficas rígidas, antes, um espaço aberto, de múltiplas variações culturais, que se desterritorializam com as migrações para as grandes capitais onde formam comunidades diaspóricas. A questão da memória da escravidão se conecta também com as da genealogia, da relação com o território e com a história. Uma das características dessa região é o barroco tal como conceptualizado por Alejo Carpentier, Lezama Lima, Severo Sarduy, Edouard Glissant. Carpentier e Glissant afirmam que a América Latina é a terra eleita do barroco porque toda simbiose engendra um barroquismo. O barroco americano estaria ligado também ao realismo maravilhoso tal como apresentado por Carpentier no prólogo do romance O reino desse mundo.

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Publicado

2024-12-13

Cómo citar

Figueiredo, E. (2024). O Caribe como área cultural. Gragoatá, 29(65), e62982. https://doi.org/10.22409/gragoata.v29i65.62982.pt