no Maranhão durante as décadas de 1940 e 1960, representada comumente pelo:
mandonismo, coronelismo, clientelismo, patrimonialismo, e sobretudo, o vitorinismo que
logrou êxito:
[...]graças ao prestígio pessoal de Victorino nas altas esferas administrativas e junto
aos figurões do país (prestígio que se conservou em alta e efetivo, passando de
presidente a presidente, até sua morte e além dela) como uma época de grandes
vantagens para o Estado, com o carreamento de vultosas verbas, que, se bem
aplicadas, teriam dado ao Maranhão um grande progresso. Desviadas, porém, pelos
amigos e correligionários, aos quais se garantia todas as imunidades e fornecia
meio para aniquilamento dos contrários. Os próprios órgãos federais foram
manipulados como instrumentos de vingança política e suborno, aos inimigos do
governo tendo fechadas todas as portas, suspensos os créditos nos bancos oficiais,
contra si todas as pressões da máquina administrativa, enquanto aos apaniguados
era dispensado tratamento inverso e especial com todas as facilidades para todo
tipo de fraudes e corrupções [...]. (LIMA, 1981, apud BOTELHO, 2007, p. 181-
182)
Assim, é imprescindível uma discussão conceitual concernente às estratégias e
articulações chefiada por Vitorino Freire, e posteriormente, a montagem do Vitorinismo,
enquanto sistema político, através de suas práticas coronelísticas (autoritárias e violentas).
Nessa conjuntura, o papel secundário desempenhado pela Imprensa maranhense em
prol da manipulação pública, e o legado político-partidário deixado por esta figura pública,
cuja construção imagética e histórica é enveredada pelo atual negativismo e caráter
contraditório e dual, de suas ações contra opositores, e seus mecanismos de controle e
manutenção da Máquina Pública Estatal.
Dessa forma, a História Política e Social do Brasil sempre fora marcada pelo
autoritarismo e pela violência individual e coletiva; uma vez que, é de se esperar que em um
país de demasiada desigualdade socioeconômica, cujo regime escravista perdurou mais de
300 anos, esteja ainda vigente uma estrutura de mando e obediência, desde a colônia
(representada pelas lideranças locais: por exemplo, os senhores de engenho e donos de
escravos), até à atual república brasileira, capitaneada por determinados grupos políticos
consolidados na ambiência regional e nacional.
2. Mandonismo
O mandonismo é muito confundido com o coronelismo, sendo conceitos totalmente
diferentes. Logo: “[...] o mandonismo é característica básica do poder local, onde as leis não
atingiam a população rural e o senhor agrário (senhor dos engenhos, coronel, caudilho etc.)
era mandatário quase absoluto de suas terras.” (ARRUDA, 2013, p. 02).
Portanto, pode-se configurar este “mandão” como uma pessoa de posses fundiárias
e que tendo um grande número de subordinados (escravos, arrendatários, posseiros,