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A ÚLTIMA AVENTURA” DE ROMY POCZTARUK: UMA VIAGEM
ENTRE AS UTOPIAS E RUÍNAS NA REGIÃO AMAZÔNICA
Romy Pocztaruk's “Last Adventure”: a journey between utopias and ruins in the amazon region
La "Última Aventura" de Romy Pocztaruk: un viaje entre utopías y ruinas en la región amazónica
Rafael Fontes Gaspar [Universidade Estadual de Santa Catarina, Brasil]*
RESUMO Este artigo analisa a série de fotografias
A última aventura
[2011] da artista Romy Pocztaruk. A artista
em suas fotografias revela as ruínas de Fordlândia demonstrando o fracasso do projeto utópico de Henry Ford
e o cenário desolado das cidades que foram construídas ao redor da Rodovia Transamazônica. No ensaio
A
nostalgia das ruínas,
de Andreas Huyssen, podemos compreender que as ruínas da modernidade demonstram o
declínio das promessas modernas, que falharam ou que não se concretizaram ainda.
PALAVRAS-CHAVE ruína nas artes visuais, ruína industrial nas artes visuais, Fordlândia, Romy Pocztaruk
ABSTRACT This article analyzes the series of photographs
The Last Adventure
[2011] by artist Romy Pocztaruk. In
her photographs, the artist reveals the ruins of Fordlândia demonstrating the failure of Henry Ford’s utopian project
and the desolate scenery of the cities that were built around the Transamazon Highway. In the essay
The nostalgia
for the ruins
of Andreas Huyssen we can understand that the ruins of modernity demonstrate the decline of modern
promises, which have failed or have not yet come to fruition.
KEYWORDS ruin in the visual arts, industrial ruin in the visual arts, Fordlândia; Romy Pocztaruk
RESUMEN Este artículo analiza la serie de fotografías
La última aventura
[2011] del artista Romy Pocztaruk. En sus
fotografías, la artista revela las ruinas de Fordlândia, demostrando el fracaso del proyecto utópico de Henry Ford y
el paisaje desolado de las ciudades que se construyeron alrededor de la Carretera Trans-Amazónica. En el ensayo
La nostalgia por las ruinas
de Andreas Huyssen podemos entender que las ruinas de la modernidad demuestran el
declive de las promesas modernas, que han fracasado o aún no se han concretado.
* Rafael Fontes Gaspar é Doutor em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Santa Catarina. Email: rafaelfontesgaspar
@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7938-7310
Citação recomen-
dada: GASPAR,
Rafael Fontes. “A
Última Aventura
de Romy Pocztaruk:
uma viagem entre
as utopias e ruínas
na região amazôni-
ca.
Revista Poiésis
,
Niterói, v. 22, n. 38,
p. 64-81, jul./dez.
2021. [https://doi.
org/10.22409/poie-
sis.v22i38.45679]
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nacional [CC-BY-NC]
© 2021 Rafael Fontes
Gaspar
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
PALABRAS CLAVE ruina en las artes visuales, ruina industrial en las artes visuales, Fordlândia, Romy Pocztaruk
(Submetido: 31/8/2020;
Aceito: 7/1/2021;
Publicado: 7/7/2021)
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“O Brasil é um construtor de ruínas.
O Brasil constrói ruínas em dimensões continentais”.
Eliane Brum [2019, p.119]
Romy Pocztaruk [Porto Alegre, 1984] em
A última
aventura
[2011] apresenta uma série de fotografias
captadas em sua viagem pela Rodovia Transa-
mazônica, que revelam o cenário de desolação e
de ruínas de algumas cidades da região norte do
Brasil. A artista percorreu de carro quase quatro mil
quilômetros visitando, no estado do Pará, as ci-
dades de Rurópolis, Brasil Novo, Altamira, Bandeiras
e Fordlândia, a cidade de Henry Ford abandonada
na selva amazônica. A série
A última aventura
de
Romy Pocztaruk foi comissionada pelo programa
Rumos Itaú Cultural
e exposta na
31ª Bienal Interna-
cional de São Paulo
de 2014, com o título: “Como [...]
coisas que não existem”. De acordo com Ana Maria
Maia [2014, p.160-161], no catálogo desta bienal:
A viagem propunha a vivência de uma espécie de
conquista do território e do imaginário que, apesar
de tomados como símbolo de uma identidade na-
cionalista, permanecem inacessíveis e estigmatiza-
dos até hoje”. Nas fotografias da artista, observa-se
um cenário de desolação e despovoamento na
região amazônica, que nos indica uma crítica aos
projetos de desenvolvimento implantados na região
norte do Brasil.
Romy Pocztaruk na série
A última aventura
percorre
a estrada BR-230, também conhecida como Rodo-
via Transamazônica, que permanece inacabada
desde sua inauguração em 1972. Construída duran-
te o regime militar [1969-1974] do presidente Emílio
Garrastazu Médici [1905-1985], fez parte do pro-
grama de “integração nacional” do governo, com
o objetivo de ocupar as áreas pouco habitadas da
região norte do país [MENEZES, 2007]. Mas, o que
restou do projeto que garantia o desenvolvimento
econômico da região encontra-se em ruínas, daqui-
lo que ainda não se concretizou e ainda está por vir.
Após 48 anos de sonhos e promessas, o polêmico
projeto da Rodovia Transamazônica representaria
um progresso ou um equívoco? Nas fotografias da
série
A última aventura
de Romy Pocztaruk, contem-
plamos apenas o que restou da política desenvolvi-
mentista do regime militar, entre a década de 1960
e 1970, naquela região.
Vale lembrar que o projeto faraônico da Rodovia
Transamazônica foi desenvolvido durante o período
que ficou conhecido como “milagre econômico”.
Neste contexto, o índice de desenvolvimento e
crescimento econômico do país com a expansão
do setor industrial, o aumento nas exportações
agrícolas e o surgimento de novos empregos,
geraram investimentos estrangeiros que permitiram
a construção de rodovias, pontes e hidrelétricas,
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
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para ampliar o crescimento da economia. Assim, as
regiões do Norte e do Centro-Oeste do país que são
pouco habitadas foram estimuladas a receber
investimentos com o intuito de se tornarem povoad-
as e economicamente desenvolvidas [MENEZES,
2007]. No entanto, a construção da Rodovia Transa-
mazônica estimulada pela euforia e pelo ufanismo
do “milagre econômico” foi interrompida, deixando
para trás apenas as promessas e um cenário de
desolação. Ana Maria Maia observa o projeto
ambicioso da construção da Rodovia Transam-
azônica, que deixou para trás apenas rastros e
desolação. A curadora de artes descreve:
A construção de seus 4 mil quilômetros – que iriam da Paraíba ao Acre, chegando
à fronteira com o Peru – representava um empreendimento faraônico para a épo-
ca, algo digno de um país em crescimento, “a última grande aventura do século”,
segundo a propaganda de Estado. Após alguns anos, as obras de diversos trechos
da rodovia foram paralisadas e, com o passar do tempo, a Transamazônica conver-
teu-se em um cenário de promessas não realizadas, longos vazios e esperas, ruínas
do que nunca chegou a ser [MAIA, 2014, p.160].
Nota-se que Romy Pocztaruk retoma no título do seu
trabalho o
slogan
da propaganda do governo militar,
que defendia com a construção da Rodovia Transa-
mazônica “a última grande aventura do século”.
Assim, podemos imaginar a dimensão que o projeto
faraônico da Transamazônica representava naquele
período. Mas, o projeto utópico e ufanista da con-
strução da Transamazônica deixou apenas um
rastro de devastação e de ruínas, como nos revela a
série
A última aventura
de Romy Pocztaruk, que
documentou o cenário de desolação das cidades
que foram construídas em função da estrada. Com a
construção da Rodovia Transamazônica, veio a
promessa de se conseguir uma terra pela primeira
vez na vida, entretanto, os programas de governo
entre a década de 1960 e 1970 promoveram apenas
uma sangria sem limites na natureza [MENEZES,
2007]. A política desenvolvimentista da época
estabeleceu modelos de cidades que seriam criadas,
mas quase nada resistiu ao tempo. O que sobrou foi
a lama, a poeira, o isolamento e os desafios que até
hoje atormentam os viajantes
da Rodovia Transamazônica.
Entre as cidades que não
se desenvolveram após
a construção da Transa-
mazônica está Rurópolis,
cidade que Romy Pocztaruk
documenta em sua viagem
pela estrada. A cidade de Rurópolis foi inaugurada
com a presença de Médici, representando um local
importante na história da Rodovia Transamazôni-
ca. A cidade seria um centro de referência para os
outros munícipios na região da Amazônia [MENEZ-
ES, 2007]. Nas fotografias de Romy Pocztaruk, o
espectador contempla o interior das casas dos
moradores de Rurópolis, como mostra a Figura 1.
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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Segundo Ana Maria Maia [2014, p.161]: “Apesar de
esvaziados pela direção fotográfica, casas, parques
e ruas apresentam uma dimensão humana em
detalhes de sua ambiência e cultura material”.
Nessa fotografia observa-se um quadro pendurado
na parede, de autoria desconhecida, que mostra a
construção da estrada que prometia transformar
economicamente a região amazônica. Este quadro
na parede documentado pela artista expressa a
transformação do território norte do Brasil, com as
máquinas, os caminhões e a estrada que avançou
pela região desmatando a floresta amazônica e
deixando para trás os materiais remanescentes de
um projeto faraônico e utópico.
Fig. 1 - Romy Pocztaruk.
A última aventura
, Rurópolis
IV, 2011.
Fotografia, impressão jato de tinta sobre papel
algodão
[Fonte: https://www.romypocz.com/work/a-ulti-
ma-aventura. Acessado em 10/072020]
A pintura no interior da sala, captada pelo olhar
documental de Romy Pocztaruk, revela o con-
traste entre o homem e a natureza que a con-
strução da Rodovia Transamazônica representa
até hoje. Nos detalhes da casa, dos móveis e dos
objetos dos moradores que são retirados de cena,
a artista capta as imagens pela lente fotográfica
expressando a identidade do local. Como mostra
a Figura 2, observa-se o interior de um hotel desa-
tivado na cidade de Rurópolis, que hospedaria tur-
istas do país e do mundo que visitariam a região
norte do Brasil. Na fotografia vemos um painel
de uma paisagem de seringueiras com o título de
Altamira, cidade tida como marco zero da Rodovia
Transamazônica. Este hotel na cidade
de Rurópolis representava a esper-
ança do desenvolvimento econômico
e social que a Transamazônica traria
à região, mas o que se vê com as
fotografias de Romy Pocztaruk são
imagens de um cenário desolado de
construções abandonadas.
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
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Fig. 2 - Romy Pocztaruk.
A última aventura
, Rurópolis II, 2011.
Fotografia, impressão jato de tinta sobre papel algodão
[Fonte: https://www.romypocz.com/work/a-ultima-aventura. Acessado em 10/7/2020]
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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O cenário de desolação nas fotografias reve-
la o fracasso do projeto faraônico da Rodovia
Transamazônica. Assim, a estrada segue cheia
de desafios como a vida de quem ainda acredita
nela. Da viagem de Romy Pocztaruk pela região
norte do Brasil, destacam-se também as ruínas
de Fordlândia. No começo do século XXI, as
ruínas de Fordlândia se tornam um destino turísti-
co, despertando o interesse de muitos visitantes,
historiadores, artistas, fotógrafos e cineastas. Os
artistas e viajantes que visitam Fordlândia se de-
param com o modelo de uma “cidade empresa”
com o estilo norte-americano, que foi planejada
para abrigar os funcionários da
Companhia Ford
Industrial do Brasil.
Romy Pocztaruk em
A última aventura
documen-
ta a cidade de Fordlândia, localizada no estado
do Pará, no munícipio de Aveiro, às margens do
rio Tapajós. A construção da
Company Town
ou “cidade empresa” – fundada por Henry Ford,
em 1927, prometia mudar a história econômica
e social da Amazônia. Mas, com as fotografias
de Romy Pocztaruk podemos ver que restaram
apenas as ruínas do ambicioso projeto da
Com-
panhia Ford Industrial do Brasil
implantado na
floresta amazônica. Ford inicia a construção de
Fordlândia, com a intenção de abastecer a sua
produção de pneus, mangueiras e demais produ-
tos em sua indústria automobilística em Detroit,
no distrito de Deaborn, para fugir do monopólio
inglês da borracha, proveniente do látex extraído
das seringueiras [Hevea brasiliensis] plantadas
na Ásia. Como descrito por Cristovam Sena,
Vivia-se a era do automóvel e da borracha, e o mundo
precisava da matéria prima a qualquer preço. Durante
o século XIX, praticamente toda borracha natural con-
sumida no mundo era originária da Amazônia brasileira,
levando o produto a competir com o café na formação
do PIB brasileiro [SENA, 2008, p.91].
Assim, Ford decidiu ter a sua própria produção de
borracha com a plantação das seringueiras cul-
tivadas na floresta amazônica. No entanto, com a
inexperiência na agricultura equatorial, no plantio
de seringueiras, a produção de látex tornou-se
insuficiente. Segundo Greg Grandin [2010], as se-
ringueiras foram plantadas muito próximas entre
si, ao contrário de como realmente são cultivadas,
assim, tornaram-se uma presa fácil para as pra-
gas e micro-organismos que dizimaram as plan-
tações, contribuindo para o processo de decadên-
cia da cidade. Posteriormente, com o advento
da borracha sintética produzida pelo petróleo, o
projeto foi completamente extinto. Em 1945, com
a desativação do projeto, a cidade foi tomada pelo
mato e pelo abandono.
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
Fig. 3 - Romy Pocztaruk.
A última aventura
, 2011.
Fotografia, impressão jato de tinta sobre papel algodão.
[Fonte: https://romypocz.com/A-ultima-aventura. Acessado em 20/07/20]
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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Nesse sentido, Romy Pocztaruk em
A última
aventura
compõe uma série de fotografias de sua
viagem à Fordlândia que, ao revelar o fracasso de
Henry Ford com as ruínas da cidade, despertam
nosso olhar para os destroços da paisagem con-
temporânea. As ruínas de Fordlândia compreen-
didas sob a lógica do capitalismo demonstram o
declínio de cidades que sofreram o processo de
desindustrialização. Neste caso, trata-se de uma
Company Town
, que se desenvolve em função do
monopólio industrial sustentado em uma única
produção ou extração de matéria-prima [GAR-
NER, 1992]. De modo geral, quando a extração ou
a fabricação de um produto entra em declínio, as
indústrias são desativadas
e declaram falência. Assim,
os trabalhadores perdem o
emprego e muitos deixam
tudo para trás. Casas são
abandonadas, escolas, lojas
e hospitais são fechados. Logo, surge um cenário
em ruínas. Como mostra a Figura 3, o armazém
abandonado com as grades revela o sonho falido
de Henry Ford. Nota-se que na fotografia, a logo-
marca
Comercial Ford
vai desaparecendo com a
tinta da fachada, que se encontra toda descas-
cada. Vemos os efeitos provocados pela ação do
tempo, que já pode ser percebida pela cidade.
Com isto, nos deparamos com o abandono visto
no silêncio dos bancos solitários que denunciam o
esquecimento e a degradação do local.
Na fotografia, o nome de Ford está desaparecendo,
mas o sonho da sua indústria abandonada ainda
permanece no meio da floresta amazônica. Olgária
Matos [2009] analisa a queda da cidade de Henry
Ford a partir da visão de Benjamin [2018], pelo
projeto das
Passagens
, que nos indica as ruínas da
modernidade originadas pela sociedade mercantil.
As ruínas de Fordlândia nos revelam o modo como
as construções modernas são facilmente descarta-
das pela lógica capitalista. Em Olgária Matos
vamos encontrar o seguinte esclarecimento:
Convém observar que Benjamin compreende no
projeto das
Passagens
as ruínas como consequên-
cia da fragilidade dos “monumentos da burguesia”,
especialmente sob a luz da metrópole parisiense
do século XIX. Igualmente, Matos segue a visão de
Benjamin sobre as transformações da capital
francesa, lançando o pensamento do filósofo para
o fracasso da cidade de Ford implantada na floresta
amazônica. Benjamin caracteriza pela visão de
Se as ruínas são testemunhas que resistem ao poder destruidor do tempo, Fordlândia
corresponde, antes, à lógica do Capital. Ao tratar do capitalismo triunfante na Paris
do século XIX, Benjamin anotou que nos monumentos da burguesia se reconhecem
ruínas antes de seu desmoronamento [MATOS, 2009, s/n].
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
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Balzac, mencionada no projeto das
Passagens,
o
contraste entre os monumentos da burguesia em
relação as ruínas da Antiguidade. Assim, ao citar o
escritor francês, afirma:
As ruínas da Igreja e da Nobreza, as do Feudalismo, da Idade Média são
sublimes e hoje enchem de admiração os vencedores, que ficam surpresos,
boquiabertos; mas as da Burguesia serão um ignóbil detrito de cartonagem, de
gessos, de coloridos [BALZAC apud BENJAMIN, 2018, p.173].
Neste contexto, as construções arquitetônicas
dentro do sistema capitalista desempenham uma
função utilitarista; quando elas perdem a sua util-
idade, são em geral abandonadas ou demolidas.
Assim, com a visão de Balzac descrita por Benjamin
[2018], podemos constatar que a mesma lógica
capitalista que cria a cidade pode destruí-la. Nesse
sentido, o que as ruínas industriais de Fordlândia
documentadas por Romy Pocztaruk revelam?
Segundo Cecília Santos e Ruth Zein [2011, s/n]: “As
imagens da destruição estampadas nas ruínas
contemporâneas, incluindo aquelas do patrimônio
arquitetônico moderno, são hoje, na sua maioria,
memória de catástrofes ou de fracassos”. Na região
norte do Brasil, observa-se cidades estagnadas
que podem ser comparadas também ao cenário
de entropia que Robert Smithson [2011] descreve
ao caminhar pelo passado industrial de Passaic,
no estado de Nova Jérsei. Na fotografia de Romy
Pocztaruk pela Transamazônica, os espaços e
vazios urbanos se apresentam, a meu ver, como
os buracos” descritos por Robert Smithson quan-
do analisa a entropia da paisagem urbana de sua
cidade natal, ao dizer que:
Passaic parece cheia de “buracos”,
comparada com a cidade de Nova
York, que parece compacta e sólida, e
esses buracos em certo sentido são os
vazios monumentais que definem, sem tentar, os traços de
memória de uma série de futuros abandonados [SMITH-
SON, p.165].
Por um lado, Romy Pocztaruk realiza uma jornada
por uma estrada faraônica e inacabada que at-
ravessa a imensa floresta amazônica. Por outro
lado, Robert Smithson caminha pelo subúrbio de
Passaic, após pegar um ônibus de New York, da
cidade mais populosa e moderna dos Estados
Unidos. A entropia da paisagem urbana de Passaic
descrita por Robert Smithson em
Um passeio pelos
monumentos em Passaic, 1967
revela a estagnação
de cidades industriais que encolheram. Com efeito,
os monumentos modernos não deixam legado
para a geração posterior. Em contraposição à ruína
romântica, as ruínas da modernidade não simboli-
zam um passado glorioso como nos apresenta as
construções colossais do Império Romano, mas
denotam principalmente a falência dos projetos
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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da era moderna. Nesse sentido, Robert Smithson
descreve o que observou sobre o passado industrial
de Passaic, ao dizer que:
Esse panorama zero parecia conter ruínas às avessas, isto
é, todas as novas edificações que eventualmente ainda se-
riam construídas. Trata-se do oposto da “ruína romântica”
porque as edificações não desmoronam em ruínas depois
de serem construídas, mas se erguem em ruínas antes mes-
mo de serem construídas [SMITHSON, 2001, p.165].
No trecho acima, a expressão usada por Rob-
ert Smithson, “ruínas às avessas”, nos coloca
uma questão perturbadora, pois, se lembramos
de Roma pelas ruínas e pelos monumentos da
Antiguidade, que simbolizam a grandeza do seu
tempo, o que as ruínas e os monumentos da era
moderna irão representar para as futuras ger-
ações? Assim, à luz do pensamento de Andreas
Huyssen [2014], podemos compreender que a
viagem de Romy Pocztaruk pela Rodovia Trans-
amazônica revela com as ruínas industriais de
Fordlândia o fracasso do projeto utópico e ufanista
de Henry Ford, abandonado na floresta amazôni-
ca. Para Andreas Huyssen [2014, p. 93], “temos
saudade das ruínas da modernidade porque elas
ainda parecem encerrar uma promessa que de-
sapareceu da nossa era: a promessa de um futuro
alternativo”. Enquanto a nostalgia romântica pelas
ruínas romanas representava a saudade por uma
época gloriosa do passado, as ruínas industriais
de Fordlândia simbolizam o fracasso da utopia de
uma “cidade empresa” erguida na selva amazôni-
ca. Nesse sentido, analisa-se na série
A última
aventura
de Romy Pocztaruk, o que podem revelar
as ruínas e os resquícios remanescentes da con-
strução da Rodovia Transamazônica e da cidade
esquecida de Henry Ford, na floresta amazônica.
As fotografias de Romy Pocztaruk sobre as ruínas
de Fordlândia estimulam o debate sobre o esquec-
imento e a “memória dos espaços de produção”
[MENEGUELLO, 2013]. Salienta-se que a pesquisa-
dora Cristina Meneguello desaprova a ideia de “pat-
rimônio industrial” e sugere que este conceito seja
pensado em termos de “memória do trabalho” ou
“memória dos espaços de produção” [MENEGUEL-
LO, 2013, p.251], com o intuito de abandonar a car-
ga colecionista e degradada que foi adquirida pelo
conceito de “patrimônio”. A pesquisadora apresen-
ta, de certa maneira, uma visão pessimista sobre a
requalificação das ruínas industriais no Brasil, que
nos ajuda a pensar sobre as ruínas de Fordlândia.
Para Cristina Meneguello, as ruínas industriais no
Brasil não são valorizadas em relação ao valor dado
às antigas fábricas que se transformaram em cen-
tros culturais na Europa, ao afirmar que:
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
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Apesar da visão pessimista sobre a ideia de
se constituir rotas turísticas no Brasil e centros
culturais com as ruínas industriais, Meneguello
[2013] menciona alguns exemplos de restauros
conhecidos como a requalificação da antiga
fábrica de tambores feita pela arquiteta Lina Bo
Bardi, transformando-a em
SESC Pompéia
, na
cidade de São Paulo – SP. Neste caso, verifica-se
que as ruínas de Fordlândia nunca passaram por
um processo de requalificação no sentido “no-
bre”. Nas fotografias de Romy Pocztaruk, o pat-
rimônio industrial de Ford aparece abandonado
na selva. Tal como afirma Andreas Huyssen: “As
ruínas do século XXI são detritos ou são vel-
hice restaurada” [HUYSSEN, 2014, p.96]. Nesse
sentido, as fotografias da artista documentam
o desaparecimento da memória do espaço de
produção construída pela
Ford Motor Company
na Amazônia. Como mostra a Figura 4, o espaço
vazio de um armazém abandonado, ocupado por
uma estante enferrujada, gera um desencanto
com o estado de decadência.
Também estamos muito distantes de termos os equivalentes às rotas industriais exis-
tentes na Catalunha, Espanha, no Reino Unido, na Itália, nos Países Baixos,... ali, as
rotas foram pensadas exatamente para abarcar diferentes tipologias ou formas de
produção fabril, e associadas a museus de ciência e de técnica [MENEGUELLO,
2013, p.252].
Romy Pocztaruk torna visível,
na imagem acima, os vestígios
da era industrial, revelando
a tensão entre a memória e
o esquecimento do espaço
de produção dos antigos tra-
balhadores de Fordlândia. O
galpão industrial abandonado na selva, visto na
imagem acima, expressa as consequências do pro-
cesso de desindustrialização da cidade. Para Meneg-
uello [2013], entretanto, algumas requalificações de
antigas fábricas apagam, com o novo uso do local, a
memória do trabalho acerca dos acidentes, das lutas
e de toda rotina que envolve o trabalhador, incluindo
o assédio às mulheres, que aconteciam nesses lo-
cais. Dessa maneira, para “preservar” a memória do
trabalho por meio do processo de higienização das
antigas fábricas, Meneguello [2013, p.253] sugere
que seja dado um uso “nobre” para esses espaços e
afirma: “Por isso, acho particularmente discutíveis os
restauros que trazem usos entendidos como “no-
bres”, ou seja, museus ou centros culturais”. Assim,
os restauros considerados “nobres” devem transfor-
mar a arquitetura arruinada em museus, ou, centros
culturais, com o intuito de conservar as “memórias
difíceis” do local. Como mostra a Figura 5, Romy
Pocztaruk documenta uma sala abandonada, que
talvez poderia ser utilizada dentro de um centro cul-
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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tural, preservando a memória dos trabalhadores que
construíram a cidade. Assim, a requalificação teria
um uso “nobre” para os moradores e turistas que vis-
itassem a região. Mas, constata-se nesta sala, que
abriga a antiga fábrica de Ford, apenas um amon-
toado de papéis e pastas espalhadas, de recibos,
notas e documentos que ficaram para trás.
Fig. 4 - Romy Pocztaruk.
A última aventura
, Fordlândia IX, 2011.
Fotografia, impressão jato de tinta sobre papel algodão, 110 x 165 cm
[Fonte: https://www.zippergaleria.com.br/pt/artistas/romy-pocztaruk.
Acessado em 20/07/2020]
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
Fig. 5 - Romy Pocztaruk.
A última aventura,
Fordlândia, 2011.
Fotografia, impressão sobre papel algodão
[Fonte: https://www.zippergaleria.com.br/pt/artistas/romy-pocztaruk. Acessado em 20/7/2020]
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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As fotografias de Romy Pocztaruk sobre as
ruínas de Fordlândia denunciam o descaso com
a memória do local de produção. Não podemos
esquecer que os moradores convivem com essas
ruínas, que não são detalhes isolados no ambiente
urbano. Contudo, como foi visto, as releituras e os
novos usos que são dados às antigas fábricas po-
dem resultar no apagamento de certas memórias.
Conforme Meneguello [2013], a requalificação do
espaço apaga a memória, higieniza e ordena o lo-
cal. As fábricas são limpas e iluminadas, o antigo
espaço que abrigava o estampido das máquinas
é substituído por uma música ambiente que seja
agradável aos ouvidos. Dessa maneira, a pesqui-
sadora defende a incorporação e o reconheci-
mento das ruínas industriais, que são descartadas
ou recicladas, que apagam a “memória do espaço
de produção”. Nesse sentido, Meneguello [2013]
se opõe à visão geral de urbanistas e arquitetos
que enxergam nas ruínas apenas uma deficiência
constante no tecido urbano das cidades contem-
porâneas. Dessa forma, a pesquisadora defende
o caráter “pedagógico” das ruínas industriais, ao
expressar que:
Para mais além, arrisco que as ruínas industriais têm a
mesma capacidade de nos ensinar sobre o passado
que têm as ruínas da Antiguidade. Elas nos falam da
obsolescência das nossas tecnologias e formas de
produção, falam dos recentes processos de desin-
dustrialização e de informatização do trabalho e do
emprego, falam em como a tecnologia se transforma
predando e incorporando tecnologias anteriores
[MENEGUELLO, 2013, p.253].
Em conformidade com Meneguello [2013], as
ruínas industriais de Fordlândia apresenta-
das pela documentação de Romy Pocztaruk
têm muito a nos ensinar. Essas ruínas servem
como lembretes dos danos causados pela
arrogância de um projeto industrial que igno-
rou o meio ambiente e a população da região
norte do Brasil, deixando para trás apenas
um rastro de devastação e abandono. Apesar
do conflito entre o sonho de Ford e o meio
ambiente da floresta amazônica, o local de
produção em ruínas ainda abriga a memória
de muitos trabalhadores que passaram pela
região e que ainda permanecem na cidade.
Por isto, Meneguello [2013] se opõe ao uso
utilitarista dado aos locais de produção, na
medida em que esses espaços nos fornecem
o conhecimento sobre as transformações da
tecnologia e do trabalho, que eles possuem
uma memória que nos ensina sobre o seu
tempo, como as ruínas do mundo antigo nos
ensinam sobre o passado. Menguello utiliza-se
da seguinte argumentação:
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
78
Contrastando com a ideia de que todo espaço possui uso e função, estas ruínas
industriais funcionariam como um lembrete, um monumento aos nossos excessos e
desperdícios. Visualizá-las nos permitiria intuir que formas de produção, saberes e
ofícios foram extintos. A desordem que elas propõem nos tiraria de nosso ilusório
conforto [MENEGUELLO, 2013, p.254].
As ruínas industriais de Fordlândia documenta-
das por Romy Pocztaruk nos perturba quando
analisamos as consequências da ambição de
Ford, da construção da sua cidade utópica na
floresta amazônica. Enquanto alguns defendiam
no passado que o magnata industrial libertaria a
região amazônica do atrasado, conforme demon-
stra o historiador Greg Grandin [2010], o que
podemos constatar do seu legado na Amazônia
são apenas ruínas e a esperança daqueles que lá
vivem. Dessa maneira, seria difícil conservar a
memória da antiga fábrica da Fordlândia, estan-
do localizada em uma região tão isolada do
centro econômico do Brasil. Para Meneguello
[2013], as antigas fábricas abandonadas estão
localizadas em áreas que são, de modo geral,
muito lucrativas e que estão sob o domínio da
especulação imobiliária, que é quem domina e dá
as cartas na dinâmica urbana. Nesse contexto,
dificilmente se encontra no país o uso e utilização
de antigas fábricas a favor do público e do coleti-
vo. Sobre a requalificação das antigas fábricas
no Brasil, conforme Meneg-
uello, em sua maioria o que
se encontram são ruínas e
abandono. Ao descrever o
que encontrou viajando
pelas antigas fábricas no
estado de São Paulo, a pesquisadora afirma:
Recentemente, realizei um levantamento para o interior de
São Paulo do que poderia ser uma suposta “rota industri-
al”, mas acabei batizando-a de “rota de ruínas”, pois
todos os exemplares estavam em estado de abandono e
esfacelamento [MENEGUELLO, 2013, p.252].
Se, para o estado de São Paulo que concentra a
economia do país, as antigas fábricas estão em
ruínas, o que deveríamos imaginar sobre as ruínas
de uma antiga fábrica construída no começo do
século XX na selva amazônica? Sabe-se que, até
o momento não houve tombamento ou requalifi-
cação das ruínas industriais e do projeto urbanísti-
co de Fordlândia. Nas imagens de Romy Poczta-
ruk, as ruínas e a vida dos moradores convivem
lado a lado, entre a tristeza e a esperança, na
documentação dos detalhes que o seu olhar
fotográfico humaniza. Assim, em
A última aventu-
ra,
conhecemos a história da Transamazônica,
dos vilarejos e de Fordlândia, por meio de ruínas e
da vida que abrigam esses lugares; não nos deixa
Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 38, p. 64-81, jul./dez. 2021 [https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.45679]
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uma resposta, é um devir que ainda espera. No
entanto, a meu ver, mesmo que a cidade se desen-
volva em seu aspecto econômico e social no
futuro, as ruínas industriais, ou seja, o local de
produção que abriga a memória dos antigos
trabalhadores, já não estará mais de pé, devido à
ação do tempo, da natureza em sua volta e do
descaso público com o patrimônio industrial de
Ford deixado na floresta amazônica.
Desse jeito, o que resta sobre as ruínas de Fordlân-
dia, talvez seja o “caráter pedagógico”, que Cristina
Meneguello [2013] defende, pois, a análise das
ruínas industriais de Fordlândia documentadas em
A última aventura
permite compreender o que as
ruínas da modernidade no Brasil têm a nos ensinar,
principalmente, sobre a arrogância de Henry Ford,
dos homens e das mulheres que foram enviados,
muitos vindos da Península Superior de Michigan,
como engenheiros, operadores de serra e len-
hadores, que subestimaram o lado selvagem da
natureza inexplorada da Amazônia, deixando para
trás apenas um rastro de decadência e de falhas.
Neste contexto, as ruínas de Forldândia e da Rodo-
via Transamazônica na série
A última aventura
de
Romy Pocztaruk expressam a decadência e a de-
struição que pode ser encontrada no tecido urbano
em diversas metrópoles. No entanto, essas ruínas
revelam os rastros de uma destruição ambiental
sem precedentes na história do Brasil, que se inicia
com a edificação de Fordlândia em 1928 e com a
construção da Rodovia Transamazônica em 1972.
Assim sendo, a obra
A última aventura
de Romy
Pocztaruk apresenta as ruínas da modernidade e
as utopias fracassadas da região norte do Brasil,
que abriga, especialmente, a maior floresta tropi-
cal do mundo, a Amazônia. Gostaria que esse es-
tudo e suas fotografias pudessem ser compreen-
didos também como mais uma denúncia sobre o
esquecimento e o abandono das construções e
dos monumentos na região norte do Brasil, que
são vítimas da displicência, do desprezo e do des-
caso, público, ou, privado.
Rafael Fontes Gaspar, “A Última Aventura” de Romy Pocztaruk: uma viagem entre as utopias e ruínas na região amazônica.
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